Intransponível
E a gente se protege...se protege...se embala numa armadura que acredita ser intransponível...mas aí...chega aquele dia, que alguém se aproxima de uma maneira tão doce, tão gentil, tão deliciosamente agradável, que acreditamos que enfim, não existe mais a necessidade da proteção...e nos despimos da armadura que usávamos para nos proteger...não uma nudez desatinada. Mas direcionada...e cheia de esperança...de alegria plena...mas como é difícil se desfazer de uma maneira de viver/se proteger que nos acompanha já uma vida inteira...e a gente fica sem jeito...e esta falta de jeito nos faz não fazer...não deixar acontecer...e querer voltar desesperadamente a vestir a armadura... a se proteger...mas não existe volta...ela não protege mais...não da maneira que já estávamos acostumadas...é que aprendemos a gostar do ser gostada...tomamos gosto por nos sentirmos amadas...e para ser sincera, a armadura nem nos serve mais! Nem nos proporciona nenhum conforto(será que algum dia realmente proporcionou?) !É que aprendemos a andar leves...a passar os dias com aquele olhar distante de adolescente mesmo...apaixonado...a caminhar pelas ruas sonhando, numa fluidez que chega a se assemelhar com um estado de levitação...no ar...tão bom...tão deliciosamente leve...solto...cheio de risos e sorrisos...daquela felicidade que só conseguimos sentir, quando nos sentimos leves...amadas...desejadas...
Mas a vida segue em frente...
E mais dia, menos dia, tudo se ajeita...
quem sabe a gente inventa uma nova maneira de se proteger...ou quem sabe a gente desiste de se proteger...quem sabe a gente finalmente aceita que é bom de verdade caminhar leve...solta...no ar...e se recusa terminantemente viver diferente...
É...Viver tem disso também...
DEL CASTILHO
Havia um sofá...
Um “so far” na proximidade
Da intransponível solitude...
O toc-toc da Olivetti ou da remington
Para minha inspiração
E uma corda imaginária no teto
Para minha solidão...
Havia horas para se empacotar a vida
E fazer pilhas de paciência...
O gotejar incessante de alguma torneira
No mais profundo silencio,
Passos pelas dependências da minha ansiedade
Fantasmas de mil purgatórios...
Havia o telefone para confidências
De paixões inadimíssiveis
Durante a madrugada...
Havia o corredor que conduzia `suburbana
Sangrenta e insaciável...
Havia a igrejinha onde remiam nossos pecados
A nova América que vestia o nosso país
E um viaduto para problemas sem solução...
Um abismo intransponível separa um homem santo de um homem devasso, ímpio; dois destinos escolhidos e bem delineados: a luz e o regozijo eterno ou a sombra das trevas, ranger de dentes, gemidos aterrorizantes sem fim.
A escolha é tua, qual é o local, que queres passar a eternidade???
Creio que o tempo é o confirmador de todas as coisas. Supremo, intransponível, eterno e força vetora de todas as coisas, ele fará todas as peças espalhadas pelo Espaço se juntarem novamente.
A saudade é uma impecável e indigesta sensação de vazio preenchido. Uma intransponível ponte dividindo dois mundos.
Não há sonho impossível para quem nunca desiste e acredita que intransponível é um lugar que não existe...
O tal do inimigo parte sempre da parte atacada ou de dentro dessa instituição intransponível mas que sempre há inconformados.
O segredo é um grão de areia espalhado no ar ou uma montanha intransponível, depende de quem o tem.
Jardim
Um coração aparentemente intransponível batia dentro do meu peito gelado, talvez nem batesse, afinal eu nem o observava, só sei dos meus pés, sim deles eu sei.
Subi muitas escadas, cruzei os recifes, os ônibus me transportaram.
Eu tenho medo do mar, não sei nadar, mas as águas me trouxeram. Quando eu pensei que a minha breve, insana e cansativa viagem chegara ao fim... Sua existência chegou voando por sobre o tempo, sobre o mar, e sobre a primavera, e eu que nem sabia da existência dessa tal primavera, a reconheci. Um gosto estranho surgiu, me apaixonei pela arte de cultivar flores, E desde então prossigo trabalhando sem cessar em um Jardim gigantesco e misterioso.
Enquanto permanecemos na ignorância julgamos existir uma fronteira intransponível entre coisas boas e ruins. Ao descobrir a sabedoria constatamos que tal visão é mera ilusão da mente, pois que a diferença depende apenas do significado que atribuímos a elas.
... Não seria a morte uma barreira invisível, intransponível, intangível e que nos leva ao limite de todo nosso ser?
ou seria a morte um obstáculo que para ser vencido precisa se conhecer e se perder nesse paradoxo inexorável...
eu venci a morte e ela me venceu, agora somos um... sincronizados pelo fim da batida incessante dentro do meu peito...
agora jaz o vazio e o fim de todas as coisas, de certo, ainda que sem vida...
Será este o fim?
Pena não me lembrar do começo...
Não perca tempo pensando e lamentando que o obstáculo surgido é duro e intransponível, encarando com força, garra e fé, o tempo passará e perceberás que o obstáculo ficou pra trás e não foi tão difícil assim.
Boldane A. Cordeiro
26/062017
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