Era
O que era o amor senão um monte de nervos e válvulas falhando? Uma equação sem variáveis conhecidas? Uma contração incalculável do coração?
Tenho saudades desse tempo
Daquele em que tudo se podia,
O sonho era um catavento
Feito com a nossa poesia.
Era sonho
Sem muita demora se pôs o sol...
E, em solidão, me veio a lua
Que contemplo do alto deste farol
Para que a paz sem ti me flua...
Nela, alegre, seu rosto vejo risonho
Insinuosa a me olhar em gracejos!
Ah! Como sou bobo, era um sonho
Acordado, desejando seus beijos!
A brisa leve beijava-me o rosto;
Em transe, confundi, deveras...
Fazia-me carinho assim e eu gosto.
De volta à realidade me entrego,
No peito tantas saudades doeras...
Resta esfriar o amor que não nego!
Foi-se o tempo
Que a conversa
Era esperada
E a felicidade estampada de
Tão nós que éramos.
Mas ,
A separação foi inevitável,
Pois tudo não passou de
Um aprofundamento do
Romantismo brasileiro.
Por fim,
nos vestimos de ilusão.
Se eu transmorfo era o Satanás da mitologia, talvez o mal nos seres humanos não seja um reflexo do Diabo; talvez o Diabo seja apenas um reflexo da selvageria e brutalidade da nossa espécie. Talvez o que tenhamos feito tenha sido.. criar o Diabo à nossa própria imagem. //Livro: Fantasmas.
Ela disse que eu era tão elegante e sem um pingo de educação
E o nosso lance era abstrato, eu perguntei romance?
Ela disse menos quadrado
Que também não acredita no amor de verdade
E que eu posso mentir à vontade
Botou um bom jazz no repeat
Desde que eu era pequeno, sempre pensei que o mundo acabaria na minha época
Então eu tento aproveitar todas as oportunidades que vierem a mim
Porque eu acreditei que poderia impedir o céu de cair um dia por mais um dia
Mas quanto mais cresci, mais percebi que não posso salvar o mundo
Eu não sou um super-herói, não sou perfeito, eu sou apenas eu, um ser humano...
Se você fez algo errado no passado mas esse erro veio acompanhado de um aprendizado. Então era pra ter acontecido. Foi necessário para que você se tornasse uma pessoa melhor hoje.
Sim , ela era uma flor...esperando por alguém que não removesse seus espinhos ... mas que amasse sua beleza, sua intensidade , sua doçura, seu jeito flor de ser...
Poesia maestra.
Quem roubou essa terra...?
Quem...?
Terra roubada...
Açúcar que era garapa virou cristal...
O mel já não é mais puro...
Os legumes são enlatados...
A carne prensada...
Inchaço nas pernas...
Corcoviou o bruto na perigosa ladeira...
Transitando vai o peão na cidade...
Volta e se encontra com o playboy que foi para o campo...
Chegando lá ele roubou a sua vaga...
Ceifas as formigas...
Bebe a farinha torrada na fogueira...
Queimada roseiras...
Enxada na cova...
Tábuas manchadas no curral...
O sangue escorre por fora das veias...
Grudou nas cicatrizes do pantanal...
Oh fartura fraturada...
Geleiras desabando sem o som do vendaval...
Pinguins latinos...
Galapagos argentinos...
Sede de justiça...
Até onde colheremos sem o Sal...
Seca no sertão...
Chuva que virou raridade....
Na roça de arroz , milho e trigal....
Soja suja de carrapichos..
Pragas,gafanhotos e molestas...
Sou filho do Mato...
Sou fruto da terra...
Sou uma semente...
Esperando ser regada...
No leito desse imenso mundo sujo...
Aguardando eu vou na espera de algumas respostas...
Na beira de uma estrada solitária...
No meu bornal ja não existem pedras...
A munição da minha baladeira acabou...
O elástico ja torturou minha alma...
Sem bala na agulha...
Sou um pedaço de couro cortado...
Na espera de uma frase...
Morrendo aos poucos eu vou...
Se o verde pra mim é paixão...
Estou ainda plantando...
Quem sabe um dia...
Posso ter a poesia maestra em mãos...
Que tanto almeijei...
Escrever....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Me disseram que tudo era belo e formoso.
Porém ao visitar o jardim da vida percebi que as rosas tinham espinhos.
Eu sempre achei que você era muito para o meu final feliz. Mas a verdade é que eu era muito. Muito pra você merecer. Eu é que era muito para o seu final feliz.
A falsa crença
Tenho numa lembrança
Um tempo já quase esquecido,
Em que a confiança era conquistada
Não um item vendido.
Confiar era simplesmente
Fechar os olhos da razão,
E em um contrato de alma
Assinar com o coração.
