Morre Passaro
Pássaro morrendo
Nina pássaro
Este poema é para ti
Ave pequena, doce e frágil
Deixe sua alma partir
Perdoe a ignorância da humanidade
e abra as asas para tua liberdade
Vá em paz, em luz e ternura
Iluminar a eternidade com sua suave candura.
RELVA - CAPÍTULO 13
Encontramos um filhote de pássaro morto embaixo de uma árvore. Provavelmente caiu do ninho, os pais sobrevoavam cobrindo-o com folhas secas. O carinho e o cuidado dos pais é uma lição. Ninho vazio, eles ali estavam, solenemente preservando aquele que poderia ter sido um pássaro cantante, mas pelo acaso do destino, não pôde ser.
Observamos aquilo, Sara se emocionou e me abraçou.
Mesmo sendo a única certeza da vida. Não estamos preparados para a morte. Para o fim das coisas.
Lidar com a perda é algo que o ser humano aprende no curso da vida.
Aprender que nem tudo vai dar certo. Nem todas as histórias terminam com um final feliz. Nem todos os animais são sutis e afetuosos, alguns felinos logo após o parto, se afastam da sua prole e alguns até comem seus filhotes ainda vivos. Não por crueldade. Mas por instinto.
Ali abraçado com Sara, pensei nos meus pais, e o processo de separação que estão passando. Ambos estão colocando folhas soltas sobre mim, pra me proteger, sabem que não aprovo a separação, mas não posso ser egoísta e imaginar que eles precisam morrer em vida, juntos, apenas por minha causa.
Meu pai, sisudo, há anos, troca poucas palavras com minha mãe, que por sua vez, ameniza, dizendo que a vida é assim, "ruim com ele, pior sem ele" sempre diz.
Frase clichê para evitar a tempestade, como quem precisa sair na chuva, mas sabe o que guarda-chuva não aguentará o peso das águas e irá inevitavelmente se molhar.
Sara nem imaginava o que eu estava pensando, mas como se pudesse ler meus pensamentos, me disse:
- Levi, mesmo que um dia fiquemos sem assunto, nosso ninho fique vazio, eu amarei você com todo meu coração, nunca te deixarei sozinho.
- Te amo - eu disse.
Nos abraçamos forte e voltamos pra casa com passos lentos apreciando a paisagem e o canto dos pássaros.
Pássaros que não caíram do ninho. .
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.
.
CONTINUA
Afinidade perfeita é aquela onde a alma repousa
Como um pássaro desprendido
Viaja, explora e devido esta conexão
Sempre volta.
De novo eu janeiro em prelúdio involuntário... e se o meu segredo era pássaro ferido, cicatrizo-me em voo de recomeçar.
Andarilha
Chegou como um pássaro noturno
Em plena sombra da escuridão
A princípio uma andarilha
Vestia preto com cabelos desalinhados
Olhar perdido preso ao passado
Disse-me que era voluntária
Trabalhava com os filhos da ilusão
Seu nome era Ana como a avó de Jesus
Morava num bairro afastado da cidade
Tinha um crucifixo preso entre as mãos
E não se preocupava com a solidão
Sentia-se amparada por abençoadas mãos
Pediu licença, puxou a cadeira
E sentou-se ao lado do meu coração
Contou-me muitas histórias antigas
E libertou a criança da infância reprimida
Falou de fé, cura e libertação
Do poder da chave de Davi
Para expulsar dores e cicatrizar feridas
Transmutar mágoas de um passado infeliz
Hoje, sozinha, caminha na noite sem destino
E agradece quem ouve o seu lamento
Seu sorriso indecifrável é mais uma súplica
De quem perdeu a memória e segue sem direção
Do livro:Extasiada de Infinitos
Dias...
Dias nubladas
Sem sol
Sem raios solares
Dias cinzas
Faz frio
O pássaro não canta
O vento assobia
A flor se contrai
É a pandemia
Que se vai
Eu prefiro dias
Rosas e laranjas
Pássaros cantando
Janelas com franjas
Eu quero ver
As vidraças coloridas
Flores desabrochando
Porcelanas no jardim
Com vasos de marfim
Eu quero
Me soltar
Nos braços
sempre abertos
Na leveza dos pássaros
Sempre certos
Na beleza do amor
Sempre por perto
Em ti
Que és tão puro
...tão terno
É em ti
Que o verão se faz eterno!
