Janela
Esse tal de tempo. Ai...ai!
O tempo atravessa a janela. Debanda atarantado pelos dias, pelos corpos, pelas ruas. Marca horas Desenha rugas. Pinta pintas pelos corpos. Corre nos pés que vão e voltam. Marca passos. Marca caminhos. Vira esquinas. Vira páginas E não olha para trás, jamais. Vai que nem enxurrada jogando tudo pra frente. Não quer nem saber se dá alegria, tristeza, saudade, beleza. Se você sorriu, tudo bem. Se você chorou também. Se faz silêncio ou barulho problema seu. Congelá-lo ou não na lembrança cabe a mim, a você, a cada um de nós. Para ele, estamos nele. Para nós, nem sempre. Azar o meu, azar o seu, se não o notamos ou damos conta de sua presença. Cavalgamos sobre ele à mercê de sua direção. Sabe aquela coisa de dê tempo ao tempo. Pois ele num tá nem aí. Ele sabe de sua inexistência. Que fomos nós que o inventamos. Porque inventar moda e dar nome as coisas é com a gente mesmo. E vamos nós! Ele num trilho próprio. E nós, dependendo do sacolejo, descarrilando, mas indo em frente empurrados por ele, até o dia de misturarmos a ele e sermos nomes ou números, que nem as palavras escritas em um livro de história. No nosso caso, contando a história de um tempo num outro tempo.
Solidão
janela aberta
sala vazia...
pensamentos soltos
alma fria
noite escura
sem magia...
idéia que não quer florescer...
dia que não quer amanhecer...
[...]Abri a janela e coloquei a cabeça pra fora, queria brigar com a coisa que estava fazendo o mundo cair em águas, não encontrei nada com o que pudesse reclamar, o vento frio batia no meu rosto e os pingos de chuva pareciam estar congelando minha face, apesar do frio a sensação era boa, continuei olhando pela janela e pensando um pouco cheguei a conclusão de que tudo que me assustava naqueles dias era apenas invenção da minha imaginação muito fértil.[...]
Hoje vou além das cenas que vejo da janela do meu quarto. Eu estava como um pássaro na gaiola, livre pra ver, mas presa para agir.Por muitas vezes deixaram até a gaiola aberta, mas tive medo de ir adiante. Nenhum pássaro esquece como voiar, basta apenas consertar a asa quebrada.
E a vida seria muito chata se todo domingo fosse de sol e sempre houvessem girassóis na janela, não acha ?
Detestaria essa vida sem êxtase puro
A noite tornou-se minha cúmplice e a lua minha amante, como criança, eu a observo da janela do meu quarto esperando o seu olhar insinuante, transpor-me, como presente..
A CIDADE DOS MEUS OLHOS
Já houve um tempo em que da janela,
Se via uma cidade projetada na calçada,
Um espaço curto e fraterno,
Onde as pessoas se acenavam de perto,
Beijavam-se de perto,
Despediam-se de perto,
E se abraçavam várias vezes no dia.
A janela existe com uma fila de jarros,
Com flores silvestres, tiradas dos beirais das serras.
Meus olhos me arremetem ao tempo da Cidade,
Agora esverdeada em sua base,
E colorida em seu cume.
Mas deu noutro lugar diferente.
As pessoas de dispersaram,
Alguns venderam outros compraram,
Pedaços, vãos inteiros de terras.
E tomaram distância umas das outras
Ainda bem que resistiu o amor.
E elas agora se beijam de longe,
Acenam-se de longe,
Despedem-se de longe,
E quase não se vêem.
Ai de um jeito ou de outro essa brisa que entra pela janela mostra uma liberdade tão grande.Como eu queria ser essa brisa só pra poder voar,voar,e te encontrar.
A gente abre a janela na esperança de ter um belo dia e se depara com um mar de fantasias destruídas.
Sentada sobre sua cama, observando seu reflexo na janela, percebeu então morreria de qualquer forma. De causas naturais, de saudade, ou pior, só. Decidida a não ceder a ameaça, levantou rumo ao seu amor.
(adaptação. Além do céu.)
...
A garoa molha o vidro da pequena janela,
Onde vejo um chão de nuvens brancas
Brancas como tua pele, brancas como tua alma
Olho La fora e não te vejo...
Por onde andas? ...Aqui, ali?!
Porem quando olho aqui dentro
Te encontro em cada esquina
te vejo em todo lugar...
te sinto, te quero
Posso sentir seu cheiro, e infelizmente não tocar...
E por coincidência ou não, neste instante
Enquanto escrevo palavras que de mim saem
Numa tentativa frenética de cuspir frases quem nos descrevam
Cai neve la fora “ branquinha “
Caem num ritmo descompassadamente delicados...
... e sei que neste exato momento podes me sentir,
Pois estou ai contigo...
E como se fossemos uma, nos completamos,
Numa sintonia que vai muito alem de nós...
Algo me assombra, e não é o vento na janela, nem a tempestade que se formou em meu coração.Sinto- me como se estivesse à beira de um precipício, ou como se estivesse em fundo poço.Estou submersa, e não há ninguém para me ajudar, esta solidão me invade, atormenta, machuca.Tua ausência, minha morte,a morte de minha alma.
Nuances
Eu vejo mais sua cara
Enquanto durmo
Pela janela dos sonhos
Pelos quadros surreais
Que vem das telas multicores
Que o consciente não vê
Pelas mágicas nuances que aparecem
desenhadas na parede da emoção
E quando vejo seus olhos
Eu perco o rumo
E não consigo entender
Quase sempre
Sua imagem se dissipa lentamente
do foco dessa ilusão
Seus pedaços coloridos se espalham
Como fogo do artifício da razão
E eu acordo sem voce meio espantado
Lavo a cara...
E a coragem de seguir pro meu trabalho?
Viajante solitário...
Não há mais tempo pra sonhos
Só preciso ser feliz
Hoje, da janela de um ônibus me deparei com coisas muito interessantes.
Nós simplesmente não reparamos nas coisas à nossa volta. São lugares pelos quais você passa todos
os dias, mas é como se fossem desconhecidos. Nós não olhamos para as pessoas que estão ao nosso redor.
Não fomos educados para cumprimentar as pessoas, para lhes dar um sorriso gentil, para lhes ceder o lugar,
ou ajudar em alguma necessidade. Nós fomos educados para sermos CEGOS, SURDOS e MUDOS.
Nós crescemos e aprendemos a olhar para o próprio umbigo.
Nós também deixamos de aproveitar simples momentos, que têm um enorme significado. Sou do tipo de pessoa
que preza muito um céu estrelado com uma bela lua. um pôr do sol...
Mas ao me dar conta de tudo isso, eu também percebi que o problema é esperar...
Esperar tudo cair do céu, esperar um passe de mágica, ou que alguém faça por você ou para você.
Enxergue-se mais! Olhe o mundo a sua volta. Perceba o que de belo te cerca, pois a sua felicidade não depende dos outros!
Não mais perecer...
Do alto da janela
entre núvens e canções
preso em palavras ou grilhões
via o tempo passar.
Cordões em meus braços
mar, rio, espaço ou lago
água zul, barrenta amarelada
brilha sobre a luz dos olhos meus.
Onde o sol se punha
uma luz cintilante escurecia
mostrava-me que o dia jazia
sem os aplausos de quem o mais usufrui.
Na colina sagrada
onde os sonhos não dormem
já não soavam mais as mesmas notas,
não mais perdia-se o sono.
E assim, como o sol que partia e a noite que nascia,
cultivei o tempo...
desejando a todo momento
não mais perecer.