Crônicas

Cerca de 778 crônicas

⁠VIVA MELHOR...
.
"GOSTO DESTE PROVÉRBIO TURCO:
Se ao meio-dia rei diz que é noite, sábio acrescenta: E que belas estrelas! Isto me faz lembrar um provérbio nosso: Em terra de sapo de cócoras com eles. E mais outro: Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
.
ACEITE. ISTO NÃO IMPLICA CONCORDÂNCIA.
Não desafie seu chefe, principalmente em tempos de crise. Isso não significa se anular diante do superior nem o contrário. Ou seja, subestimá-lo. Se ele fala pau, não repita pedra sem parar.
.
APRESENTE SUAS IDEIAS COMO OPÇÕES,
e não como soluções definitivas, e aprenda a discordar de vez em quando. O erro é exagerar. Tudo que se exagera enfraquece.
.
MAS... SE AO LONGO DO TEMPO VOCÊ DESCONFIAR
que ele evoluiu e está aberto ao diálogo, imponha saudavelmente seu ponto de vista. Seja sábio. A pior bestêra que se pode fazer contra a ignorância e o preconceito é demonstrar tirocínio na arte de argumentar.
.
"Pegue leve" com seu chefe. Mantenha seu emprego e viva melhor."
.............
02.05.2024

Inserida por AirtonSoares1952

⁠SOU UM AMBICIOSO
.
HOJE DEI DE CARA
com este provérbio chinês: Quem abre o coração à ambição, fecha-o à tranquilidade.
.
DIRECIONEMOS
o holofote semântico na palavra ambição: ela vem do latim ambire...de ambiente, abrir horizontes, florestas. {não confundir com desmatamento].
.
PORTANTO
ser ambicioso é aquele que abre caminhos, concretos e abstratos. Nada mais saudável. Já uma ambição desmedida é prejudicial: o sujeito passa a ser ganancioso. Mas o senso comum tem ambição e ganância como palavras sinônimas.
.
FICO POR AQUI CITANTO
Eclesiastes 6:7 15: Todo trabalho do homem é para sua boca e, no entanto, seu apetite nunca está satisfeito.
............
02.05.2024

Inserida por AirtonSoares1952

⁠ENQUANTO O ARROZ SECA
.
Todo mundo tem um amigo `arroz de festa’. É aquela pessoa que está presente em todas as festas e eventos que pode e acaba ficando conhecido por isso.
.
Você imagina o porquê da associação com a palavra `arroz’? Disse Onário que, isso provavelmente é uma alusão ao fato de o arroz estar presente em quase todas as refeições.
.
Peço: não leve ao pé da letra as palavras de Onário. Com certeza ele desconhece o drama por que passa o povo brasileiro.
..........
02.05.2024

Inserida por AirtonSoares1952

EXAGERO?
.
Sou um assíduo faltoso às páginas do Instagram. Outros afazeres me distanciam desse saudável convívio. Também preciso dizer: me pelo de medo de ficar viciado.
.
Dia desses, li numa revista que é mais fácil deixar de fumar e de beber do que largar o vício de frequentar estas ferramentas sociais. Será que o articulista da revista exagerou? Bah! cada um que tire suas conclusões.

