Festa Surpresa
Quando for a uma festa lembre da regra mais importante a ser considerada, jamais pegue a filha do anfitrião na frente dele e já aviso que a esposa também está fora de cogitação.
Catorze versos me recebem com festa, numa alegria que poucas vezes vi.
Como é maravilhoso chegar ao poema e ser recebido assim.
Descobri que o soneto e dócil e que seus versos, apesar de carrancudos são muito amáveis.
E AGORA, DRUMMOND?
A FESTA VAI COMEÇAR
A PEDRA ME BEIJA
A BRUXA DA VASSOURA
ABRE ASAS DE ANJO
E VOA!
ELA DIZ QUE ESTÁ LOUCA
PASSA BATOM VERMELHO
E MINHAS PERNAS ME NEGAM
A FESTA VAI COMEÇAR:
ELA ESTÁ LOUCA, EU ESTOU BROCHA!
E AGORA DRUMMOND???
Ela reparou e você nem viu.
Do outro lado da festa, no outro extremo da biblioteca, no corredor e na cantina ela te observou de longe. Visitou o teu perfil, olhou todas as fotos, leu as tuas postagens, cada comentário nas fotos, cada curtida, cada concorrente assanhada. Apresentou você "azamigas", ao destino, ao diário, aos pedidos antes de dormir. Ela pediu de você, pesquisou você, investigou o seu passado, sua rotina, seus gostos. Sim ela se interessou, gostou do sorriso, da forma de andar, do seu jeito e da forma de se expressar. Passou pertinho para sentir o perfume, esbarrou para sentir o seu corpo, desfilou várias vezes para ganhar o seu olhar. Ela deu os sinais, deu a "deixa" para que chegasse, ela fez a parte dela. Ela é diferente e vai esperar que você a chame, procure, note-a, ela não vai se atirar, arriscar parecer desesperada, ela espera. Tem bons livros, chocolates, filmes e uma cama aconchegante. Ela acredita no destino, por isso, espera sua atitude, pois se for para ficarem juntos, crê ela que ficarão e caso não for, ao menos, ela pode dormir.
A vida é uma festa, uma coisa moderna, que precisa curtir, e não só fingir, às vezes pensamos só em nós, não em vos, seja verdadeiro, não perfeito.
Ainda lembro bem, daquele final de festa a dois. Sorridentes, ele a olhou e disse: Vamos? Ela olhou-o e respondeu: Vamos! E foram felizes entrelinhas, sem desculpas, nem porquês e nem deixas fatais.
Ano passado, na festa de despedida de uma amiga, ouvia calada e com atenção seu dolorido discurso sobre o quanto ela se preocupava com a decisão de ir embora. Dizia se preocupar com a saudade antecipada da família, com a tristeza em deixar um amor pra trás e com a dor de se afastar dos amigos. Ela iria embora para Londres com tantas incertezas sobre cá e lá, que o intercâmbio mais parecia uma sentença ao exílio.
Dentre dicas e conselhos reconfortantes de outras amigas, lembro-me de interromper a discussão de forma mais fria e prática do que gostaria:
“Quando você estiver dentro daquele avião, olhar pra baixo e ver todas estas dúvidas e desculpas do tamanho de formigas, voltamos a falar. E você vai entrar naquele avião, nem que eu mesma te coloque nele.”
Ela engoliu seco e balançou a cabeça afirmativa.
Penso que na época poderia ter adoçado o conselho. Mas fato é que a minha certeza era irredutível, tudo que ela precisava era perspectiva. Olhar a situação de outro ângulo, de cima, e ver seus dilemas e problemas como quem olha o mundo de um avião. Óbvio, eu não tirei essa experiência da cartola. Eu, como ela, já havia sido a garota atormentada pelas dúvidas de partir, deixando tudo pra trás rumo ao desconhecido. Hoje sei que o medo nada mais era do que fruto da minha (nossa) obsessão em medir ações e ser assertiva. E foi só com o tempo e com as chances que me dei que descobri que não há nada mais libertador e esclarecedor do que o bom e velho tiro no escuro.
