Crônicas
21 (ou memórias limitadas)
Hoje eu completo 21 anos. Que maravilha. Vou confessar que nunca me imaginei com 21 antes. Já me imaginei com 70, aposentado, deitado numa cadeira de praia em Bahamas. E também com 30, estabelecido, quem sabe formando família e financiando um apartamento. Mas jamais pensei que chegaria aos 21. Que idade! Não sou tão jovem como quando tinha 20, nem mesmo um brotinho de adulto aprendendo a pagar contas. De repente pulei um degrau e caí no mundo real. Bum. Estou aqui. Tenho 21 anos e sou um adulto. Cem por cento consciente e responsável pela minha própria vida.
Com 17 eu olhava os de 21 e achava-os velhos demais. Pensava: “falta um cem anos até eu chegar aí”. Mas o século passou como um piscar de olhos. Olho ao redor e noto que o imaginar virou realidade. O tempo passou. A criança cresceu. Já não dá pra fingir que sou adolescente. Pela primeira vez eu percebo que cada uma das minhas idades, aniversários, velinhas sopradas e presentes abertos jamais voltarão. São só memórias limitadas (que com o correr dos anos vão se esticando, se rasgando e se perdendo no esquecimento).
Percebo que talvez eu não crie uma memória aos 22. São 365 dias que me separam do meu próximo aniversário. Nesse meio tempo eu posso ser atropelado, esquartejado, me afogar, levar uma bala perdida, ou ser vítima de um desastre natural. Até se o meu corpo falhar, o diagnóstico: “no máximo 3 meses” pode ser dito por um médico. Isso existe, não? Ou as doenças terminais afetam só os idosos? Não sejamos hipócritas.
Fazer 21 significa estar atento às mudanças do mundo. A própria idade é um alerta. É como se o calendário dissesse: “Agora perceba o quanto mudou. Nada jamais se repete” . E assim me dou conta que nenhum apego valeu a pena. Nem as aversões tiveram sentido algum. Pra quê me apeguei tanto a uma ideia, um sonho, ou um relacionamento se tudo acaba um dia? Pra quê me ceguei de ódio por aquela pessoa? Também de nada adiantou eu me frustrar demais pelas derrotas, ou estacionar nas minhas vitórias. As coisas mudaram. E a tal “estabilidade”, na realidade, nunca existiu. É um mito. Tudo nesta vida está em constante transformação.
Percebo agora que não existe um Gean criança, um Gean adulto e um Gean idoso. Somos vários tempos numa só pessoa. Sou o mesmo adolescente envergonhado por cantar em público. Sou a criança sensível que um dia observava as abelhas no jardim. A sensibilidade é a criança que já fui e ainda vive no meu interior. Reconheço outras idades em determinados medos, traumas, sensações, arrependimentos e aprendizados. O antigos eus continuam aqui. Alguns deles até estão mais presentes que outros – esses pode ser que me acompanhem até o definitivo fim.
Só me resta agora sorrir e agradecer. Que bom estar vivo. Que maravilha poder celebrar mais um ano de amizades, descobertas, tristezas, erros, lições, amores e temores. Que alegria entender que não pulamos de fases como num jogo. Mas deslizamos pelas idades feito o correr das águas de um rio. Por vezes mansa, por outras transbordando pelas margens. Enquanto houver água, que haja vida. Já se foram 21 anos da minha. Tempos que desaguaram em belos lagos cintilantes, oceanos profundos e em cachoeiras paradisíacas.
A Bola
A bola tem sido uma personagem muito importante na vida dos seres humanos, pois todo hominídeo de bom senso ou não, já se relacionou, em algum momento, com uma “amiga esférica”. Para dizer a verdade, muitos já se apaixonaram por ela. Dizem, cá entre nós, que tem jogador que dorme com a bola... Afh!!!...
▬ Bola, que bom ter te conhecido... Eu te amo.
▬ Entra na fila, você não é o único.
A dita cuja, já se tornou até parte da linguagem do dia a dia de todos nós.
“Não dê bola a ele” dizem para uma jovem que precise evitar um rapaz;
“Não pise na bola” dizem para alguém que está nos prejudicando;
“Ele tá bolado” dizem de alguém estar drogado ou fora de si;
“Ele comeu a bola” dizem de quem arrasou no jogo;
“Não dê bola fora” dizem de quem está dizendo o que não deve;
“A bola da vez” quando alguém está marcado para ser o próximo de algo;
Pensando desta forma, tomar bolinha não é um bom negócio. Imagine uma conversa dessa: “No assalto o ladrão levou uma bolada de dinheiro”.