Porém, surgiu uma dúvida
Com um sentimento de desesperança:
Generalizar em um só intento
O incômodo da desconfiança.
Desde então tudo ficou tão rígido
Validações, comprovações ...
Requerendo assim mais tempo
Para assegurar as tantas afirmações.
Infelizmente parece que tudo isso
De nada adiantou,
O modelo de confiança imposta
De tão artificial, nossa integridade questionou.
Ironicamente pregamos, mas não vemos
Que o homem evolutivo é,
Talvez, a própria desconfiança seja
Um sinal da falta de fé!
Antagonistas
Tantas vozes, muitos rumores. Línguas dançando em um ritmo descompassado. Era tanta opinião marcante, que tornava difícil entender a cadência da universalidade do som.
E depois de tudo dito, ainda faltou compreensão! Atônito, senti o peso do silêncio em meus lábios cerrados, enquanto parecia escutar o eco de palavras no ar.
Infelizmente, os dois antagonistas por exercerem tamanha força, acabaram por se anularem entre si. Impensável casamento prematuro e trágico, nem pra deixar de lembrança um sentido ...
O julgamento
E aconteceu que houve um julgamento inédito, lá na terra dos sentimentos. O juiz era o Equilíbrio, muito conhecido em sua região. Então, logo trouxeram os réus: a Raiva, a Tristeza, o Medo, a Inveja e a Ignorância. Todos eles eram acusados de cometer crimes graves, ao influenciar o comportamento dos seres humanos.
Ao iniciar o interrogatório, a Raiva foi a primeira a ser interrogada. Em sua defesa ela relatou:
- Eu não sei bem o que acontece, só sinto que estou dormindo e, de repente, passa dentro de mim uma onda de energia que de tão grande, queima por dentro. Neste momento, como forma de amenizar a dor, grito bem alto e o resto vocês já sabem!
Seguida da Raiva, a próxima foi a Tristeza:
- Olha, o que eu sinto é um vazio profundo,
onde sou acometida de uma fraqueza intensa. Quando estou assim, para amenizar a angústia eu grito com toda a força, o resto vocês já sabem!
Após terminar, a Tristeza sentou no banco, e veio então o Medo. Ele assim confessa:
- Tenho um problema que não consigo resolver comigo mesmo. A fobia do futuro! Só a ideia de pensar nele me causa um desespero tamanho, que me faz ficar inquieto, então para amenizar esta loucura, eu grito incessantemente, o resto vocês já sabem!
Depois da confissão do Medo, vem a Inveja que depois de muito relutar, se dispõe a falar:
- Meus caros, parece até uma ironia dizer isso, mas eu sinto tanto medo ultimamente! Medo de ser esquecida, e nunca mais lembrada! Assim, para amenizar isto, sou tomada por uma onda de choro, a fim de despertar a atenção de alguém que se importa comigo, o resto vocês já sabem!
Acabando o depoimento da Inveja, vem o último sentimento, a Ignorância, que então
diz:
- Todos me veem como algo ruim, mas isto é injusto ao meu ver. Tudo que prezo é pela minha essência natural! Então como forma de me proteger de qualquer tentativa de mudança, eu me isolo em um canto escuro, vendo os meus olhos e tapo meus ouvidos! O resto, todos vocês já sabem!
Tendo todos os réus falado perante o juiz, este ouviu atentamente cada um, em silêncio. Em seguida, segurando uma caneta, se pôs a rabiscar no papel que estava em sua mesa. Assim ficou alguns minutos, enquanto os sentimentos, ansiosos e com um certo temor, se entreolhavam buscando entre eles um conforto.
Foi então que o Equilíbrio resolve levantar da cadeira, olha a todos no tribunal, respira fundo e começa a discursar:
- Senhores sentimentos, depois de ouvir a defesa de cada um de vocês e, com base na denúncia feita pelo mundo dos humanos, eu os
declaro absolvido!
Percebe o espanto daquela sala cheia, pigarreia rapidamente e continua:
- Os seres humanos são criaturas incríveis dotadas de uma inteligência notável! Desta forma, há uma razão para que estes réus não sejam culpados: eles são meros artefatos criados pelos homens!
- Se me perguntarem de quem é a culpa eu digo, de nenhum dos dois lados! A culpa é de um terceiro fator chamado de "Extremo"!
- Cada sentimento aqui hoje indiciado, se manifesta na essência das pessoas por meio da energia canalizada por estas mesmas, que de acordo com o momento de suas vidas podem ser extremas!