Inserida por AirtonSoares1952

⁠O QUE ME IRRITA MESMO...
.
Há certas coisinhas que acontecem no nosso dia a dia que nos deixam visivelmente irritados: ir ao cinema e ter o azar de sentar ao lado do indivíduo que nos antecipa as principais cenas do filme.
.
Ou, então, uma pessoa bem alta senta na poltrona à nossa frente; o mastigado crocante - também no cinema - dos comedores de pipoca ou do ploc-ploc dos chicletes; rangido de porta, nos escritórios, enquanto aguardamos ser atendidos; em casa, apressado para sair, na hora de pôr perfume, a tampa do frasco escorrega, rodopia no chão e vai repousar lá no cantinho embaixo do guarda-roupa ou de outro móvel qualquer; concordar com pessoas que nos pedem opinião, mas que, na verdade, precisam é de apoio moral.
.
O que irrita mesmo é subir no ônibus e aguentar, sem poder dizer nada, aquelas pessoas que demoram uma eternidade na roleta pagando a passagem.
.
Um dia desses, final de tarde, observei: uma senhora gorda, bem parecida, apresentado sinais visíveis de neurose, aproximou-se da roleta e tentou nervosamente abrir a primeira bolsa.
.
Depois dessa, havia aquela bolsinha onde elas guardam moedas. Mexeu, remexeu, e nada de as moedas aparecerem.
.
Em cima da gaveta do trocador havia de tudo. Um verdadeiro bazar: amostra de tecidos, grampos enferrujados, pente, botões, sianinhas, carnê do Baú da Felicidade. O que se pudesse imaginar estava ali exposto na mesinha do trocador.
.
O tempo foi passando, passando (como é seu costume), e eu me enervando. A essa altura, já me sentia uma bomba. Só faltava explodir. Não demorou muito. Chovia e ainda não me encontrava sequer dentro do ônibus. Muni-me de paciência - qualidade rara hoje em dia - e suportei heroicamente a primeira etapa dessa angustiante maçada.
.
A segunda etapa vai do momento em que ela retira a moeda da bolsinha, até o pagamento propriamente dito.
.
Não entrarei em minúcias, por questão de brevidade. Bom, depois da longa "lengalenga", pudemos respirar naturalmente. Pensamos nós, passageiros.
.
Mas que nada. Aconteceu o inesperado: a bolsa da dita enganchou na roleta e começou o puxa-puxa. Puxa daqui, puxa de lá, e eu sei, gente, que finalmente chegou a minha vez de pagar.
.
Meti a mão no bolso para tirar a carteira, tentando ser mais rápido que todo mundo, querendo, com isto, me vingar mentalmente... Não a encontrei. Se não fosse minha timidez congênita, teria feito aquele escândalo.
.
Pior do que tudo isso, e já não era pouco, os outros passageiros, saturados pela gorda, não compreenderam meu problema - o roubo da carteira - e começaram a me xingar deliberadamente.
.
Essa não! Aí não prestou! Um verdadeiro disparo - de blasfêmias - cruzou no ar, juntamente com bofetes e encontrões. Estava todo mundo ababelado, à mercê do que desse e viesse, quando de repente ouviu-se o disparo de um revólver. Ficamos estáticos, pálidos, mal respirávamos.
.
Poucos minutos depois, cada um de nós olhou para a cara do outro, meio sem jeito. Era como se quiséssemos inquirir: - Precisava de tudo isso!? Um pouco mais de calma não teria resolvido a questão? Mas agora é tarde demais.
.
O silêncio é rompido pelo autor do disparo, um guarda da Polícia Civil, que falou com aspereza:
- O coletivo está detido e vai agora mesmo para a delegacia!
.
Chegamos. O delegado, como sempre, fez perguntas de praxe e no final não deu em nada. Algumas multas, advertências e pronto. Uma história a mais dos propalados transportes coletivos. Fim de linha, fim de conversa!
........
1977

Inserida por AirtonSoares1952

⁠O delicioso sabor da Nostalgia

Num domingo preguiçoso, o aroma de bolo de cenoura invadiu a casa, despertando lembranças há muito adormecidas. O cheiro, doce e reconfortante, flutuava pelo ar, como uma canção suave que ecoava pelos corredores e reavivava memórias felizes.

"Ah, que cheirinho maravilhoso!" exclamou minha avó, com um sorriso de contentamento ao abrir o forno.

Aproximei-me, sentindo-me envolvido por uma onda de nostalgia. "Lembra quando fazíamos esse bolo juntos, vovó?" perguntei, me perdendo nos recantos do tempo.

Ela assentiu, os olhos brilhando com a lembrança. "Como poderia esquecer? Você sempre foi meu pequeno ajudante na cozinha."

Juntos, mergulhamos naquelas lembranças preciosas. Misturamos os ingredientes com cuidado, compartilhando histórias e risadas enquanto o aroma delicioso se espalhava pela casa, enchendo cada canto com promessas de conforto e alegria.

"É incrível como um simples cheiro pode nos transportar para o passado, não é?" comentei, sentindo-me aquecido por dentro.

Minha avó concordou, um brilho de saudade nos olhos. "Sim, querido. Os sabores e aromas têm esse poder mágico de despertar emoções e memórias que pareciam perdidas no tempo."

Enquanto mordíamos os pedaços macios de bolo, cada mastigação era acompanhada por um coro de lembranças. Recordamos os dias de verão na casa da avó, onde o aroma de delícias recém-saídas do forno era uma constante.

