Liberdade pra Mim e pouco

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SONETO EM VERSOS

Versos! Reversos! Sei lá donde estes universos
Partes de mim, pedaços submersos, olhar
Ou os vozeados da imaginação a cantarolar
Grunhidos complexos dos sonhos diversos

Será que são as trovas do amor a soluçar
Nos sorrisos, lágrimas, nos momentos adversos...
Ou oportunos? Versos!... tão presentes e tão dispersos
Porém, sei lá! Será sempre verso a se revelar

Dos meus, se são versos, são do coração emersos
Desfiados em contos, talvez, ou apenas amar
Minha forma de ter os sentimentos extroversos

Assim, versos que são versos, estão sempre a desafiar
A inspiração, nos anversos, controversos e nos inversos
Do poeta, nos bons e perversos atos d'alma a apartar...

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PEDAÇOS (soneto)

Em ti, ó saudade, acho parte de mim
São fragmentos craquelado e partido
Do meu eu que tenho então em ti sido
Eternizado numa dor que vive sem fim

O senso que faz em ti alarido saído
Em mim é silêncio, é solidão, enfim,
Vive da ilusão de lembranças carmim
Do comover sovado e não esquecido

Agora, o que faço para ouvir o clarim
Dos sons da quimera no porvir contido
Dando-me sonhos afora deste folhetim

Serei pouco, nada, de desejo desprovido
Se insistires em ficar tão presente assim
Aí, de pedaços o meu poetar será revestido

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março, 05'55"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MOCIDADE JAZ (soneto)

Mocidade em mim, em simpatia
A sua lembrança já é sem graça
Na arena, silêncio, pouca galeria
E já tão distante, saudade, lassa

Nesta morrinha, de lado a ideologia
Pois, acima ou abaixo, tudo passa
Apressadamente, serventia é ironia
Velhice, prudente palavra: desgraça

Nos licores de prazer, só mitologia
As perdas já fazem parte da vidraça
Do fado, e o entusiasmo na periferia

Porém, nem tudo é ledice sombria
Curtir a paisagem e brindar a taça
Do viver, dizer não, fazem a alegria

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PERDIDO

Eis-me aqui no silêncio do cerrado
Longe de mim mesmo, na dúvida
Extraviado na incerteza da partida
Sem amparo, com o olhar calado

A solidão me assiste, tão doída
Pouco me ouve, pouco civilizado
Tão tumultuado, vazio, nublado
São rostos sem nenhuma torcida

Dá-me clareza de que não existo
Numa transparência de ser misto
No amor e dor no mesmo coração

Como um roteiro no imprevisto
Sem saber como se livrar disto
Velo por aqui sentado no chão...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

RODEIO DO TEMPO

Sinto o vento áspero que repousa em mim
Na noite do cerrado, entre o céu e o chão
Bafejado do horizonte, imbuído na emoção
Desfolhando a poesia enroladas em cetim

Sinto o solfejo do inverno de julho, então
Me cubro com a brisa de sonho carmim
Corrompendo o fado, e erguendo jardim
Criando quimeras no alquebrado coração

Meu corpo é alado tal ficção de folhetim
Dessangrando nas saudades de paixão
Suspirando os reveses deixados no fim

Fecho os olhos e me vejo na imensidão
Da captura, breve, tal ledices de festim
Deste rodeio do tempo, cheios de ilusão

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CÍCIO

Em mim um cício, que esmorecer escava
Entristecido e desiludido o bom encanto
Jogado no murmúrio em qualquer canto
Uiva e faz da queixa uma enfada escrava

Mas amastes, profundamente, portanto
Olhais com leveza a tristeza que trava
O peito, e outrora não em ti ela forjava
Cousas tristes, e aqui te torturem tanto

O amante encena o palco em que vive
E, em contraponto de abrandar, abrasa
Numa nova guia, outro pesar, e avive...

