Lobos
Maldito é o homem que confia no homem...
Que aguarda uma palavra de consolo...
Que coloca em mãos alheias seus sonhos...
Maldito é o homem que tem esperança no bem inesperado...
Que descuida-se nos próprios cuidados...
Que vai dormir tranquilo aguardando que o seu vizinho o tenha em boa estima...
Maldito é o homem que acredita que para ser feliz...
Tem que chamar a atenção...
Que coloca como opção...
Entregar seu coração...
Aos falsos amigos...
Aos lobos famintos...
Às ocasiões sem sentidos...
Ao futuro que se avizinha...
Sem estar prevenido...
Maldito é o homem...
Cuja alma inocente...
Sofre constantemente...
Pela língua maldosa...
Das pessoas hipócritas...
Das pessoas vazias...
Que enchem os seus copos...
Que arrotam o que pensam...
Sem respeito alheio...
Que o olham de lado...
De modos esguivos...
Maldito é esse homem...
Que aguarda sob o tempo...
Mas que esse homem seja bendito quando se afastar dos aflitos...
Quando se afastar das gargalhadas altas e ruidosas...
E compreender que sendo comedido...
Confiando em seus sonhos...
Aprenderá que assim trançando seu destino...
Comprazendo em própria companhia...
Nunca estará sozinho...
Sandro Paschoal Nogueira
Há muita gente que segue, ou tenta seguir as etiquetas, podendo até serem instrutores delas, mas poucos são mais que atores, mais que simples lobos em pele de cordeiro. Se uma etiqueta rotula os produtos, como garantir que as regras de etiqueta não passem de um rótulo em si sem se achar melhor que ninguém, o que costumam presumir os etiquetados?
