Fernando Pessoa agradecimentos

Cerca de 1095 agradecimentos Fernando Pessoa

Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.
Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são seu nome
Dentro em mim a vibrar.

Inserida por rapha777

A ciência! Como é pobre e nada!
Rico é o que alma dá e tem.

Inserida por carlosmachado67

A Íbis, a ave do Egipto
Pousa sempre sobre um pé
O que é
Esquisito.
É uma ave sossegada,
Porque assim não anda nada.

Inserida por carlosmachado67

A lucidez só deve chegar ao limiar da alma.
Nas próprias antecâmaras do sentimento
é proibido ser explícito...

Inserida por profeborto

Tudo vale a pena se vida não é pequena

Eu sou um rei
Que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços (...)
Despi a realeza, corpo e alma
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia

Inserida por dia_marti

Abrem mãos brancas janelas secretas
E há ramos de violetas caindo
De haver uma noite de Primavera lá fora
Sobre o eu estar de olhos fechados...

Inserida por dia_marti

CONSELHO
Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és —
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...

Inserida por EdnaToguchi

Quando Eu Não Te Tinha

Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor –
Tu não me tiraste a Natureza...
Tu mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as coisas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.

Fernando Pessoa
“O Pastor Amoroso”. Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1946.
Inserida por vera_gavina_mendonca

[...] não me recordo de nenhum livro que tenha lido, a tal ponto eram minhas leituras estados de minha própria mente [...].

Inserida por miguelogin

Odiamos o que quase somos.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

Pode alguma coisa ser mais imunda, mais suja do que um porco? Se estivermos a falar de coisas externas, não.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

Não haja medo que a sociedade se desmorone sob um excesso de altruísmo. Não há perigo desse excesso.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

O misticismo é apenas a forma mais complexa de se ser efeminado e decadente. O único lado útil da inutilidade.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

Isto está tudo decadente: já nem decadentes há.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

O maior erro que os homens podem cometer é tentarem saltar por cima da gradualidade e da evolução da natureza e realizar hoje aquilo que a natureza previu para amanhã.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

Crer é errar. Não crer de nada serve.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

O que há de bom ou mau em qualquer crença, qualquer, é o modo como se crê. O bem ou o mal estão no psiquismo do crente, não na crença.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

O agnosticismo puro é impossível. O único agnosticismo verdadeiro é a ignorância. Porque para nos radicarmos no agnosticismo é-nos preciso um argumento para nos persuadir que a razão tem certos limites. — Ora quem observa pode parar; quem raciocina não pode parar. Portanto quando pelo raciocínio havemos provado a limitação ou a não-limitação destas e daquelas faculdades, não podemos dizer: «paremos aqui» mas devemos seguir no raciocínio e tirar dessa limitação ou não-limitação as consequências deduzíveis. Assim fazem todos os «agnósticos» consciente ou inconscientemente.
(Aforismos e Afins)

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Inserida por AdagioseAforismos

Os espíritos altamente analíticos vêem quase que só defeitos: quanto mais forte a lente mais imperfeita se mostra a cousa observada. O detalhe é sempre mau.

Inserida por FrancisIacona

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