E assim, a quem possa saber, eu ando:
Solitário e no silêncio da alma sem asa
Numa sofreguidão, a andar chorando...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Mesmo que a poesia seque em mim
Entre espinhos, lamentos e emoção
O poeta é como o sequioso cerrado
Sobrevive as intemperes do sertão
Duma gota tem o embrião brotado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

porto

há uma saudade em mim no cerrado
ancorada nos barrancos ressequidos
são arrancos no peito em ronquidos
num espectral sentimento entalado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NA PRIMEIRA PESSOA

O nosso eu, está em constante luta
Que eu em mim, agora vai portento?
Se sou quem sou, não sou momento
Pra ser quem sou, no eu tive conduta

Em nada fiz pro eu estar desatento
De fora ou de dentro, da vida recruta
Se não vago, eu, sempre na labuta
Pois, o tempo é eterno ensinamento

Quem é este em mim que o ser imputa
Pois, o diverso é mais que juntamento
É sentimento, num tal zelo sem disputa

Não hei sabê-lo se houver "divisamento"
Afinal, se há partilha há também permuta
E meu eu: é fé e amor num só complemento

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
10 de agosto, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Linha

Eu poeto de mim, daqui
nesta câmera surreal
por este fio vocês dai
numa transmissão corporal

por esta linha dual, agruras
em diversas camadas
solidão sem gravuras
felicidades sem risadas

assim, nesta comunicação
de passa e repassa, a voz
camuflada de significação
em versos mansos ou feroz

que se imprime da emoção
num linguajar em cadência
lembranças e boa paixão
na alma em total evidência

em cada trova um avesso
do reverso do meu daqui
cada verso o meu confesso
para vocês daí...

Instantâneos do meu poeta imerso...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO AMOR QUERIDO

Ah! Amor! Eu estou por aqui
Podes até ter passado por mim
Se tive de olhos fechados, enfim,
Sem tê-lo é tão ruim, fico por aí

E se são tantos no pouco assim
Não se esqueça que a ti persegui
No coração, quer seja acolá ou ali
Pra então, ornar-te no meu jardim

Quero me dar na emoção só pra ti
Com servilismo e, um doce carmim
De afeto, que do querer eu te pedi

Repousar nas tuas carícias de cetim
E ter a certeza de que nunca desisti
Tu amor querido, és sentido no meu fim...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO AMEDRONTADO

O medo amedrontado está em mim
Poetando sombras de uma tristura
É um vazio cheio duma vil amargura
Num silêncio: mudo, surdo, sem fim

E neste vácuo sem a essencial figura
Entrajam faltos ornados de serafim
Dum temor com seu satírico festim
Assestando o poetar na ossatura

Então, do medo se alimenta, assim,
Cada vez mais tétrico fica, e procura
Um tal arrimo, sem doçura, carmim

E a ousadia onde fica? E a ternura?
Se o medo no medo, é trampolim!
E o fado sem medo, é vã ventura...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ausência

Hoje eu permitirei que a saudade morra em mim
Os teus olhos, agridoce, me engulam de solidão
Porque nada te poderei dar, senão, está dor sem fim
Exausto me vejo na janela, e o quarto na escuridão
Ao fundo, uma melodia ao som de bandolim
Assim, me sinto na tua lembrança e tu na minha emoção
Não te quero ter por apenas te ter, quero ir além
Porém, cada gesto, palavras, suspiros, a alma em convulsão
Então, não diz nada porque o teu silêncio me convém
Os teus abraços em outros braços enlaçaram
Sinto que estas distante e sem uma tal essência
Eu deixarei... tu irás, e as madrugadas companhias serão
E assim, eu serei e você será... ausência!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

COMPOSTO DE AMOR (soneto)

No eu também, o que em mim vistes
Avultando o encanto, dando portento
Ao próprio feitiço, elogios e fomento
Deveras díspar das que outrora ouvistes

És amor, sem dúvida, paixão. Portanto
Pense nos desencontros que sentistes
Tão secos, ásperos e de causas tristes
Que por mim, eu me derramo em pranto

Amador, me aflige, e é tão medo tanto
Que a dor inventa, tenta, o que não existe
Em tempo algum, pesar sem algum canto

Aí, em lugar de acalmar, a aflição insiste
Não desiste, é dos loucos, sem espanto
Dos amantes, assim, o tal amor consiste

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15 de agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO AMORÁVEL

Eu disse a mim mesmo que viveria sem você
Ledo engano, o meu coração não me obedece
Não sou forte o bastante, como se quisesse
Ser. Repito a cada instante, mereço? Por quê?

