Dez
Meu Deus, o Senhor é rico em amor, seu coração é bondoso, seu nome é grandioso. São dez mil razões para meu coração amar-te mais.
Bendize minha alma!
Uma pessoa pode passar dez anos de sua vida pagando suas prestações corretamente, mas se em dois meses ficar sem poder pagar a conta, é perseguida pelos credores, que além de incluir seu nome no cadastro de devedores, tortura-a com ligações contínuas.
A Formiga, mais ou menos uns dez Pingos d'água e Eu
Num dia desses...
De previsão do tempo em desacordo
e céu azul e nuvens brancas,
dando formato a imagens de sonhos
e sol brilhante e sombra boa,
projetada em rumo de árvore grande
- [pé de um trem qualquer]-
plantada no asfalto da cidade
ou na terra do campo.
E de repente a chuva...
Que desaba sem aviso antecipado,
desabrigando os descuidados
tomando ligeiro os caminhos
e ocupando-se de preocupar
os videntes de desenhos em nuvens!
Tratando de por ritmo nos passos moles
escaldados e amolecidos pelo sol quente,
tratando de apressar as aves
em seus vôos solos pelas quinas do céu,
tratando de acordar os lagos e de viver os peixes
e tratando de matar a sede da terra - que agradecida -
empurra à superfície, as plantas...
Expondo suas folhagens verdes
seus frutos vistosos
e suas inspiradoras flores perfumadas.
Feito chefe em dia de súbito descontentamento,
ralha aos quatro ventos, a chuva que cai do céu.
Num protagonismo invejável!
Só as formigas se incomodam mais...
As gotas d'água,
feito flechas lançadas contra elas,
- do alto, sem escrúpulos ou piedade-
fazem pesar ainda mais o seu árduo trabalho diário.
Três estrelas ancoradas no céu
calçando a lua
em uma nuvem qualquer,
e uma rajada de vento soprada de lá para cá
na contramão da dança dançada a favor da chuva,
faz ir embora a nuvem escura carregada de raios
que entopem o céu de desespero.
Três dessabidos destinos,
encontram sentidos
em um sentido qualquer:
A Formiga...Desenrasca o pão do jeito que dá!
A Chuva... Se diverte com a farra toda!
E Eu...Transformo em tempestade - nem dez gotas d'água - caídas sobre mim!
No boxe a contagem se inicia nos dez segundos e para no zero. Na vida a contagem se inicia no zero e para no desconhecido.
Fim de semana é assim: eu fico dez vezes mais lenta do que o normal. Só funciono depois das onze horas, e, só continuo vivendo se tiver café —, meu humor está intimamente ligado a isso — Deus me livre de ficar sem. Todo mundo precisa suscitar a 'catarse', o meu é esse. Nunca experimentei gritar no abismo, porque fico com vontade de me jogar; nunca andei sobre brasas para me libertar, isso é coisa de maluco, mas tem gente que faz; nunca usei 'drogas' para ir para outro plano. Se eu precisar descarregar tudo que me aflige, espero pela T.P.M., assim tenho desculpas, se por ventura, morder alguém.
RIO DE JANEIRO, 9 de dezembro de 1977 – dez e meia da manhã. Quando – em decorrência de um câncer e apenas um dia antes de completar o seu quinquagésimo sétimo aniversário – a prodigiosa escritora Clarice Lispector partia do transitório universo dos humanos, para perpetuar sua existência através das preciosas letras que transbordavam da sua complexa alma feminina, os inúmeros apreciadores daquela intrépida força de natureza sensível e pulsante ficavam órfãos das suas epifânicas palavras, enquanto o mundo literário, embora enriquecido pelos imorredouros legados que permaneceriam em seus contos, crônicas e romances, ficaria incompleto por não mais partilhar – nem mesmo através das obras póstumas – das histórias inéditas que desvaneciam junto com ela. Entretanto, tempos depois da sua morte, inúmeras polêmicas concernentes a sua vida privada vieram ao conhecimento público. Sobretudo, após ter sido inaugurado, em Setembro de 1987, o Arquivo Clarice Lispector do Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB/CL) – constituído por uma série de documentos pessoais da escritora – doados pelo seu