Entre Gritos Risadas Pulos eu me Escondo
Reticências
Fomos silenciados pelos gritos em nossas cabeças. Nós nos perdemos e precisamos entender o que aconteceu, estávamos apenas andado de mãos dadas e em um momento a luz se apagou e lhe perdi de mim. Lembro que estava bem ao seu lado quando aconteceu mas ao apagar das luzes não senti mas a sua presença.
Está noite jurei que não pensaria em você e foi em vão, quanto mais tento, mas longe fico, como se estivesse correndo pra você com tudo que tenho, mas, a cada passo que dou fico inda mais longe, você está lá, indo para mais longe. Sinto medo, não entendo e estou ficando desesperada...
Vejo que novamente a luz se ascendeu, mas, já não é o mesmo, você está ao meu lado e agimos como se não existisse uma imensidão em nosso meio. Estamos no automático, perdemos algo, algo importante.
Onde estão as malditas borboletas que eu sentia ao apenas ouvir a tua voz?
Onde estão os calafrios, os arrependimentos após um desentendimento, a graça das piadas bobas, onde está o caloroso “Eu te amo”?
Esse Blecaute nos destruiu, tu acha que eu quero atenção? Está errado. Eu quero você!
Não entende? Lembro bem que antes tudo que precisávamos era alguns passos em linha reta para fluir uma conversa boa sem logica ou preocupação. Não existia tempo ruim, nos dias bons estávamos bem e nos dias mal estávamos ainda melhores. Estávamos VIVOS!
E eu sinto falta do que erámos, sei que as coisas mudam, mas não gosto dessas mudanças. Parece que era mais divertido quando eu estava apenas não querendo estar com você, quando era apenas um passa tempo, quando não tinha mais nada, depois que passei a me importar, passei a amar, tanta coisa mudou. Talvez o erro seja ter passado do “Apenas sexo”. A intimidade nos trouxe acomodação, não nos importamos mais com nada, não nos esforçamos para absolutamente nada. Eu sinto muito, mas acho que devíamos deixar as luzes apagadas e apenas ir...ir para longe.
Eu só sinto falta...
O canto dos pássaros de madrugada
Seriam mesmo
cantos de pássaros?
Talvez não passem de gritos
gritos de desespero
Súplicas para que apaguem as luzes
dos postes
de outdoors
dos faróis dos carros
da casa do insone
de festa
da melopeia.
Súplicas para que até as luzes
das estrelas
sejam absorvidas
pelas folhas das árvores
sobre seus ninhos.
e que seus sussurros
possam ser ouvidos.
seu cântico fica para a tarde –
e que então durmam
até o clarear dos primeiros
raios de sol
20.09.2018
- O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA ANA?! – Ele perguntou aos gritos quando parou no meio da garoa que começava a se intensificar, obrigando-a a se virar para ele.
Ela entreabriu os lábios, mas as palavras não saíram e ela ficou apenas olhando a chuva ensopar os negros e curtos cabelos dele e os pingos que escorriam e lhe lavavam a face.
- O que você quer que eu diga? – Ele perguntou novamente, dessa vez em um tom extremamente baixo e com as mãos ainda segurando os braços dela, mas ela continuava sem dizer nada.
- Que toda vez que ela ri é a sua risada que invade meus pensamentos? Que toda vez que beijo a cabeça dela, que beijo o rosto dela…Toda vez que eu a beijo eu penso em você? Que aquele belo par de olhos negros parecem absurdamente errados quando me fitam de manhã cedo, pois meu único pensamento é que eles deveriam ser azuis? Seus olhos azuis. Quer que eu diga que é para você que quero dar colo? Que é em você que penso assim que acordo? Que todos os meus pensamentos antes de dormir são repletos de você? Que minhas palavras não fluem tão facilmente com ninguém além de você? Que não importa o quão ruim esteja o meu dia, dois minutos de conversa contigo e eu já estou rindo e fazendo piada porque você me traz uma leveza e uma paz incomparáveis? Que o que eu mais queria é que fosse eu o cara a te chamar de “minha”, mas não sou e isso me causa uma fúria enorme? Que eu te amo e que ninguém será capaz de fazer tão parte de mim quanto você? Eu digo Ana! Eu digo quantas vezes você quiser ouvir. Mas não me cobre coisas que você não fez. Não recrimine atitudes que você tomou primeiro. Eu estou aqui e sempre estarei. Aceitei o lugar que me coube e isso é mil vezes melhor do que não ter você de forma nenhuma, mas não me culpe por ter dado um pouco de espaço a outra pessoa.
As tulipas estão vermelhas
A noite fria.
O Fogo vivo em cores vibrantes.
Os gritos ressaltados.
Um pecador sendo queimado.
Um pecador queimando o pecado.
Que segundo ele, lhe foi "mandado".
Há pecado por pecado.
Fogo por fogo.
E o fogo é lindo... Tão lindo quanto o seu pecado. -N.G
É no silêncio da noite que ouvimos os gritos do coração e sentimos as lágrimas internas molhando aos poucos a alma ferida.
Sim! Eu me feri de propósito para que ela pudesse ouvir meus gritos de dor e viesse com sua calmaria confortar meu coração, ela que nunca ouviu, ela que nunca veio, ela que nunca se foi de mim.
Ouço um barulho estremecedor, entre gritos e gargalhadas de crianças, volto no tempo... Na mesma rua,onde brincava e andava de patins na minha infância, encontro com o futuro, livre e feliz, com, e como uma criança deve ser.
Livra-me da poluição sonora que a indústria me proporciona, dos gritos insuportáveis da tecnologia, do lamento ensurdecedor do ativismo e leva-me ao silêncio necessário para que minha alma encontre em Ti e em Tua Palavra, respostas e descanso.
Minhas forças não são nulas.
Meus gritos não são nulos.
Pois a mulher que eu amo e a única coisa que me resta, a única voz na qual quero ouvir.
Que seu silêncio possa de alguma forma falar me de amor.
Que seu olhar leve-me aos céus.
GRITOS D´ALMA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Eu te suo,
só não consigo
extrair tudo
e recomponho
teu volume.
Fico mudo...
mas meu silêncio
excede o tom
que teu silêncio
escuta
em alto som.
Gritos na escuridão...
Momentos aflitos...
Que tanto se repete...
Dentro da solidão...
Marcos de luz e tristeza...
Monumentais a discrepâncias...
Do amor sendo sentinela...
Desta vida de desencontros...
O retiro para o qual deixei...
Meu coração habitar sua alma...
Que paira sobre os paradigmas
De uma paixão sem dono ou tempo...
Apenas o amor que corre em nossas veias...
Flutuante sobre o abismo de tantas vidas....
Passamos momentos tão curtos...
Ao mesmo felizes num breve estante...
A vida passou outra começou,
e ainda temos o amor.
No pátio vários gritos ecoavam pela grande fortaleza de pedra. Alguns ferreiros batiam nos ferros incandescentes fazendo o tipico som repetitivo de metal com metal que para os guerreiros há de ser um gênero musical.
Os guardas andavam para lá e para cá em cima da muralha fazendo suas armaduras tilintarem, completando a canção como um instrumento de fundo.
Cavalos relinchavam de hora em hora, impacientes.
Havia também mulheres, As que acalmavam os homens de forma generosa e cara e as guerreiras que recebiam olhares mal encarados de brutamontes por suas ascensões no exército.
Rurik, observando tudo por uma janela retangular de pedra, se retirou e seguiu caminho para um cômodo da realeza. Sua armadura, embora fosse de um metal extremamente brilhante e raro, fazia o mesmo som que a dos soldados no pátio.
Bateu na pesada porta de madeira com a mão direita e com a esquerda ficou segurando seu capacete encostado na cintura onde ficava sua espada cheia de títulos.
Alguém lá dentro gritou para entrar.
- Meu lorde - disse Rurik, prolongando o "lorde". Um homem alto de cabelos pretos, quase grisalhos, e com a armadura mais ornamentada do Reino estava atrás de um espelho fazendo alguma prece - seu exército está pronto.
O lorde pareceu fazer uma última prece.
- Mande soar as trombetas.
"GRITOS DE UM LOUCO APAIXONADO"
Sempre que é dia de chuva me pego pensando em você,
Dizem por ai que velhos hábitos nunca mudam...
Sempre que o clima esfria me vem uma saudade de te ter,
Se falo da minha forma de amar todos só com o olhar já me julgam...
O prazer é quem guia as vontades,
E as vontades que guiam meu ser,
Um abraço até cura as saudades,
Mas a saudade só me leva a você.
E se são teus beijos que me garantem a alegria,
E se minha vida só com você tiver sentido,
Hoje me vejo preso na mais triste agonia,
Pois olho para o lado e tu já não estas aqui comigo.
A solidão agora é minha única companhia,
Um pouco dura e fria sim quase sempre,
Talvez essa seja esse o destino pra minha vida,
O que não me impede de seguir firme e sorridente,
Claro que nem sempre feliz,
Reconheço esse meu fardo,
Um amante da alma ama assim,
E diz muito mesmo estando calado.
Mais uma esquina e nenhuma bola, bicicleta ou gritos. Ruas vazias, crianças recolhidas em seus aconchegos. Vento frio em noite escura. Hoje não tem lua. Pelos se arrepiam no anúncio da ausência de alguém que já faz falta por não estar perto. Dia após dia - decisões, planos, expectativas, aprendizagens.
FIGUEIRA DA VIDA
Eu nada sou, para lá desta dor
Recolho os pedaços, fio das lembranças
Gritos na alma dos meus contos
Que são quadras de amor, de dor
Recomeço na figueira da vida
Já não tenho tempo para ilusões
Sei que a figueira que plantei
Olha-me entre as ramagens das suas folhas
Observa-me nesta minha quietude
Quietude onde agradeço todas as decepções
Em cada dificuldade e nos tombos dados
Que tive ao longo da minha vida
Sei que a figueira que plantei
Alberga agora um ninho de pássaros
Que as folhas veem-me entre os livros
Desfolham-se nas asas em lágrimas de pedra
Resguardo sem destino de sol e chuva
Envolto de nevoeiro nas palavras
Orvalho nos lábios das folhas da figueira
Que plantei com o recomeço sem ilusões.
