Incerteza
AMARÉ
Passo a vida em mar aberto —
às vezes calmo, ora tempestade sem aviso.
Mesmo com medo de ondas altas,
há um receio ainda maior:
te perder em meio à extensa praia,
mesmo estando tão longe do perigo.
Ambos precisamos sempre tocar com os pés no fundo.
Como quem esquece que já aprendeu a nadar...
Por que ainda nos sentimos tão inseguros?
Quando o vento nos empurra
e o corpo, num súbito, mergulha,
buscamos um porto seguro
onde seja possível atracar.
Mas não tem jeito —
mesmo à deriva, só há uma alternativa.
Há momentos em que o coração
nos convida a saltar,
por mais turbulento que o meu mar possa estar.
E, em meio à queda, a pergunta:
Você não vem?
Mesmo sabendo que pode doer,
que depois de tanto esforço ainda podemos nos afogar,
te convido a seguirmos juntos —
nem que seja até uma próxima enseada.
E se lá também houver tempestades,
que ao menos sejamos abrigo um no outro,
pelo tempo que escolhermos estar.
E se houver calmaria,
que saibamos aproveitar a dádiva de flutuar sem medo.
Porque amar, no fim,
é escolher mergulhar —
mesmo sem saber, ao certo,
em que profundidade podemos chegar.
Sereno espírito tenho,
Quando em ti penso
Em que no passado há,
O que hoje não há
Mas se hoje não há,
No que amanhã haverá?
Um espírito remato,
Ou um sequioso ser
Que nunca se farta do hoje,
Em que há em você.
O que em ti há,
De tão longe a conquistar?
Perpétua corrente estás,
Na superstição que há
Não no que em ti há,
Mas no que em mim há...
A vida é como um jogo de dados: podemos calcular as chances, mas o resultado sempre nos surpreende.
Os sonhos nos impulsionam. No entanto, é preciso acordar todos os dias e encarar nossas limitações e incertezas.
"É muito louco esse mundo..."
É muito louco esse mundo…
Quando somos crianças, tudo o que queremos é crescer.
Ficamos ansiosos pelos 18, como se essa idade fosse um portal mágico pra liberdade, pra vida de verdade.
Mas quando ela chega… mal dá tempo de sentir.
Ela passa. Rápido. Rápido demais.
Mais veloz que um foguete, mais impiedosa que o tempo.
E aí, o que era sonho, vira rotina.
A liberdade vira responsabilidade.
A pressa vira cobrança.
E o medo começa a crescer dentro do peito.
Medo de não dar tempo.
Medo de falhar.
Medo de ir embora desse mundo sem entender direito o que viemos fazer aqui.
Porque, no fundo, ninguém sabe o que vem depois.
E talvez seja isso que mais assuste:
essa incerteza do destino final, esse silêncio depois da última batida do coração.
Mas enquanto estamos aqui…
Talvez o segredo não seja entender o final,
mas dar sentido ao agora.
Viver de verdade.
Amar sem medida.
Ser presença.
Ser memória boa.
Ser o que o tempo não apaga.
Não sei bem o que é o amor, talvez porque ele nunca tenha se revelado a mim em sua forma plena, ou talvez porque sua essência escape à razão, como tudo o que verdadeiramente importa. O que conheci foram fragmentos, alguns gestos partidos, promessas sem permanência, afetos que vinham com prazo e medo. O amor, para mim, foi sempre uma hipótese, nunca uma certeza. Uma palavra grande demais para caber nas experiências que vivi. E talvez, no fundo, o que me dói não seja a ausência dele, mas a dúvida eterna se um dia o reconheceria, mesmo que estivesse diante de mim.
"Não importa quantos anos de estudo alguém tenha, se a resposta que apresenta para tal questionamento contradiz os ensinamentos das Escrituras, está equivocada. Pois a verdade está em Deus e não na sabedoria e especulações humanas."
Enquanto lavava a louça, percebi algo óbvio.
Tão óbvio que me irrita; não por ser simples,
mas por ser antigo, conhecido em teoria
e só agora compreendido de verdade.
Talvez você se pergunte o que é.
E lhe respondo com regozijo:
é o ato de idealizar.
Mas não falo da idealização do corpo, da estética, do outro.
Refiro-me à mais sutil e silenciosa:
a idealização da vida.
Essa mania de projetar o amanhã como se fôssemos oniscientes,
nós, que mal lembramos o que almoçamos há dois dias.
Sorri.
Como pude nunca perceber algo tão evidente?
Explico.
Enquanto segurava um prato escorregadio e ensaboado,
pensei no que viria logo depois:
"Termino aqui, guardo as luvas, subo devagar as escadas..."
Tudo calculado, tudo tão claro.
Mas bastaram milésimos de segundo para minha mente
começar a antecipar caminhos,
todos desconsiderando a possibilidade mais real de todas:
os imprevistos.
Foi então que entendi:
por mais que eu deseje algo com todas as forças,
não é só o esforço que o torna possível.
Porque a única certeza é a incerteza.
E perceber isso…
é uma das coisas mais belas que já experimentei.
Tudo é incerto.
Absolutamente tudo.
