Nao Conto Detalhes e muito menos

⁠Se estou aqui! Não sei.
Ir embrora...
Talvez devesse ser o que as pessoas pediam outrora.
Quem iria concordar comigo.
O que em vida trarei?
Dizem que poderia ser castigo.
Será que em meu nascimento atrasei.

Vivo numa clareza escura.
Em dias quentes não ensolarados.
Nem se quer uma cura.
Ajudo os que não estão preocupados.
As vezes me esforço muito em corrida lenta.
E o meu grito surdo!
Depois, o por quê de ser uma pessoa bem atenta.
Sempre a tentar que até parece um abusurdo.

⁠ASSINCRONIA

Eu não sou deste tempo!
Já fui; não sou mais.
Sou do tempo em que, por desnecessárias, as atuais leis estarão extintas.
Restará apenas o “Estatuto do Homem”, do Thiago de Mello.
E a legislação decorrente será feita com retalhos de poemas.
A fome durará o tempo de se ir para a casa.
A solidão, só o tempo de encontrar um vivente.
As pesquisas darão prioridades para a cura das doenças físicas e de caráter.
O trabalho será sinônimo absoluto de geração da riqueza.
Os esportes substituirão, definitivamente, as guerras.
Os animais serão livres e nunca submetidos aos caprichos das pessoas.
As terras, as águas e o ares serão abertos à passagem de todos.
A natureza será sagrada.
E a paz, uma criação coletiva.

Sérgio Antunes de Freitas
Janeiro de 2024

Astronauta

sinto-me como um astronauta
fora de mim perco o chão;

flutuando não por vontade
lutando por uma estabilidade
indo em direção a sua gravidade;

mas dai eu acho o que me falta
todo o ar que que precisava em meu pulmão;

entrando em orbita igual a lua
só te olhando e te reparando
cada detalhe de seu astral
vou anotando e decorando;

aquela louca translação
viajo longe; como que pode?
eu vou de marte até plutão;

me sinto leve como um astro
me perco em meio desse seu universo
que sem ele, me sinto como restos;

restos;
de quem já fez alguém sofrer
por não iluminar
tanto quanto o próprio ser;

restos que se juntam em um só
tipo o universo em expansão
que ao olhar daqui só vemos grãos;

mas nem por isso deixam de ser
importantes a vários olhares
vários modos de se ver;

viajando nisso me faz perder
noção total de meu próprio ser
e ao mesmo tempo me reconstituir
me re-fazer;

gravitando ao seu ser
flutuando no querer
até novamente poder ter
os pés no chão.

Às vezes tento pensar em algo e nada vem
me deparo com a frustração
mas não fica por isso,
pois logo vem a inspiração
mesmo que involuntário e sem querer
você vira fonte de meus dizeres
conteúdo de meu escrever
fazendo isso fácil fácil,
pois você mesma é a própria constelação!
constelação? ... sim!!
semelhante a essas que temos a admirar
anos e décadas dizendo e mostrando tudo
todo o caminho a traçar
ligando os pontos da mesma forma que ligo os fatos,
ligando a inspiração em meus atos
atos impulsivos que me levam a escrever
e em forma de poesia venho te descrever
eu não sei, apenas sinto
deixo sair assim espontaneamente,
descarrego todo meu pensar
esvaziando a mente
deixado presente
sentimentos verdadeiros e inocentes.

Ganância?

meu pecado é não ter ganância
deixando de lado as coisas
não dando a devida importância
buscando algo no qual nem almejo,
não preciso de nada, eu nunca desejo
meu defeito é dar importância demais ao desnecessário
e ao necessário transformar num ‘tanto faz’
me contentando com as coisas mais simples,
descontente com oque já tenho
arrependido por tudo que perdi
pois seu valor esta na ausência.

