Crônicas do Cotidiano
AS POMBAS
Dez horas!
Sol quase a pino.
Pombas brancas voam em todas as direções.
Corpos seminus bronzeiam-se estendidos sobre esteiras.
Por toda a praia, contrastes com a espuma branca do mar.
Um colorido sem igual!
Crianças brincam e correm, chego a acreditar na bondade dos homens.
Busco o momento oportuno para arquivar esta cena numa foto sensacional.
Os guarda-sóis coloridos parecem em festa.
As pombas vêm e vão ou aproximam-se de uma criança que lhes atira migalhas de pão.
Este é o momento que eu queria!
Uma criança, o azul, o mar, as pombas, um quadro infinito de paz....
O TEMPO POR NADA ESPERA
Mal vemos o desabrochar da flor e tão rápido ela perde sua cor.
Quase não vemos o sol nascer, tampouco ele se pôr.
Quanto tempo será que ainda temos pra sentir amor?
Mal derrama-se a lágrima da felicidade e muitas vezes chega a que vem com a dor.
Quanto tempo mais, vamos esperar pra sentir amor?
A angústia que me rodeia.
A angústia me assela, me domina e me fascina.
Me cativa assim como a solidão.
Tão reconfortante quanto se sentar em um banco solitário, em meio ao caos do cotidiano.
Sem questionamentos tolos, sem um real interesse.
Sem a sufocante alusão a meritocracia, que é imposta a nós de uma maneira tão singela e amargosa.
E em meio a isso, chegamos no fim do dia.
Desolados e sem rumo.
Em busca de respostas a qual caminho seguir.
Mas afinal, qual o motivo disso?
Para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve.
Liberte sua alma.
Vejo e acompanho rotineiramente pessoas que se manifestam de todas as formas nas redes sociais.
A tecnologia evoluiu a tal ponto que parte de nossa vida, fica registrada nas mais diversas redes, e não temos controle sobre essas informações.
Tal divagação me faz voltar no tempo e me vem a mente uma passagem em que um índio viu sua imagem em uma fotografia, e achou que aquilo era obra do demônio e que sua alma fora aprisionada.
Desconhecimentos tecnológicos a parte, hoje estamos, enfeitiçados pelas redes. Ficamos presos a opiniões postas, criamos a necessidade de compartilhar momentos de nossa vida, ficamos avaliando a nossa popularidade pelos likes recebidos, ficamos presos entre um mundo real e um virtual.
Em um restaurante o primeiro pedido é a senha do Wifi, o menu, ah, este é secundário.
Tornamo-nos escravos e estamos presos a essa rede. Muitos se pudessem escolher, com certeza, optariam pelo virtual, afinal, lá não há problemas e, se houver, você resolve com facilidade. Se não gosta de uma opinião você se vinga com um deslike ou em casos extremos, você bloqueia a pessoa.
Casos a parte, todos nós estamos nos envenenando, estamos trocando nossa alma, nossa essência, por memórias virtuais.
Temos que voltar ao mundo real, o Reino de Nárnia, é fantasioso, fictício e cheio das mais diversas falácias.
Se existe algo de bom nas redes, é que estas aproximam as pessoas, e isto é inegável. Um parente distante, um amigo a tempos não visto, aquela turma do colégio, enfim. Tem sua utilidade e seu lado positivo. Mas, temos que ter controle e entender que vivemos no mundo real. Trabalhamos, comemos, relacionamos como seres humanos e não seres virtuais.
Pense e reflita.
Ilumine seu dia.
Paz e bem.
Seja luz.
Comecemos mais uma semana.
Desejo-lhe mudanças positivas em sua vida. Mas, entenda que você é a única pessoa responsável por fazer essas mudanças acontecerem.
Desejo-lhe que seus sonhos se realizem. Mas, entenda que seus sonhos você constrói acordado.
Desejo-lhe paz. Mas, entenda que a paz é uma ponte dourada que começa em você e liga as pessoas à sua volta, então construa.
Desejo-lhe saúde. Mas, entenda que muitos males podem ser evitados apenas mudando pequenos hábitos e evitando certos riscos, e você é o único responsável por isso.
Desejo-lhe sucesso. Mas, entenda que o sucesso começa em você. Suas ações determinarão o seu futuro. Você é o construtor de sua vida.