Num nível tão profundo que chega a ser poético.
Tudo exceto três coisas:
a certeza da incerteza,
a dubiedade da minha existência (e, paradoxalmente, ainda assim existir),
e a certeza de Deus.
Sim, de Deus.
Pois é a própria dúvida que O confirma.
Se eu fosse Deus, não haveria incerteza em mim.
Eu seria resposta para tudo.
Mas como não sou, e a dúvida existe,
a própria existência dela me convence
de que há alguém além de mim;
alguém que é certeza,
e que, por isso mesmo,
é Deus.
E aqui estou.
Lágrimas nos olhos.
Sorriso largo.
Uma alegria que não sei descrever.
É como se, depois de anos,
eu finalmente entendesse o que sempre tentei entender e não consegui.
Como se tivesse encontrado, enfim, a porta,
e não só isso,
como se agora eu também soubesse atravessá-la.
Como se compreendesse a vastidão do universo dentro de mim.
Meus neurônios, uma teia cósmica.
Meu coração, o compasso das galáxias.
Tudo pulsando com uma sabedoria que não sei decifrar,
mas sinto.
Profundamente.
Ó, meus demônios, sombras que me habitam,
Formas retorcidas de um eu que não quis,
Vós, que me arrastais para abismos sem fim,
E me aprisionais em celas de aço frio.
Medo, imenso abismo, que me devora,
Onde a esperança se afoga e a razão se perde,
Tu, que me paralisa e me aterroriza,
Transformando meus sonhos em cinzas mortas.
Insegurança, tua voz ecoa em meus ouvidos,
Sussurrando dúvidas e plantando espinhos,
Tu, que me roubas a paz e a alegria,
E me faz duvidar de cada passo que dou.
Mas eu vos desafio, demônios e abismo,
Não me curvarei diante de vossa tirania,
Lutarei contra vós, com todas as minhas forças,
E conquistarei a liberdade que me pertence.
Em minhas veias corre um rio de rebeldia,
Que alimenta a chama da esperança que me habita,
E me impulsiona a enfrentar cada desafio,
A fim de construir um futuro mais bonito.
Ó, universo, testemunha minha luta,
E concede-me a força para superar,
Os obstáculos que se erguem em meu caminho,
E alcançar a luz que me guia.
Coração Dividido
Em um labirinto de emoções, onde a luz e a sombra se entrelaçam, reside um coração dividido. Há um calor vibrante que se acende sempre que ele está por perto, uma paixão que parece transcender o cotidiano. É um amor que faz o mundo parecer mais colorido, onde cada sorriso e cada olhar trocado se transforma em um momento eterno. Esse sentimento é como um fogo que, embora ardente, traz consigo um misto de alegria e incerteza.
Por outro lado, existe o carinho profundo, um amor que, embora confortável e seguro, não possui a mesma intensidade. Ele trata com ternura, como se cada gesto fosse uma declaração de afeto, e isso é inegável. No entanto, o coração anseia por algo mais, algo que é difícil de definir, mas que se manifesta em pensamentos e sonhos.
A dúvida está sempre presente: seria possível deixar para trás o que é seguro por algo que, embora excitante, pode ser efêmero? O medo é um companheiro constante, um eco que ressoa nas decisões a serem tomadas. A ideia de perder o que se tem por algo incerto é aterrorizante. E, no fundo, a pergunta persiste: será que o amor verdadeiro é aquele que queima intensamente ou aquele que proporciona paz e conforto?
Neste emaranhado de sentimentos, o coração busca clareza, desejando entender qual caminho seguir, entre o que é conhecido e o que é desejado, entre a segurança e o impulso do amor arrebatador. É um dilema emocional onde cada escolha pode levar a um novo destino, repleto de esperanças e receios.
As vidas humanas que dizimamos em nossas guerras, geram um fato vergonhoso, num entanto, mas vexatório será o dia em que tivermos que pedir perdão as máquinas por nossa existência.
Na teia das minhas reflexões noturnas, eu me encontrava entre a resignação e a revolta, entre o desejo de mudança e a incerteza do desconhecido.
Beleza incomparável
Ligando meu céu a terra
Me deixando vulnerável
Em meio a uma guerra
O céu na mente soletra
Palavras de incerteza
A terra no peito grita
Oque o coração deseja
Uma atitude mal refletida ou uma decisão precipitada,é como embarcar e uma viagem rumo ao desconhecido.
Eu não sou o único homem sobre a Terra e talvez só haja Terra e homens.
Pode ser um deus, um engano.
Pode ser que ninguém tenha me condenado ao tempo(essa longa ilusão) a não ser eu mesmo.
Já não sonho a Terra , meus olhos não à percebem.
Já não sonho a noite e muito menos a manhã.
Já não sonho a vida eterna.
Já não sonho os céus.
Sonho o Sol
Sonho a lua
Sonho a aurora
Sonho a dúvida e a incerteza.
Sonho o dia do eterno amanhã.
Mas talvez não haja amanhã,
talvez eu morra, talvez eu nasça e talvez a vida seja, assim como essa descrença, infindável e ininteligível.
Sonho, talvez, um sonho.
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