Dor Fracasso
Preciso de você !
Preciso por que conheces a minha fragilidade, e consegue sentir
cada dor que eu sinto na mesma intensidade.
Você e um presente, um amigo que sempre chora comigo será de tristeza ou alegria. Você me torna melhor, me faz querer ser melhor para poder sempre está contigo.
Para o meu amigo Espírito Santo
Cegueira -
Entre a dor que sentimos
e a solidão que vivemos
às vezes descobrimos
que da vida nos perdemos.
Na ausência que deixamos
no vazio que remoemos
afinal o que esperamos
da vida que não temos?!
A que temos e não queremos,
silencio cáustico onde vais? ...
A que temos porque a temos?!
Tendo muito queremos mais!
E o tempo passa, vai passando,
a vida é longa, prolongada,
alguém nos ama, vai amando,
e nós não vemos, não vemos nada ...
Amor Inútil -
Meu amor porque partiste
meu amor tu nem sentiste
quanta dor ficou em mim,
meu amor porque fugiste
nem de mim te despediste
hei-de amar-te até ao fim.
Sou aquele que te escreve
que te ama, que se atreve
a procurar teu coração,
meu amor a vida é breve
meu amor tão ao de leve
me deixaste sem razão.
Ainda assim por ti esperei
foste tu a quem me dei
sou um grito de saudade,
meu amor não morrerei
sem dizer quanto te amei
no silêncio da cidade.
De Poema em Poema -
Fui de poema em poema
à procura da razão
que me fazia ter por tema
a dor, a morte e a solidão.
Mas os versos não sabiam
o porquê dessa loucura,
só falavam, só diziam,
sempre cheios de amargura.
Digo aos gritos sem pudor
que meus versos são um pranto!
Mas o porquê de tanta dor,
tanta morte no seu canto?!
Talvez devesse procurar
a razão dessa agonia,
não nos versos, a chorar,
mas em mim, no dia a dia...
Tempo Infimo -
Fecho os olhos por instantes
e ao abri-los novamente
numa dor, triste, constante,
vejo a vida tão diferente!
Esse alguém a quem amava
num passar por entre escolhos
dizia adeus e abalava
deixando mágoa nos meus olhos!
Podem morrer os horizontes
podem chorar todas as gentes
podem secar todas as fontes
que o meu amor é para sempre!
Tempo infimo, esgotado,
dor presente sem destino,
sonho morto, enterrado,
olhar triste sem carinho!
É assim a nossa vida,
ora quente, ora fria,
encontrada ou perdida,
ora noite, ora dia ...
Compaixão é ser solidária com a dor alheia, sem evitar o contato; estendendo a mão, sem temor; tocando na ferida minando, sangrando, do seu próximo.
Quando as palavras são frágeis demais pra suportar o peso da dor, só nos resta ficar em silêncio e esperar que ela diminua.
"Poeta não e' alguém que sofre muito, mas sim que tem consciência profunda da dor e sabe traduzi-la; externando-a."
Sinto dor.
"Às vezes temos de aguentar o sofrimento,
Senti-lo como for,
Para que não cause nenhum tormento.
A vida não é um mar de rosas do qual podemos desfrutar,
Entretanto, em meio a tantas angústias,
Sou incapaz de esquecer a alegria, a beleza,
Da qual não posso mais aproveitar.
Quando some-me a pulcritude da vida,
Saudades insólitas de meu único amor,
Aquele que as vezes me avisa somente da partida,
Entretanto, nunca deixa-me esquecida.
Analisando tal situação,
Vejo que não há mais opção.
Ver-me em tal posição,
Com um amor em minha visão,
Correndo na contramão,
Preciso agir pela paixão.
Posto minhas vontades, nada posso fazer,
Apenas esperar, e tentar esquecer.
Vão se resolver os acasos com acasos,
O que me deixa em pedaços por ver e desver.
Não é gostosa situação,
Ver minha paixão na contramão correr,
É preciso enfrentar, mentalmente, apesar.
Vida boa, vida injusta, não age como deveria,
Encarar tais situações, para viver uma vida bem vivida.
A dor não tem beleza,
Não tem felicidade,
Apenas temos de aguentar a saudade,
Por este motivo só me restam palavras infelizes,
Pois irei sentir dor por toda eternidade."
Aos Pés da minha Cama -
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de versos
uma dor que é tamanha
de um poeta controverso.
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de morte
hora a hora de quem ama
e odeia a sua sorte.
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de vida
uma vida de má-fama
de tantas regras despida.
Aos pés da minha cama
há uma dor, triste lembrança,
mil poemas, o meu drama,
o baú da minha herança.
Ao baú cheio de versos que está aos pés da minha cama na casa do Outeiro em Monsaraz.
Uma das dores que mais prolongamos é a dor do amor. Aceitar o seu fim gera em nós a dúvida de que tenhamos realmente amado, por isso nos apegamos com tanta força a ela.
Observar como a dor se molda em poesias puras e dolorosas é algo de se admirar, ver que a transformação encanta seres que respiram a mesma angústia é a pós calmaria do agito de um oceano, também obtemos a percepção da facilidade de como sentimentos se cruzam e encontram semelhanças por palavras tão expressivas e tão guardadas. A beleza da arte é tanta que esquecemos o por traz de cada palavra cantada, as lagrimas escondidas. Esse é o fascínio da arte.
Meu Remédio...
Não é a dor da solidão
Que me agoniza,
Mas sim, a falta absurda
Deste remédio chamado
Você em minha vida!
Eu tinha entendido que a dor é uma boneca russa: nunca termina, apenas se esconde dentro de uma nova dor, e cada nova instância de dor contém todas as anteriores. Então minha dor era invisível, mas estava lá, dentro de cada estúpida decepção diária.
