Nada sei
o que posso dizer se,
hoje eu nada sei...
e, até gostaria de dize-lo
esse nada saber
sobre nada falar
que me faz tanto sentir...
Só sei que nada sei. Só sei de hoje. De amanhã, quando ele se tornar hoje e o hoje ontem, então saberei como poderá ser. Até lá sem previsões nem expectativas.
Na verdade, nada sei daquilo que escrevo;
as palavras vêm até mim.
Não consigo às vezes encontrar o caminho até elas.
O que me falta de cultura eu procuro na experiência.
Sabe aquela história do “só sei que nada sei”...
É isso, de bater a cabeça a gente acaba aprendendo.
Confissões
nasci em algum tempo
em algum lugar
nada sei de mim ou do mundo
e isto me faz viver
declaro inexistente a esperança
sem ela
todos somos crianças
um dia cresci e foi horrível
ser homem é não existir
"Sou um ser em formação, não sei de onde vim, quem eu sou e para onde vou. Só sei que nada sei, e q a cada dia que eu aprendo algo novo,sei menos ainda, mas esta é a magia e o sentido da vida!"
Pó
Nada sei dos tempos idos
Interrogações por todo “agora”
Mas toda certeza do amanhã
Impulsiona e não me ancora
Era tudo, o ali e lá
Hoje sou o que está
Nesse bojo nem me vejo
Amanhã vou estar mar
Ontem uma nascente insossa e pálida
Um início sem nitidez
A cada hoje do fértil à árida
Retrata minha estupidez
Sei de certo que virá
Meu momento amanhecer
Ontem fui o que nem sei
Hoje entre o ser e o querer
Não vejo dos idos tempos, o saber
Nem, desse momento, o que dizer
Tenho a certeza das dúvidas
Onde mora o que há de ser
Ser um poeta se nada sei ou tudo sei
Encontrar versos melancólicos para flores que murcham
Ouvir os cantos dos pássaros suavizando
Não ser sábio e buscar a sabedoria
Basta Compreendê-los
Do livro MIRADOURO (1982)
Miradouro
A terra me foi aprisco
ao coração inquieto.
Nada sei de longes e vagos.
Sei apenas que meu nome É
e estou (árvore) plantada em teu coração adormecido.
do meu miradouro olho-me, olhando a vida.
Tenho olhos de calendário uma voz e um canto.
Nas minhas mãos afloram raízes de Mim
- estou no talo do imponderável.
Agora não é mais que ontem amadurecido: caio
como um fruto
exato e vertical.
Estas talvez sempre sejam minhas últimas palvras:
É preciso ter fome
para sentir-se
Sede
para saber-se úmida e subterrânea..."
Descobri que nada sou...que nada sei...que nada sinto.
mas que no meio de todo meu nada...o que eu tenho é tudo o que eu preciso.Muito Amor!