Nao Gosto do que Vejo
Ei, eu gosto muito de você. Você nem sabe que eu existo, mas, na minha cabeça, eu já inventei umas trezentas histórias pra nós dois e eu prometo que todas elas têm um final feliz.
Eu gosto tanto de você, mas você nem imagina. Eu só queria que você me desse bola um dia. Para eu poder te mostrar de quantas formas a sua mão consegue se encaixar na minha.
A cada dia que passa eu gosto mais de você, penso mais em você, fico mais feliz por estar do seu lado. Você virou minha vida de cabeça pra baixo, mas foi a melhor mudança que já me aconteceu!
Tanta coisa ruim
Nesse mundo sombrio
Gato não pode ser amigo do rato
No coração sinto um frio
Sei apenas chorar
Queria apenas inexistir
Sem dores causar
E quem sabe finalmente
pararei de atrapalhar
Ela reclama
Eu reclamo dela reclamar
Eles vêem a coroa
Eu vejo a cara
Para onde vamos?
Talvez pessoas encontrarei
Ou para o inferno eu irei
No vazio ficarei
Mas seria tudo igual.
Me tenha pra ti, assim de perto
Me tenha pra ti, por uns minutos talvez.
Me tenha pra rir de coisas sem graça.
Me tenha pra ti, mesmo de longe ou aí na tua casa.
Me tenha pra ti, por agora ou pelo dia inteiro.
Me tenha para que assim eu te tenha por completo
Porque eu te tenho pra mim, assim de longe.
Te tenho poucas vezes.
Te tenho pra rir das coisas sem graça.
Te tenho de longe, ou aqui na minha casa.
Nós nos temos e nunca basta.
Nos temos e tempo passa
tão depressa, que te ter ainda é pouco.
Nos temos sem posse um do outro, nos temos o tempo inteiro, mesmo sem nos ver.
O quão suja eu consigo ser sem me sentir culpada?
Questão sem resposta, sem estimativa...
Talvez eu só sinta culpa se eu for pega... Talvez eu invente uma desculpa, e aprendi que isso eu tiro de letra.
As vezes o meu ego é maior do que eu, aprendi que eu gosto de ser notada, mas de ser notada pelo que eu sou em meu íntimo, onde raramente alguém acessa meus piores pensamentos, meu vício na adrenalina, minha tendência a ser sempre pior do que posso, mesmo sabendo que existem consequências.
Incrível é a mente do ser humano, como conseguimos alimentar o ego e satisfazer a alma de formas tão tentadoras e perigosas, pelo simples fato de só querer ultrapassar um limite, que em sã consciência nós não passaríamos.
Culpa dessa faísca incessante que por pouco não vira incêndio e queima quem eu não queria queimar... Por que eu já me queimei, já sei qual é a faísca e mesmo assim não me afasto do combustível....
Sou um ser distinto para cada pessoa que me conhece. Sei-o, vejo-o. E nada me embaraça tanto como estar ao mesmo tempo com pessoas para quem sei que sou um tipo diferente.
Vejo tanta gente reclamando da vida. Meu coração chega a dar um nó cego. Eu sei que cada um tem a sua força e o que é um problemão para mim pode não ser para você. Sei que um indivíduo é diferente do outro, que cada um tem a sua fé, a sua bagagem emocional. Sei mesmo. Mas eu só queria que você soubesse que tem gente em uma situação pior que a sua. Que o ruim mesmo é ouvir e sentir a barriga roncar e não ter o que comer. Que desesperador mesmo é ter uma doença grave e não ter condições de pagar um bom médico ou fazer um exame sem ter que esperar por meses em uma fila. Que triste mesmo é perder quem a gente ama. Que terrível mesmo é ver o filho chorando de fome e não ter dinheiro para comprar um pão no supermercado. Que agoniante mesmo é não ter onde morar, pra onde ir ou voltar.
Sabe, eu me pergunto até que ponto você é aquilo que eu vejo em você ou apenas aquilo que eu quero ver em você. Eu queria saber até que ponto você não é apenas uma projeção daquilo que eu sinto, e se é assim, até quando eu conseguirei ver em você todas essas coisas que me fascinam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas.
Quando vejo aquele rapaz ajudando aquela senhora a atravessar a rua, quando vejo o jardineiro que rega as flores e nos diz “bom dia!”, quando vejo a moça a sorrir ao consolo de um rapaz desajeitado – e apaixonado! – dou graças ao meu Deus por ter colocado neste mundo tantas pessoas boas.
Eu nunca vou ver ninguém mais, Bella. Eu só vejo você. Até quando eu fecho meus olhos e tento ver outra coisa. Pergunte ao Quil ou Embry, isso deixa eles todos loucos.
Como? Como ajudaria dizer que vejo o rosto dele todas as noites quando fecho os olhos? Que acordo e começo a chorar quando vejo que ele não está? Que as memórias são tão fortes, que já não posso mais separá-las das minhas?
“… São 7 horas da manhã, vejo Cristo da janela, o sol já apagou sua luz e o povo lá embaixo espera, nas filas dos pontos de ônibus, procurando aonde ir… São todos seus cicerones, correm pra não desistir, dos seus salários de fome, é a esperança que eles tem, neste filme como extras, todos querem se dar bem… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas… Estranho o teu Cristo, Rio, que olha tão longe, além, com os braços sempre abertos, mas sem proteger ninguém, eu vou forrar as paredes, do meu quarto de miséria, com manchetes de jornal, pra ver que não é nada sério, eu vou dar o meu desprezo, pra você que me ensinou, que a tristeza é uma maneira, da gente se salvar depois… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas…”
(...) e aí estás tu privado de Deus. E recusado. Vejo-te sentado no portal, tendo atrás de ti a porta da tua casa fechada, totalmente separado do mundo, que não passa do somatório de objectos vazios. Porque tu não comunicas com os objectos, mas com os laços que os ligam.
Como é que havias de subir até aí, quando te desprendes disso com tanta facilidade?
Quando vejo num caminhão uma placa dizendo: “Inflamável” – então me encho de glória.
Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só. O que vai sendo vivido e sentido por cada um é tão particular que, mesmo incomum ou já cantado em prosa e verso, é para sempre também único.
[...]Tenho aprendido coisas que ainda estão vagas dentro de mim, mal comecei a elaborá-las. São coisas mais adultas, acho. Tem sido bom.
Gosto de pessoas com manias, com defeitos, ninguém melhor que alguém imperfeito pra lidar com minhas milhares de imperfeições... aliás o imperfeito também costuma ser perfeito... e isso é lindo. É viver... Viver bem!
