Lucidez
O homem diante do que
ele não pode explicar
recorre a fé para poder aceitar
a única certeza que ele tem,
mas insiste em refutar.
Nessa introspecção contínua,
ele trava uma luta consigo
para se manter no que chama
de lucidez, sem compreender ainda
o que possa afirmar o que não seja lúcido.
Não preciso ser forte o tempo todo. Vou desacelerar e descansar para tomar um fôlego e, desta forma, aos poucos poderei retornar à tona com lucidez. E aí, sim, solucionar quaisquer que sejam os conflitos!
Talvez a loucura nada mais seja que um ponto onde o ser humano alcança o estágio de sabedoria suficiente para entender que tornar-se louco é a única maneira inteligente de manter-se lúcido.
Apenas as pessoas frias, mornas e medíocres são vistas como lúcidas. As intensas, normalmente são taxadas de loucas.
Se o amor realmente é uma embriaguez, basta tomar um porre por dia para afastar o risco da sobriedade.
O Destino dos Lúcidos
O destino dos lúcidos é carregar o peso da verdade
como quem leva água num vaso rachado:
sabendo que, a cada passo, algo se perde,
e mesmo assim caminhando.
Ver além dos olhos é uma ferida secreta,
uma lâmina de luz que sangra devagar,
enquanto a maioria adormece embalada
pelo suave consolo da ilusão.
Os lúcidos atravessam cidades silenciosas,
templos abandonados, desertos sem nome.
Carregam nos ombros o que não pode ser dito
e nos olhos o que o mundo se recusa a ver.
Por vezes, desejam também dormir —
mas a lucidez é uma chama que não se apaga:
ela arde nos ossos,
ela queima no coração,
ela sussurra entre os passos:
“Segue…”
Pois o que vê não pode fingir que é cego,
e o que sabe não pode regressar à ignorância
sem rasgar a própria alma.
O destino dos lúcidos é ser ponte entre mundos,
eco entre silêncios,
voz entre os adormecidos
e chama acesa
nas noites sem estrelas.
Ainda que se procure ser contagiado pelo sol da sanidade, nada melhor do que primeiro acender o abajur da lucidez
*"DESABAFO LÚCIDO"* Aos meus inimigos, aqueles que me querem morto, que morram bem doído segundo o que me desejam; aos meus inimigos que me desprezam e são sempre meus eternos antagonistas, que vivam longas vidas; aos meus amigos, também, longas vidas; afinal, aos primeiros que fedam longe de mim; aos segundos que fiquem ranzinzas por estarem eventualmente errados, e tenham que me engolir; mas aos amigos, estes, que sempre viram meu coração, que sejam eternos na graça e na alegria. É que, sempre estiveram, segundo e tão-somente pela minha ótica, sobre as bênçãos de Deus. E em sendo assim, DEUS seja sempre louvado!!! (Victor Antunes)
A tua insanidade, ironicamente, é sadia,
és uma mulher linda, agradável
e bem humorada,
fortalece a lucidez com a tua companhia
numa dose prazerosa de loucura
com uma porção necessária de euforia.
O resplendor da naturalidade
numa simplicidade
de tom amarelo
que pode suprir a necessidade
da lucidez
com o bem que nele
é manifesto.
Reconhecer a dissonância cognitiva é um ato de coragem, é confrontar as ilusões e buscar uma vida mais íntegra, lúcida e ética.