Desejo-lhe amor. Mas, entenda que para amar, você deve aprender a cultivar esse sentimento.
Desejo-lhe muitas coisas boas. Desejar posso. Provocar mudanças em sua vida e em seu ser, já são coisas distintas e, não terei esse poder.
No final, você será sempre o principal responsável por todas as mudanças positivas, ou, não em sua vida.
Comece a semana com a consciência devida. Comece querendo ser mais e melhor e, seja.
Não se deixe vencer pela mesmice que te deixa no mesmo lugar.
Desbrave novos horizontes para si mesmo.
Navio que não levanta a âncora, não sai do porto.
Pense e reflita.
Ilumine seu dia.
Paz e bem.
Seja luz.
Necessidades que criamos.
Já parou para pensar o quanto demandamos energia e tempo, buscando atender as necessidades que, sem necessidades criamos?
Qual é, ou, quais são nossas necessidades básicas? Pense. Será que realmente são necessárias as coisas que busco e quero?
Ora, somos ambiciosos e sempre iremos querer mais. Não nos contentamos com o pouco e nem nos satisfazemos com o muito. Quanto menos temos, mais sofremos. Quanto mais temos, mais buscamos.
Que isso é uma característica comum à muitas pessoas, isso é fato, poucas porém, se dispõe a viver somente com o básico para sua vida.
Por ser apenas uma característica, devemos entender que esta pode ser moldada ou aperfeiçoada. Ora, se você fizer uma avaliação sincera do que é necessário à sua vida, ficará surpreso pela quantidade de coisas que poderia deixar de lado, ou deixar para uma outra oportunidade.
Trabalhamos sempre no limite, pois, nossos desejos sempre falam mais alto.
Se compro um carro novo, já no próximo ano quero trocá-lo. Se compro uma roupa nova, logo estarei querendo outra. E assim, sucessivamente.
Querer ter algo, não é ruim, afinal você deve, e merece se presentear. O problema é quando você vive em função da satisfação supérflua que você cria.
Esse tipo de necessidade o fará sofrer.
Para ter mais leveza em sua vida, aprenda a cortar o que não é necessário. Aprenda a ponderar e agradecer as coisas que possui. Aprenda a valorizar os bens já conquistados.
Se você se escraviza para conquistar algo, pergunto, será que realmente vale a pena?
Pense e reflita.
Ilumine seu dia.
Paz e bem.
Seja luz.
Aprenda a se desafiar.
A vida muitas vezes nos aplica alguns revezes. Por mais que queiramos e trabalhemos para que as coisas funcionem ou aconteçam da maneira que esperamos, podemos ser surpreendidos com algo totalmente inesperado e fora de nosso controle.
Neste momento temos que aprender a ser resilientes. Entender que nem tudo está sob o nosso controle, e ao mesmo tempo compreender que não podemos deixar de ser vencidos pelos infortúnios surgidos.
Devemos aprender a desafiar a nos mesmos. Superar nossos medos e nossas dificuldades. Enquanto um sopro de vida houver, você tem a obrigação de não se sentir derrotado.
Se nada ao seu lado está bom, é porque você não está bem. Uma flor que nasce nos pântanos, não perde sua forma e sua beleza, mesmo estando cercada de barro e lodo.
Ser a flor é seu desafio.
Desafio implica em superação. E se você pegar a palavra superação e observar bem, verá que ela pode ser a soma de super+ação. Ou seja, deverá fazer algo além do seu normal, uma ação superior.
Que a vida é cheia de obstáculos e desafios, isso é fato, e isso é belo.
As dificuldades mostram as nossas fragilidades, a superação delas, mostra a nossa grandeza.
Se desafie sempre. Lute mais, se alegre mais, acredite mais, estude mais, vá mais além. Acredite em você.
Mesmo se o desafio for algo impossível de ser superado, desafie-se. Mostre uma atitude positiva ante qualquer situação. O que é ruim, não se mantém e nem se firma na positividade.
Os percalços encontrados no caminho, só te levam para cima. Acredite.
Faço-lhe um desafio: Seja uma pessoa melhor para si mesmo, esqueça de colocar o problema a frente da solução, pare de lamúrias e procure a resolução dos problemas.
Desafio lançado, vamos praticar.
Pense e reflita.
Ilumine seu dia.
