Lisboa
A direita não quer saber do povo, só mandar no país e a esquerda não quer saber do país, só mandar no povo!
Com as perdas que a estrada
E o tempo vem me proporcionando
Passei a usar os freios com tanta intensidade
Que outro dia tive que ir pro acostamento
Pra não ser atropelado por uma carroça
Puxada por um jumento.
Aí parei, e pensei.
Coitado do jumento
Na descida carroça não tem freios... Liko Lisboa
Amanhã será um novo dia
E o maestro e sabio tempo,
É quem nos regerá,
Ao sol do Novo dia,
O nosso destino
Ele nos guiará,
E debaixo das suas asas
Me abrigo dos temporaes,
E com noites tranquilas,
Terei sonhos celestiais... Liko Lisboa.
Eu não tenho medo do bote da cainana
Nem das garras afiadas da suçuarana
Eu levo azagaia quando vou pra feira
Tenho pra quebranto Joana benzedeira
Quero não ter medo
Para poder ter coragem
De enfrentar o negror
Onde não há claridade
Quero não ser a gota
Que macula o pranto
Nem a ponta fina
Que lanha no ponto
E do graveto eu sou braúna
Eu dessarumo o que você arruma
Da tempestade eu sou a bruma
Os olhos da cidade
É uma lacuna
Pra viver, pra chorar
Pra cantar por ai..Desafiando as garras-Liko Lisboa.
Com a modernização quase tudo é proibido sempre tem uma lei que nos deixa reprimido, fazer tudo que fiz hoje me sinto feliz só por ter sobrevivido.