Eu Nao te Conheco mas me Apaixonei por Voce
POR ACASO
E se por acaso, eu não te encontrar
Envelhecido, sentado eu na esquina
Do tempo, com um disperso tal olhar
Poetando mesmices pra dar propina
A ilusão, por não contigo assim estar
No coração, na emoção e na paixão...
E se por acaso neste exato momento
Perceber que rápido passou e, então
Palpitar saudade sem ter um fomento
De esperança, que acredite na razão
Do ainda é possível ter tal sentimento
E que não seja só uma mera presunção
E sim, o que importa, ter no argumento
Da vida, valia com total determinação.
Se por acaso...
Não advir, tentei e, despido será o contento.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
HOJE EU CHOREI (soneto)
Hoje eu chorei porque tive vontade
Se foi saudade, aflição, eu não sei
Apenas chorei, e o peito desabafei
Chorei quem sabe duma felicidade
Se separou, se a vida amargou, ei
Apenas chorei. Choro de verdade
Não o sufoquei n'alma, liberdade
Num grito com lágrima, então dei
E neste pranto sem ter valeidade
Choro... Chorei... e sempre darei
Pois eu não sou no todo, metade
E se chorei, não é porque afazei
Um choro de qualquer fatuidade
Onde eu chorando, hoje chorei!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano p
ROGO
Quando eu estiver acabrunhado
De não ter jeito, de dor no peito
Tudo no espírito for atormentado
E o perfeito coberto de imperfeito
Me tragas a linguagem das flores
Traze-me um sorriso de proveito
No mortiço, por favor mais cores
Na inspiração a poesia e o canto
Que muito já ensaiou os amores
Traze-me a tal ternura, que tanto
Nos faz acalanto, e nos embalou
Só não me deixes, aqui, só pranto!
E no espanto de que tudo acabou
Nem que seja de mentira, entretanto
Meu velho amor, siga, assim eu vou!
Luciano Spagnol
2016, novembro
Cerrado goiano
CÉLERE (soneto)
E lá se vai o tempo, portentoso
Onde não vai a lentidão do fado
E de longe, eu distante, saudoso
Envio suspiros daqui do cerrado
Para os teus anos, eu já anoso
A pressa não é, certo ou errado
É tão a sorte no estado zeloso
Rio a baixo no leito apropriado
E, então, pelo espaço untuoso
Desliza cada sonho ali alado
Dando a vida agrado piedoso
Assim, os amores, encantado
Flores dadas, gesto impetuoso
Matizam o gozo ao ser amado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
Outra Vez
Outra vez, eu tive que me ausentar
Os sonhos foram levados ao vento
E agora não adianta mais chorar
Os pensamentos estão ao relento
Se buscar bem no fundo do meu olhar
Verás gotas de desalento e sofrimento
São estações que continuam a passar
E eu um passageiro neste seguimento
Outra vez, eu tive que me calar
Neste silêncio de isolamento
Ali pode minha alma poetar
E a poesia me trazer total alento
Mas talvez ninguém possa entender
O que para muitos é pouco fundamento
Quando se ama para valer, faz viver
E só vive quem tem amor no sentimento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
fevereiro de 2016 – Cerrado goiano
De amor
Eu não tinha nada, ao vir para este mundo
Busquei em cada olhar um abrigo, um amigo
E nesta leitura me fiz mais profundo
No meu eu. Me vi rico, me vi mendigo
Cada tempo, cada minuto, cada segundo
Caminhei junto ou separado, calei e pude falar
Assim o corpo se tornou fecundo
E aprendi como é bom amar
Que na alma só ele vai fundo
E ao partir, nada terei, só o amor pra levar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
fevereiro de 2016 – Cerrado goiano
SONETO COM CHARME
Moço, se no tempo, velho eu não fosse
Onde a dor da saudade a apoderar-me
As recordações a virarem um tal carme
E a lentidão em mim se tornarem posse
Ah! Aquelas vontades já me são adarme
O que outrora me era tão suave e doce
Num gosto acre o meu olhar tornou-se
O espelho, um revérbero, a desolar-me
O meu espírito a tudo acha tão precoce
Já o corpo, cansado, soa em um alarme
Na indagação a juventude que o endosse
Da utopia ao caos dum tão triste arme
Envelhecer, como se não fosse atroce
Então, vetusto, tenhas arrojo e charme!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2016, 18 de novembro
Cerrado goiano
SORTE (soneto)
Na minha má sorte, a boa é pendente
Eu nunca inferi por que. Não entendia
Nos prados do fado estava ausente
Indaguei a vida por que era. Não sabia
Na quimera do meu dia, fui inocente
De uma tal timidez íntima e correntia
Que o passar do tempo foi em frente
E as venturas pouco tiveram cortesia
E assim, o sonho se fez bem distante
O vario momento me foi um instante
E por eles pouco soube dessuar valor
Sinto, sem, no entanto, ser dissonante
Que se fiquei ou se eu passei avante
O importante é que fui e serei amor...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
Ó AMOR ...