Hoje a minha amiga não tem mais dúvida. Celebra a vida que ela criou pra ela mesma lá na terra da rainha, onde eu mesma descobri tanto sobre minha própria realeza. Ironicamente – e também assim como eu – ela aprendeu que é preciso (e vai querer) muitas vezes uma certa distancia do ninho. Aprendeu que nem todo amor arrebatador é amor pra vida inteira. Que os amigos, aqueles de verdade, podem até estar longe, mas nunca distantes. Hoje ela chama o antigo exílio de lar, e adora pegar um avião rumo ao desconhecido. Outras, como eu, e como ela, fizeram o mesmo. Todas entenderam que era preciso ir embora.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.
Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.
As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas.
Os que não acreditam em Jesus estão na festa da perdição, tomando uns goles com Satanás, aguardando por cima, a taça da ira de Deus.
E de repente estava tendo festa no céu, e tudo que era de mais pura santidade divida estava voltado para nós dois.
Gosto de dia que parece noite
noite que parece festa
festa ao qual sou penetra
Gosto do estrago
trago rosas
trago boas novas
trago cigarros baratos
trago vida
trago, trago...
trago poesia.
Já não existem dias maus
Toda solidão foi desfeita com tua chegada
Meu ser está de novo em festa
E em tudo você hoje faz morada.
A festa já está acabando
Você fica se perguntando
Que será que ainda dá tempo
de participar da dança
Poema sem asa
Canção sem vitrola ou viola
Menino sem casa ou escola
Será que tudo se perdeu
No tempo em que não tinha tempo
de pensar na vida
Será que você se esqueceu
Que a gente nasce nesta vida
Pra que ela não seja perdida
Ou será que o tempo escondeu
Aquilo tudo que era seu
Pra que você encontrasse
na próxima partida?
Sabendo agora
Que no Céu há algo escrito
Você olha o infinito
Mas o excesso de destreza
Te afastou dessa Maravilha
Na medida
Em que ofusca-te a pureza
Necessária
Para ter tanta certeza
Realmente
Não há como haver grandeza
Quando ser grande
é um desejo consciente
Será que aquela Estrela
Oscila tanto enquanto brilha
Pulsa a Constelação da Ursa
Ou será que seu olhar
vacila?
A festa é por excesso de alegria e mesmo com tanto sofrimento e injustiça, ainda sobra mais dia após dia.
É agora menina?
Já não basta o José?
Agora vai ter que ser Maria também?
Sim a festa acabou,
A luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, Maria?
e agora, você?
Neste dia nasceu Alda
Fez-se assim festa na terra
Chegou para entornar alegria
Escorrer simpatia
Correr sabedoria
Amor espalhar
Marcou nossas vidas
Parabéns Alda Querida
Parece que sou atrasada em tudo desde que nasci.
— Onde foi a festa que ninguém me convidou?
— Quem comemorou o quê? E Por que?
— Onde eu estava todo o dia de hoje e ninguém me notou?
— Quem foi embora? Porque notei que tem alguém que chora.
— Onde estão os motivos dos sorrisos que não sorri?
— alguém viu? porque eu não vi ...
— Quem me amou como mulher?
— alguém sabe me dizer? Diga-me quem souber ...
Mas já ouvi falar que o mês de Março é o mês do meu aniversário.
E não me lembro de nem mesmo na infância o ter comemorado.
Isso é um tantinho triste, mas também hilário ...
Já cheguei a uma certa idade, em que não ligo pras mentiras.
Sequer as escuta. Quero verdades. E pela verdade eu luto.
Mas até as verdades se atrasam para chegarem à mim.
Acho isso um absurdo! Ah, acho sim ...
Sempre tenho a sensação de estar e chegar atrasada à tudo.
Mas não fiz disso um problema.
.
Sabe o que fiz?
.
— Fiz
[Pó]ema!
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