Festa Bebida
Surgiram enredos embriagados,
Coisas de uma tarde com gosto de charutos,
E a lembrança de uma noitada de vinho,
E tantas outras com gosto de lúpulo,
Nada melhor que qualquer bom motivo,
Para um gole de um rebolado sonho,
Tocando sem parar nesse palco,
É o samba do devaneio,
ÁLCOOL
Ela bebia, tinha vida social,
muitas ligações, convites e opções.
Ela era progressista,
antirracista e feminista.
Por um segundo quase eterno
pairou um silêncio de espanto
assim que ela me perguntou
se eu havia bebido ou bebia.
Pra ela foi choque, talvez a sentença:
eu não tinha essa compatibilidade
e talvez pra ela fosse muito importante.
Não sei, mas sinto que as coisas mudaram
e eu gostaria de saber
em que parte eu tenho dificuldades
de aceitar que ela não me quer.
Talvez encontrando motivos
que nem sequer existem
ou encontrando valores que
nem ela declarou ter.
Será que o álcool nos separa?
Foi a pergunta que comecei a fazer.
É estranho, mas não deveria ser.
Embriaguez
Nossas mães e esposas dizem para não bebermos. Infernizam-nos, caramba!
Nada vem de graça. Sei disso. Mas vivemos em um mundo caótico e imprevisível. Amanhã posso acordar morto.
Então, se puder comprar felicidade no presente, que é certo, com a possível dor de um futuro incerto, está não será uma ótima barganha?
Muito me admira esse pessoal tido como "evoluído" que já chegou ao nível de se alimentar de luz, fotossíntetiza seu próprio alimento, claro que não irão matar o coitado do alface, ou seja, eles são o suprassumo da humanidade, se incomodar de sobremaneira com a vida alheia, principalmente quando me delicio com minha carnificina, com meu bife de picanha ou mesmo quando fico feliz com minha carne de segunda. Gostaria simplesmente e sinceramente compreender, mesmo de forma rudimentar.
Sou tão limitado e talvez seja um pouco difícil, sou praticamente um homem das cavernas pronto para acertar a caixa craniana de nego com um meu tacape.
Como esse pessoal chegou a tal nível de evolução olhando tanto pro lado, principalmente reparando tanto no meu prato? Se vocês chegarem mais perto eu vou rosnar
O CARME DO COTSOLO
Não existe melhor sensação que viver uma paixão muito bem correspondida,
Havendo entraves ou não, curto intensamente este silencioso e paco frenesi
Abendiçoado pelo fascínio, sou festo nesta garrafa com teu rótulo sem bebida
Sequioso, degusto-te e não te bebo simplesmente, pois quem somente te bebe
Não sente a essência do teu ser e a dignidade de embriagar-se de fogo e paixão
Que arde sem se ver. Sedenta a botelha doce, ancas únicas, curvilíneas e polidas
Olhar cintilante, toda Tu, espirituosa, quente e envolvente. Almejo estar cada vez
Mais envolvido, enredado, enrolado, enrolhado, enroscado e embriagado de ti
Com garantia da bendita babalaza, que se predispõe a ser somente por ti, desarmada
"Há pessoas que só bebem em circunstâncias muito especiais. Mas consideram especiais todas as circunstâncias em que bebem."
A qualidade do teu cocktail não depende de um shaker de inox ou de cobre, e se queres que te diga o cliente também não quer saber, ele apenas quer beber algo com qualidade e que no mínimo valha aquilo que ele pagou.
Não há como negar o passado, tão pouco a dor que sofri.
Todos os comprimidos, os cortes, toda a bebida.
Isso traz a força, de um algo que havia se quebrado por diversas vezes, mas que foi remendado com uma linha fina, quase imperceptível.
A dor, a angústia, são lembretes do quão fodido a vida pode ser, mas de quão foda é a essência do meu ser.
Porque não importa quantas vezes e em quantas partes a minha alma tenha sido quebrada nesses anos todos, eu ainda vou arrumar uma forma de estar aqui.
Por conta da hodierna “chiênchia”, TODA alimentação sofreu transformação genética e agora chegou à vez de TODA a humanidade passar pelos mesmos processos degenerativos de suas células. Doravante, TUDO será (já é) “trans”!
Um louco é preciso, muitos loucos são necessários.
As grandes coisas assim acontecem, sou fascinada por doses de genialidade (irmã da loucura) como se toma whisky e vodka: em boas doses
Um vento que soprava...
Testemunha de segredos da madrugada...
Promessas desconexas surradas...
Sob a calma das estrelas...
Entre as sombras de uma rua mal iluminada...
Um copo de bebida esquecido...
Enquanto o cigarro fumegava...
As horas loucas se perderam...
No ar onde a respiração doce arfava...
Óh...
A carícia da terra...
A juventude suspensa...
As coisas mais simples...
Sei que há diferenças...
Mas tudo se esquece...
Quando a gente se ama...
E já nada mais me doer...
Melhor até se o acaso...
Fizerem-me nessa rua deserta...
Encontrar você...
Sandro Paschoal Nogueira
Destruição ta aprovada pelo governo em bares.
Oficina perfeita que cria destruidor de lares
Casamento afundou, não tem boia nem resgate.
"Ate que o porre nos separe" faz mais sentido a frase
Quem é adorador dovinho se satisfazsaboreando uma garrafa de boa qualidade.
Quem bebe um garrafão de vinho barato é um bêbado tentando se embriagar enão um apreciador da bebida.
Não é sobre vinho.
A inveja era a protagonista
de um furor que só!
Era proibido tê-la.
fazê-la.
ao menos pensá-la.
Dizia-se nunca
terem...
Aquela que tivesse,
sobre ti,
estava feita a intriga.
Eram todas de índoles
incoercíveis.
Almas imaculadas.
bem-apessoadas.
Nos corredores,
nenhum cochicho.
No almoço,
boas conversas.
Nos grupos,
juras de amizade.
Mas era sábado,
após o escritório.
nos pagodes espetaculares.
o certame estava na arrumação,
no batom,
na bolsa,
no trejeito.
Na mesa
eram três,
a do meio se ausenta.
iria ao banheiro,
retocar a maquiagem.
Ficou sobre a mesa,
3 taças de dry martini,
meio maço de cigarro,
e 3 bolsas da melhor grife.
E claro...
Um murmúrio.
Sobre o que era,
talvez,
o vestido azul
mais tosco,
ultrapassado
e ralé
que as duas já viram.
De cara retocada,
a do meio retorna a mesa.
Olhos revirantes,
sorrisos que doem até os dentes.
Elogios insidiosos.
Uma cortesia divina.
Ficou tão alegre,
agradeceu pelo afago.
Ficou feliz,
por terem gostado...
do seu vestido azul...