"Você sempre teve um talento especial para fazer esse bolo", elogiei, saboreando a textura macia e os pedaços de cenoura que derretiam na boca.

Ela riu, uma risada suave que parecia carregar consigo todo o peso dos anos de experiência. "Ah, meu querido, a receita é simples. Mas é o amor que torna tudo mais especial."

Enquanto conversávamos e nos deliciávamos com cada garfada, o tempo parecia desacelerar. É como se estivéssemos em um momento intemporal, onde o presente se misturava com o passado em uma dança harmoniosa de sabores e memórias.

Ao final da tarde, com os pratos vazios e os corações cheios, olhei para minha avó com gratidão. "Obrigado por compartilhar esses momentos comigo, vovó. E por me ensinar que a verdadeira magia está nos pequenos prazeres da vida."

Ela sorriu, um sorriso que iluminava todo o cômodo. "O prazer foi todo meu, querido. Sempre que quiser relembrar esses momentos, basta assar um bolo de cenoura e deixar que os aromas nos levem de volta ao passado."

E assim, com o coração cheio de lembranças doces como o bolo que compartilhamos, saí da casa da minha avó, sabendo que aquele dia se tornaria uma memória preciosa a ser guardada para sempre, como um tesouro escondido nas gavetas da minha mente.

Inserida por LyuSomah

⁠⁠Passamos uma vida inteira tentando explicar o que sentimos e o que chamamos de amor, em nossas buscas o cotidiano às vezes traz uma fadiga, é quando a nossa mente por sobrevivência busca no universo, algo que mexa com a nossa alma, e que aqueça os nossos sentidos e nos tome para si, a sensação de infinito sem cuidado de afetar o nosso sentimento nos domina...
só que o amor não tem explicação.
Vivemos num mundo de vaidade, de egoísmo, sem ter um tempo em especial para dedicarmos ao outro, e quando encontramos alguém que nos dá atenção, que nos escuta, quando esse alguém é delicado, centrado e vê a vida de um modo contente, nos encanta com uma palavra, um olhar, um jeito diferente... começamos a alimentar a esperança, de que encontramos a alma gêmea da gente. O amor quando desperta em nós, ele fica, mesmo se o outro não ficar.
O que chamamos de amor não é quem encontramos pelo nosso caminho, não é alguém que teremos para uma vida inteira, esse alguém pode até passar e para trás nos deixar, mas deixa em nós o ideal do que seria uma convivência de amor, de compreensão e da paciência de parar para prestar atenção no instante em que nos cruzamos, não importa de que forma foi, aquele momento mágico gruda de tal maneira na alma da gente, que nos marca como amor, e daí em diante sabemos que amamos aquela pessoa enquanto vivermos, mas a vida é assim, mostra a nós o que é... e quem é o nosso amor, mas não necessariamente viveremos uma vida juntos. Amor é para sempre, mesmo se seguirmos sozinhos, guardaremos aquele eterno gesto de carinho.
Sem explicar ou vivermos um amor, seguimos amando, e lembrando daquele olhar, em cada pássaro que canta, em cada dia frio de chuva, em cada melodia... ou olhando a lua, enquanto estamos sentados diante do mar, e a noite nos embriaga de desejo e de tanta vontade de perto dele, estar, e vamos vida à dentro com ele sonhando sem realizar. O amor não tem mesmo explicação, amamos tão somente.

Liduina do Nascimento

Inserida por liduinadonascimento2

⁠O despertar da mente

O dia ultimamente está acordando estranho. Em meio a uma fuga esquisita, corro sem parar tentando escapar de algo que me persegue e que não paro um minuto para ver, pois tenho medo de acontecer algo e de repente, acordo. O coração bate forte, a boca fica seca e mais uma vez o galo canta la fora; quatro da manhã. Deito mais uma vez e respiro forte e penso comigo "só foi um sonho" e tento relembrar tudo e cada lembrança me faz tremer e agradecer por não ser real. Algo corre para mim nos meus sonhos e corre para mim na realidade, mas de tanto me embrulhar, de tanto desviar acabo me prendendo em mim mesma e não percebendo que (...) a vida corre depressa e eu não a vivo.

