11 curiosidades sobre Fernando Pessoa que revelam sua genialidade

Renata Dib
Renata Dib
Publicitária com mais de 5 anos de atuação no mercado editorial

Fernando Pessoa (1888-1935) foi um escritor e poeta português de grande destaque na literatura e no movimento modernista. A versatilidade era uma de suas maiores características, já que escrevia com diferentes nomes e estilos. Confira 11 curiosidades sobre Fernando Pessoa para conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra dessa importante personalidade literária!

1. Nome de santo

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888, em Lisboa, dia em que é comemorado o feriado de Santo Antônio. Por isso, ao escolher o nome do filho, a família fez uma homenagem ao santo, cujo nome de batismo era Fernando de Bulhões.

Nasci exactamente no teu dia
Treze de Junho, quente de alegria

Fernando Pessoa
Trecho do poema Santo António

2. Escreveu o primeiro poema na infância

Em 1895, com apenas 7 anos, Fernando Pessoa começou a jornada na literatura ao escrever seu primeiro poema, que dedicou à mãe.

À minha querida mamã

Ó terras de Portugal
Ó terras onde eu nasci
Por muito que goste delas
Inda gosto mais de ti.

Fernando Pessoa

3. Devorador de livros

Para além da escrita, Fernando Pessoa era um verdadeiro devorador de livros. Ele chegou a registrar em seus diários, em 1906, a decisão de ler dois livros por dia: um de poesia ou literatura e outro de filosofia ou ciências.

4. Morou na África do Sul por quase 10 anos

Entre os 7 e os 17 anos, Fernando Pessoa viveu na cidade de Durban, na África do Sul. Foi lá que cursou o ensino primário e secundário e, por ter sido alfabetizado em inglês, parte do seu trabalho também foi escrito nesse idioma.

5. Abandonou a faculdade e nunca se formou

Ao voltar da África do Sul, Fernando Pessoa ingressou no Curso Superior de Letras (atual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), em Lisboa. Porém, abandonou a faculdade dois anos depois e decidiu continuar os estudos por conta própria.

6. Escreveu mais de 27 mil papéis em vida

Em um baú dentro de casa, Fernando Pessoa guardou toda a sua produção textual, que soma mais de 27 mil papéis. Convertendo esse número para páginas, isso daria mais de 60 livros de 400 páginas! Muitos livros, inclusive, foram publicados após sua morte (e ainda há material inédito por publicar!).

7. Publicou apenas 4 livros antes de morrer (e só 1 em português)

Apesar de ter diversas obras disponíveis atualmente, durante a vida, Pessoa publicou apenas 4 livros: "35 Sonnets" (1918), "Antinous" (1918), "English Poems" (1921) e "Mensagem" (1934). Como muitas personalidades artísticas, seu reconhecimento se deu apenas após a morte.

8. É um dos autores mais traduzidos da língua portuguesa

De acordo com um levantamento da UNESCO feito em 2012, Fernando Pessoa estava em 4º lugar na lista de autores mais traduzidos da língua portuguesa. Perdia apenas para Paulo Coelho, José Saramago e Jorge Amado.

9. Tinha mais de 100 heterônimos

Diferente dos pseudônimos, os heterônimos são escritores fictícios com personalidades e estilos distintos. Segundo a explicação do próprio Fernando Pessoa:

A obra pseudônima é do autor em sua pessoa, salvo no nome que assina; a heterônima é do autor fora de sua pessoa, é de uma individualidade completa fabricada por ele, como seriam os dizeres de qualquer personagem de qualquer drama seu.

Fernando Pessoa

Seus heterônimos mais famosos foram Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

De acordo com os estudiosos do escritor, ele possuía mais de 100 heterônimos, muitos deles com profissão, signo, data de nascimento, cor da pele, dos olhos... (haja criatividade!).

10. Muito além de escritor e poeta

Assim como acumulava heterônimos, Fernando Pessoa desempenhava outros papéis além de escritor. Era tradutor de cartas comerciais, filósofo, jornalista, publicitário, crítico literário e até astrólogo! Aliás, ele gostava tanto de astrologia que chegou a criar mapas astrais para alguns de seus heterônimos e até deixava de sair de casa por causa do horóscopo!

11. Últimas palavras

Um dia antes de morrer, em novembro de 1935, escreveu suas últimas palavras, em inglês: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará", na tradução para o português).

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