Mensagem Escrita
Eu já escrevi muita coisa idiota,
com as quais já não concordo;
assim como já escrevi coisas belas
nas quais não acredito mais.
Convém a cada um ler o que escrevi
e receber conforme sua experiência e sabedoria.
Nenhuma palavra é sagrada.
Neste mundo tudo é imperfeição.
Escrever não é um mestre fácil. As frases deixadas inacabadas nunca continuam tão bem quanto começaram. Novas idéias dobram o arco principal do texto e nunca mais se encaixam perfeitamente.
Você escreverá sua história de várias maneiras. Nunca se preocupe com a história. Você tem apenas uma.
Só gente muito ingênua acredita em autobiografia. E apenas hipócritas afirmam que estão contando o próprio passado.
Quando estamos realmente presentes ao escrever, não existe escritor, papel, caneta, pensamento. Só o escrever acontece – todo o resto desaparece.
Eu me sinto muito mais confortável escrevendo do que dizendo as coisas. Eu gostaria de poder viver a vida inteira no papel.
É sobre você. Tudo é sobre você. Sempre foi sobre você. Todas são sobre você. Todas as músicas que escrevi.
Tua vida, filha, é um texto que há tempos começamos a escrever, mas, daqui em diante, também te cabe pegar esta tinta e delinear o teu curso, tome só cuidado com o que retiras do nada e trazes à superfície, é comum borrar ou rasurar um trecho, mas é impossível apagá-lo, a palavra se faz carne, e a carne se lacera, a carne apodrece aos poucos, mas é também pela carne que a palavra se imortaliza. Não há borracha para um fato já vivido, pode-se erguer represas e costões, muralhas e fortalezas para barrar o fluxo das horas, mas, uma vez que o sol se torne sombra, que o luar penda no céu em luto, a névoa se disperse na paisagem pendurada à parede, o dedo acione o gatilho, nada mais se pode fazer; nossa jornada, aqui, é única, a ninguém será dada a prerrogativa, salvadora ou danosa, da reescrita.
Escrever é um ato solitário, é colocar-se em palavras.
Palavras são como folhas de plátino soltas ao vento... em direção aos novos horizontes.
Deixá-las voando irreverentes, sem cordas para serem puxadas e sem lugar determinado para pousarem, sempre a favor do vento.
Assim é o ato da escrita, deixar fluirem palavras que, voando devagar, ao cair, adubarão terras distantes.
Eu nunca tive medo de ser sozinho, mas hoje pela primeira vez na vida eu estou com medo de não ter ninguém aqui.
Quando sinto desinteresse da parte de alguém, simplesmente me retiro. Não vale a pena insistir em quem é tão pouco. Afinal, não sabem a pessoa incrível que estão deixando ir embora.
Minhas noites andam conturbadas. Daquelas que te amarra uma cara feia no rosto, te traz lembranças e saudades antigas.
Todas as pessoas têm coisas importantes para contar. Se criarmos um ambiente de confiança, calmo, íntimo, surgem grandes histórias. Pessoas sem importância têm grandes histórias. Mas se faço uma pergunta banal, obtenho uma resposta banal. As pessoas têm uma grande necessidade de falar de coisas sérias. Mas acontece que não lhes dão oportunidade. Ninguém as quer ouvir. Vivemos num mundo de banalidade. O trabalho do escritor é resgatar as pessoas dessa banalidade.
Sempre há tempo para ler. Não confie em um escritor que não lê. É como comer comida preparada por um cozinheiro que não come.
Escreve-se para preencher vazios, para fazer separações contra a realidade, contra as circunstâncias.
O verde sempre foi meu sentimento favorito!
O verde está em toda parte, como se fosse o modo de Deus dizer “Sim”.
A maioria das coisas vivas é verde. A relva, a árvore, o caule, o início.
É por isso que é a cor mais cheia de possibilidades.
Quando o sinal está verde, é porque há caminho.
O verde é a cor da vida que segue.
Talvez, seja por isso que Deus tenha escolhido o verde para cobrir a maior parte do planeta.
Para lembrar, sem palavras, que podemos viver.
Que temos permissão para crescer, para seguir, para recomeçar.
O verde está no campo, mas também na cidade, nos sinais.
Está no meio do caos, dizendo: ainda dá.
E talvez viver bem seja isso: reconhecer os verdes do caminho.
E aceitar o convite silencioso do Criador que, com essa cor, nos autoriza a ser.
Mesmo que distante
Trilhar um longo percurso
Na busca da essência.
Vê-la distante, e acompanhá-la.
Assim… Querer-lhe perto
Em cada momento.
O desejo faz parte de quem
Tanto se quer, e quando
Se quer, vai na busca
Vou partir… – em sua busca,
Somente não sei qual destino tomar.
Não desistirei em momento algum.
Lá, em algum lugar a encontrarei
Para matar a minha sede
E a minha angústia.
Acontecimento da vida
Nunca vi
Nada tão escuro
Como hoje.
Talvez entrara
Em uma ilusão,
E os acontecimentos
Da vida
Ajudaram.
Na disputa de quem rouba mais o Brasil, os que dizem que estão lutando contra a corrupção estão na frente!