Às vezes o tempo fica sem o dia, ali vazio
E a obscuridão da noite me traz a solidão
Nada digo, nada tenho, eterna imensidão
Sem você, o querer escorre pelo beiral frio

Não sei mais ser forte, no horizonte a alma
E eu aqui perdido num labirinto de trauma
Quanto mais tento sair, mais a desarmonia

Eu menti para mim mesmo, até machucar
Que eu saberia poetar sem poder te amar
Aqui eu, ainda, lhe poetando amor na poesia...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 de novembro de 2019 – Cerrado goiano

copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

DE VOLTA

Aqui vai o meu olhar de volta, pro vazio
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
a distância e, a poesia ficou com fastio

Se tudo tem seu tempo, em mim doeu
ao deixar o seu gosto sem o seu feitio
ao sentir que já me esqueceu, arrepio
e que no seu amor, não tem mais o meu

Olha pra mim, só restou a minha metade
dum coração solitário, onde, eu sou réu
e neste cancioneiro, está triste fatuidade

Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o seu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia deste plebeu.

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019

Inserida por LucianoSpagnol

[...] do Amor

[...] e tão grande, sublime e tão profundo
Chega-te a mim! - adentre no meu amor
Sempre digo: e que se faça mais fecundo
E neste mundo, quero-te mais, aonde for!

Se vício, deixe-me pecar por um segundo
E o meu desejo entrego ao desejo em flor
Preme o meu peito com o teu ser jucundo
E beba-me no prazer... este doce sabor!

Ah! Bendito momento de sua aparição
Se o tempo morrer agora. Que importa!
Já de porta devassada deixaste o coração

Perdoe-me Deus, no sentir já não comporta
Tanto querer, e no olhar tanta a satisfação
Pois, deste amor ao pecado me transporta

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/12/2019, 05’03”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO OCULTO

Tua poesia veio a mim. Donde viera?
Que canto? Que harmonia? Encanto
Rima doce: - tão sossegada quimera
De leve compasso verso sacrossanto

Inspiração de furiosa paixão sincera
Magnetizando os meus olhos, tanto
Em cada estrofe, que o ledor espera
A todo a leitura, e a todo o recanto

Ai! eu nunca mais consegui esquecer
A fleuma das trovas que ali exalava
E em cada linha o sentimento eleito

E a emoção subiu ao peito sem conter
Os suspiros, que cada verso provocava
Ah! versar: terno, amoroso e perfeito!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/04/2020, 22’32” – Cerrado mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DISCORDE

Eu quitado estava e nada mais queria
O anseio ansiado a mim face a face
E como um outro alguém te amasse
Te amei, duradouro: - que bom seria!

Tinha cheiro, vontade, me parecia
Que nesse amor o querer, guiasse
E que só a força da paixão falasse
Se teve aperto, também teve alegria

Mas, temporão desmantelou o sonho
A ofuscante graça, era mais um engano
Se um dia compus, não mais componho

Vejo, enfim, que em um afeto profano
Se o dístico ao ardor não for inconho
Discorde é o desencontrado quotidiano

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02, outubro de 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ANTES DO ÚLTIMO

Que estros fugitivos me deixou aqui
No silêncio... e a mim não mais veio
Ilhando a trova sem frescor e asseio
Que me falta, e que por ele me perdi

Em que seda de lacuna me envolvi
Se hoje parece um sonetar alheio
Com palavras sem zelo, sem freio
E, em qual da imaginação remordi

Achei que fosse meu o teu prazer
E que no versejar eu fosse te ter
Eternamente, e você... de saída!

Partiste, bem antes do último verso
E o soneto na imensidão submerso
E a emoção numa saudade perdida...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/10/2020, 14’22” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

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