Memória
Ama e ama sem medo nenhum. O amor encarrega-se do resto, busca o sentido, entrega os motivos, guarda o consolo, assopra as feridas. Ama, que nós só somos memória quando contados e repetidos pelos lábios tranquilos de alguém que também nos amou.
Os momentos que vivemos em lugares como o Pantanal, nunca são exatamente iguais, por mais, e mais que se volte. Porque aqui o mundo é diferente. É a natureza que define o que acontece. Somos somente espectadores da beleza que nos envolve. Uma aventura, uma adrenalina, um animal, um pôr do sol, coisas inesperadas, outras, super esperadas. De uma forma ou outra o que acontece aqui fica na minha memória, na minha história.
Sempre que fecho os olhos
Viajo em um mundo só meu
Pensando táticas mirabolantes
De planejar o meu futuro
A madrugada chega
E o bobo sonhador
Prisioneiro da insônia
Vaga nos pensamentos bons
Só na ilusão de que a melhora
É apenas uma questão de disposição
Que essas variáveis todas
Não influenciarão se eu acordar pronto
Pronto pra mudar e fazer acontecer
Pronto pra mostrar para os pessimistas
Que a vida pode ser bem resumida
Em uma peça de alegria
Mostrar pra eles a verdade
Que a vida é uma oportunidade
Não é dramática e trágica
Como os textos de William
Acordo já atrasado
Pra essa mudança toda
Lotado de pensamentos não meus
Mas desses pessimistas
E vejo no amanhecer
Que os pensamentos do melhor
Eram apenas sonhos de criança
E nada mudou nem vai mudar assim tão fácil
Peço que Deus me proteja
Me ajude a ver melhor
As oportunidades de mudança
As pessoas a minha volta
Hoje quando for dormir
Lembre que alguém nessa hora
Está viajando nos bons sonhos
Pra ter ânimo de lutar mais um dia
Quando deitar e descansar
Veja no espelho das suas pálpebras
Uma criança inocente
Que acha que o mundo é só uma aventura
Lembre-se que sua vitória
Não vai acontecer sem luta
Corra atrás e não se esqueça
De agradecer aos céus
Faça o que não fiz
Aprenda com os erros
Abra os braços e vá
Em memória de mim.
Vejam, senhores, vocês observam um pôr do sol encantador, uma bela árvore num campo, e logo que olham alegram-se completamente, inteiramente, no entanto, retornam a isso com o desejo de deleitar-se de novo. O que acontece quando voltam com o desejo de alegrar-se novamente? Não há alegria nenhuma, porque é a memória do pôr do sol de ontem que está agora fazendo vocês voltarem, que os está impelindo, incitando-os a alegrarem-se. Ontem não havia memória alguma, só uma apreciação espontânea, uma resposta direta, no entanto, hoje estão desejosos de recobrar a experiência de ontem, ou seja, a memória está interferindo entre vocês e o pôr do sol. Portanto, não há nenhuma alegria, nenhum esplendor, nenhuma plenitude de beleza. Novamente, vocês têm um amigo que lhes disse alguma coisa ontem, um insulto ou uma cortesia, vocês retêm essa memória, e com essa memória vocês encontram seu amigo hoje. Realmente não encontram seu amigo – carregam a memória de ontem, que intervém; assim, continuamos cercando a nós próprios e as nossas ações com memória, portanto, não há nenhuma inovação, nenhum frescor. Essa é a razão pela qual a memória torna a vida cansada, enfadonha e vazia.
A rememoração, assim como as telas de Rembrandt, é sombria sem deixar de ser festiva. Os rememorados vestem suas melhores roupas para a ocasião e ficam sentados sem se mexer. A memória é um estúdio fotográfico de luxo numa infinita Quinta Avenida do Poder
Saudades nem sempre é a Alma querendo voltar ao passado , é apenas um afago na Alma , replay de uma cena boa no filme da memória....
Favores são mais prazerosos quando você faz, do que quando lhe são ofertados.
Quando você faz é intuitivo, quando o outro pensa em fazer nem sempre é um favor, é apenas alguma intenção disfarçada.
"Charles Darwin só podia ser um bêbado ou era generoso demais. Dizer que somos descendentes dos macacos??? Que ofensivo!! Para os macacos!!!"
O tempo não apaga e nem cura, por maldade ou talvez compaixão ele apenas estende um véu sobre a memória, um véu que de tempos em tempos pode ser erguido ou retirado
Meu mundo...
(Nilo Ribeiro)
Este é meu mundo,
morrer a cada segundo
a história avança,
a memória cansa
que importa viver,
se o que faço é sofrer...???
se a vida é arte,
dela não faço parte
se acabou o amor,
por que insistir na dor...???
a Primavera chegou um pouco triste, celebrando a chuva e agitando as neves...deixa o céu condenado a perder o azul da sua origem, enquanto o sol que o marginava, perdeu a memória...
Quem sou?
As vezes me pergunto, quem sou?
Não sei responder.
Para melhor saber, acho que necessário seria aos caminhos
já feitos voltar, às ruas por eu andadas, lugares que não
lembro mais.
As pessoas que amei, e as que esqueci e que deixei de
gostar.
Tudo o que fiz, bem ou mal feito, na memória guardado
está.
O bem que fiz e faço, é o que de útil deixarei.
Em uma análise fria, tenho mais prós, do que contras.
Vivo e deixo viver, amo a todos, se todos me amam, não sei.
Sou alguém que vive a vida, que dá de si para valer.
Sem ser modesto, mas honesto, sou alguém que não vale a pena esquecer!
Roldão Aires
São Paulo
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo – RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.Epergunto
Balanço sem criança
Rede sem preguiça
Bandeirolas de roupas
Ferrugem na decomposição
Tapete verde em desuso
Camada de girassóis ao chão
São ipês amarelos da remissão
Um click que pára o tempo
Pára o espaço
Esboça a forma
A pintura que não borra
A doce magia da criação
Moldura nítida da memória
Em traços finos da emoção