Escrever
Nós, escritores, ao escrever, também criticamos aquilo que por aprendizado também ainda não sabemos.
Me emociono profundamente ao escrever uma frase. Sinto uma sensação tão boa que é como se eu deixasse uma marca no mundo, um filho, mas um diferente. Um filho que viverá para o resto da humanidade.
Teve uma época que parei minha vida para escrever um conto. Mas pensei, como parei minha vida se isso está se tornando a minha vida?
Há coisas que deixo para escrever depois, com mais calma, ou porque não estou com paciência naquele momento. Mas, quando escrevo no mesmo momento, é porque aquela poesia que transborda não cabia mais em mim.
Quando penso em começar a escrever sobre a traição/adultério, lembro da seriedade que esse assunto merece, e em como talvez eu devesse rebuscar o texto. Mas, acontece que trair alguém é algo tão informal, que perde o sentido eu tentar escrever e denunciar isso com tanta formalidade. Parece fazer mais sentido chamar esse comportamento de “filhadaputagem”, ou falta de vergonha na cara, do que só chamar, por exemplo, de insensatez.
Eu amo escrever arte, mas às vezes a sensibilidade soa como um alarme, que não tem como desativar. Não tem como fazer parar. Parece uma igreja quando o sino começa a tocar, às 9 da manhã. Quem dera pra isso eu também tivesse um sono tão pesado, que não me fizesse acordar de manhã. Tantas coisas que sem isso talvez eu não precisasse pensar.
