Nao Gosto do que Vejo
Sem compreendermos o capitalismo não podemos compreender a sociedade humana da maneira que ela actualmente existe.
Qualquer problema que possa ser resolvido com um talão de cheques não é realmente um problema, é apenas uma despesa.
A diferença entre os corajosos e os covardes é esta: os primeiros reconhecem o perigo e não sentem medo, os segundos sentem medo sem reconhecer o perigo.
Não busqueis riquezas com arrogância, mas apenas as que possais obter justamente, não moderadamente, distribuei alegremente, e partai satisfeitos.
Pode aquele que pensa que pode, e não pode aquele que pensa que não pode. Esta é uma indiscutível e inexorável lei.
As Coisas
A bengala, as moedas, o chaveiro,
A dócil fechadura, as tardias
Notas que não lerão os poucos dias
Que me restam, os naipes e o tabuleiro,
Um livro e em suas páginas a desvanecida
Violeta, monumento de uma tarde
Sem dúvida inesquecível e já esquecida,
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora. Quantas coisas,
Limas, umbrais, atlas, taças, cravos,
Servem-nos, como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além de nosso esquecimento;
Nunca saberão que partimos em um momento.
O homem em tempo de guerra chama-se herói. Pode não ser mais corajoso e fugir a toda pressa. Mas, ao menos, é um herói que bate em retirada.
Abro bem os olhos, e não adianta: apenas vejo. Mas o segredo, este não vejo nem sinto. A eletrola está quebrada e não viver com música é trair a condição humana que é cercada de música. Aliás, música é uma abstração do pensamento.
Eu, corpo neutro de barata, eu com uma vida que finalmente não me escapa pois enfim a vejo fora de mim – eu sou a barata, sou minha perna, sou meus cabelos, sou o trecho de luz mais branca no reboco da parede sou cada pedaço infernal de mim – a vida em mim é tão insistente que se me partirem, como a uma lagartixa, os pedaços continuarão estremecendo e se mexendo. Sou o silêncio gravado numa parede, e a borboleta mais antiga esvoaça e me defronta: a mesma de sempre. De nascer até morrer é o que eu me chamo de humana, e nunca propriamente morrerei.
Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de (...) não estar no que você vê.
Eu esqueço por onde estou indo, eu vejo você caminhando pelas calçadas e não é você, de repente todos os homens do mundo ficaram idênticos a você.
Certo e errado eu sei cada vez menos o que é.
Sei o que eu gosto e o que eu não gosto,
sei o que é igual e o que é diferente.
De certo e de errado
eu deixo para as outras pessoas pensarem.
Eu?
Eu nem sou gente. ;D