Paz e bem.
Seja luz.
Ambição
Me falta em demasia
Almejava antigamente
Um futuro
Pelo qual aprendi lutar
Porem
A peleja se mostrou um circulo
Qual sem fim
Tonteia-me em seu girar
Enjoa a todos que a mim formam
Nascidos da solidão
Lutando uma batalha que começa a estender-se
Entre paredes que se fecham
Encurralam
Cada vez menor se torna o mundo
Que sem ter pr'onde correr
Amoitado permaneço
Estremecendo de medo
Da queda
Que outrora fascinava
Da qual fugi
Pela mão que a mim se estendeu
Levantou
E pôs-me a lutar
No circular coliseu
Mosh pit centrifugador da sanidade
Drena cada gota de energia
Que a cada dia mais difícil se torna
Repor
Como você percebe o mundo a sua volta?
Começarei com um pequeno conto.
Havia uma senhora muito bondosa que não via maldade em nada e nem em ninguém.
E, certa vez, apresentaram a ela, uma pessoa que acabara de ser preso. E esse preso havia cometido inúmeras maldades e crimes.
Foram falando para a senhora todos os atos cruéis que ele havia cometido, e ela ficou ali, ouvindo e olhando atentatamente o criminoso a sua frente.
Após falarem sobre os terríveis atos cometidos pelo criminoso, perguntaram à senhora o que ela achava a respeito dele.
Ela olhou calmamente para as pessoas a sua volta, olhou para o criminoso e disse: Ele tem os olhos tão bonitos.
Apesar de ser um conto, ele reforça que: Os olhos são a janela d'alma.
Quanto mais bela for sua alma, mais beleza verá e viverá no seu dia a dia.
Para que possamos ter uma visão mais bela sobre as coisas, é condição primária não tirar conclusões apressadas sobre qualquer assunto, principalmente se você estiver passando por algum problema. Pois poderá projetar esse problema a sua percepção sobre aquele assunto, naquele momento.
Quanto mais dificil a fase, maior deve ser o silêncio. O que é ruim, acabará por si só, não será necessário ficar acumulando sentimentos ruins. Isso só nos faz nos cegar ante as várias possibilidades que nos cercam.
Não devemos deixar que nossos pensamentos sejam envenenados por nós. E observe, toda ação ruim, quando transformada em palavras, encontra coro. Cuidado com o que acumula.
Pense e reflita.
Ilumine seu dia.
Paz e bem.
Seja luz
Aqui, de perto, tão longe...
homens, pedem para descansar
pais e mães, indo e vindo,
filhos à descobertas, olhar
memórias douradas
verdades inventadas,
e faces de beleza
com cheiro de cotidiano
é segunda-feira,
dança nas chamas do almoço
um brinde sem nome, sem data
um ritmo familiar...
pratos, pia, louça
e a eternidade brilhando
dentro de cada um
na vontade de viver
todos em forma singular
.
O viajante iluminado, "A beleza do cotidiano".
O que pode se esperar de duas pessoas,
Duas opiniões, dois ideais,
dói o calor da ausência assim como a compreensão intercalada.
Entende-se como medo o prazer da deslealdade da amizade, que o receio de introduzir, o presépio ainda maior de um findar inóspito de uma ciumeira presepada.
Pensar, tarefa difícil.
É atribuído a Aristóteles a frase: " O sábio nunca diz tudo que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."
Apesar de parecer uma frase hoje totalmente clichê, tal ação na prática, exige muita inovação e sabedoria, pois vivemos em um mundo, no qual somos bombardeados de informações diversas e, através destas informações, construímos nossas ideias e solidificamos ou não, alguns conceitos.
Em um mundo de replicadores de ideias alheias, pensar é um artigo de luxo. Pois o pensar é algo inovador, criativo e por vezes, libertador e perigoso.
Se fizermos uma reflexão e começarmos a analisar os nossos conceitos, sentiremos que alguns deles nos incomodarão, isso acontece porque a sociedade que nos cerca é dinâmica, e o nosso pensamento também. Porém, embora o pensamento seja algo dinâmico, o processar deste pensamento não é feito na mesma velocidade gerando muitas vezes, conflitos.
