Luto Morte
A morte é sempre vida. A vida do outro lado o muro. O mundo do outro lado do caminho. A vida é inexplicável. Mas é sempre melhor viver. Viver o dia-a-dia. Viver a montanha-russa. Despertar. Viver de novo. Sentir o presente. Arreganhar os dentes. A morte é não evitável. Por isso não há nada a perder. É preciso viver. Viver sempre.
Se tem vida Severina tem morte repentina
Se tem Marias...Josés ou João
Tem sempre um Severino precisando do pão
Cada um nasce de um berço
Na esperança de um novo começo
Vida ou morte é a cina
Matutina ou vespertina
Todos na luta
cada um com seu bordão
Mesmo em terra seca...
em meio ao sertão
ainda colhe seu grão
Andando nas ruas é sempre um mistério
Sabendo que mais cedo ou mais tarde
Seu destino é o cemitério
Morrer de sede...
Morrer de fome...
É isso é muito sério
seja qual morte for
Me assusto de horror...
Se tem vida ou está na lida
Cada dia a alma vibra
Pois mais um dia nasce e a morte se dibra...
Somos apenas passageiros de um trem que nos conduz para a morte. Para que a viagem não seja tão enfadonha o percurso é ladrilhado com uma dádiva chamada vida, com todos os seus paradoxos. No entanto, o que faz toda a diferença é a paisagem que avistamos da janela. Essa é um bônus que só ganha os que foram feitos pra voar.
solidão que afoga os sentimentos,
até a morte torna se agradável,
no profundo do meu ser calo me,
tento dormir mais não tenho sono.
- Felicidade -
"Legado que você leva consigo até a morte,
Deixando somente os resquícios de sua alegria.
Que as pessoas que lhe deram esse prazer sempre chamaram de Lembranças"
"Porque deveria temer a morte ao invés da vida?
Afinal já temos certeza da morte, mas nunca temos certeza de que a vida valera ser vivida".
-Podes me ouvir agora?” – A Morte sussurra “-Vem comigo, vem. Acorda desse pesadelo, sonha o sonho dos anjos. Vem comigo.” – Ela senta-se ao seu lado. “-Ou quem sabe... esperemos!” E gargalha. “-Esqueçamos a pressa. Na morte não há tempo. Deixa-me discorrer um pouco sobre a minha solidão. Deixa-me estar aqui contigo nesse pequeno intervalo que temos e então, só então te levarei.
Falei contigo... Falei contigo durante todo teu sofrimento, tua agonia, e ao contrário do que pensas, não desejei esse encontro mais do que desejo a nossa separação. A eternidade é vazia, certo, mas eu não alcanço o deleito no fim de vidas que tinham tanto a serem vividas, ainda que esses fins me proporcionem encontros. Espero que entenda. Não tenhas medo. Não sou o que me pintam porque o modo como me pintam é uma compreensão limitada do meu significado, não represento a euforia do paraíso, isso não, mas peço que compreendas que também não sou o dissabor do nada, do vazio. Sou paz. Uma profunda e acolhedora paz.” A morte pega-te nos braços. “-Agora vem, vem comigo, na morte não há tempo, mas não prolongarei tua espera.
Só quero que saibas que choro todos os dias por vidas como a tua, pereço como perece o mundo cada vez que perde uma alma que não teve a chance de encontrar a paz enquanto duravam as batidas do coração, pereço como perece uma floresta que perde sua mais preciosa semente que nunca usufruiu do prazer de se transformar em flor.