- Ora, a Raiva na dose certa, pode ser uma aliada para se conquistar a coragem e a força. A Tristeza, na medida certa pode instaurar um momento de reflexão com um foco mais espiritual. O Medo em quantidade certa, pode despertar a atenção e resgatar
um cuidado, outrora precário e imaturo. A Inveja? Em uma porção equilibrada ela pode incentivar uma admiração, seguida de um espelho para a motivação em não ficar inerte. E a Ignorância ... em um limiar certo, tem o poder de poupar situações desagradáveis onde possa futuramente, levar ao Arrependimento!
O juiz faz uma pausa, e conclui, olhando para os Sentimentos:
- Mesmo eu absolvendo vocês hoje, não significa que não voltarão a este tribunal! Infelizmente, é preciso tempo para que os humanos entendam o que acabei de explicar aqui. E enquanto não chega o entendimento, inúmeras queixas continuarão a chegar aqui, contra vocês e outros tantos sentimentos!
- Mas lembrem-se que apesar de estas queixas não diminuírem, elas mudam de emissor. Os mais experientes, com o passar dos anos, compreendem a realidade e chegam até mim. Pois acusá-los é a única chance
deles, de alcançarem a liberdade do Equilíbrio!
- Declaro encerrada esta sessão!
Sendo eu, me capturei!
Certo dia, naturalmente reivindiquei o meu Ser. Porém, notei que era tarefa difícil. O Ser já tinha sido! Tentei correr atrás dele impedindo-o de escapar, muito tarde! Havia se transposto na lembrança.
Pensei então:
- Fácil! Sondo-me as lembranças e recupero o que a pouco fugira!
Localizei o fio do momento em minha mente, isolei a essência e finalmente senti o que era aquele Ser. Instantes mágicos de uma misteriosa incorporação dos sentidos, até que:
-Cadê!
Sumira em mim o fragmento daquela identidade existencial. Concentrei novamente:
-Preciso lembrar do eu ter sido naquele instante...
Silêncio, profunda frustração, perdi este
momento do Ser, mas:
-Ser não é ser? Sendo assim, não há como ter sido!
Afirmei em tamanha perplexidade ao perceber a absurda simplicidade do paradoxo da existência.
Ora, estou Sendo a todo instante, ininterruptamente. É a misteriosa continuidade da vida. Por isso, estranho tamanha normalidade desta finita, mas também eterna, vibração. Paro! Me observo, e tento me prender na tábua do tempo. Talvez faço isso, para compreender a totalidade de mim:
-Funciona! Sou assim! Eu me lembro!
Disse pra mim rindo, como quem desvendou o mistério, sim, tudo explicado ... me lembro do passado:
-Espera! Ser só pode ter sido porque o capturei dentro de mim.
Ilusão! Não há como prender a essência em
uma lembrança, nesta só há um limitado rascunho da instância do tempo. Enquanto estou resgatando o que aconteceu, continuo a Ser simultaneamente, assim, de espontâneo!
Posso tentar, estando eu Sendo, me copiar como um pintor que registra na tela um momento contemplado pelos seus olhos. Mas durante isso, estou perdendo a vista de mim no que estou a Ser.
Ao que me parece, o passado é uma fantasiosa prisão criada para elucidar um esboço do que Fomos. E muitas das vezes este último se materializa como o que Somos!
Penso que existir é como as águas dos rios, correm sem cessar e de forma única, não refazem o trajeto já feito... não! Não essas águas que foram.
Sinto que precisamos de um certo controle sobre o Ser, por isso criamos o Sido. Curiosamente, desta maneira, trabalhamos
com a morte, ao invés da continuidade. Porque o ter Sido soa como póstumo, ao invés da vivacidade do Ser.
Podemos até pensar que fomos inteligentes ao criar engenhosa estrutura de retenção.
E tudo bem se isso for verdade.
Porém, Ser ao comparar-se com Sido, pode resultar em um sintoma, que talvez explique ao humano a sua crônica crise de identidade.
Deus fez o Homem e as flores do paraíso, sendo Deus de bom siso viu que fazer algo mais era preciso, e não ficou indeciso: vou fazer a mulher de uma costela qualquer, falou para o doador; você não vai sentir nenhuma dor, vai dormir Adão porque não quero a sua opinião, não palpita, eu já fiz a flor e vou fazer mais coisa bonita; sensível, incrível e querida, vai gerar a vida,com delicadeza e bravura,com a doçura do amor e a beleza da flor.
Há tempos não era eu
era a mesma face
e a mesma personalidade,
mas no fundo era um personagem
e eu até atuava bem
o tempo passava
e eu, meu bem
passava também,
estando mal ou bem
eu passava por cima
dos problemas, e eles
por sua vez
também passavam
por cima de mim
passei anos assim,
e ainda assim
fui feliz.
Algum momento na vida, o trem era à vapor, depois veio o elétrico e agora o trem bala.
Em todos os momentos houve evolução, sendo assim no momento atual a evolução acompanha o nome do trem!
Se perder tchauuúu.
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