Desejo Morte
Pra mim é estranho me apresentar, sendo que conheço vocês há mó tempão, mano. É, cada um de vocês.
Sei que a gente não anda muito bem, mas eu sou você e você é eu. Então, por favor, não desiste de mim.
Eu sei que eu fui maldosa, te deixei cicatrizes, dores, traumas de amores e choros sem fim. Talvez você me odeie às vezes, mas, por favor, não desiste de mim.
Eu sou traiçoeira, sim, vou te colocar em situações horríveis e te fazer passar por coisas desumanas, e isso você sabe. E você acha mesmo que eu não vejo você rezando diariamente pra que eu acabe?
É, eu sei. Eu sei que eu sou muito má às vezes, mas, por favor, não desiste de mim.
Entenda que eu faço isso tudo pelo seu bem. Isso é sobre nós, mas eu sei que entender isso tudo não é nada fácil, não é nada fácil assim, mas, por favor, não desiste de mim.
Eu vou te trazer várias sensações pra me entender, talvez seja mais fácil encontrar um objetivo ou um id, mas também vou te fazer perder o gosto nas coisas, e isso não é sintoma de COVID.
Isso é tão louco de se explicar. Isso é tão louco de se explicar, porque eu vou ser tão boa e tão ruim, mas, por favor, não desiste de mim.
Eu sei que às vezes você vai querer preencher mais o vazio, preencher o que tá dentro de você, mas a escuridão ainda ecoa, e saiba que se você não me salvar em você, você ainda pode me salvar em outras pessoas.
Você tem esse dom e essa força na sua voz, então, por favor, não desista de nós. Quase sempre eu exijo que você seja forte, tanto eu quanto a...
Morte...
Muitos me conheceram através de um corte, litros de escuridão, através de um corte, muitos me conheceram através de um porte, de armas, de almas, de ódio.
Há quem diga que quem me conhece não tem sorte. Acredito que quem me conhece é um ser forte, que cansou desse plano terreno, e pleno é aquele que aprende a viver a morte.
Mas a morte traz sentimentos inexplicáveis, pensamentos inabitáveis. Vi a morte perto, hora de ser mais direto, já filosofei demais.
Eu sou inevitável, assim como Thanos, almas no cardápio, assim como tanto, vidas vêm e vão após dia, noite após noite, pranto após pranto.
Eu não gosto de ser inconveniente. Então, só sigo as ordens daquele que orquestra. Cada indivíduo tem seu tempo, não sou eu quem decreto o fim da festa. Eu não vim aqui para fazer palestra, se as portas não se abrem, tenta passar pela fresta.
Eu sou apenas uma fechadura escura, entenda que sua vida é sua própria chave-mestra. Então, por favor, desista de mim, então por favor, desista de mim, nem eu e nem você decretará seu fim.
Um ser sem vida é como um MC sem rima, uma onça sem pintas, um elefante sem marfim. Por fim, problemas todos temos, todos vemos por aqui. Problemas todos somos, por muitos anos senti que trazer mortes foi o principal motivo pelo qual nasci.
Mas eu sou mais viva que a própria vida, ambas podem fazer com que nosso povo chore, então desista de mim, insista nele e aprenda conosco, mas jamais nos ignore.
Fico pensando,
quando tudo virar Trevas
e os Monstros tiverem torturado
todos os Heróis por uma Eternidade,
o que vão fazer
quando o Tédio dos Shinigamis
chegar?
Eis a vida um pêndulo de incertezas maiores, quiçá a única forma de vencer a vida seja morrer, a vida não tem esse poder de rir na cara da morte, mas a morte tem esse poder absoluto e de ser o maior terror para a vida!
E, quando chegar o meu dia, não me entoem os vossos hinos, não violem a minha partida, o silêncio já estará de bom tamanho!
In, O SILÊNCIO DOS TERRORES
Os pacíficos quererem e buscam a Paz, mais os inclementes sempre, ainda que em menores números, irão determinar a vida e a morte de muitos.
Renovação
A Páscoa é um tempo de renovação,
Mas que renovação é essa afinal?
Se a vida é só sofrimento e aflição,
E a morte é inevitável e fatal?
Entre a luta do bem contra o mal,
Não há esperança de paz e união,
A vida é um eterno carnaval,
Onde impera a dor e a desilusão.
Mas eu não me curvo ao desespero,
Nem desisto da luta interior,
Acredito que há um caminho certo,
Através da nossa evolução,
Podemos alcançar a nossa redenção,
E transformar a nossa vida em luz e amor
Sob o Manto da Angústia
Compreendo que o mundo é um fardo a carregar,
Às vezes, enlouquecemos nessa jornada,
A realidade, qual pesadelo a nos assombrar,
Ferindo a alma em cada madrugada.