Se eu peço a este amor que felicidade
não seja agonia ao sentimento gentil
ages ao coração com uma sensação vil
sabotando o desejo, e cheio de vaidade
Ora, donde vem tanta individualidade
quando quem te ama dizes ser sadio
civil na emoção e, um encanto sutil
feito dum carinho com cumplicidade
O sonho na desventura, então, chora
há suspiros de aflição e dor, e assim,
tal um pecador, ao teu olhar implora
Por juízo e uma cumplice comunhão
Imaculado, desenhado só para mim
Ó amor, pois tu és razão, pois não? ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/04/2021, 09’23” – Araguari, MG
QUANDO EU, TRISTURA, EM TI DRAMA PONHO
Quando eu, tristura, em ti drama ponho
Sinto o que não senti nunca, nem desejei
Que houvesse cá, a apertura que nem sei
E, que vou tresvariando em algo medonho
Isto incomodando, e passando, suponho
Me quero risonho, fausto, e então serei
Pronto pra haver poética, e leve estarei
Entre choro e riso, e não me avergonho
Que, um sofrente ante ti, ó tristura, tal
Um moribundo d’alma e emoção muda
De que me valerei se não viver visceral?
Esperando que ti, causar, então acuda
E o amor me acode, em um sentir total
Assim, na sensação, não mais me iluda!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Junho, 2021, 26, 10’27” – Araguari, MG
quarentena
eu, quando sofro
não sofre eu.
sofre o que pena
da pena que se tem
dá dó essa cena
da lágrima que vem...
fazendo da dor quarentena
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/09/2021, 15’27” – Araguari, MG
RECOMEÇO
Pensava eu, não mais versejar o amar
E a poesia vazia de tão doce melodia
Pensava eu, a viver com a poética fria
Mas a prosa, ousou novo prazer brotar
Cada verso, agora, o afeto é impresso
Após tantas as sensações fracassadas
Vejo o versar em prosas apaixonadas
É poética de uma paixão eu confesso
Ó poema tão repleto de tanta ternura
Trazendo agrado a quem já foi sofrido
Dum remoto tempo de ilusão e agrura
Que dizer eu, deste canto de sensatez
Que na inspiração adiante tem sentido
Ao enrabichado que ama mais uma vez...