Hipoteticamente, imagine uma geração que cresça em um ambiente no qual comer açúcar é um absurdo. Ora, para essas pessoas, o pensamento uno, fortalece a coesão e a aceitação de que o açúcar, poderá lhe fazer mal. Mas, em determinado momento, começam a aparecer movimentos dizendo que comer açúcar é bom. Ora, no início haverá choques e conflitos, podendo este caminhar ou para o fim da ideia, ou para o surgimento de uma nova ideia e comportamento. Mas, lembre-se que toda vez que uma pessoa abraça uma bandeira, sempre haverá simpáticos a esta. Com a ideia de que o açúcar é bom, e ganhando simpatizantes de peso, a ideia se implantará e será com o tempo, natural que várias pessoas, comecem a comer açúcar. Ora, o que era abominação, passou a ser tolerável e posteriormente aceitável. Ou seja, houve uma mudança comportamental, tendo início no pensar de alguém.
E essas mudanças permeiam nossa história de vida, bem como o comportamento individual ante o social. Muitos hábitos e costumes sociais foram considerados naturais em determinadas épocas e execradas em outras. Como exemplo posso citar o trabalho escravo que foi algo comum a muitos povos e que hoje é combatido com veemência. Modinhas sociais como fazer uma tatuagem, era a algum tempo em nosso país, algo tido como símbolo da marginalidade, hoje é somente uma expressão, apesar de terem pessoas que adoram se expressar.
Mas, toda mudança de comportamento exige uma ideia em ação. E essa ideia, é criada, copiada e disseminada a seu tempo.
Enquanto isso, a sociedade, campo aonde essas ideias se fertilizarão, estará se adaptando as mudanças.
Essas mudanças sempre irão gerar conflitos, principalmente naquelas pessoas que não conseguem sentir os ventos das mudanças e, navegar por elas.
Não quero dizer que temos que a tudo aceitar, ao contrário, temos que a tudo questionar.
Mas, para questionarmos algo, temos que ter uma justificativa plausível na qual possamos nos apoiar. Essa justificativa, obrigará você a pensar. E pensando, você será capaz de abraçar ou levantar uma nova bandeira.
Buda diz que: "Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo".
Agora reflita, se somos o que pensamos, mas apenas replicamos, logo não somos nada. Se tudo surge com nossos pensamentos, mas, vivemos sob o julgo dos pensamentos alheios, logo, vivemos uma vida que é mais do outro, do que nossa, ou seja, uma vida sem personalidade própria. Se com nossos pensamentos fazemos o mundo, mas, não pensamos, não criamos e a tudo copiamos, logo, não contribuímos e muito menos criamos um mundo novo e quiçá melhor.
Pense nisso.
Paz e bem.
Boa reflexão.
Ore a sua oração.
Seja luz.
Massako
O Encontro no Ônibus
Estava eu, mais uma vez, indo para a casa de minha avó. Para tanto, preciso pegar dois ônibus ou ir a pé até o ponto do segundo. Com muita cautela, vou. Passo atenciosamente de rua em rua, esquivando-me das esquinas como quem evita lembranças indesejadas.
Decido ir a pé. Chego ao segundo ponto um pouco cansado, o corpo denunciando a caminhada, e logo vejo meu ônibus se aproximar. Entro, pago e me assento. Como em qualquer outro dia, encaro a janela como uma tela em branco, onde os cenários passam rápido demais para serem compreendidos. Imagino tudo, porém nada de importância.
Um bairro se passou quando sinto um toque no braço, leve como o roçar de um galho ao vento. Vinha de alguém que se assentava do meu lado direito. Penso que foi apenas um esbarro casual e volto ao meu devaneio, mas novamente sinto. Dessa vez, decido me virar e entender o que estava acontecendo.
Era uma senhora, pequena e franzina, de mãos trêmulas e olhar perdido. Tentava, com delicadeza, chamar minha atenção. Algo havia de diferente em seu olhar — um brilho úmido que parecia conter todo o peso do mundo. O marejar de seus olhos já me inundava, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela segurou minha mão com firmeza, como quem busca âncora na tempestade.
Sem dizer uma palavra, ela apenas suspirou fundo, como se aquele gesto contivesse anos de histórias acumuladas. Seus dedos enrugados e frágeis envolviam minha mão como se segurassem um último pedaço de esperança. Por um instante, o mundo se reduziu àquele toque, e o barulho do ônibus se tornou um murmúrio distante.