Anestesia

Eu sinto tanto, que as vezes não sinto nada
uma bipolaridade transitória que as vezes vem
sinto nada quando nada tem
sinto tudo quando tem alguém
uma anestesia que ao terminar se auto recicla
fazendo eu a sentir, porém não me importar
pois quando ela vem, é quando não convém
as vezes sinto que não sinto nada
as vezes apenas sinto e logo sei.

O judeu se emancipou de maneira judaica, não apenas porque ele adquiriu poder financeiro, mas também porque, inclusive através dele, o dinheiro se tornou o poder do mundo e o espírto judeu prático se tornou o espírito prático das nações cristãs. Os judeus se emanciparam na mesma medida em que os cristãos se tornaram judeus.
(...)
Na análise final, a emancipação dos judeus é a emancipação da humanidade do judaísmo.
(Ensaio: Sobre a Questão Judaica, 1843)

Não falo na língua mãe
Pois ninguém vai entender
Falo com minha essência
De um povo que quer viver
Respeitado culturalmente
Ter nossa terra somente
Pra ela não mais sofrer.

Sou essência de um criador
De onde nasce inspiração
Curar com ervas da terra
Ou imposição de mãos
Para ouvir e aceitar
É preciso acreditar
Ser forte é nossa missão.

Não foi fácil guardar
No silêncio as tradições
Mantendo dentro de nós
Principalmente ancioes
Ancestralidade pura
Em prol da nossa cultura
Tabajara são campeões.

Choramos com a natureza
Nossa mãe foi destruída
Nossos irmãos acabados
Nossas águas poluída
Nosso ar ficou impuro
Respirar tanto munturo
Terra viver tão sofrida.

A vida é como um jogo, uma prova pela qual temos que passar, sendo assim, não se pode esperar que ela seja ótima. O que devemos fazer é jogar o jogo, viver a vida, sem pensar em desistir, sem sofrer por coisas vãs. No fim do jogo, quem ganha ou quem perde...não importa, cada um receberá seu prêmio, sua nota.
Não fique de cara feia. Na vida ninguém paga meia.

[...] Se você me lê, você me entende. Se você me entende, sabe que não é preciso tanta coisa mais, nem provar mais nada. Tudo fica nos detalhes, nas mínimas coisas que sempre houveram, desde o começo de tudo. O amor é construção, parte por parte, encaixe por encaixe. E mesmo que algumas coisas não fiquem muito corretas no lugar, a gente sempre se encaixa, nem que seja um nos olhos do outro.
Ricardo F.

- Desabafo -

Há coisas que não doem porque já doeram,
medos que chegam sem chegar, e quando chegam,
não passam de temores, agruras, enfados, abanões ...

Há gente que vai e vem num continuo movimento de cumprimento e despedida,
e é nesse tempo do meio, entre chegarem e partirem, que estamos nós, parados, incólumes, em silêncio, a apreciar uma viagem circular.

Porque quem se vai, um dia torna, mas quando volta, já nem sempre os esperamos ... e adeus, sigam o destino ...

E há milhares de sentimentos que já sentimos: desilusões, tristezas, altos e baixos, momentos de solidão ...

Os sentimentos são como as pessoas, vão e veem, chegam e partem, mas quando voltam, já não os recebemos do mesmo modo. Tudo porque já um dia os acolhemos e já um dia nos abandonaram.

Hoje tenho medo! E não é fraco quem diz ser! É forte! Coragem não significa ausência de medo. Porque todo o corajoso tem medo, por isso é corajoso ...

Hoje visto-me de medo! Como com o medo! Bebo com o medo! E durmo com o medo, vivo com o medo ...

Um medo diferente, bem o sei, mas medo!

Minha casa, minha cama, meu fado, meu jardim d'angustias e solidão!
Dou-te a minha mão, olho-te nos olhos e desabafo: AMO-TE!