filho, Paulo Gurgel Valente. E diante de cartões-postais, correspondências trocadas com amigos e parentes, trechos rabiscados de produções literárias, e outras tantas declarações escritas sobre fatos e acontecimentos, a confirmação de que entre agosto de 1959 a fevereiro de 1961, era ela quem assinava uma coluna no jornal Correio da Manhã sob o pseudônimo de Helen Palmer. Decerto, aquilo não seria um dos seus maiores segredos. Aliás, nem era algo tão ignoto assim. Muitos – principalmente os mais próximos – sabiam até mesmo que, no período de maio a outubro de 1952, a convite do cronista Rubem Braga ela havia usado a identidade falsa de Tereza Quadros para assinar uma coluna no tabloide Comício. Assim como já se conscientizavam também, que a partir de abril de 1960, a coluna intitulada Só para Mulheres, do Diário da Noite, era escrita por ela como Ghost Writer da modelo e atriz Ilka Soares. Mas, indubitavelmente, Clarice guardava algo bem mais adiante do que o seu lirismo introspectivo. Algo que fugiria da interpretação dos seus textos herméticos, e da revelação de seus Pseudos. Um mistério que a própria lógica desconheceria. Um enigma que persistiria afora daqueles seus oblíquos olhos melancólicos. Dizem, inclusive, que em Agosto de 1975, ela só teria aceitado participar do Primeiro Congresso Mundial de Bruxaria – em Bogotá, Colômbia – porque já estava completamente convencida de que aquela cíclica capacidade de renovação que lhe acompanhava, viria de algum poder supremo ao seu domínio, e bem mais intricado que os seus conflitos religiosos. Talvez seja mesmo verdade. Talvez não. Quem sabe descobriríamos mais a respeito, se nessa mesma ocasião – sob o pretexto de um súbito mal-estar – ela não tivesse, inexplicavelmente, desistido de ler o texto sobre magia que havia preparado para o instante da sua apresentação, e improvisado um Discurso Diferente. Queria ser enterrada no Cemitério São João Batista, mas – em deferência aos costumes judaicos relativos ao Shabat – só pode ser sepultada no dia 11, Domingo. Sabe-se hoje que o seu corpo repousa no túmulo 123 da fila G do Cemitério Comunal Israelita no bairro do Caju, Zona Norte do Rio de Janeiro. Coincidentemente, próximo ao local onde a sua personagem Macabéa gastava as horas vagas. No entanto, como todos os grandes extraordinários que fazem da vida um passeio de aprendizado, deduz-se que Clarice tenha mesmo levado consigo uma fração de ensinamentos irreveláveis. Possivelmente, os casos mais obscuros, tais como os episódios mais sigilosos, partiram pegados ao seu acervo incriado, e sem dúvida alguma, muita coisa envolta às suas sombras jamais seriam desvendados. Como por exemplo, o verdadeiro motivo que lhe incitou a adotar um daqueles pseudônimos. Sua existência foi insondável, e seus interesses tão antagônicos quanto vorazes: com ela, fé e ceticismo caminhavam ao lado do medo, e da angústia de viver. Sentia-se feliz por não chorar diante da tristeza, alegando que o choro a consolava. Era indiferente, mas humanista. Tediosa e intrigante; reservada e intimista; nativa e estrangeira; judia e cristã; lésbica e dona de casa; homem e mãe de família; bruxa e santa. Ucraniana, brasileira, nordestina e carioca. Autoridades asseguravam que ela era de direita, outras afirmavam que ela era comunista. Falava sete idiomas, porém sua nacionalidade era sempre questionada. Ao nascer, foi registrada com o nome de Chaya Pinkhasovna, e morreu como Clarice Lispector. Mas afinal de contas, por que a autora brasileira mais estudada em todo o mundo era conhecida pelo epíteto de A Grande Bruxa da Literatura Brasileira? Que espécie de vínculo Clarice teria estabelecido com o universo mágico da feitiçaria? Por que seu próprio amigo, o jornalista e escritor Otto Lara Resende advertia sempre alguns leitores: "Você deve tomar cuidado com Clarice. Não se trata apenas de literatura, mas de bruxaria”.