Se tem a galinha pintadinha, também tem bola pintadinha e de variadas cores. Aliás, tem até bola autografada por jogadores campeões e que vale uma bolada de dinheiro.
Já ia me esquecendo, a Terra é uma bola... O sol é uma bola, o zero também e tem gente que rebola.
Você consegue imaginar, quantos esportes dependem da bola ou são boladependentes. Fico imaginando se 22 jogadores entrarem em campo e souberem que a bola se negou a participar do jogo... A choradeira... Jogadores e torcida chorando... Sem dúvidas, ela é mais importante do que todos os jogadores... Ela merecia o maior salário no esporte.
Existe até uma ferramenta na construção civil chamada de desemboladeira, simplesmente porque serve para eliminar as bolas da parede. Podemos lembrar também da velha brincadeira das bolinhas de sabão e das bolinhas de gude... Já ia me esquecendo do bambolê.
Espero que paremos de comer bola na vida, pois se existe uma bola da vez é aproveitar as oportunidades para aprender, sem dar bola para os convites que não nos levam a nada e bola pra frente!!!
A pressa das pessoas
As pessoas em seu dia-a-dia vivem correndo por onde passam, que nem se dão conta que estão perdendo de apreciar as belezas ao redor, mas acima disso estão perdendo de viver a vida por viver na correria!
Larguemos a correria e vamos viver!
#Pare
#Viva
#A_vida_é_uma_só
#A_vida_é_aqui_e_agora
1000 amigos, não!
1000 conhecidos!
Meus amigos do facebook, alguns apenas conhecidos tem 1000 pessoas no facebook, mas a verdade é que algumas dessas pessoas são apenas conhecidas, amigos são aqueles com quem convivemos no dia a dia, que confiamos e contamos segredos, mesmo assim não chegam a 1000, no meu facebook tenho cento e poucas pessoas adicionadas, mas a maioria são conhecidos.
Tecnologia
Nos dias de hoje é raro ver uma pessoa sem celular, se bobear até crianças pequenas em vez de brincar com brinquedos como Bárbie ou carrinhos, joga joguinhos no celular, mas esse é o mundo de hoje, mundo da tecnologia, é difícil ver alguém lendo um livro, pois só se lê em celulares atualmente, me pego imaginando como devia ser boa a vida antes da tecnologia, creio que as pessoas eram mais unidas, se reuniam e se olhavam nos olhos, hoje em dia a pessoa pode estar do nosso lado e mesmo assim se comunicam pelo celular, a tecnologia ao meu ver, virou uma infestação, para tudo que vamos fazer precisamos de tecnologia para digitar um trabalho, para fazer uma pesquisa, etc.
VIA-LÁCTEA...
Lalala, é o único pensamento racional que me vem a mente, não saber nada da vasta expansão, sobre o que as pessoas pensam, o que querem dizer com seus gestos e olhares, que na verdade não revelam muita coisa. E como eu me sinto? Sim, agonia, talvez seja isso mesmo, como se meu fraco e lamentável cerebro pedisse por informações que jamais lhe seriam concedidas. Sabe, é engraçado pensar como um filósofo, que nunca terá a resposta da sua melhor pergunta respondida, envelhece e morre, com a agonia de desprover da mesma, qual sera a solução para esse lamento? Esse sentimento de angústia que me leva a pensar ~estaria minha impulsiva e questionadora mente errada?~ será que um simples "oi", ou um "tchau" poderiam ser interpretados como uma forma de acrasia ? E o amor, ah, o doce sentimento que muitas vezes é confundido com a artificial e momentânea dependência. É vivendo para ver que a vida não é como um filme ou um desenho animado no qual "a dama fica com o vagabundo, o excluido fica com a menina da escola (ou trabalho) a sinderela fica com o príncipe encantado, e a bela fica com a fera". Para a tristeza de muitos não, não é assim.
Se eu pudesse dizer tudo o que penso nesse papel seria quase como se tirasse o peso da via-láctea de minhas costas o que provavelmente não será possível...lalala.