Ricardo Maria Louro
Café a Brasileira
Chiado/Lisboa

Acontecer algo que precisava acontecer
Acontecimento que não teria acontecido
Se a vida contasse só comigo
Fora do meu controle, numa tarde qualquer
Um telefonema resolve meus problemas
Todavia, este "milagre" me preocupa
Se estou à mercê disso, estou de mãos atadas para tudo
E meu medo principal é te perder.

Para ler quando estiver se sentindo derrotado:

Olá, não queria que tivesse que ler este, ninguém quer.
A realidade é que ninguém faz concurso para não passar, ninguém treina dias para ser derrotado, ninguém se esforça para perder.

Se você está no jogo, está tentando ganhar. Obviedade? Presente!

A parte mais interessante de todo filme, a cena mais importante, a que ocasiona mudança de clima, crescimento de personagem.

É quando o guerreiro cai no chão, é quando a rainha perde a coroa, é quando o mocinho é preso, é quando o trabalho duro resulta numa resposta negativa.

É no fim das forças, é quando a única coisa que move a história é a esperança do expectador, por que até mesmo o personagem já desistiu.

Culpa-se os outros, e queremos colocar fogo em tudo que nos atrapalha.
Culpa-se a si mesmo, e queremos desistir e nunca mais se propor a isso.

"O melhor guerreiro não é o que vai a guerra mesmo sabendo que vai perder. Mas aquele que reconhece sua fraqueza e não se suicida"

Mas o único lema que sua mente repete, repete e repete é: Quando é hora de parar? Não deixe sua mente vagar, não tente imaginar possibilidades melhores da situação que acabou de acontecer. Já passou, aquele momento já foi embora.

O que temos agora é aquela grande cena, é seu momento, ajoelhe-se e faça aquela parte de levantar do herói logo após uma derrota; deite-se no chão como se tivesse levado um tiro e levante; sente-se na cama como se tivesse acabo de descobrir que só tem mais uma semana de vida e respire fundo.

Levante-se . Faça esse esforço.

Por que sabemos que logo após uma bela queda, há uma vitória para chegar a uma derrota maior ainda.

"Levante, por que se for para cair, que seja de um lugar mais alto do que este"

Quem não tem histórias, quem não tem magoas, sofrimentos, frustações... Claro que cada um, tem uma maneira de expressar o que sente , pode ser sendo violento, se autoflagelando, se trancando em seu mundo ou lutando para ser vencedor. Aprendi que não podemos ser vitimas de nossas histórias, que a vida continua você sofrendo ou não. Não faça do seu passado algo presente, que posso te perturbar, resgatando negativação e que isso possa te levar ao erro. Não seja fraco ao ponto de se entregar e depois se justificar que foi devido ao passado... Você nunca sabe a força que tem, até que a sua única alternativa é ser forte. Então Luizinho diante de tudo que passou da coragem que teve em se expor, use suas histórias, sua dor, suas magoas e frustações como força para que a cada dia gere a superação e use dessa mesma força e coragem para obter determinação, você chegou até aqui do jeito torno, á vida te mostrou o que perdeu, entenda o quanto você feriu e magoou também, pois faça agora diferente, busque o respeito e confiança, através de suas ações, liberdade através de suas reações e o amor através de sua luta, por não repetir os mesmos erros com base de algo que não volta atrás.
“Quem quer vencer um obstáculo deve armar-se da força do leão e da prudência da serpente.”

Ler não é um entretenimento; é um exercício. Um exercício que se for devidamente praticado pode render bons frutos em nossa alma.


De minha parte, procuro dedicar-me a ela, a tal da leitura. Bem, é isso que faço a respeito e, acredito que, até o momento, tal empreitada vem me rendendo alguns bons frutos.

Quanto àqueles que não praticam esse exercício com um mínimo de regularidade, não tenho nada a dizer e, pra ser franco não estou nem aí.

Aliás, tenho sim algo a dizer: acho cômica essa desgraça porque é, no mínimo, esquisito vermos pessoas falando, com aquele tom de excelsa gravidade, sobre a importância da dita cuja da leitura sem realmente a ela dedicar-se.

Enfim, agora calo-me. É melhor assim. Diante de gente deste naipe o melhor que temos a fazer é calar e ficar, como se diz, apenas observado.

Observado sem rir, se possível for.

Moises
Concheci um rapaz que dizia que abriria o mar para me salvar, o q não entendi, pois eu não era o único a ser salvo!
No início não me fez sentido tudo isso, não poderíamos salvar a todos os outros juntos? Por que ele teria q ser o único a fazer isso?
Foi então que ouvi a sua historia de vida, e não foi difícil perceber q esse foi um ensinamento de pai para filho, sem que o salvador ao menos soubesse o que havia aprendido.
De tudo vivido aprendi q condenar não é merecido, mas sim sonhar em um dia esse mar se abrir para eu ser socorrido.

vamos perder o contato?
visto que não há motivo para mantê-lo
por meio de encontros e recados
se a cada dia acordamos outro
e não vamos manter nem em sonho
nosso outro de ontem
outrora foi mais fácil
cortar os laços todos

vamos retomar e perder o contato
só no arquivo permanente do passado
o outro ficará pra sempre lacrado
prêmio que apenas antecipamos
cromo raríssimo
pacote intacto

quando cortam a internet
coisas absurdas acontecem
mas não sem a tentativa de refresh
e do refresco de cogitar antes
um lapso passageiro
raios
insetos no aparelho

quando a página some
levando embora um link que se perderá
pra sempre, é aí que uma coceira aparece
então descobre-se que o eu lírico
carregava meses de urticária
ou brotoejas
ou micose da pior espécie

quando ninguém mais digita palavra
nenhuma, nosso herói ou heroína
se levanta com tontura pra ir à esquina
descobre árvores inesperadas
na sacada, quatro ou cinco
parentes desacordados
na escada de casa

Dentadura perfeita, ouve-me bem:
não chegarás a lugar algum.
são tomates e cebolas que nos sustentam,
e ervilhas e cenouras, dentadura perfeita.
ah, sim, shakespeare é muito bom,
mas e beterrabas, chicória e agrião?
e arroz, couve e feijão?
dentinhos lindos, o boi que comes
ontem pastava no campo. e te queixaste
que a carne estava dura demais.
dura demais é a vida, dentadura perfeita.
mas come, come tudo que puderes,
e esquece este papo,
e me enfia os talheres.

Não sou tão forte quanto imaginei que seria, tenho alguns pontos em meu favor e outros... nem tanto!

Descobri que, apesar de eu ser feito de recomeços, acumulo alguns traumas e medos do passado... dizem que, muito do que somos, é reflexo do que já vivemos, que as nossas ações presentes têm a ver com o que vivenciamos e, de certa forma, aprendemos - como não acreditar nisso? Somos essa metamorfose que anda pelas avenidas da vida em busca de um olhar, queremos um peito para repousarmos a alma nos dias em que o cansaço se faz presente e temos os maiores sonhos do mundo em nós; buscamos o tempo inteiro sermos entendidos e aprendemos, que, quanto mais tentamos entender o que se passa na mente do semelhante, mais nos vemos refletidos através dele. É como se todos fôssemos partes de um todo, que na sua grandiosa sabedoria, faz questão que os nossos destinos se cruzem... talvez ninguém passe pelas nossas vidas por acaso mesmo!

Uns mais complexos, outros mais simples, caminhamos todos pelas estradas da vida em busca de respostas, tentamos resolver os nossos próprios enigmas, preencher os nossos vazios e sorrirmos como sinônimo de gratidão por tudo que aprendemos ao longo do caminho.

E, apesar das minhas falhas e desvios, nesses encontros providenciais que a Vida faz questão de me 'arranjar', muitas vezes, acabo por me surpreender com a minha capacidade de acreditar, que tudo, enfim, fará sentido e eu serei muito mais do que olhos que viram, mas o que a minha alma, sempre sonhou!