Aos poucos, seus lábios se abriram, e num sussurro quase inaudível, ela disse:
— Você se parece com meu filho...
Houve um silêncio denso, como se o universo contivesse o fôlego. Não sabia o que responder, e talvez ela nem esperasse uma resposta. Apenas segurava minha mão, fixando o olhar num ponto indefinido do corredor.
— Ele partiu faz tanto tempo... — murmurou, com a voz quebrada pela saudade.
Um nó se formou na minha garganta. Respirei fundo, sentindo o peso daquele instante. Então, num gesto instintivo, apertei a mão dela com carinho e disse:
— Eu estou aqui... Pode me contar sobre ele, se quiser.
Ela pareceu surpresa, como se aquela simples oferta fosse um presente inesperado. Seus olhos marejados se voltaram para mim, e um sorriso tímido despontou, como um raio de sol por entre nuvens carregadas.
— Ele tinha esse jeito quieto... sempre olhava pela janela, pensativo. Gostava de imaginar histórias. E quando eu estava triste, ele só segurava minha mão, como você está fazendo agora.
Senti meu coração pulsar mais forte. Eu não era apenas eu — naquele instante, eu era um fragmento de memória viva. Ela continuou falando, e a cada palavra seu rosto se iluminava, como se a lembrança trouxesse o calor de um reencontro.
— Ele dizia que as nuvens eram mapas de terras mágicas — disse ela, sorrindo leve.
— Sempre acreditava que, se prestássemos atenção, descobriríamos um caminho que só os sonhadores enxergam.
Sorri também, e sem perceber, comecei a compartilhar minhas próprias memórias de viagens e pensamentos perdidos olhando pela janela. Ela escutava atenta, como quem encontra companhia na dor e na saudade.
Quando o ônibus freou bruscamente, ela soltou minha mão com delicadeza, como se devolvesse à realidade o que fora apenas um breve consolo. Antes de descer, olhou para mim com um sorriso pequeno, mas sincero, carregado de um agradecimento mudo.
— Obrigada... Você me fez lembrar que o amor não morre... Só se transforma em saudade.
Olhei para ela e, com um sorriso sincero, respondi:
— Talvez ele ainda segure sua mão... de algum jeito, através de quem traz um pouco dele no olhar.
Ela desviou o olhar por um momento, tentando conter as lágrimas. Mas quando voltou a me encarar, havia uma serenidade nova ali, como se minhas palavras tivessem encontrado um canto acolhedor dentro dela.
Fiquei observando-a partir, pequena e delicada, desaparecendo na multidão. O ônibus seguiu viagem, mas aquela sensação permaneceu em mim — uma mistura de melancolia e gratidão por ter sido, ainda que por poucos minutos, um porto seguro para alguém que precisava ancorar suas lembranças.
No caminho até a casa de minha avó, pensei sobre a força que existe em simplesmente estar ali para alguém. Às vezes, somos chamados a ser companhia em meio ao tumulto da cidade, como se a vida nos empurrasse para encontros que não esperávamos, mas que, de alguma forma, precisávamos viver.
E ali, entre a dor e o alívio, aprendi que às vezes somos porto, outras vezes somos naufrágio — e, no intervalo entre os dois, a vida nos permite tocar o coração de um desconhecido, deixando nele um pouco de calma, e levando conosco a certeza de que a humanidade sobrevive nos detalhes.
"A decisão corajosa de encarar a vida todos os dias, se dispondo a lutar de maneira incessante pela realização dos seus projetos e sonhos é, a um só tempo, o único caminho para alcançá-los, o tempero que dá cor e sentido às nossas existências.
Absolutamente nunca pare de tentar."
Previsão do Tempo
deixar o tempo trazer o calor de um Dezembro de amores
de um fim de primavera.
deixar o tempo soprar as folhas de um Março de rancores
de um fim de verão.
deixar o tempo soar o silêncio de um Junho de dores
de um fim de outono.
deixar o tempo exalar o perfume de um Setembro de flores
de um fim de inverno.
deixar o tempo - enfim - passar
de novo.
Apego gera escravidão.
Uma característica marcante e talvez inata em todos nós é o apego. O apego é uma forma de criar relações para com as pessoas, coisas, lugares, animais e até pensamentos.