Certamente, ainda hoje, muitos desconheçam completamente, o estreito envolvimento que a escritora mantinha com práticas ligadas ao ocultismo, assim como o seu profundo interesse na magia cabalística. Para outros, inclusive, aquela sua participação em uma Convenção de Bruxas, seria apenas mais uma – entre as tantas invenções – que permeavam o imaginário fantasioso do seu nome. Inobstante, Clarice cultivava diferentes hábitos místicos. Principalmente, atrelados a crendices no poder de determinados números. Para ela, os números 5, 7 e 13, representavam um simbolismo mágico, uma espécie de identidade cármica. Durante o seu processo criativo, cafés, cigarros e a máquina de escrever sobre o colo, marcando sempre 7(sete) espaços entre cada parágrafo inicial. E, por diversas vezes, não hesitava em solicitar a amiga Olga Borelli para concluir os últimos parágrafos dos seus textos que, inevitavelmente, inteirassem as páginas de número 13. Ela própria escreveu: “O sete é o número do homem. A ferida mais profunda se cura em sete dias se o destruidor não estiver por perto [...] O número sete era meu número secreto e cabalístico”. Há sete notas com as quais podem ser compostas “todas as músicas que existem e que existirão”; e há uma recorrência de “adições teosóficas”, números que podem ser somados para revelar uma quantia mágica. O ano de 1978, por exemplo, tem um resultado final igual a sete: 1 + 9 + 7 + 8 = 25, e 2 + 5 = 7. “Eu vos afianço que 1978 será o verdadeiro ano cabalístico. Portanto, mandei lustrar os instantes do tempo, rebrilhar as estrelas, lavar a lua com leite, e o sol com ouro líquido. Cada ano que se inicia, começo eu a viver outra vida.” E, muito embora ela tenha morrido apenas algumas semanas antes de começar o então ano cabalístico, sem dúvida alguma, todos esses hábitos ritualísticos, esclareceram a verdadeira razão pela qual – aceitou com presteza e entusiasmo – o inusitado convite do então escritor e ocultista colombiano, Bruxo Simón, para participar – como palestrante/convidada – do Primeiro Congresso Mundial de Bruxaria organizado por ele. (Prefácio do livro: O Segredo de Clarice Lispector).
As sete cartas do tarô são suas
E os dez destinos mais prováveis são meus
E se você pedisse para abrir um caminho
Este iria dar na nossa casa, meu bem...
Ando por esta terra dez de uma época jamais imaginada pelo homem vi a evolução do primeiro ando no escuro me alimento do néctar vermelho sou um guerreiro que lutou em batalhas contra criaturas que olhos humanos não poderiam imaginar apesar de ser uma criatura das trevas luto para que o mal caia a meus pés e assim ter minhas asas de volta pra depois voar ao céu deixar esse mundo e finalmente voltar a minha terra lá no escuro da minha eternidade.
Só saberei de alguma coisa daqui uns dez anos, se eu chegar até lá....mas nunca é cedo pra recomeçar...
É muita mágoa acumulada entre os textos, é muita mágoa que só agora, depois de dez meses venho assumir. Essa mesma mágoa que não me deixa seguir em frente é a que me arrasta para o futuro sem ao menos perguntar se quero realmente ir embora. É muita mágoa, muito drama e pouca saudade.
Eu e você e mais ninguém
Independente do que aconteça
Por mal ou por bem
Daqui a dez anos
Vinte ou cem... Eu e você e mais ninguém
DEPOIS DE DEZ ANOS ACABOU
15 de agosto de 2009
Meu bem,
À noite ainda posso até lembrar você, mas é uma lembrança sem dor, sem grandes emoções.
Os livros ainda estão no mesmo lugar que você deixou, mas não é porque eu queira deixar as coisas do seu jeito, é que como você mesmo sabe tenho preguiça de arrumar, as suas roupas que eu não queria entregar já estão na mala esperando você vim buscar, os trabalhos da faculdade estão no computador, te mandei por email então quando recebê-los me avise para que eu possa apagar, aproveite e me diga com quais discos você vai querer ficar...
A cama que ficava faltando você, agora está pequena pra mim, seu cheiro não está mais pela casa... As músicas não lembra mais você, às vezes até lembra, mas de uma forma que me deixa feliz por lembrar os momentos bons da minha vida... Hoje terminei aquela pintura que começamos, ficou incrível, minha sala vai se esplandecer com tal obra. Ah! Não se preocupe, também coloquei seu nome como criador, a final, a idéia foi nossa...
Meu jardim está florido, aquela rosa que eu achei que nunca ia brotar até que fim se abriu para ver o sol... LINDA!
Meu bem, te confesso estou tão feliz.
Minha solidão está sendo uma excelente companhia, logo eu que sempre tive tanto medo de ficar só.
Terminei aquele livro, o qual parecia não ter fim... Acho até que já vou publicar.
Amanhâ começo as aulas de inglês, porque nas férias pretendo viajar... Afinal não tenho mais você pra fazer as traduções, ainda não decidi o lugar não quero nada muito romântico daqui pro final do ano eu decido, você sabe escolher não é comigo.
Bom,
Mande noticias, pois foram dez anos juntos, alguma coisa a gente tem que continuar a compartilha, já que o passado lá vai ficar.
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