Inseto
BORBOLETA
Eu não farei poema à borboleta,
inseto que esvoaça sobre a rima
furtada da inequívoca obra-prima
jamais escrita por esta caneta.
Persigo a perseguida de veneta,
mas voa a rima alheia à minha estima
a qual “torce, aprimora, alteia, lima
a frase”, que se esconde numa greta.
E o muro, “paredão todo gretado”,
é sóbrio, é careta, e é quadrado,
mas guarda para si aquela greta.
Solitário empunhando esta caneta
por ser da borboleta rechaçado,
achei-me, em outra greta, contentado.
Imagine-se um inseto e olhe para o céu em uma visão panorâmica, veja sua insignificância e mantenha sua humildade.
Duvido que não se sente envergonhado como um inseto esmagado no chão, por ver que toda a sua decepção e solidão enchem os meus olhos.
Cantarão meus lábios debalde?
Suspirarei ais em vão?
Viverei tal qual um inseto de verão?
Chega! Quero minha centelha de amor.
Inseto
Lua cheia, companhia, céu estrelado e um café é o que temos para esta noite. A calmaria e a paz que tal companheiro exala é impressionante; longa conversa... Toc!
- O que é isso?!
O silêncio toma conta.... Toc!
- Amor, me abrace, estou com medo!
A tensão os cobre... Toc!
- Amor, vá lá ver, isso só pode ser brincadeira!
Encorajado vai o homem com um leve tremor nas pernas e a ansiedade a mil, lá vai ele rumo à janela para ver de onde vem o tão amedrontador barulho. Um passo, dois passos, três passos; cada vez mais perto e mais tensa fica a situação. Chegou!!!
- Meu bem, não vejo nada, estamos ficando loucos?!
- Veja direito, hora! Somos loucos mas não a este ponto!
E com a frase se vem o silêncio... Calma... Observe bem... Toc!
- Ah, meu coração!!!
- O que é, amor?
Foi-se o homem rumo ao sofá, com o coração acelerado e pálido de medo.
- Meu bem, não chegue perto daquela janela, tem um monstro lá!!!
- Mas... Meu amor... Não tem nada ali!?
- Tem sim, olhe direito!!!
A gargalhada foi tomada pela mulher...
- Amor, eu não acredito que você ficou assustado com um pobre grilinho! Oh céus, que namorado frouxo. Venha cá, pedacinho de folha...
A mulher adorava grilos, insetos no geral, não aceitava tamanha beleza em seres tão pequenos; ela o levou para as flores que possuía em seu quintal. E o homem? Bem, o homem estava trêmulo no sofá! Mal sabia que era apenas um inseto querendo atenção, estava a procura de uma companhia e um gole de café! Para que com quentura no coração, todos olhassem a dádiva celeste que possuíam no céu, sem perceber no tempo, impressionados com grandíssimo brilho, até o amanhecer...
Eu estive no Vale sibundoy mergulhado na Amazônia colombiana, eu adoeci ferroador por algum inseto, fiquei desidratado, morrendo de dor, perdi a noção do tempo e espaço. Estava totalmente desolado.
Mas eu sabia que estava morrendo.
Então me preparei para aquilo.
E naquele momento, a beira da morte, eu olhei para cima...
E de pé, acima de mim, na claridade estava uma índia das matas, sorrindo. Ela estava com a sua tribo, cuidaram de mim, até que eu me recuperasse.
Quando eu fui embora da mata, ela me beijou.
Foi como uma explosão solar na minha bochecha.
Fez quase morrer ter valido a pena.
É assim que me sinto agora.
Quando um inseto fica batendo insistentemente na lâmpada, ele não quer quebrá-la... Ele quer a luz que só vem dela...
A libélula de Asas de Purpurina
A Libélula é um inseto interessante, parece até um ser mágico. Com asas que mudam de cor, baila majestosa e veloz, driblando seus predadores.
Vários são os sentidos atribuídos às libélulas. Em algumas partes do mundo, são vista como um símbolo de liberdade e de paz, ou ainda, sinônimo de sorte e de prosperidade. Outras vezes, são associadas às bruxas enviadas por Satanás para criar confusão.
Para mim, as libélulas representam a transformação interior, a busca pelo equilíbrio mental e pela preservação da identidade, elas nos inspiram a ir além das aparências.
de estado estático contempla-se o caos
calmo como um inseto ao exercício de seu nicho
olhos espalhados por corpos em sinestesia
compartilho da vibração
tudo é energia que há de fluir incessantemente
o pulsar dos corações vazios
acompanharão as caixas em estresse
grave que estremece a areia
fechei os olhos...
e lá estavam sua cores em negativo
sua silhueta refletida em mim
minguante.
Como um inseto
o instinto o leva a fazer
um trabalho bem feito
ele não consegue parar
coisas de inseto.
Cavando um imenso buraco
em seu próprio quintal
em apenas um momento
ele se ver tão fundo
mas ele não pensa em como sair
O inverno vai passar e ele não ganhou suas asas
O inferno chegou então ele vai queimar
não existe receio
o que são arrependimentos?
existem vozes em sua cabeça
elas querem que continue
coisas de inseto
Cavando um imenso buraco
em seu próprio quintal
em apenas um momento
ele se ver tão fundo
mas ele pensa em sair
O inverno vai passar e ele não ganhou suas asas
O inferno chegou então ele vai queimar
não existe descanso
sentindo-se observado
todos querem saber
até onde ele vai chegar
coisas de inseto
O inverno vai passar e ele não ganhou suas asas
O inferno chegou então ele vai queimar
EU VI DEUS...
Deus estava na flor, na bioindústria natural,
no inseto polinizador...
Na força do operário;
No mel da abelha, na matéria prima...
Na água da fonte,no rio a correr,
na centelha que ilumina,
o meu viver.
Vi Deus na estrela d'alva, na Natureza;
na união da família, na fé, e no café da manhã,
em volta da mesa.
O vi, no templo: no sermão do pregador,
na oração e no louvor... E, no evento da dor, estava no cântico dolente da despedida...
Vi Deus arrependido, desolado, chorando,
por ter dado tanta autonomia ao homem;
Inclusive, para pecar (desobedecê-lo).
Mas, vi um Deus alegre sorridente: onde numa grande festa, Ele, de braços abertos, recepcionava um povo de vestes brancas... Iluminado pelo perdão!
12.07.16
ÁPORO
Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.
Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?
Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:
em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.
Eu sinto como inseto.
Tenho medo de pés, jornais, venenos
De tudo o que me é maior.
Penso como humano,
Sei que o tempo é curto,
A vida menor ainda.
Sei que eu em meus quase dois metros
Sou minúsculo.
Sendo assim, volto a sentir como inseto,
Preso nessa máquina
onde engrenagens tentam me esmagar.
O mundo foi feito pra gigantes,
Mas ainda tem gente que bate no peito pra dizer que aguenta.
Para as operarias que se acham rainhas,
Nos corredores dos mais básicos mercados
Compra-se iscas inseticidas.
O momento de uma eternidade pode ser a eternidade de um momento. Para um inseto efemeróptero, suas 24 horas de vida serão tão eternas quanto os 100 anos de um jabuti. Assim como, perante o universo, 1 milhão de anos é apenas um piscar de olhos.
Joey: Ross
Ross: O que foi?
Joey: Saca só
Ross: É o cometa?
Joey: Não. Veja, tem um inseto preso no piche bem aqui.
Ross: ...
(T7E12)
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