Filha mais Velha
Aquela velha história da "Madalena" tem mais de dois mil anos, e o engraçado é que ainda hoje ela sempre se repete, com uma diferença, hoje a hipocrisia é consumada por qualquer motivo que desperte inveja.
Ainda sou da velha escola que acredita que o humor e sátira aparece diante do fato inesperado cotidiano. Assim é com a melhor parte das piadinhas, historinhas e diálogos do anedotário popular brasileiro. Como aquela conversa de uma mulher ao receber um galanteio grosseiro de um homem, por ela estar bebendo cachaça diante do balcão de um botequim, a esta altura os dois visivelmente bêbados e só pensando em bebidas... e a fina dama replicou irritada - eu bebo "Cachaça" sim, você não me "Conhaque", não sabe da onde eu "Vinho", então peço por favor não me "Campari" com qualquer "Rum" e "Gin" de conversa.
Sabe aquela velha máxima "onde se come um come dez"? É mentira pura. É conversa fiada, é historiazinha pra o boi dormir e a vaca parir.
A poesia aponta caminhos
te livra da velha mesmice
privilegia o desapego...
Te leva a um novo universo,
extenso caminhar de sonhos
enigmas e desassossego.
Acredite;
Um dia você vai ter saudade;
Da boa risada;
Da velha amizade;
Da força da juventude e toda capacidade;
Do tempo em que não requeria tanta responbilidade;
De cada momento que foi felicidade;
E da vida que viveu a vontade.
Então aproveite;
Em tudo ame de verdade.
Nara Nubia Alencar Queiroz
@narinha.164
A velha estrada.
Após percorrermos longas e diferentes estradas, nos reencontramos na mesma esquina.
Cheiro
Eles caíram em brumas,
Presos a velha ignorância,
Rupturas em forma de lamas,
Se manifestam no cheiro dessa fragrância.
Cheiro de incansáveis guerras
Onde batalhas foram vencidas na mente,
Cheiro molhado,Cheiro de terra,
Cheiro sofrido de gente inocente.
Cheiro de perdas duras,
Da rude e cruel dor,
Cheiro amargo fantasiado de doçura,
Cheiro do ódio e de rancor.
Cheiro de paz e de Vitória,
no despertar dessa manhã,
Escrevendo uma nova história,
Nesses campos de maçã.
Cheiro doce da verdade,
Ao romper da grande tribulação,
Cheiro leve de felicidade,
Essência libertária de um grande coração.
Cheiro de uma paz infinita,
ecoando nas imensidões da mente,
Cheiro que silencia o que grita,
e que liberta o que sente.
Cheiro claro e escuro,
Cheiro doce e azedo,
Cheiro que rompe um grande muro,
Cheiro que liberta do degredo.
Lourival Alves
Mulher
Mulher,sentido da vida,
Que desperta a velha saudade,
A que cura velhas feridas.
Mulher,verdadeiro caminho,
Sentido reto, sempre,
Capaz de retirar todos os espinhos,
Capaz de carregar vida no ventre.
Espinhos de uma carne ferida,
Onde a dor é imensa,
Mulher,das subidas e descidas,
Mulher, de virtude intensa.
Mulher, que um homem cativa,
Com seu jeitinho gracioso,
Malícia de menina ativa,
O teu beijo é precioso.
Mulher, criatura bela e rara,
Frágil, meiga ou guerreira,
De pele escura ou de pele clara.
Travessa ou séria como uma freira.
Mulher que tanto ama,
Mulher que muito grita,
Atitudes rebeldes e insanas,
O meu simples âmago irrita.
Irrita,pelo mundo não reconhecer,
O valor dessa nobre criatura,
O seu jeito meigo de ser,
Enche o mundo fútil, de ternura.
Lourival Alves
Estrada
Durante uma noite inteira,
Estive acordado e pensando,
Na velha estrada companheira,
Estrada,que esteve me acompanhando.
Como é bom em você caminhar,
Tendo o privilégio de viajar na janela,
Em teus seios me debruçar,
Beijar os teus lábios à luz de velas.
Estrada amiga,íntima e com curvas,
Onde tudo consta nas placas do amor,
Nessa estrada não tem o medo da chuva,
Dos desencontros e também da dor.
Deixe-me percorrer as suas curvas,
Apreciar a paisagem do teu olhar,
Subir as montanhas sem medo da chuva,
Embeber-me no mel dos teus rios e sonhar.
Sonhar em tê-la eternamente,
Em meus braços desprezados,
Abraçar o teu corpo e entrelaçado a sua mente.
Como faz os velhos namorados.
Lourival Alves
"Eu sou igual a
ponte velha de Iracema;
muitos agouram que caia
e ela continua lá,
como uma espécie de desafio.
"☆Haredita Angel
Um dia...
ouvi a voz da criança que gritava:
- Me tira daqui por favor!
Vinha de uma velha gaveta que eu tinha fechado
e acreditava ter perdido a chave.
Haredita Angel
24.09.2017
"Chamam-me velha, parecem esquecer que eu .continuo sendo Eu!
Meu cabelos brancos, minhas rugas, minhas cicatrizes são medalhas que o tempo me conferiu.
Não preciso esconder nem disfarçar os meus anos, eles são meus, vividos um a um sem saltar nenhuma fase!"
Haredita Angel
11.09.25
Cora, Voz dos Becos e das Almas
Neide Rodrigues
Nos becos da velha Goiás,
a vida fala em voz mansa e antiga.