Na vida, somos versos dissonantes,
Em um poema que a loucura recita,
Nossas mentes, labirintos errantes,
Buscam uma luz que a dor mitiga.
Oh, Augusto dos Anjos, mestre da angústia,
Em tuas pegadas, traço meu caminho,
Nesta poesia, mergulho na tormenta,
Explorando o abismo, de olhar mesquinho.
Que este poema, em sua negra essência,
Seja um tributo ao teu estilo, em obediência,
E que na dor e na sombra, encontremos a ciência,
Da vida, da morte, da nossa existência.
Sinfonia da Existência
Minha trajetória é uma sinfonia perdida,
Um concerto de emoções entrelaçadas com a dor,
Na partitura da vida, as rimas são feridas,
E as melodias ecoam, clamando por um clamor.
Eu, o sonhador errante, guiado pela luz estelar,
Naveguei mares tumultuosos e desertos sem esperança,
Cada desvio, cada desafio, um duelo singular,
O guerreiro intrépido emergido da dança da lembrança.
Ah, quanta beleza e tristeza se entrelaçam no meu trilho,
Como a lua e o sol que dançam no céu em harmonia,
As lágrimas que caíram lavaram o solo fértil,
De onde brotaram as flores de minha própria poesia.
As estradas percorridas foram trilhas misteriosas,
Onde o sol brilhou e a tempestade rugiu com furor,
Cada encruzilhada, cada encanto e ilusão enganosas,
Forjaram o alicerce da alma que hoje abraço com fervor.
A trajetória traçada, um poema que ecoa e chora,
Nas entrelinhas da vida, no pulsar do coração,
Cada verso é um passo, cada estrofe é uma quimera,
E o eu que outrora fui e que sou, entrelaçados na mesma canção.
Nas rimas fortes e na musicalidade do meu ser,
Encontro o eco de cada sonho e desafio vencido,
Na cadência das palavras, vejo-me renascer,
A vida e a poesia, unidos e ressurgidos.
Amar é como uma queda.
Desde a felicidade de voar,
ao ponto em que gritar
não vai adiantar e
é impossível
voltar atrás.
Amor é uma queda,
acabar é morrer.
Nós sabemos que cada átomo, cada molécula do corpo humano são compostos de energia, mas o que acontece com esse campo energético humano quando o corpo morre? Acredito que essa energia possa ser capturada.
É estranho, pensar que se eu morrer hoje, amanhã estarei recebendo palavras que se tivessem sido ditas enquanto eu estava viva, teria mudado meu dia, mas que só foram ditas porque eu não posso mais ler e nem ouvir.
Quando meu marido morreu, as pessoas me diziam para não chorar. Tentavam me ajudar a esquecer. Mas eu não queria esquecer.
Há quem imagine
que o amor seja mágico,
como um encanto
que se auto sustenta
e se esquece que,
embora seja mais forte
que a morte, também
perece como uma flor
esquecida num vaso.
UM JAZ
Quem ama deixa partir
Arrancar as raízes sempre rompe e dói
Da terra remexida nasce um cheiro fúnebre.
O sal sai das olheiras covas
Salga a veia cava adubando coroas
Os crisântemos nutrem-se do velório.
Vá, enquanto é primavera
Tropece nas flores esquecidas em lapides
Talvez eu ainda espere até o outono.
Como descrever em palavras todas as confusões da minha cabeça e toda a agitação do meu coração?
Como ler meu próprio texto, escrito a uns seis anos e pouco e compreender que toda a loucura que eu achava que habitava em mim e machucava minha alma, não era nada comparado ao que estava por vir.
A vida é uma porrada diária.
Que porra é essa? Eu só tenho uns setenta e poucos anos pra descobrir o que eu gosto de fazer? Pra entender pra que eu vim parar nesse mundo? Pra me auto ensinar todos os dias a sentir alegria em cada coisa pequena do dia a dia, mas olhar pro lado e sempre achar que o outro é mais feliz que eu. E me comparar, me diminuir, medir a minha vida com a régua da vida do outro e achar que tá tudo errado, estou perdendo tempo!
E nisso se passou um dia, oi final de semana! Mas pisquei e já é segunda-feira de novo. Ops, acabou o mês? Mas já estamos no meio do ano! Feliz natal, próspero ano novo... E se foi 2, 3, 10 anos...