Este processo é comum aos seres humanos, pois, desde o nosso nascimento estabelecemos relações que são úteis e necessárias à nossa sobrevivência. Um recém-nascido depende dos cuidados da mãe, e este cuidado se sustenta por conta da necessidade de sobrevivência, talvez por isto ele se apegue a ela. O apego neste caso, pode até ser comparado como algo parasitário, pois o recém-nascido, se apega na dependência da necessidade de sobrevivência. Afinal, é um ser em formação, e depende de cuidados.
Noutra ponta, a mãe pela criação se apega a criatura, pois, afinal ela gestou e gerou. Em seu pensamento de mãe, é seu. Se é meu, cuido eu. Se é meu, estabeleço um laço e me apego.
Pelas poucas linhas escritas, e espero que discorde, entenda que o apego faz parte de nós, e se faz parte de nós, temos que observar com muito cuidado as diversas situações a ele envolvidas. Lembrando que o apego tem potencial nocivo, principalmente quando a vida passa a ser apenas um substrato das coisas apegadas que criamos ou estabelecemos.
Quando a vida é feita de apegos, esquecemos que ela tem um fim. Vivemos acumulando coisas, pessoas e objetos, como se pudéssemos desfrutar daquilo eternamente, como se fossemos imortais, embora saibamos de nossa incontinuidade. A finitude das coisas que nos cerca mostra-nos que devemos aprender a desapegar para poder melhor viver. Não se trata de cuidar até o fim, e sim saber que o fim existe.
Se você se apega a sua vida, lembre-se que mais cedo ou mais tarde, você irá perde-la. Em uma linha de vida comum a maioria das pessoas, todas as suas construções e realizações pessoais, serão apenas deixadas para trás, substituídas e com o tempo esquecidas. Para poucas que fizeram algo, que tenha relevante valor, poderá sim, permanecer seu trabalho, sua obra na história, mas, apenas o trabalho e a obra. O criador, que já não estará entre nós, será somente lembrado, homenageado e exaltado, às vezes, por palavras e mimos jogados ao vento para a uma plateia desinteressada.
Se você se apega as pessoas, lembre-se que mais cedo ou mais tarde, você irá perde-las. Quantas pessoas entraram e saíram de sua vida, quantas pessoas que você já perdeu, e quantas pessoas você já abandonou? Até mesmo aos casais mais apaixonados, de juras eternas, a morte os separa. Filhos abandonam os pais quando se acham autossuficientes, quando acham algo mais interessante para se apegarem. Afinal, uma relação é feita de trocas. A perda de pessoas queridas, nos traz um vazio que dificilmente é preenchido porque o apego não nos fez enxergar que a morte faz parte do processo natural da vida.
Se você se apega aos animais e as plantas, é bem provável que alguns animais vivam menos, e lhe façam sofrer ou, vivam mais e você com a sua partida os farão sofrer, com as plantas é improvável, mas não é impossível que o mesmo processo se repita.
Se você se apega ao seu trabalho, lembre-se que você pode até fazer falta, mas, você é substituível. Que você deve buscar a primazia em tudo que faz, isto é um fato. Mas, faça-o bem em todos os lugares que porventura estiver que prestar seus serviços. Desapego ao trabalho, não se confunde com desídia. Quanto mais você se apega ao seu trabalho, mais você se esquece de si. Pessoas são insubstituíveis enquanto forem úteis. Pense nisso.
Se você se apega as coisas e aos objetos, lembre-se que são apenas isso, coisas e objetos, e talvez elas acabem antes de você. Pessoas que vivem em torno do status de suas coisas, são apenas coisas, não são pessoas. É fato que muitos objetos, representam um esforço empreendido e se materializam em forma de algo que posso até dizer merecido: seja uma casa, um carro, uma joia ou outro mimo qualquer. Mas, entenda que tudo é substituível, logo você não deve se apegar demais aos objetos que representam a realização de seu esforço, pois eles podem ser tirados de você.
Além do que, nem o corpo você leva para o outro lado, se houver.
Todas as situações acima escritas, sobre as formas de apego, são reais e elas existem. A famosa frase: “Ninguém quer largar o osso”. É verdadeira e se aplica também ao apego. Esse apego que nos permeia, que nos cerca, que nos traz uma certa segurança pelos vínculos que criamos com as coisas apegadas, nos dá a sensação de proteção, mas, também nos aprisiona. Não seja prisioneiro de seus apegos. Não seja escravo de suas vontades.