As pedras guardam passos de sonhos,
e o vento sopra estórias esquecidas.
No tear da memória,
ela abre o seu Livro de Cordel,
onde cada verso é um pedaço da vida,
costurado com linha de fé e simplicidade.
De um Vintém de Cobre, faz riqueza
pequena no bolso, imensa na alma.
Confessa à lua suas meias confissões,
entre o pão, o quintal e a esperança.
Na Casa Velha, mora o tesouro:
um pote de ternura, um cheiro de pão,
lembranças bordadas no linho do tempo,
e o amor doce como o mel da infância.
E quando o sino toca em Vila Boa de Goiás,
a menina Aninha desperta outra vez,
espalhando poesia nas ruas de barro,
onde o coração da vida ainda floresce.
✨ Por Neide Rodrigues
(À Cora Coralina — a mulher que fez da simplicidade sua eternidade.)
“Eu ainda guardo aquela velha caixinha de música, lembra? Aquela que você comprou pra mim no centro histórico da sua cidade. E ainda coloco pra funcionar toda vez que sinto saudade sua. Na verdade, é uma das minhas muitas manias querer que as coisas funcionem a meu modo e no meu tempo. Porém, da mesma forma que tenho essa velha e péssima mania, o universo conserva a mania de rir da minha cara a cada vez que eu fracasso. Fracassei com você mais uma vez. E aí fui obrigada a doar os presentes que você me deu, pois seria covardia deixá-los envelhecerem guardados no armário. Exceto pela caixa de música. Você sempre dizia que cada música tem o poder de criar histórias únicas e essa música da caixinha conta a história de dois corações se encontraram e enquanto um foi lua, o outro foi sol. E o ritmo de ambos não permitiu que um eclipse se formasse. Essa lua quer tudo no teu tempo, já o sol não soube medir a temperatura dos raios que lançava. Essa música, em específico, conta a história de dois corações que nunca aprenderam a dançar aquela valsa. Nada deles era ensaiado e, embora isso seja o mais lindo no amor, o ensaio da mão dada e da conversa e do diálogo é só uma das partes de uma receita inteira sobre como fazer dar certo. Lembra que eu gosto de tudo no meu tempo? Mantenho em meu pulso um relógio com dois minutos atrasados pra que nada que eu faça em relação a você seja apressado demais. E eu sei que não faz sentido. Mas aquela música, aquela da caixinha que eu ainda guardo, ela também conta a história de alguém que mete os pés pelas mãos e erra incontáveis vezes tentando acertar. Mas se há algo que ninguém nunca me contou sobre o amor, é que por mais que os erros sejam peças importantes de um tabuleiro, também são eles que nos fazem levar um xeque-mate. Do tempo, da vida, do outro, do próprio amor. Quando eu fui lua, você foi sol e a gente teve que aprender a viver assim, se admirando de longe, se querendo por perto, mas obrigados a viver separados. E aí a música que toca nessa caixinha me lembra que a composição feita dela também fala de amor. Fala de beijo na boca, de discussão, dos medos e dos pequenos acertos do dia a dia. Fala daquele abraço apertado e da gigantesca saudade que minhas células sentem das suas. Na verdade, agora eu posso ouvir uma história diferente ecoando da melodia. Fúnebre, triste, melancólica, como quem diz que infelizmente essa música não pertence mais a mim. Eu não aprendi a te deixar. Mas a cada nota que falha pela gasta bateria dela, eu me convenço que esta história morreu e que preciso- muito- construir outra. Seria burrice não fazer isso. Agora posso dizer que ainda guardo a caixinha, mas quando sinto saudade sua, me contenho e faço um café. Vi no jornal que hoje tem eclipse, mas infelizmente não sou mais a lua.”
Ideologia de um vencido
Essa ideia enegrecida e velha,
de ideologia hipócrita e tola,
penetra no fundo de minha mente
há tempos já insuportáveis.
E me irrita muito esta ideia,
pois se abstém de sentido
para mexer com as sensações humanas
da ilógica do coração.
Tenho sentido o cortisol
advindo desta ideia maldita
que pulsa cá dentro,
na angústia eterna do desamor.
À este ponto, a luta torna-se vã
e não vejo caminho certo,
nas indecisões da vida vazia,
que satisfaça este coração cansado.
Tua vida, filha, é um texto que há tempos começamos a escrever, mas, daqui em diante, também te cabe pegar esta tinta e delinear o teu curso, tome só cuidado com o que retiras do nada e trazes à superfície, é comum borrar ou rasurar um trecho, mas é impossível apagá-lo, a palavra se faz carne, e a carne se lacera, a carne apodrece aos poucos, mas é também pela carne que a palavra se imortaliza. Não há borracha para um fato já vivido, pode-se erguer represas e costões, muralhas e fortalezas para barrar o fluxo das horas, mas, uma vez que o sol se torne sombra, que o luar penda no céu em luto, a névoa se disperse na paisagem pendurada à parede, o dedo acione o gatilho, nada mais se pode fazer; nossa jornada, aqui, é única, a ninguém será dada a prerrogativa, salvadora ou danosa, da reescrita.
Faz três dias que eu não durmo direito
Sua filha me deixou desse jeito
E o que ela mais fala é que a senhora é brava
Mas hoje eu não vou aceitar levar um não pra casa
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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