Matei a Saudade
Só vejo as pessoas dizerem que é triste e que não compreendem como matei os meus pais e tentei matar o meu irmão. Sinceramente. Triste?
Triste é agarrarmo-nos àquilo que nos ensinam a sentir e não formarmos objetivos com os quais discordamos inicialmente para modificar o nosso sentimento.
No meu ponto de vista, claro, aquele que se modifica contrariando-se é o mais forte.
Primeiro foi um besouro.
Achei que fosse azar. Matei. Fechei a janela.
No dia seguinte, não a abri; crente que o problema estava resolvido.
Doce ilusão. Dois dias depois, outro invadiu.
Dessa vez, mandei pelo ralo. Fiquei irritada. E por birra, deixei a janela escancarada.
Três horas. Mais um. O último.
Foi então que percebi: talvez não fosse acaso.
Nem sinal, nem maldição. Só consequência.
Eu deixava a janela aberta sempre na hora do banho.
E besouros, os danados, aproveitavam o descuido.
Fechei a janela. Nunca mais entraram.
Simples. Tão simples que parece lição de vida.
A gente insiste em chamar de destino o que é apenas resultado.
Janelas se abrem.
Mas não se mantêm assim para sempre.
Às vezes a oportunidade entra voando, discreta como um inseto.
Outras, você nem nota que ela passou.
E quando percebe, a janela já está trancada.
Você bate. Grita. Esperneia.
Só que ela não abre.
Só dói.
Por isso, um conselho:
não espere o vidro.
Viva o agora como quem sabe que as janelas fecham;
sem aviso, sem hora, sem retorno.
Uma vez, matei uma ave usando um estilingue. Eu não comi o animal e confesso que não me senti bem com aquilo que fiz. Se pudesse, apagaria esse momento da minha vida, daria até uma parte da minha vida, para que ela pudesse viver novamente. Tudo o que fazemos jamais sai de nossa consciência. Hoje, mais do que nunca, sei que não fui criado da maneira certa e, com certeza, fui malcriado também. Dizem que quem tem caráter não é influenciado por maus elementos. Meu irmão mais velho foi quem me incentivou a fazer o que ele fazia, e eu acabei imitando o canalha sem perceber que estava sendo um também. 😭
"Eu escolhi isso, desisti de idealizar e de procurar, eu me matei quando fugi da natureza humana, ao invés de aspirar algo, tentei me compreender, e ao invés de evoluir me desfiz em lágrimas, não alcancei o ter, tão pouco me entediei de possuir."
A poeta que Matou o escritor.
Sim eu o matei aquele dia.
O matei com a arma mais fatal que talvez o homem jamais inventara. Eu sei que ele morreu pois também morri junto a ele, essa era nossa promessa morrer juntos quentinho em uma cama cuidar um do outro até o último fechar de olhos.
Mas eu não cumpri com minha promessa. E paguei minha pena com a dor da sua ausência. Mas ele tinha que seguir, não podia mais deixa lo ficar pois o mundo nos engoliria.
Queria ter dado o último adeus e explicado meus motivos por que ele tinha que parti. Mas sabia que não havia outro jeito. Sei que matei matei o homem mais inteligente e amável do mundo, matei nossas noites eternas de amor e leitura, nossa música nossa alma e os sonhos que não chegamos a viver. Eu na verdade nem sei se o matei ou se apenas o enterrei dentro do meu coração.
Fiz isso para que ninguém mais o machucasse Não mais o chamasse de louco por apenas um dia amar a ponto de deixar tudo para trás.
Mas qual o preço se pode pagar por um amor. Talvez esse seja o motivo que encontro por tentar me justificar, por achar que fiz a escolha certa o obrigando a voltar, pois não podíamos mais continuar nesse momento. E agora sigo minha pena máxima de conviver em sua mente, suas lembranças e seu amor eterno.
A Marco Aurelio ortega filho.
Com amor Lhi
eu matei uma garrafa de whisky com um amigo esses dias. tem sido bem rock n roll por um lado a vida, mais quando amanhece meio que perde a graça....
Te matei da minha história pra preservar o incrível, pois teu novo não é crível. Fostes o ser mais incrível que conheci, contigo aprendi e me arrependi, fui amado e esfaqueado com tom de surpresa por ambos os lados.
Certa vez, revoltado por sucessivos
infortúnios amorosos,
com a íris acinzentada de dor,
matei uma flor.
Matei apenas porque ela era flor.
Matei somente porque eu era dor.
Matei porque vi nela amor.
Em retaliação,
a flor,
em ato agonizante,
perfumou-me.
"Uma vez me perguntaram se eu já matei por amor, respondi que sim. E me perguntaram quem eu matei, e respondi: 'me mataram'.”
No diário de uma prisioneira: "Nunca matei nem estuprei ninguém. Há muitos anos vivo em uma solitária, sem direito a banho de sol".
Acaso
Matei o acaso em nome de deus, e deixei os motivos pra trás.
Vivi sem pensar no sentido do meu, e achei sentido em ir buscar
Nas paredes, nas memórias, nas propagandas da internet, nos filmes, nos livros, que eu me lembre, desde os 7
Pensar no amanhã é necessário, porém o que será de nós
Amanhã
Sentados tomando um café
Cada um a sua mesa
Porém o que será de nós
Ano que vem
novos nomes aos mesmos ídolos
Idéias velhas criações novas
Nostalgia de um futuro que alguém ja viveu
Saudade de quem nunca morreu.
Matamos o acaso em nome de Deus.
Sem mesmo saber se era vontade de Deus
