Sébastien-Roch Chamfort

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O que é um filósofo? É um homem que opõe a natureza à lei, a razão ao costume, a sua consciência à opinião, e o seu julgamento ao erro.

Aprendendo a conhecer os males da natureza, despreza-se a morte; aprendendo a conhecer os males da sociedade, despreza-se a vida.

O prestígio sem mérito obtém considerações sem estima.

O divórcio é tão natural que, em muitas casas, dorme todas as noites entre os cônjuges.

Há duas coisas a que temos de nos habituar, sob pena de acharmos a vida insuportável: são as injúrias do tempo e as injustiças dos homens.

Celebridade: a vantagem de ser conhecido por aqueles que não vos conhecem.

Há uma espécie de gratidão mesquinha.

É uma grande infelicidade perder por causa do nosso caráter os direitos que os nossos talentos nos concedem na sociedade.

Muitas vezes, a sorte é como as mulheres ricas e gastadoras, que arruinam as casas para onde levaram um rico dote.

A filosofia, como a medicina, dispõe de muitas drogas, de pouquíssimos remédios bons e de quase nenhum específico.

O mais rico dos homens é o poupado, o mais pobre o avarento.

Apenas a inutilidade do primeiro dilúvio impede Deus de nos mandar um segundo.

O homem sem princípios é também comumente um homem sem caráter; pois, se tivesse nascido com caráter, teria experimentado a necessidade de criar princípios para si.

Apenas sabemos bem aquilo que não aprendemos.

O pensamento é o consolo e o remédio para tudo. Se às vezes vos faz mal, pedi-lhe o remédio para o mal que vos causou, e ele vos dará.

O prazer pode apoiar-se sobre a ilusão, mas a felicidade repousa sobre a realidade.

O amor agrada mais que o casamento, pelo mesmo motivo que os romances divertem mais que a História.

Felizes os que nada esperam, nunca serão desiludidos.

Os grandes vendem sempre o seu convívio à vaidade dos pequenos.

O amor, tal como existe na sociedade, não passa da troca de duas fantasias e do contato de duas epidermes.

Há séculos em que a opinião pública é a pior das opiniões.

Devemos ser justos antes de sermos generosos, tal como precisamos de ter camisas antes de rendas.

A melhor filosofia, relativamente à sociedade, é a de aliar, a seu respeito, o sarcasmo da satisfação à indulgência do desprezo.

Admira-se o talento, a coragem, a bondade, as grandes dedicações e as provas difíceis, mas só temos consideração pelo dinheiro.

Dá-se com a felicidade o que se dá com os relógios: quanto menos complicados, menos se avariam.