Eu vi um pássaro voar
Tentei perto chegar
Mas as correntes me prendiam
Quebrei a minha sentença
Mas restava a cela
E precisava quebrar ela
Vi o alto voo
Desejei o mesmo de novo
Mas não pude faze-lo
Vi a distância gritante
E senti as palavras falantes
É necessário seguir adiante
Nada pode ser
Como antes
Pássaro de Carvão
Em um só instante teu ser se inflamou,
Uma oração e o preto das asas ruborizou,
Deslizou pelo teu firmamento o pássaro de carvão
para encontrar no calor dos teus seios a combustão.
Volte para dentro pássaro de carvão,
Queime minha garganta e retorne a posição.
Que esta dor possa de novo despertar
as lágrimas que ao coração vão curar.
E o ópio que desta queima exala,
Minha mente possa enevoar
Para não mais teus castanhos olhos enxergar.
Não existe calor que compense esta dor
Pois mesmo o teu mais a ameno carinho
Em mim vai transfigurar o amor.
Feche os olhos, relaxe: ao menor sinal de inquietação o pássaro dourado do sono bate asas, voa e insone pousa nas sombras escuras da noite.
A vida é um pássaro na mão,
os sonhos são dois pássaros voando
e a morte pode ser
uma revoada de anjos
(ou de demônios);
vai depender daquilo
que tu fizeres
com o pássaro que agora
tens em mãos.
Beleza interior e exterior
No meu exterior faço alguém chorar, no interior ajudo um pássaro a voar; beleza física é bela, mas não adianta, se por dentro de si exista uma fera; sua aparência todos irão debater, no final é só seu caráter que vai valer.
aos meus olhos és
a frescura do vento
que nasce nas montanhas,
a canção dum pássaro
que se eleva em nostalgia,
a palavra azul com que escrevo AMOR..
Não seja como pássaro de gaiola...
O céu é grande demais para ficar preso a paradigmas e opiniões alheias de quem nunca lhe ajudará se perder suas asas.
Seja corajoso e experimente vôos cada vez mais altos. Aprecie o perfume das flores, o frescor da sombra das árvores e o gosto da liberdade... Apenas seja prudente e tenha cuidado com os "estilingues" que ainda existem. E caso você não saiba como fazer, fique tranquilo. Sempre haverá outro pássaro enviado por Deus que pousará em sua janela, para lhe ensinar como é bom aprender a voar e ser livre!
A felicidade é aquele pássaro exuberante e lindo, com grandes asas, que te permite aproximar, mas voa antes que suas mãos o alcance.
Porque a felicidade é isso, não pode ser aprisionada.
Ela e o amor, debocham liricamente da nossa ânsia por encontrá-los
Choramos pelo sangue de um pássaro, mas não pelo sangue de um peixe. Bem-aventurados os que têm voz.
(Motoko Kusanagi)
Mesmo quando o pássaro não pode voar, ele consegue encantar só pelo fato de cantar. Então, mesmo que não haja felicidade encante os outros com a sua simplicidade.
Abrigar seu par
As vezes somos como um pássaro, que canta incessantemente para não perder a maneira sutil da natureza, a floresta repleta de aves, todas orquestrando, mas a briga imponente para construir um ninho, pois os inimigos atacam, como nós somos atacados pelo medo, a imprudência e incapacidade de alçar vôo, e encontrar o ambiente, nesse momento é o nosso encontro com a paz, a coragem, a fé e liberdade de voar e pousar no respectivo ninho, esse momento é a realização de mais uma etapa, vencer os obstáculos, o não do mundo, os olhos invejosos e sobretudo o orgulho e a soberba de não perceber que essa floresta cabe nossas asas e é assim e aqui que repousa a vitória, se a tempestade desmontar o ninho, sejamos fortes de bater asas e mesmo solitário adequar um cantinho que no decorrer da vida se chamará carinho, e caberá a felicidade e a força em dispor a voar e até mesmo abrigar o seu par.
Giovane Silva Santos
Parece-me, às vezes, que você possui uma tendência, como um pássaro de longo alcance, a refugiar-se em territórios distantes, inacessíveis.
