Eu Nao tenho Culpa de estar te Amando

Cerca de 808818 frases e pensamentos: Eu Nao tenho Culpa de estar te Amando

Quando eu for no meu fim
Sentiram saudade de mim:
o cerrado, o Joca, o jardim
Bagatelas
Nem dou trelas
Velarei sem velas

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Maio, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

Epílogo

Eu desperto no cerrado em cada alvorada
Sem acaso no destino, alma esbaforida
A fé de uma confiança vaga, indefinida
O poetar de encontro numa encruzilhada

O tempo se fazendo em horas, estirada!
Dum vulto da estória na história recolhida
Em sobras de ir e vir, querendo despedida
E o fado se deslocando em outra jornada

Não vejo um ideal estampado na vida
Do avanço veloz e distante da passada
O fim do horizonte aumenta a corrida

Neste vazio do hoje, o epílogo é morada
Criando e recriando as perdas já vencidas
Numa entusiasta esperança de virada...

Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Quando eu nasci, um anjo torto
desses que são iguais ao cerrado
Disse: vai, e pelo devaneio seja absorto

(Luciano Spagnol
poeta mineiro do cerrado)

*parodiando Carlos Drummond de Andrade

Inserida por LucianoSpagnol

Adeus ao cerrado

Oxalá
Que eu volte então
Para o poetar de lá
E assim na retribuição
Só saudade sinta de cá

Oxalá
Que de lá eu só despeça
Em breves idas ali e acolá
E então volte bem depressa
Sem ter que servir de escala

Uma coisa é certa, a gratidão
O cerrado foi recompensa
E um bem ao meu coração

Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Até depois se Deus assim permitir
Eu vou, pois lá é o meu lugar
Oh, cerrado! Devo ir
Te gosto mas pra beira mar vou voltar
O fado é quem determinou
Despeço de ti com gratidão
Se vim agora vou
Pois o meu poetar aqui sente solidão

Inserida por LucianoSpagnol

Passo a passo

Eu vim passo a passo errando
Parei no cerrado, hoje solitário
Chão árido, místico templário
Me vi na sorte contemplando

Então pus asas no imaginário
Em vagidos ocos, murmurando
E como peregrino venerando
Em silêncio, orei neste sacrário

E assim o meu poetar ficou perdido
Entre sonhos aos sons estradivário
Devaneando em suspiros indefinido

Já fiz o que vim fazer, involuntário
Fui nobre reverência e saio provido
A alma cheia de um amor solidário

Luciano Spagnol
Maio, 24 de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Só de ouvir as rajadas do vento, no cerrado, valeu eu vir...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano)

Inserida por LucianoSpagnol

Eu sou o que fui, mais no que serei
(pelo menos tento),
Um matuto que no cerrado deixei
Na diversidade sou igual ao vento
Sem visibilidade, mas com percepção
Brisa e vigor. Se assim eu não contento
Sinto muito, sou eu: amor, letra e canção.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto do meu eu

Em busca do meu eu, muito errei
Noite a dentro, adentrava em prece
Tolo fui eu, pois a vida acontece
E por muito querer, muito eu andei

Neste dilema o silêncio foi solitário
Achei areia e cascalho sob os pés
E nas procuras tive prazer e revés
Mas sempre nostálgico no itinerário

Fechei os olhos, e ao amor poetei
Pois a poesia tornou-me alicerce
E nos vários temores me encontrei

Tive fala de saudade no meu diário
A cada por do sol tentei ir através
Mas fui operário no meu eu arbitrário

Luciano Spagnol
01/06/2016, 03'16"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A NOITE ACORDADA

Pelo cerrado a me conduzir
ia eu pela noite sozinho
sem sono pra dormir

Ia eu pela noite sem dormir
solitário e tão quietinho
sem sono e a refletir

Eu ia sem sono sem concluir
pela noite sem caminho
sozinho e tentando sorrir

E se ao sono tento aderir
a noite comigo juntinho
caminha tentando coibir

Eu sozinho pela noite a ir
sem caminho, pintainho
e sem sono para dormir...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O MEU POETAR (soneto)

Eu poeto porque sou prosa
Brindado no redigir o brado
Trilhando os trilhos do fado
De poesia e alma amorosa

Poeto como quem é atado
Aos versos. Sede preciosa
Se suspiros, arte dolorosa
Que imergem do eu calado

Poeto com a voz corajosa
Do amor à vida, indomado
Sem amarras, força curiosa

Canto os devaneios, alado
Tal o perfume de uma rosa
O poeta mineiro do cerrado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A PRIMAVERA

Dentre todas, eu novamente
Aqui num novo ciclo a brotar
Sou a reflora, oh minha gente!
A todo canto, acabo de chegar

Cheguei! Vim toda contente
Perfumada, colorida, doce ar
Se aconchegue e se assente
Sou fascinação em todo lugar