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
01, outubro, 2021, 18’00” – Araguari, MG
NÃO FOI SÓ O QUE EU QUIS
Não foi só ilusão que eu quis. Só estar
Para na imaginação ter sensação divina
De um amor que faz a emoção palpitar
De um coração tão cheio de adrenalina
Não foi a sedução que eu quis. Só amar
Ter um olhar no sentimento, na rotina
Que valha e que assoalha, afável achar
Na felicidade que a sina, então, destina
Não foi só um capricho, pois, quis mais
Numa ânsia de uma poética emocional
Tão completa de desvario e de paixão
Apenas ter por ter nas faltas são iguais
Não foi só haver que eu quis, quis aval
Descalçando-me do eirado da solidão...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 setembro, 2022, 15’26” – Araguari, MG
CHAMO
Sou eu! Não me ouves, poesia? Piedade
Sinta está sensação que pulsa no pranto
Olha este sentimento que me pesa tanto
Que brada, dói, que me faz pela metade
Pois, não vês a poética que traz saudade
E meus versos com versos sem encanto
E que o canto traz tristura no seu canto
Portanto, ouça-me, e não seja maldade
Quero prosa e agrado, não de centavos
Quero bravos, ver o verso maravilhado
E em cada versar um versar com ardor
Eu tenho mais que somente os agravos
Tenho o ritmo na alma tão cadenciado
E no coração a exatidão doce do amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 novembro, 2022, 17’20” – Araguari, MG
Sonatina
É mau que eu viva areado, e sem prumo
Posto numa solidão daquele que não crê
Que já está acostumado, ao léu, à mercê
Prosando lembranças, poesia sem rumo
Mas, lá no fundo, a esperança, presumo
Tenha a compaixão deste pobre crupiê
Do amor, sem sorte, e cheio de porque
Pois, a boa sonatina a paixão é insumo
E, se insistir com a poética nesta saga
Deixando a poesia com a emoção vaga
Não serão somente versos de soledade
Será também a alma cheia de lamento
Porque no vazio há sempre sofrimento
E a dor o verso imerso numa saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 agosto, 2023, 15’56” – Araguari, MG
Pt.saudações
Eu queria trovar, sem privações
Cantar o amor cheio de sensação
Não pastei sentido, nem emoção
Vivi na mesma, falto de ambições
E eu não fui um bardo do acaso
Se tive o choro, o riso e a paixão
Tive a afeição, uma outra razão
Problemas mais e mais descaso
E debaixo do medo me condeno
Da dor precária dum sofrimento
Sentimento presto e tão pequeno
Tentei ser romântico no plenário
Então, assim, em nada fui pleno
No romance, raso. Um solitário!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13’46”, 17/10/2021 – Araguari, MG
INSENSATO CORAÇÃO
Eu tive que sustar o coração
Para não mais viver a pino
Amuado e tão ao léu, ferino
Molesto, de perdida emoção
Enfreei cada um do desatino
Que quase asfixiei, em vão
E pus o peito em depressão
Sofrente e tão pequenino
Mas sei que ele é desditoso
Na sorte, em dispersos anos
Exagerado em ser amoroso
Seu fado é querer ter ao lado
E só celebrou os desenganos
Mesmo assim é apaixonado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 janeiro, 2022, 18’24” – Araguari, MG
SONETO PERDIDO E TORTO
Se prosar que ignoro estou mentindo
Mas falar de amor eu não mais tento
Por essa tal poética eu vou convindo
Sem mais entender deste sofrimento
Se da saudade atormento vai saindo
Nesta sensação nada mais fomento
De tuas rememorações vou fugindo
Destinta quimera eu lanço ao vento
Se a prosa é de que me ama, maço
E se silencia, nem sei o que eu faço
Com a solidão na minha inspiração
Quanto mais o sentimento absorto
Mais o soneto se vê perdido e torto
Na prosa de um apaixonado coração
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 janeiro, 2022, 10’16” – Araguari, MG
TEMPOS IDOS
Não sepultes, lágrimas, o que já andado
Tem pena da recordação que sobreviveu
Eu suspiro cada detalhe que não morreu
Os quero perto, concebido, ao meu lado
Não, não desejo o sentimento enterrado
No campo ignorado e tão cheio de ilusão
Que não se soterra, assim, uma sensação
De emoção, e então, dado por encerrado
Ah! não me arranque d’alma este acalanto
Deixai-me cá no conforto que quero tanto
Sem dar adeus aos sonhos meus partidos
Ó singular amor que traz tanta imensidade
Não me abandones cá no sírio da saudade
Agoniante, ao dobre triste dos tempos idos
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 fevereiro, 2022, 12’16” – Araguari, MG
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