E quando foi o dia em que eu aproveitei genuinamente a minha própria companhia? Onde eu me admirei e cuidei da minha alma machucada? Onde eu apenas parei pra observar o dia e RESPIRAR de verdade? Quantas risadas verdadeiras eu dei? Eu fiquei realmente tranquila, apenas amando existir?
Esse texto não tem uma mensagem motivacional. Essa pelo menos não era a intenção.
Até quando vou normalizar uma rotina exaustiva e uma vida com paleta de cor tons pastéis? Até quando a interpretação de uma foto que aparece na minha tela por 15 segundos, ou menos, vai ditar a minha relação com a minha própria vida? Vida essa que é só uma, é literalmente a única carta que tenho na mesa.
É um absurdo que eu tenha somente uns oitenta anos de vida e seja tão difícil estar plenamente feliz sem deixar todas as coisas do mundo influenciarem na minha cabeça fraca e traumatizada.
Isso é a porra de um absurdo.
Eu sou uma memória...
Para alguns uma memoria inesquecível que ultrapassou o tempo e jamais deixarei de existir, para outros, sou apenas aquela memória que não gostaria de lembrar e para outros, uma memória já esquecida no tempo.
Bom é ser uma memória viva, aquela que embora o físico não mais exista ao lado daquela pessoa, a nossa memória continua ali trazendo sorrisos ao ser lembrada, bom mesmo é saber que contribuímos de forma positiva na vida de alguém, só não é permitido esquecer quem somos, para que o outro lembre de nós.
Eu te amei mais do que planejei, mais do que pensei e com o amor também veio a dor, uma dor sem cura, uma dor profunda, uma dor que você me causa sempre na presença da lua. Eu busco entender o motivo de você me fazer sofrer, por quê? Eu não consigo compreender o que quer fazer. Com palavras tão afiadas, que me rasgam feito navalhas, Atitudes que me machucam como um açoite bruto, e por quê? Eu não consigo entender o que quer fazer. Tempos bons vêm, são incríveis, mas são armadilhas para mim, que quando estou feliz e de guarda baixa, Levo porradas e facadas sem poder reagir, e por quê? Por quê você gosta de me ver sofrer? Eu já tentei não gosta de você, achei que era capaz, mas é impossível te esquecer, mas por quê? Se só me faz sofrer, se só me faz querer morrer.
No começo, no fim e durante tudo, eu só quis te ver feliz, dar meu tudo, minha alma, meu amor, elogiar, compor, mas por quê? Por quê eu não paro de gostar de alguém como você? Eu ainda não sei, talvez nunca saberei, mas momentos de felicidade sempre apagam os de tristeza e dia após dia, eu continuo a ser engando por mim mesmo, em um looping quase eterno, que só será quebrado por você ou pelo meu enterro.
Estamos de passagem neste mundo, como viajantes em uma jornada de descoberta e aprendizado. Somos seres temporários, aqui apenas por um momento, e nosso papel é deixar uma marca positiva na história da humanidade.
Esta consciência de que estamos de passagem pode nos ajudar a encontrar um significado mais profundo para a nossa existência. Quando percebemos que o tempo é limitado, podemos focar em coisas que realmente importam, como cultivar relacionamentos saudáveis, buscar conhecimento e sabedoria, e contribuir para a construção de um mundo mais justo e sustentável.
Ao mesmo tempo, a consciência da nossa impermanência pode nos ajudar a viver de forma mais plena e autêntica nos incentiva a aproveitar cada momento como se fosse o último, a expressar nossa verdadeira essência, e a viver de acordo com nossos valores mais profundos.
Isso não significa que estamos sozinhos ou isolados. Pelo contrário, fazemos parte de uma grande comunidade de seres humanos, todos buscando um sentido para a vida e um propósito maior onde podemos encontrar apoio, inspiração e amor, e contribuir para a construção de um mundo mais solidário e inclusivo.
Enfim .... essa nossa estadia é uma lembrança constante de que somos parte de algo maior do que nós mesmos. Somos parte da natureza, do universo, de uma história milenar de evolução e transformação. E, como tal, temos a responsabilidade de deixar um legado positivo para as gerações futuras, e de contribuir para a construção de um mundo mais belo, justo e harmonioso.
Somos todos mortais, com uma duração justa. Nunca maior ou menor. Alguns morrem logo que morrem, outros vivem um pouco, na memória dos que os viram e amaram; outros, ficam na memória da nação que os teve; alguns alcançam a memória da civilização que os possuiu; raros abrangem, de lado a lado, o lapso contrário de civilizações diferentes. Mas a todos cerca o abismo do tempo, que por fim os some, a todos come a fome do abismo, que o perene é um Desejo, e o eterno uma ilusão.
