Epígrafes para Monografias sobre Parto
Os poemas que escrevo são como filhos oriundos de um parto poético, alguns fiz força para surgirem; outros, nasceram suavemente. Todos eles ganham vida ao se misturarem nas experiências diárias de outros poetas, outros leitores(as), outras vidas. Como "filhos", os poemas que escrevo recebem um nome em seu início, uma história em seu corpo, e uma data de nascimento em seu final, não que ele tenha nascido e morrido naquele momento, mas porque a partir de ali ele passa a ganhar vida em outras vidas, e na minha própria, sempre que eu o observo novamente.
Ao ouvir uma mãe afirmar que não existe dor pior que a dor do parto, logo se vê que ela nunca perdeu um filho.
Motivos
Parto do ponto que preciso então
Nem mar
Nem barulho de chuva
Nem toque
Só corpo, alma e vontades até não escolhidas
Luz existindo em meus olhos fechados
Só o caminho
Não sei do que faz ser humano
Nem do que faz ser triste
Os motivos são valores exclusivos em toda natureza
Apenas são inteiros e vão cabendo e sobrando
Até o momento que anseio... Que creio
Entre flores desabrochando e pétalas caindo
Findar um amor particular,
É como um parto!
Parte-se e reparte-se.
Na hora da partida,
Partidos os corações,
Amores à parte.
No particípio passado,
Não há partido vitorioso.
Das eternas partituras,
Partilha-se ...saudade!
Mas sempre fica,
Uma última partícula!
(Partículas)
Se cada choro é um parto, sorrir é caçoar da morte. Por isso, nasci chorando e vou morrer sorrindo, e entre uma coisa e outra, viverei o que se houver pra viver.
E a partir de hoje deixo meu coração de lado! Abraço-me a razão e parto para um novo caminho! Coração apaixonado, louco para errar, não, não, não mais! Agora é foco, metas, dedicação, sangue nos olhos, fadiga no cérebro e muito, mas muito suor no rosto. Coração agora bata acelerado, não mais por alguém, mas por mim! Que esses horizontes que se levantaram, para o alto de uma enorme montanha, não me fizeram temê-la, pelo contrário, inspirei-me a olhar o mundo de um ângulo mais alto...
A cada parto, suspiros de amor se transfiguram em novos horizontes, vidas inteiras se renovam em cada lembrança, cada sorriso, vindo da terna criança,que nos faz esquecer nossos egoísmos,nossos conflitos, nossas ignorâncias.
Dou de machado nas dores do mundo / Parto ao meio e vem a luz / A todos ilumina menos a mim / Me contento de ser assim.
Pego meu barquinho
E parto pelo atalho
No talho do teu coração
Mas o porto está fechado
Bato, afundo e encalho,
No mar da solidão.
Estrela que brilha em absurdo do meu olhar,
um parco parto, o infinito, foi breve.
Rosas violetas e anéis o ver-me ti ver
caio,
momentâneamente, são nebulosas de olhos cansados
transcendo e pergunto anônimamente e inopinadamente
sorvendo um resto de lágrima
vou desconfiado, descobrindo-a de teu manto,
despí-la, um espanto.
olho-a todos os dias, estáticamente, amando-a freneticamente.
Não passa de um rascunho
Dou as costas para o passado lento, denso, tenso.
Apostos estou, porque o parto das lembranças chega cru, nu, ungüento.
E eu divido em partes que se recusam, gritam, desordenam o verbo.
Com receio de me olhar internamente.
Recuo, cética, cansada, as avessas.
E me recolho ao alento, oco, fosco.
Posso voltar, posso acreditar, mas escolho fugir.
eu Eu
Um animal em parto ou que abati?
Um raio que se apressa a romper ou se lança atraído?
Uma porta trancada ou que leva a varanda?
Movimentos de assalto ou gentil intenção?
O querer que se quer ou o que exagera?
Sou troca justa ou um furto sínico?
Cores ou dia nublado?
Amo e abato
Corrompo e desejo
Vou aos mais belos lugares. Me fecho.
Atinjo e amparo.
Quero. E também quero mais.
Pondero. E não peço licença.
Cores... Precisam de luz! Tenho música.
Que fome é essa que me faz sair as minhas buscas? Estará sempre a frente de ser o bastante. E nada terminará hoje ou com um sorriso só por ser positivo.
Nada termina assim... Nada nem termina. Mesmo o dia que se espera, que chega e que passa.
Que fome é essa que sou?
Um animal que sobrevive ou que evolui?
Eu sou tudo. E assim, o desagrado também sou.
Não escapo a essa natureza.
CAÓTICO
O prato, o pranto, o parto, o pântano
O grito, o grilo, o grilhão, o gânglio
O fato, o feto, o feito, o fálico
O tato, o teto, o texto, o tático
O rastro, o reto, o resto, o rápido
O nato, o nexo, o ninja, o náutico
O cato, o corte, o canto, o cômico
O breu, o barco, o brio, o básico
O seu, o sal, o som, o sádico
O mim, o meu, o mais, o mínimo
O dia, o duo, o dito, o dístico
Você e Eu.......
Caótico!