Muros
Na vida quando sofremos muito temos tendência a criarmos muros em volta de nos mesmos, não para nos proteger de pessoas que nos magoam, mas para não nos machucarmos mais com nossas escolhas erradas!!!
"asas"
Rasguei contratos
Arruinei tratados
Picotei gravatas
Pulei muros
Chutei baldes
Quebrei pratos
Afrouxei cordas
Soltei amarras
Cruzei fronteiras
Pulei dos barcos
Chutei bundas
Virei copos
Pisei nos rabos
Ri dos rituais
Acendi fogos
Queimei roupas
Chacoalhei as canoas
Derrapei nas curvas
Mostrei a língua
Ri pacas
Fiz careta
Abri gaiolas
Soltei os bichos
E quando vieram me prender...
Bati asas
Roberto Axe
Um vídeo, mostrando jovens pichando muros, sob a imediata reação de raiva e tristeza do dono, sob a vista também de outra criança, e, a partir desta, subsequentes cenas de solidariedade, evocou-me a imagem do rastilho, que, uma vez que a ele se ateie fogo, segue o seu curso, implacavelmente, até a explosão final. E, semelhante ao terrível rastilho, assim também é a violência de cada dia. Até o momento em que alguém, movido por um sentimento que aparentemente parece perdido no recôndito de alguns seres humanos, interrompe esse circuito destrutivo. Esse sutil sentimento, a que chamamos solidariedade, também ele se faz um rastilho, mas que, em vez de embebido na pólvora, que destrói, se faz imerso na fraternidade que levanta, que consola, que constrói. E, nesse momento, em que uma reação em cadeia do Bem se produz, não posso deixar de associar o Criador a um simpático velhinho de barba longa, sentado em seu portentoso trono, no qual, ao ver uma cena dessas, dá um largo sorriso de criança travessa, que deu a outra criança um balde de tinta com as cores do arco-íris, para que ela pintasse, novamente, todas as paredes pichadas do mundo.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013)
Ponha um sorriso no seu rosto, esqueça os muros de lamentações, seja feliz! Cada um carrega sua cruz diária. não queira jogar a sua nas costas dos outros.
Feliz e feliz. O mundo Gira. Não queira ficar no mesmo lugar.
Sorria
Poemas de minha vida
sinto fome moderada de dize-los
já coloquei os muros e os andaimes
no casulo as palavras moram
até que encontrem a saída...
DA FONTE PERDIDA
Chove nos muros
nos morros
nos montes lá longe...
Além das fontes
de águas de lama
e as de água limpa,
Onde estarão?
O rio de águas tão límpidas
que um dia longínquo,
bendito, eu me banhei
A fonte das águas
cristalinas benzidas
perdidas naquele beijo...
Quantos muros nos separam?
Seres tu liberdade
Braços suntuosos
Corpo de cobre
De verde água ou azul esverdeado
Não me petrifiques à margem
Resistência e coragem
Em tempos de escape
Busquemos a fuga coletiva
Assumamos
Humanos
Quedemos ao intrínseco
Refúgio dos Sonhos
Muros
... Na tentativa de fugirmos de nossos dilemas, construimos muros, para protegermos de nós mesmos!
Eu penso grande nos muros pequenos das esquinas. Nos caminhos pelos quais me guio vejo a cidade destilar o aroma das vidas que se vem e que se vão. Eu já não sei o que será do Hoje e, o ontem, tão escuro eu enxergo ao longe, perdido na penumbra das lembranças que se somam ao esquecimento. Percorro as enxurradas das chuvas inventando o meu próprio caminho, estreitado nas sarjetas pelas quais o meu barco teima em navegar. A nados cansados e exaustos continuo o meu progresso impetuoso e discreto, no limiar tolo dos esforços pelos quais já não sei mais "sei lá..."
A minha identidade caiu-se ao chão, em uma calçada nua se irrompeu, da minha mão se perdeu, já não consigo mais abaixar para pegar de volta às recordações do bom momento que se esvaneceu. As vezes perco-me no tempo não percebido, flutuo num espaço que não me situo mais, viajo por caminhos que me levam a lugar algum. Sou o reflexo do vazio que não se vê diante dos espelhos, a voz surda dos corredores da aflição, o olhar perdido e triste envolto em lágrimas.
Olhe para mim; não me acharás mais. Ouça a minha voz; não a reconhecerás. Veja o meu semblante disperso; dirás que estou envolto na loucura. Contemplem com alegria a retribuição do meu sorriso; rirás de mim por não me entender.
Não sei me expressar, de forma alguma o sei. Perdido em tudo que aprendi, sobrou apenas o "quem sou eu?" Perdido no teu orgulho em não querer me entender.
Num instante
Os anos passam, e se vai o encanto
Tal a rapidez nos muros o cipreste
O olhar de cada velho nos diz tanto
Que a velhice de ilusões se veste...
Espanto!
Mas as almas permanecem com odores
Não envelhecem, são cheias de quimeras
Se nas poesias as desventuras e dores
Também tem as perfumadas primaveras...
e os amores!
Assim, neste fugaz passado e presente
Os sonhos são de todas as realidades
Orvalhada com seu sabor ardente
De saudade! Lembranças... e saudades!
Vorazmente!
Uivam os relógios, o tempo brada
Agitam-se as horas no horizonte
Da vida... torna-se uma escalada
Em um implacável desmonte...
rumo a eterna morada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
17/07/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Vamos olhar além dos muros que construimos para separar
Sem medo de confiar
Sem medo de insistir
Pois os muros que a gente constrói só nos impede de ir.
Quando a igreja ora, o chão treme, pilares caem, muros se desfazem, fontes se abrem no deserto, algemas se quebram caindo pelo chão e portas e portas se escancaram.
Quando jogarem pedras em seus caminhos você tem duas opções:
Construir muros ou pontes!
Use as pedras com sabedoria!
(LM.L.C )
RESPOSTA
Queres que eu te ame
sem fazer alarde,
que fora dos muros
ninguém nos ouça.
Queres que os pássaros
não se sintam incomodados
e que meu amor não te perturbe...
Ora, o amor não foi feito para viver calado,
Quem ama quer gritar aos ventos
e quer que se grite ao mundo
o quanto é amado.
Cika Parolin
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