– O SHERLOCK HOLMES DE MATO GROSSO –
Lá pelo início da década de 90, vários delegados estavam con¬cluindo o curso de formação na Academia de Polícia. Como é comum entre colegas de turmas, a maioria acaba recebendo um apelido, que muitas vezes coincide com o local de procedência do aluno; e assim, dentre os formandos estava o “Dr. Maringá”. Na distribuição das lotações das cidades Maringá saiu prejudicado e recebeu uma cidade de garimpo, violenta e de difícil acesso na regional de Alta Floresta. Lamurioso e inconsolado, seguia con¬versando com um e com outro, mas todos os diretores lhe diziam a mesma coisa: “você foi sortudo demais, foi lotado na cidade onde está o agente Golias, o melhor policial de Mato Gros¬so; qualquer crime que tiver, basta entregar na mão dele que será resolvido facinho!”
E assim foi que Maringá se apresentou em Alta Floresta para receber a portaria e seguir para o novo desafio. O chefe regional foi mais um dos que enalteceu as qualidades do agente Golias. Junto com a lotação Maringá recebeu algumas notícias: a cidade onde iria trabalhar estava enfrentando disputas de áreas entre garimpeiros e nos próximos meses só poderia con¬tar com o auxílio de dois investigadores novatos, pois o afamado Golias tinha acabado de requerer licença-prêmio.
Assumiu a delegacia, passou o primeiro, o segundo, o terceiro dia, e no quarto: pronto! Mataram o irmão do prefeito. Aque¬la anarquia, aquela confusão, todo mundo na porta da delega¬cia querendo solução: cadê o assassino? Por que é que ainda não prendeu? Queremos ele preso!
Foi tanta pressão que não teve jeito, Maringá determinou a um dos novatos que fosse atrás do Golias que estava pescando e o trouxesse com a urgência devida (urgência urgentíssima = uniforme dobrado, na gíria policial).
Logo depois do almoço chega o Golias todo sujo e prestativo dizendo que não se incomodava em interromper sua licença e que estava disposto a ajudar. Ufa!
Além da satisfação em conhecer aquela figura lendária, Ma¬ringá passou a observar passo a passo as atitudes de Golias para aprender os dotes daquele que seria o maior detetive das terras de Rondon. Golias pediu a chave da viatura e saiu em alta velocidade cantando pneus, e uns 10 minutos depois chegou ele conduzindo um rapagão de uns 2 metros de altura contido pelo colarinho e dizendo ao novo delegado: “aqui tá a solução!”
“Quando acontece alguma coisa nessa região é só prender o Zoião, porque ou foi ele ou ele sabe quem foi”.
E foi assim que Maringá descobriu os segredos investigati¬vos da “Lenda”, que muito se assemelhavam aos do Capitão Louis Renault, o chefe de polícia de Casablanca que diante de qualquer crime determinava: “prendam os suspeitos de sempre!”.
Olhar de menino
O ônibus prossegue pela rodovia. O sol castiga a terra. O sol e com o que vem junto: a sede.
Sorriso alargado, o menino se sente em uma aventura, um adulto! A mãe contava moedas como se contasse pérolas. E durante uma parada foi surpreendida pela pergunta:
- Mãe, me dá um sorvete? Parecia incondicional... mas ela foi tolerante, e o menino sentiu um refrigério, um manancial em seu interior árido.
O menino era tão simples e inocente que não enxergava as dificuldades vividas por ele e sua mãe. Talvez seja melhor assim.
Enxergava a vida com um olhar traquina. O filho olha para futuro a mãe olha para o presente.
- Mãe, cadê o seu sorvete? Com um semblante sereno ela respondeu:
- Assim que puder eu compro, meu filho. Porém o vendedor lhe disse:
- Não minha senhora. Eu faço questão de oferecer por conta da casa.
Caindo em si, o rapaz entendeu que moedas não compram momentos felizes.
Vida de professor
Portões abertos. Vozes ecoavam pelas salas de aula. A algazarra tomava conta da molecada.
O aluno pensava alto, sonhava ser médico. Esgotado, o professor estava para explodir... Como se explodir resolvesse a situação.
Com garganta rôca, o professor pediu silêncio para explicar a matéria.
- Essa é a fórmula para calcular essa questão. Alguém não entendeu? Perguntou com dor.
Levantando a mão, disse o aluno:
- Eu, professor!
Seria talvez um momento conveniente para explodir, ou birrar, ou ser adulto e professor.