Se desapegue, a vida é maior que seus laços, e certamente maior que suas vontades e quiçá seus sonhos.
Seja consciente e, acima de tudo, pense.
Muito obrigado.
Desculpe.
Gratidão.
Massako 🐢
Perfeccionista , impaciente ,ansioso,alegre, descontraído ,rancoroso ,quando traído, não gosto de ser mal entendido.
Começa mais um dia,comum como qualquer dia,rotineiro,corriqueiro,tudo parece agir normal na cronologia da vida,ele,como sempre em busca do seu mundo perfeito sai mais uma vez da cama,esperando que neste dia tudo ocorra como sempre sonhou e nunca aconteceu.
Vai até a cozinha, toma seu sagrado café,preto,forte,doce,café simples mas tomado com orgulho pelas conquistas que até alí teve na vida.
Pequenas conquistas que para sí se tornam gigantes,crente que sempre foi auto suficiente e nunca precisou de ninguém para viver,procura nos seus atos a perfeição que nunca encontrou e cobra dos seus semelhantes algo que nunca conseguiu,ser perfeito.
Tenta de todas as maneiras fazer o correto,sem saber ao certo o que isso significa,respeitatodos sem distinção,quando gosta,gosta,quando não gosta não gosta, não simula,não finge, não trai.
Muitas vezes fala o que não sente ,mas sim o que lhe vem a boca,não na intenção de ofender mas sim na intenção de ser compreendido e respeitado.
Já foi mais exigente que hoje, já pensou menos como agir, não se preocupando com o rumo que tudo aquilo tomasse.
Parafraseando:ainda descarrega um caminhão de melancia quando está bravo,mas diferente de antes, tem uma certa calma para descarregar o mesmo no lugar e na hora certa, sem precipitação.
O dia passa,a vida passa,tudo segue na sua rotina imperfeita de uma vida humana e por si imperfeita.
Mais maduro engole sapos que antigamente não engolia,percebeu que dá mais dor de cabeça ter razão que entrar numa discussão onde talvez os dois estejam errados.
Não gosta de pessoas que se acham mais inteligentes do que realmente são e senhores de sua sabedoria se acham no direito de dizerem o que tem vontade e não aceitam estarem erradas.
Um simples mortal,cheio de defeitos e inseguranças,buscando somente ser feliz e não interferir na vida alheia,à velha maneira,se não pode ajudar não atrapalha.
Não dá mais para voltar atrás mesmo na mão dupla é um caminho sem volta, vejo várias pessoas passando por mim e ver meus amigos regredindo é isso que me trás revolta. Então volta a um tempo atrás aonde a lembrança trás a dúvida do conforto...
Olhando pra'aquela época tu acha que estaria bem ou estaria morto?
Quanto mais vivo, nada sei....
A vida não espera nada de você, ela não te dá a mínima se você é feliz ou sofre. Sua frieza machuca e causa muitas vezes sofrimento. Não espere nada dela, apenas faça por merecer aquilo que deseja. Lute e conquiste pelo seu esforço. Nada mais importa e nem vai fazer diferença fundamental em como leva sua vida.
Seja honesto, cumpridor dos direitos e principalmente dos deveres que todos temos, seja conosco, ou com quem nos relacionamos em nosso cotidiano.
Quanto mais vivo, mais descubro que nada sei e que não tenho controle sobre nada em minha trajetória nesta vida. As consequências disto sofro na pele, na alma. A leveza é necessária para suportar a carga que cada um tem de arcar e carregar.
Peço discernimento e compreensão para seguir em frente sem desanimar ou sucumbir.
"Uma prisão sem grades, um calabouço sem portas, de modo automático e quase sincronizado, passo dia após dia, dedicando-me a um propósito inquietante, a uma razão substancial. Afinal, estamos sobrevivendo substancialmente; a máquina funciona automaticamente, dia após dia, seguindo exatamente o mesmo passo, os mesmos movimentos, as mesmas palavras, como se estivéssemos lendo um roteiro escrito por um desconhecido.
Em resumo, sou fruto do absoluto cotidiano.
A incrível história da minha vida tornou-se apenas mais uma vírgula na imensidão de tantas outras."
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