Epígrafe Morte
Somente eu sou dono do meu nariz;
Somente eu nunca me dou palpites;
Somente eu é quem paga minhas contas;
Somente eu vou passar pela minha morte;
Somente eu cumpro com os meus deveres;
Somente eu é quem sente as minhas dores;
Somente eu respondo por todos os meus atos;
Portanto...
Somente eu estou estou autorizado a cuidar da minha vida.
FÉTIDO CERIMONIAL (B.A.S)
Somos fossas vivas, exalando nossas toxinas e
hormônios, num fétido e poético existir...
Carrego minhas excrescências e fezes, prova de minha
humilhação carnal...
Aguardo num fétido cerimonial funesto e fúnebre
a data da minha morte...Para o além-vida...o além-vida...
Rejeitar a democracia completamente, mesmo em essência, por meros princípios dicotômicos e maniqueístas é não só de uma infantilidade abissal, mas também de um perigo estrondoso, como se rotular uma coisa como "burguesa" bastasse para ela ser indiscutivelmente repreensível e maligna.
INTERROGAÇÕES (BARTOLOMEU ASSIS SOUZA)
Muitos não sabem o que é viver?
Como então compreender a morte?
Os mistérios mais profundos da filosofia,
da psicologia, da compreensão humana?
O que fazer diante destas dúvidas?
A única resposta humilde que encontro?
A vida é uma eterna interrogação
que jamais encontraremos as respostas..
- Que você morreu? - disse a velha senhora, sorrindo. - Faleceu? Partiu? Foi falar com Deus?
- Morri - ele disse, suspirando. - E isso é tudo o que eu lembro. Depois a senhora, os outros, tudo isso. A gente não devia ter paz quando morre?
- Temos paz - disse a mulher - quando estamos em paz com nós mesmos.
VERSOS DE OBITUÁRIO
Nos versos de um poema
Que não nasceu
Um obituário se faz
Pra morrer outras vezes
Se viver a morte
Num verso controverso
Num pensar disperso
Nos versos feito a corte
Já morri muitas vezes
Parece até controverso
Que não sei dizer
Foi a morte o derradeiro verso
Foi a morte o primeiro verso...
A vida é cheia de embalos, uma hora nos alegramos, outra fingimos estar bem só para o consolo das pessoas que nos amam. A realidade é que tudo vai mau, existir é quase que insuportável, se pudesse colocaria tudo em um vaso e jogaria aos ventos. A vida tem suas belezas mas chega em um ponto em que o artista deve saber o momento de encerrá-la.
Na ponta dos pés eu me abrigo até no abismo mais próximo. O medo do silêncio, não tenho mais. Mas algo me diz que se não ouvir a voz que preciso adentrarei um vale que me destruirá, e ainda assim me deixar com vida, apenas para sentir a dor de estar estilhaçada como um vidro que corta nuvens.
Infinitos são os deuses, imperfeitos os seres etéreos, mas sem necessidade prática de interferir de forma física nos habitantes desta partícula bruta chamada Terra, extremamente inferiores que se digladiam perdidos em suas incompatíveis engrenagens, em busca de compreender sua hipotética função.
Quem condena o suicídio? A Igreja? Mas a Igreja pode lá condenar alguém? A vida é uma infâmia. Para que viver? E esta pergunta, cem vezes repetida, nunca encontrou resposta. Que somos nós? Lama nascida da lama e que em lama se tornará. Nada sabemos e nada podemos. Todo o esforço é inútil, toda a dedicação perdida.
É tão estranho, sentir o vento bater, ver a chuva cair, aquecer ao calor do sol, e de repente destelhar-se as telhas da vida, inundar-se ao cair da chuva e se queimar ao aquecer do que até entao, era fonte de luz e calor, é como desmanchar-se num abraço apertado e nao sentir o coração do outro bater.
-Leex
Ontem eu era poesia
Hoje já não sou
Mas te quero todo dia
Até sufocar de amor
Quando estamos juntos
Já não sei quem sou
Uma só carne nos tornarmos?
Morrerei de amor
Quero.
Me.
Despedir.
Desse nosso lance
Cansei de esperar
Estou em transe
Apavorada por não
Poder
Querer
Viver sem você
Assinei minha sentença
Já posso morrer
Perdoa a fraqueza dos meus olhos
Que teimam e transbordam de saudade de ti!
Perdoa o meu não querer tantas coisas, a falta de vontade
Por que tu não estás mais aqui!
E quando os meus olhos se fecharem distante e
Depois se abrirem perto de ti
Permita que em teu colo eu tenha um doce descanso!
TESTAMENTO...
(Bartolomeu Assis Souza)
Faço em vida meu testamento,
minha história...
Que tudo fique ao vento!
Há uma luta cega
Fica meu oco olho
Meu cadáver enrijecido
Nunca mais que quente
Somente o frio o tempera
Em guarida construída
Faz macia minha sepultura...
O morto que sou,vou
Ressuscito em outra vida...
Inocente
Dormente, assim estou
Feliz, assim eu sou
Abra seus olhos
Veja como sou..
Tranquilo e anil
Como silencio após o tiro do fuzil
Vermelho, como o sangue que se esvaiu
Medo, como nunca sentiu...
Gritos, que nunca ouviu
Sonhos, que não se despediu
Roupas, que se quer despiu
A vida se foi, e ele nem viu...
21 gramas
Na vida, somos todos malabaristas nos equilibrando na tênue linha que divide a vida da morte, num profético ritual de passagem. Um dia inevitavelmente teremos 21 gramas. Nesse fatídico dia, o cíclico elo se fechará e, somente então, será aberto o portal para nosso verdadeiro lar, ou não...
São três os dias de loucura:
Quando a paixão floresce
Quando o coração se aquece
Quando alguém te esquece
São três os tempos da vida:
Quando a semente germina
Quando a flor se anima
Quando a morte elimina
São casos difíceis os três:
Quando a fome atormenta
Quando o ódio alimenta
Quando a vida se ausenta...
Parece que não importa o quanto o tempo passe, nem quanto a gente cresça, sempre deixamos um pouco de nós e levamos um pouco do que tínhamos.
Deixamos nossa marca e seremos marcado por momentos que não volta, pois a vida não tem replay, levamos aquilo de mais agradável e que valeu a pana para vida.
Pessoas queridas não morrem, não partem, não se perdem, não vão para longe e não nos esquecem;
Apenas ultrapassam barreiras invisíveis para uma vida de luz, mais ampla, livre e serena.
Onde apesar de invisíveis aos nossos olhos, não nos deixam e continuam nos amando e zelando por nós.
Autora: Helda Almeida (10.05.2016)
“As crianças sabem que a vida é marcada por perdas. As pessoas morrem, partem. Partindo, devem sentir saudades — porque a vida é tão boa! Por isso, o que nos resta fazer é abraçar o que amamos enquanto a bolha não estoura”.
(extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP))
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