Inserida por Regianevieira

⁠Estou cansada de tentar escrever e simplesmente não sair mas nada na aleatoriedade da minha cabeça.

Meus olhos doem, minha cabeça pesa e sinto sono mas nao consigo dormir. Os grilos cantam, marido ronca, nenêm tosse dormindo naquele quarto claro, e eu no escuro. Acabei de tirar uma foto e ficou perfeita mesmo nessa tremenda melancolia das 20.

Gato mia, carro passa na rua, vizinho conversa rindo, cachorros se alteram e na minha cabeça apareceu uma luzinha e eu me encontro nela.

Por incrível que pareça, era para eu ter escrito isso. E eu escrevi, pois estava com saco de tudo e esse tudo virou uma crônica que achei incrível. Mesmo nessa melancolia das 20.

Inserida por Regianevieira

⁠O hiato e a ponte

Quero escrever algo com que eu me orgulhe mas no hiato entre um trabalho e outro nada sai, nem se quer uma gota de tinta e é insuportável. A mente está vazia, isso é um tanto preocupante e discuto comigo mesma tentando achar algo com que prenda, mas nada a interessa e procurar esta sendo cansativo. Não sei nem porque me doo tanto na escrita se quando não vem sinto tanta raiva que chego a quebrar o toco de lápis e rasgar os papéis que não tenho com tanta facilidade nesse mundo de meu Deus. Há quem diga que a escrita é um caminho sem volta. Bem como se o lápis tivesse passado a borracha na ponte do não saber e o agora. Agora que escrevo sinto a necessidade de escrever mesmo sem ter o quê, e isso irrita. Será que outros escritores se sentem assim ou só eu? "Qualé anne! O mundo não gira em torno de você..." Será que alguém se sente como eu?

Inserida por Regianevieira

⁠SAUDADE

Saudade é essa presença silenciosa que ocupa o espaço deixado por quem partiu, um vazio que não se desfaz, mas se preenche de memórias, como se fossem pedaços de luz que aquecem a escuridão. É uma palavra que, sozinha, carrega em si um mundo inteiro de lembranças, afetos e sorrisos guardados. Quando a saudade aperta o peito, não é só pela ausência de quem já não está; é também pelo amor que deixou, que se esconde e, ao mesmo tempo, nos abraça invisivelmente.

Ela tem o poder de transformar o vazio em conforto e a dor em um carinho delicado, feito vento suave que passa e sussurra as lembranças de tempos que foram belos e significativos. A saudade não é apenas dor; é, paradoxalmente, também a cura, porque cada pontada que sentimos no peito nos faz recordar momentos únicos, como uma música que toca só para nós, evocando risos, toques, conversas – tudo aquilo que, de algum modo, ainda vive e nos ensina o valor de amar e de sentir.

A saudade, que transborda em lágrimas, é como um rio que corre dos olhos para aliviar a dor silenciosa que a falta nos deixa. Essas lágrimas, ao caírem, são um jeito de libertar o peso do vazio, de esvaziar o peito da dor que, de outra forma, ficaria ali, abafada, apertando cada canto da alma. No silêncio das noites, a cama que antes acolhia aquele que amamos se torna um lugar sagrado, cheio de memórias; o lençol intocado e o espaço ao lado nos lembram que, embora o corpo se ausente, o amor permanece.

A mesa, com um lugar vago, conta histórias que só nós ouvimos, e até aquele sabor que nunca mais experimentaremos fica guardado na lembrança, como uma ferida que, embora não cicatrize, nos desafia a seguir adiante. Cada lembrança é como um bálsamo suave para essa ferida que carregamos, uma forma de cuidarmos dela, com ternura, em vez de sufocá-la. Porque, no fim, essa saudade é um tributo a quem amamos e à profundidade de tudo o que vivemos juntos. Ela nos ensina a acolher nossas dores e a perceber que, mesmo com a ausência, ainda carregamos aqueles que partiram em cada detalhe da vida, na esperança de que as lembranças, um dia, tragam mais conforto do que dor.

Assim, a saudade nos torna mais humanos, mais inteiros. É um abraço que damos em nossa própria história, aceitando que o que foi vivido jamais se perde. Ela transforma a falta em um legado que não se apaga, que atravessa o tempo e nos guia. A presença de quem se foi fica eternizada nos pequenos detalhes – em um perfume que passa, em uma canção ao acaso, em um pôr do sol que lembra outro tempo.

