Literatura de Cordel
Quem sou eu?
Quem sou eu?
Um paradoxo sem solução
Uma dúvida sem razão
Uma resposta sem questão
Quem sou eu?
Um fragmento do infinito
Uma partícula do absoluto
Uma expressão do indizível
Quem sou eu?
Um desafio à lógica
Uma surpresa à ética
Uma provocação à estética.
Estava melhorando nisso, em dissimular os fatos, modificar a realidade e criar versões e mais versões.
O tempo avançava, implacável. Eu queria poder segurá-lo, pará-lo. Queria que aquele sábado fosse sábado para sempre.
Eu observava os ponteiros do relógio avançarem, imaginando como seria bom se conseguisse arrancá-los, destruí-los e apertar um pause no mundo.
Às vezes, as pessoas tentam construir uma barreira exterior, mas, no fundo, só precisam de um bom amigo.
Viver é difícil para todos; não é escolha de ninguém ter ou não ter problemas, mas é escolha de todos encará-los de cabeça erguida ou fugir deles e se entregar ao nada. Fiz a minha escolha.
Eu não tinha nada para fazer e percebi que era verdade o que diziam: passávamos a semana toda reclamando que não tínhamos tempo para nada, tão atolados que ficávamos com nossos compromissos e afazeres — e, quando o fim de semana finalmente chegava, reclamávamos por não ter o que fazer.