De todas a mais bela. Ingente!
Repleta de feitiço a figurar
Que da sedução sou regente
E no amor o remate pra amar

Venham todos, todos venham
Sou a estação para encantar
Sou poesia. E que todos tenham
Magia, eu a primavera a celebrar!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Brasília

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA PERDA

Nuca eu quisera desejado tal saber
Dizer com a dor um adeus querido
Erigindo com o dano choro balido
Fugindo com a harmonia do viver

Dó é arrancada do pesar instituído
Saudade deplorada de não mais ter
Que somente lembranças há de ver
E lágrimas no suspiro do vil contido

Some, e põe o amor tão triste... Ser
Sorriso suspenso, prazer em gemido
E a noite tão distante do amanhecer

Nunca ninguém pela perda ter podido
Dói tanto, tão dolorido, a permanecer
Que no sentido, o desalento é definido

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE UM AMOR PROIBIDO

Da paixão surgiu o meu eu encantado
Do silêncio, suspiros sem sons ledos
Engasgados como são nossos medos
Onde o inviável está ali aprisionado

Aqui confesso, então, estes segredos
D'alma que vai com o perigo ao lado
Desgovernado sem o tempo marcado
Pávido e, com os sentimentos vedos

Triste o afeto que quer ser enamorado
E se queima em aventurosos folguedos
De ilusão, que não deveria ser desejado

O que é rochedo é o amor proclamado
Tudo passa, é passageiro, só enredos
E este, proibido, é um amor agoniado...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DESQUALIFICADO

Eu sou apenas um alvoroço
Ilusão que vai, ilusão que vem
Barco sem rumo, fé no fosso
Vão no coração, sou ninguém

Nunca serei nada, um esboço
Do crédito pouco sei ir além
Os sonhos sem sal, insosso
Da janela, o destino, vaivém

E neste propósito sem nada
Sou vencido na encruzilhada
Porém, tentei, e não fui também

Falhei em tudo, levei bofetada
Do tempo. E nesta varia parada
Me resta, só o que me convém...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de agosto, 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CAOS

No fundo do meu eu, o meu efeito
São noites, entardecer e alvoradas
Enlevos, suspiros e dores sepultadas
Devaneios engasgados no meu peito

Retas alongadas, curvas e lombadas
Mas, de repente, o esperado desfeito
Refeitos, rajadas do eu ser imperfeito
Clamor, as regras, retintim das ciladas

E nos motins, glórias e nada absoluto
Choro e hosana... Com o dito estrovo
Numa sina dum salmo agreste e bruto

E há no poetizar, de que me comovo
Gritos, festa, agonia, meu eu matuto
Incertezas, e o recomeçar de novo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NO TEMPO

Sou o eu que marcha, que andeja
Princípio, sou fim, poesia agarrida
Levo o plural: a tristura e a peleja
As vaidades, e os alardes da vida

O tempo passa, repassa, ou seja
Corre, e nesta ventura, a medida
Pra cada hora: a fé, assim esteja
Os anos no muito na sua torcida

Vou levando acertos e os danos
Vou levando o tudo e o instante
O amanhã a extensão dos anos

Ninguém pode evitar o talvez
Assim, que tudo seja vibrante
E o amor, o primordial da vez!!!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

IMMAGINAZIONE

Eu queria uma sumarenta poesia
Que as rimas dessem paladar e analogia
Aos aromas do fruto maduro do amor
Onde todos degustassem com prazer e sabor
O universo do vário gosto de cada verso
Do poema, carcomendo sentimento diverso

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol



Eu, que o destino pândego impeliu à vida
Moldando- me com forjas de imprecação
Este que de má sorte na criação, nascida
Apenas para ao peito dar dor ao coração...

De flagelo em flagelo tem a poesia ferida
Sem fidelidade no caminho, outra direção
Sangra, rasga, na tranquilidade retorcida
Dos acasos servidos, os sons da solidão

Silêncio nas madrugadas, noites de luto!
Dias embatucados, me vejo em desalinho
Alma acabrunhada, de triste e vago olhar;

E, no horizonte do cerrado árido e bruto
E, talvez há de estar, no sempre: sozinho!
Sem o amor, sem tu, a chorar, a suspirar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
09/04/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Assim é e assim será

Se eu pudesse andar descalço
Na terra, pra voltar neste paladar
Teria evitado algum percalço
Pois na falta, pede-se mais amar

E neste fio de tal equilíbrio
Morre a noite e morre o dia
Pra poder nascer sem ludíbrio
A vida, na diversidade em parceria

Assim é e assim será
Entre pedregulhos e relva
A nossa também findará
É a continuidade desta selva

Pois o amanhecer é mágico
e mágica a noite que fica...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Paráfrase Alberto de Campos
cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol