E no meio de Tanta Gente Chata
Raridade
Vi um pescador contando estórias em meio a tanta gente e fui verificar o que saia de belo e empolgante daquele homem vivido e experiente. Percebi que eram apenas velhos relatos cotidianos, não havia nada de extra nem engenhoso, eram apenas palavras de uma mente que já provara de tudo.
Os jovens nem piscavam, parecia tão inédito, era de ficar abismado com tanta veracidade com a qual aquele senhor afirmava tudo. Tudo nas entre linhas. Não sobrava um mínimo detalhe, a riqueza de suas minucias era pra deixar mesmo toda aquela gente de boca aberta. O que escapava por esquecimento, logo alguém dizia Sr. Explica melhor o fato, e lá se vai ele retomar a estória gradativamente sem esquecer uma virgula.
Difícil de ver hoje gente assim. Ainda se encontra mundão a fora estes velhos rituais. ...E chega ser um ritual pois na cidade grande jamais se encontra alguém nos dias de hoje de atitude tão solicita e engajadora. Perdemos velhos hábitos enriquecedores onde sobra texto pra citarmos a alguém em nossas velhices. Afinal nem todos conseguirão alcança-la. Sinto muito ver jovens que desperdiçam sua infância, adolescência e um começo de maturidade já com a mente envelhecida. Parece que já nascem acelerados e com inteligência à toda prova. Não sou pescador, mas vou contar um conto: Em conversa com companheiros em bate papo informal, ouvi um deles dizer ``As crianças de hoje já nascem sabidas´´. E, é bem por ai são tantos hormônios que já veem ao mundo com uma dose extra na célula e, com efeito, já nascemos turbinados por tanto elementos químicos o qual nos submetemos tudo na corrente sanguínea.
Em viagem pelo nordeste presenciei também um lual, nunca tinha visto ao vivo. Até assisti em seriados ou novela, mas ao vivo nunca. Todo aquele povo em volta de uma fogueira cantando, dançando, bebendo e se divertindo como se o mundo não existisse. E refleti solitário... Como é bom encontrar coisas assim. Como é bom ver que ainda tem alguém ou um monte de gente que leva a vida assim, puramente, sem estresse, sem ter que precisar usar nenhuma droga da moda.
Como é bom sair por ai viajar e ver que o mundo não é só trabalho e correria pra ter muitas vezes algo que muitos nem tem tempo pra gastar. E que a paz esteja sempre em nossas mentes ou; quem sabe em nossos corações.
Quem eu sou?
Não sou nada
Apenas mais um número
No meio de tanta gente
Apesar de ser grande
Sou pequeno
perante o mundo
Por que será que ainda existe tanta gente
Com a mente doente, meio demente, que
Se acha no direito de criticar e julgar como
Se sua vida fosse um exemplo, como se todo
Tempo só tivesse acertado e sido equilibrado,
Sem jamais ter se equivocado, aliás, acho que
Este tipo de gente deve pensar que está acima
De Nosso Senhor, pois até Ele fez algo errado e
Com amor perdoado, total, desumano e insano
Seria querer perfeito e sem defeito o sujeito que
Ainda está neste plano pra aprendizado humano!
Guria da Poesia Gaúcha
Estranho mesmo foi você me notar no meio de tanta gente...
Você era popular, eu esquisita.
Você foi expulso da escola, eu fugi dela pra ficar mais cedo com você.
Você fumava, eu reclamava do cheiro do cigarro.
Eu cantava, você me olhava.
Eu bebia, você cuidava de mim.
Você falava, eu me apaixonava.
Você ia embora, eu chorava.
Eu escrevia, você lia.
Eu reclamava, você sorria.
Você aparecia, eu chorava e sorria.
Você tocava baixo, eu te admirava.
Você me ensinava, eu desistia.
Eu de bota, você de coturno.
Eu gêmeos, você sagitário.
Você gostava de cemitério, de rpg, de vinho barato, de Metallica e do Wolverine.
Eu gostava da noite de lua cheia, de Pipermint, de Kiss, de cantar e de moda.
Você tinha 16, e eu 15.
Eu queria Zeppelin, você Chili Peppers.
Descrente,
segue no meio de tanta gente...
Na sua solidão,
sofre sozinho em seu coração.
Isolamento,
torna sua vida o maior tormento...
Ilhado,
separado,
afastado...
segue ele
com gente por todo lado.
E eu te encontrei em meio toda aquela multidão, no meio de tanta gente que ria eu me dei conta de que era metade, de que te deixei ir por não ter coragem de enfrentar os fatos.
Eu que tanto pedi para que hoje fosse mais um daqueles dias de embriaguez, que tanto quis me entregar ao primeiro cara que aparecesse, logo eu no pico de fraqueza, te encontro por ai, meio que sem rumo querendo achar um lugar pra ficar e mesmo querendo gritar e te chamar pra entrar, não houve reação, paralisei, eu te perdia ali mais uma vez, a multidão aumentava mais e mais, o eco das gargalhadas se embaralhava nas lágrimas que escorriam dos meus olhos e entre um ou outro cara que me jogava uma cantada qualquer eu te buscava, eu te caçava em cada rosto.
Só queria não ter perdido a fala quando te vi, não queria ficar assim todas as vezes que me deparo contigo, que me deparo com a fraqueza que ainda vive em mim, eu não queria que fosse desse jeito, eu preferiria mil vezes ter te esquecido há um ano atrás, mas cara você tem um efeito sobre mim que não consigo conter.
Era pra ser mais um carnaval, mas uma lista de homens que nem sequer lembraria o nome, era pra ser um dia pra rir na semana que vem, era pra ser hilário, pra perder o juízo e esquecer a hora de voltar pra casa, mas foi apenas mais um dia, na lista de dias que não quis mais ninguém, mais um dia pra te procurar em cada esquina, um dia desses pra desabar em cima do travesseiro ao ser lembrado, um dia que a gente não programa, não faz questão de acontecer, mais um dia desses que você se dá conta de que não é feliz e que não adianta maquiar a situação, quando você menos espera a realidade bate na porta e te joga de cara naquilo que você tentou esconder esse tempo todo com meia dúzia de sorrisos baratos.
No meio de tanta desgraça, ainda consigo amar algo de graça! no meio de tanta gente hipócrita, ainda consigo ler o mais puro sentimento de alguém, na dor da decepção, encontrei a cura, aos poucos vou aprendendo que é preciso a dor para se curar, aprendo que, nas dificuldades e que se acha a facilidade, ao longo de minha caminhada, vi muitas pedras, espinhos, tempestades de destruição, porém tirei proveito de cada tormenta! com as pedras aprendi a ser dura como elas, nos meus princípios morais, com os espinhos, aprendi a pisar neles, sem me machucar, com as tempestades, aprendi a reconstruir o que sobrou de mim, assim me fortaleço, me sinto eu com o meu eu, nada abala as minhas instruturas, embora pareço hostil, meu interior é calmo e sereno!
Em meio ao caos, os cacos caem sobre o chão.
Somos terra abatida na partida de tanta gente em vão. Assistindo no isolamento, na solidão, o coração de outros iguais a nós se dissolvendo, perdendo o ritmo de suas batidas, até ir embora sem sequer nos dar a despedida.
Nesse mundo perdido de amor, ficar só, só aumenta a dor, mas fico.
E em meio a tanta gente você se senti sozinho, olha para um lado e para outro mas não encontra o caminho. Aquela mina que cê amava se foi te deixou sozinho, tenta encontrar outra pessoa mas é com se estivesse sozinho em seu próprio mundo me sinto sozinho!
ACREDITEI QUE O SONHO NÃO ACABARIA ALI
NO MEIO DE TANTA GENTE
DE TANTO GRITOS
DE TANTOS CHORO
ACREDITEI QUE TUDO ERA POSSIVEL SE TIVESSEMOS UNIDOS
“No meio de tanta gente que existe nesse mundo, tantas qualidades, tantos defeitos, tantos desejos misturados em meio a tanta bagunça...
No meio de uma multidão enorme da qual mal sei quem está me olhando nesse momento, pessoas das quais poderia dar um pouquinho de amor pra cada uma, desisto na hora, quando lembro que encontrei você no meio de todas elas. E então decido por dar todo esse amor para apenas uma pessoa... Você.”
Ultimamente o café tem sido minha melhor companhia, pois é ele que me esquenta em meio á tanta gente fria.
(No meio de tanta gente)
No meio de tanta gente vejo a tristeza
No meio de tanta gente vejo a pobreza
E no centro,
Do meio de tanta gente
Vejo a indesejada de tanta gente.
No centro de minha cidade
Vejo, ela novamente!
A indesejada de tanta gente.
No centro,
Do meio de tanta gente
Vejo homem!
Homem caído no chão novamente.
No meio de tanta gente.
Poeta
Sergio Macedo