Tocou o sinal, era para ser mais um dia comum de sua rotina, acompanhada de remédios. Quando não, veio uma surpresa na sala dos professores: era o seu aluno carregado de dúvidas.
Surpreso com o que viu, o aluno disse:
- Professor, seus remédios resolveram seus problemas até agora? Se não porque persiste em se desgastar?
Com essa pergunta, o professor percebeu que não podia viver para trabalhar, mas trabalhar para viver.
O WhatsApp responde
Não represento a igreja, nem a classe religiosa, junto a políticos. Sou apenas Um (1) - número inteiro que segue o zero, e apenas precede o dois, mas é apenas um; e nunca é numeral ordinal associado ao cardinal, tornando-se o primeiro, e que lidera uma sequencia de elementos, e sua representação - eleitor interessado em melhorias(por intermédio do voto secreto)para meu estado e para meu País. Não às reuniões representativas políticas.
A Religião mexe, empolga, emociona e convida à uma posição perante o “clamor da nação”, porém , mexe sobremaneira com os aproveitadores da fé, manipuladores de adoração (a Deus?). Os Seminários teológicos brasileiros fazem excelente trabalho na formação de grandes teólogos-pastores que revolucionam as igrejas realizando excelentes trabalhos eclesiásticos.
O “evangelho” se expande, empolga, e vira modo de vida, e vira “comunidade evangélica”, e elege-se representantes nas Casas Legislativas para “defender” os evangélicos ( de que mesmo? - 1 Joao cap.4 vers.4 . Maior é o que esta em nós do que o que esta no mundo”) e nascem pomposos “líderes” caçadores de homossexuais- não confundir com caçadores de marajás – ferrenhos defensores da “ moral” e promotores de mega eventos para mega igrejas. E surgem os “ sem papa na língua”, e surgem os “ vou melhorar um pouquinhos sua pergunta minha filha”, e surgem os “Defensores dos Direitos”(de que mesmo?), e os programas de TV de 2 milhões de Reais por mês ; e surgem os “curtidores-seguidores” do face, Twitter. Meu Deus! E surgem os convites para “reuniões do povo de Deus” da Bancada evangélica( da bala?) para ouvir e dar apoio a políticos interessados em união de Classes(corporativismos religioso?)
O Evangelho se torna parte do Terceiro Setor? Por falar em Setor, Carlos Montaño em seu livro Terceiro Setor e Questão Social(2010, p.53) não poupa críticas a ele quando se torna parte, e aliado do capitalismo,pois deste modo, suas ações contradizem as “boas intenções” camufladas.“
Ampliando nossa turva visão crítica teológica, deslumbraremos que não só os intelectuais “orgânicos, mas também os intelectuais “líderes” mal-intencionados(caçadores de pecadores ou de corruptos...) das pomposas igrejas “independentes”,tradicionais,apontam, com certeza,para os interesses das suas corporações.
E nasce a utopia triunfalista de que o evangelho tomou conta do Brasil, de que o povo evangélico é poderoso em voto, e que não pode ser ignorado pelos pretensos políticos – caçadores de votos e estabilidade financeira...
E o evangelho é colocado no liquidificador na companhia de : “ buscadores de bênçãos”, de “abençoados” e nunca abençoadores, poder, dinheiro, substituto do Estado, Terceiro Setor, corporativismo, legalismo exacerbado( em substituição à graça de Deus, e a cruz de Jesus Cristo)e buscadores de fama. Os púlpitos estão emudecidos perante as peraltices dos emergentes “ pregadores-caçadores”. Por que? - Receio , do desafeto às ovelhas ( curtidoras dos “vou melhorar sua pergunta...”), do assumir posições pela minoria...?( Nem sempre a multidão trilha acertadamente).
O líder escolhido por Deus para liderar seu povo a lugares celestiais na intercessão do Espírito Santo, não representa a Igreja junto a setores políticos eleitoreiros. Ele representa sim, sua comunidade, na parceria com setores cooperativos de sua Associação , rumo a evangelização do povos daqui e de além mar. Ainda filosofamos, socializamos?
Estamos caminhando para um desfecho trágico nesse “enredo de retalhos”: Brasil de maioria evangélica,( a Igreja assumindo o poder absoluto?) partidos políticos evangélicos, de forjadores de opiniões tendenciosas; de gente confusa, indecisa, envoltas em chavões religiosos e amaciadores de ego; que lotam os “muros”( mas a quem pertence o muro?).Quem mesmo está “acima de todos” por aqui?
Estas indagações transfiro ao eclético “intelectual” e “respondedor”, WhatsApp( não me refiro ao ucraniano, naturalizado americano, Jan Koum) Ele não sabe dessas peraltices político-religioso daqui dessas bandas sul americanas.
É preciso requalificar
É preciso requalificar, a cada dia, a nossa posição no mundo.
É preciso buscar com afinco e afeto nossa ressignificação.
Nossa hospedagem no mundo deve ser a de hóspedes esforçados por explorar todas as possibilidades.
Faz-se necessário abrir espaço para as nuances de cada pensamento, equilibrando os pratos da balança. Todos os pratos. De todas as balanças.
A credibilidade na condição de adulto nunca será concretizada.
Ser adulto é um exercício diário e difícil.
O trabalho que (não) dá ser gente-metade
Tenho uma espécie de admiração e desprezo - tudo meio junto - por quem consegue ser "gente-metade".
Gente-metade põe o pé no mar na pontinha dos dedos, só para ver se água está fria. Se estiver, geralmente, prefere o chuveiro. Para essa gente, até o mar lhes causa aflição.
Tudo o que é grande lhes amedronta. Do mar à gente. Gente-metade não faz distinção.
Quando chove, muito insiste em acreditar que debaixo daquela parafernália pequena e inútil, nenhuma gota d'água lhe atingirá.
Brigam com os fatos como quem determina com poder os acontecimentos.
Gente-metade sente dor por etapas.
Primeiro sente pouquinho, depois diz o que sente aos pouquinhos e depois sente muito mais do que diz, aos pouquinhos.
Gente-metade tem um privilégio: já nasce pronta.
Gente inteira, não.
Gente inteira é sempre quase inteira. Quase pronta.
Gente inteira está sempre buscando se inteirar.
Gente inteira está sempre em construção.
Gente inteira precisa sempre de mais obras para se edificar.
Há um jeito de encontrar um pleito bom
Leito surreal, isso traz consigo a ironia preconceituosa
Há casos em que os réus são mais heróis do que você que mente ao céu
Dizendo não merecer um mundo mal
Isso me corta a alma
Aonde eu quero ir há um mundo que espelha-me e ouve-me
Para o impacto da verdade derradeira eu quero o freio e para o mundo eu grito "love me"
Tudo igual, receio e Não
"Sou" a voz que traz o mal
Right now, isso me cospe o mal insano e vira Rock ideal
__De onde você vêm?
__Qual é o valor que têm?
__Se tá na "merda" que "merda" você faz pra ter o bem?
Há um ideal que trouxe-me pela contramão
Diz alguém no som que faz, "o amor é mais", da boca sai hipocrisia de forma clássica
Ao ideal meu feeling pela contramão
Esse "monstro" vai despir só os pontos vitais
Quais são vitais?
Sou só "criança" que vai longe até demais
Tudo igual, receia ao Não
"Sou" a voz que traz o mal
Eu tentei esquecer-me da dor por não ter dito muito mais.
O que se salva?
Confiava cegamente neles. Aí aprendi o Braille.
“De tanto ver triunfar as nulidades”, exclamou Ruy Barbosa por volta de 1914, “...o homem chega a desanimar da virtude”. Naquela época, como hoje, o desânimo se justificava, dizem. Será? Para quem a tarefa de endireitar o mundo parece excessivamente aborrecida, resta o consolo de entender que o que puder ser salvo, um dia, o será. Dito de outra maneira: Se estiver confuso, confunda os demais e ganhe tempo. Sobretudo, jamais interpele os impostores. Para quê? A credulidade substitui a contestação; o fraco andará a reboque de conceitos que não entende, sempre disposto a amaldiçoar uma verdade em conflito com a crença que acabaram de lhe instilar. O ingênuo contemplará boquiaberto o espetáculo que lhe é oferecido. Existe justificativa melhor para os chamados showmícios? Nada como a estridência de um espetáculo para determinar uma opção política. Um espetáculo de ópera-bufa protagonizado por um candidato comunicador e pronto, muda o destino de um país. A tal consciência política tira férias remuneradas, para em seguida se indignar com uma escolha desastrada.
Isso só acontece na Namíbia, aquele país tão limpinho que não parece África, já que por aqui, os showmícios foram eliminados.
Exigir algo de meros títeres subordinados aos próprios instintos, é um pensamento utópico e, sobretudo, indigesto, já que a injustiça jamais se limitou a gerar um filho único. Quanto à justiça, ela é cega por definição.
Importante é deixar sempre um espaço para um recuo, que permita contemplar o todo hostil com um sorriso, mesmo com o risco de saber que a qualquer momento, poderá virar um ricto. O segredo, se é que existe, é tocar sempre com a ponta dos dedos, roçar sem o compromisso de aprofundar-se, sem provocar a alergia à verdade daqueles que dela se proclamam donos. Ressaltar o mal, que se esconde atrás de argumentos traiçoeiros, é, seguramente, uma armadilha ao nosso comodismo, a ser cuidadosamente evitada.
Visto assim, tudo passa a ser mero objeto de escárnio. Não há mais o risco de tombar empunhando a bandeira de um ideal com seu prazo de validade vencido. Aos que imaginam ser esse um caminho para a superficialidade, para a alienação, termo abusivamente presente em debates acalorados, Pascal retrucaria ser importante ter um pouco de tudo e não tudo de alguma coisa. Não é uma receita de vida nem um convite ao alheamento e sim, uma forma menos tensa de examinar o palco da existência, no qual um detalhe irrelevante pode arruinar o mais ambicioso projeto, um toque inoportuno de celular consegue dissipar a aura de um momento mágico, onde, finalmente, ídolos adquirem essa condição, enquanto iluminados pelo jogo de luzes de um diretor experiente, para se desintegrar quando baixa a cortina. O “para sempre” dura no máximo até o fenecer da estéril paixão.
Indiferente a reflexões desse jaez, a sociedade se encarrega de ignorar a imagem tétrica do relógio sem ponteiros de “Morangos silvestres”, soterrada pelo advento de inexpressivos relógios digitais. O diálogo encontrou substituto digno no discurso vazio, sem contestação possível, a arenga insossa do “vender o peixe”. Tão compacta é a fala que rege a sociedade, que não há espaço para discussão. Aforismos sem valor, e não vale a pena enumerá-los, passam a governar as mentes. Contestar? Por acaso existe a certeza – e se existe, onde é que ela fixou residência? Deve estar perdida entre a teia de Penélope e o vão esforço de Sísifo, entre o ardil e a sentença.
Levar a sério a realidade? Melhor dirigir-lhe um olhar zombeteiro. Será essa a desforra. A pretexto de estarmos vivendo intensamente determinado momento, não faz sentido afirmar ser determinado instante mais importante do que outro. Não há mais nada de excepcional, inexistem encruzilhadas históricas, a não ser para nós mesmos. Se houver alguma perspectiva inebriante, bastará um olhar irônico para demolir qualquer arcabouço ou dogma, para transformar em bagatela ao invés de sofrer por conta de males, cuja cura teima em fugir à sabedoria. O caniço pensante precisa, com urgência, aprender a dar de ombros.
Nossa jornada é apenas o atalho para descobrir, algo tardiamente, a inutilidade de ser sério. Os mais nobres sentimentos abdicam da sua solidão majestática ao chocarem-se com o trivial. Entre sermos inconsoláveis cassandras, ou torcer pelo fracasso das nulidades, manter o sorriso é uma medida de sobrevivência. Saída poética, talvez, já que sem sermos poetas, saberemos ser fingidores. Ante a falta de pudor do político, o sorriso do sábio. Isso não irá mudar algo, mas se não é a solução, proporcionará pelo menos um agradável fim de semana, sabendo que o Febeapá do saudoso Ruy Porto possui ainda várias páginas em branco.
E as nulidades? Bem, quantos têm na ponta da língua o nome de quem derrotou Ruy Barbosa, nas urnas? Eis a resposta definitiva, ainda que disfarçada de pergunta.
Cão vadio em Noite de Natal
as pessoas passam sem se cumprimentar. o céu é o mesmo, estrelas espelhadas e uma lua. Volta o cão vadio e deita-se em canto qualquer pois todo canto é um novo e pobre santo que se deve respeitar. ninguém o ver e quando enxerga é apenas um cão vadio em noite de natal. uma lágrima corre pelos cantos dos olhos e chora sua dor, e cachorro chora? sente dor? se ainda existir amor, existe um cão vadio em noite de natal a espera de alguém, que não sabe se vai chegar.
Cão vadio em Noite de Natal
as pessoas passam sem se cumprimentar. o céu é o mesmo, estrelas espelhadas e uma lua. Volta o cão vadio e deita-se em canto qualquer pois todo canto é um novo e pobre santo que se deve respeitar. ninguém o ver e quando enxerga é apenas um cão vadio em noite de natal. uma lágrima corre pelos cantos dos olhos e chora sua dor, e cachorro chora? sente dor? se ainda existir amor, existe um cão vadio em noite de natal a espera de alguém, que não sabe se vai chegar.
Balaio de pensamentos (corrupção)
É que a gente dificilmente para e pensa nos detalhes abstratos que compõem os pensamentos. Mas é muito difícil pisar no presente sem tocar no passado e no futuro, numa quase imperceptível simultaneidade... Tudo bem, amigo leitor... Não precisa insistir no teste de pensar só no presente porque dá fadiga. E não me abandone justo agora, pois a linha desta prosa não é filosófica, enfadonha. É real.
Por falar em realidade, até quando o sistema de execução penal vai continuar apenas puxando a orelha dos menores bandidos, que cedo se unem aos bárbaros urbanos, roubando, arrastando gatilhos, destruindo vidas, extinguindo sonhos... (Resposta: melhor manter acesa a chama da esperança, para que não prevaleçam somente as labaredas do medo e da incerteza, consumindo dia após noite o simbólico direito de ir e vir – já que não se sabe se vem quem foi, e não se sabe se vai quem deixar para ir amanhã...)
Vamos pensar. Diga não ao pessimismo! Não às drogas! Não à violência! Não à discriminação! Não à corrupção! Isso, não à corrupção com toda a força do nosso querer!
Por falar em corrupção, será que é tão difícil para um corrupto dizer não?... Até porque o sujeito corrupto nunca é chamado de sujeito pela Justiça – e ele não se sujeita a nada. Nem ao povo nem aos enferrujados códigos penais. (Aliás, é ilusório esperar a execução da lei sobre bandidos engravatados, se esta não funciona com os demais: os que fazem uso de arma branca ou preta, calibrada para tirar o que é do próximo, grosso modo, e que são invariavelmente pessimistas por não enxergarem mais o valor da vida.) Diga-se de passagem, é intrigante a semelhança entre o dinheiro público e a droga. Ora, pois o corrupto que mete a mão em verba se entorpece, torna-se viciado em verbas... Não quer mais largar, parar. (Parar pra quê? Pra que parar? Dane-se o povo! Isso sim que eles querem.)
Os brasileiros estão sentindo na pele e na alma os estragos causados pela roubalheira desde o primeiro escalão do governo. E esse ano tem de tudo, minha gente, cuidado... Muito cuidado nessa hora. Tem Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, dos Pais. Tem Olimpíadas no Brasil... E, cuidado, minha gente, tem Eleições Municipais... E tem corrupto por aí querendo te pegar! Mas o voto ainda está em suas mãos, use-o conscientemente. Não deixe a porta aberta. Cuidado, consciência. Sorte.
Para finalizar a prosa e eu finalmente poder almoçar nesta tarde ensolarada de quarta, 6 de janeiro de 2016, sugiro a todos muita cautela e esperança o ano inteiro. Paz. Deus é maior. Vai dar certo.
Edder Alexandre é jornalista e escritor, autor do romance Silêncio na Marcha – O Drama do Homem na Ponte do Milagre; também escreveu o infantojuvenil As Gêmeas de Getsêmani
De Princesinhas a Monstrinhas.
Nos contos de fada , geralmente o sapo vira príncipe. Na vida real quem pode faz drenagem linfática, redução aqui , redução ali, implante...mas me pergunto: Quem já nascem belas? Que nem nossas filhas! Mesmo assim queriam ser a Branca de Neve , Cinderela, Bela adormecida, queriam vestidos longos, sapatos de cristais, coroa ,o cabelo impecável, como em Rapunzel e a delicadeza realmente dessas princesas, no entanto, o que vemos hoje? crianças querendo ser monstrinhas, agindo por influências das Monster High, bonecas da moda americana criada em Julho de 2010, as quais são inspiradas em filmes de monstros, suspense e ficção científica que as distinguem da maioria das bonecas da moda, desse modo, querem cabelos despenteados , pele verde, cortada e dentes afiados , vestidos curtos e pés tortos... E agora? Segundo o poeta português Luís de Camões: “mudam-se os tempos , mudam-se as vontades.” Concordo. Pais, essa transformação nos mostra a necessidade de acompanharmos os estilos, as tendências, a influência que a mídia impõe nos nossos filhos ditando o modismo, o avanço tecnológico, a rapidez que nossas crianças aprendem, o vocabulário estrangeiro que elas dominam e pronunciam muito bem, sem ao menos pronunciarem fluentemente a língua nativa: o português. A exemplo, poderia citar muitos e você leitor, deve estar imaginando seu baixinho falando... Conto o que vi há pouco tempo, minha sobrinha Sofia de 05 anos, manuseando o celular da mãe dela e dizendo bem entusiasmada: M-a-m-ã-e, você baixou o vídeo que eu queria! O que quero demonstrar com esse fato é a necessidade de conhecermos o mundo digital e não excluí-lo. Precisa-se de administração, limite e descobrirmos como usá-lo a nosso favor a fim da magia, que existe nos contos de fada, permaneça em nosso lar, nem que seja virtual, pois essas mudanças físicas, comportamentais, tecnológicas não permitam que sempre tenhamos um FELIZ FINAL.
Salmão ou Cor da pele?
Minha filha mais nova, Pietra, 03 anos, sempre que chega da escola, pega os lápis de cor e começa a perguntar, replicando a rotina da escola, que cor é essa?, que cor é essa? Certa vez, respondi: cor da pele, pegando ela um lápis salmão (gama de cores pálidas entre laranja-rosado e laranja claro, proveniente da cor da carne do salmão. A cor real do salmão varia de quase branca a vermelha profunda), depois me veio a mente um pensamento... “se o lápis de cor salmão pode ser cor da pele, o porquê marrom, preto, amarelo, também não”. Entendamos que desde cedo, já influenciamos nossos pequenos ao estereótipo* , o qual o ser humano tem que ser branco. Vem a tarefinha e não os orientamos a colorirem os personagens com cores de peles diferentes , sempre a mesma cor: salmão!. Mas, que necessidade fútil é essa de sermos iguais? Se a história, os registros, mostra-nos relatos da nossa verdadeira origem: negros, índios e brancos, somos mestiços , pois! Campanhas , leis , manifestações, Ongs tudo isso para combater ações desumanas contra negros, entretanto em casa agimos como se todos fossem iguais. Deixemos o passado no passado, não se pensa mais como no século IX em que ser negro era uma MANCHA, mesmo assim temos provas de negros que COLORIRAM nossa história, por exemplo: Machado de Assis,cronista, teatrólogo, contista, grande romancista brasileiro , cuja dificuldade da cor da pele não o impediu de chegar onde chegou: O MAIOR NOME DA LITERATURA NACIONAL.
Estereótipo- imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação, grande motivador de preconceito e discriminação.
Morreu enquanto ainda dava tempo
Desenristou a mão e encostou-a ligeira ao peito
como quem apalpa, apertando forte, uma banda de carne embalada à vácuo
dessas que ficam em prateleiras em balcões frigoríficos nos supermercados
Dedilhou o ar e esfregou os dedos uns nos outros para sentir se tato havia
e se fim dava àquela dormência que o acometia a mão esquerda.
Arranhou a pele umas duas ou três vezes
para ver se o sangue ainda corria pleno em suas veias
fazendo fértil o terreno de seu coração.
Fértil como aparenta estar a terra quando bem irrigada,
em uma bem cuidada plantação.
No caluniar da escuridão da morte parou, e se arrependeu de tudo!
Parou, por que não tinha como não parar.
Se seguisse em frente talvez lhe faltasse pernas para chegar.
Aos cento e quarenta e sete anos pediu, quase implorando, que o deixassem ali.
Apoiou a língua já quase sem movimento no chão da boca
e gritou de dentro pra fora bem alto:
- Todo mundo parado! Ninguém faz nada! Ninguém se mexe!
Ele parecia estar negociando com a vida e com a morte ao mesmo tempo
Ninguém interviu.
E antes que todos dessem conta, ele morreu, enquanto ainda dava tempo.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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