E, mesmo que a saudade traga uma pontada de dor, ela é o testemunho do quanto valeu a pena. É a marca de uma vida vivida em profundidade, onde quem amamos permanece para sempre guardado em nosso coração, como uma parte de nós mesmos.

Inserida por trombinibauru

⁠Voltar aos tempos de delicadeza sem ser fraco
O tempo da delicadeza não se perdeu, apenas se escondeu atrás da urgência, da dureza imposta pela vida. Há quem confunda gentileza com fragilidade, como se um gesto suave fosse um convite à dominação. Mas delicadeza não é sinônimo de fraqueza, é a força sutil de quem escolhe sentir, de quem encara o mundo sem blindagem, consciente do risco e, mesmo assim, segue tocando com suavidade os dias.
Houve um tempo em que a palavra dita sem pressa era um tesouro. Em que o olhar era mais que um gesto automático, era um reconhecimento verdadeiro do outro. As mãos, ao se tocarem, carregavam algo que ia além do contato físico, respeito, cuidado, afeto, a resposta delicada acalma o furor, mas a palavra dura aumenta a raiva e a arte de viver está na delicada mistura entre desistir e insistir.
Hoje, atropelamos uns aos outros no corre-corre de uma existência onde firmeza virou sinônimo de dureza, e a proteção, muitas vezes, se transforma em insensibilidade. Quem ousa ser delicado corre o risco de ser visto como ingênuo. Mas é justamente nessa escolha que reside um poder raro: a coragem de permanecer sensível em um mundo que tenta nos endurecer.
É possível voltar aos tempos de delicadeza sem cair na armadilha da submissão. Escolher a ternura sem abdicar da força. Ser gentil sem ser permissivo. Afinal, o mundo não precisa de mais rigidez—precisa de firmeza aliada ao cuidado, de resistência que não exclui afeto.
Porque em um mundo que premia a brutalidade disfarçada de eficiência, quem preserva a ternura desafia as regras. A gentileza se torna um ato de resistência, uma recusa a se tornar apenas mais um bloco endurecido por medos e desilusões. Quem volta aos tempos de delicadeza sem abrir mão da força constrói um espaço novo no mundo.
Um lugar onde é possível existir sem se embrutecer, amar sem se anular, proteger sem ferir. delicadeza, quando consciente, não nos enfraquece. Pelo contrário, nos torna impossíveis de ser quebrados. E, no entanto, há algo de revolucionário em ser delicado.

Inserida por IgiWiki

"⁠O Chamado do Eu Interior

Há momentos na vida em que algo dentro de nós se agita de forma inexplicável. Não é apenas um pensamento insistente, nem um desejo passageiro. É um chamado. Uma força silenciosa, mas poderosa, que nos impulsiona para além do que conhecemos, desafiando certezas, ruindo alicerces e nos fazendo encarar o que antes parecia intocável."

Inserida por dianeleite

⁠Vivemos tempos acelerados, onde as distrações nos afastam de nós mesmos. Perdemos-nos em ruídos externos, em rotinas exaustivas, e nos esquecemos de ouvir a voz que ecoa dentro de nós. Este livro é um convite para uma pausa, um respiro profundo. É um chamado para que você retorne a si mesmo e perceba que as respostas que busca já estão dentro de você.
"Trecho Crônicas de Diane Leite"

Inserida por dianeleite

⁠Nossa mente é uma artesã de labirintos. Ela borda justificativas douradas para nos manter exatamente onde estamos, mesmo quando cada fibra do nosso ser sussurra: Isso aqui já não é morada. É disfarce.

Há uma angústia que veste a máscara da prudência. Aquela voz que diz "Espere o momento certo", enquanto sabota todas as oportunidades. Mas o desconforto carrega um segredo — ele aponta para o norte da alma.

A maior armadilha não é o medo de mudar. É o pavor sagrado de descobrir quem poderíamos nos tornar se ousássemos escutar aquilo que já sabemos, mas evitamos nomear.

Inserida por dianeleite

⁠Borboletas no Jardim da Vida
Por Diane Leite

Aos 18, ao me tornar mãe, imaginava como seria aos 40. Pensava se estaria velha, se teria conquistado meus sonhos. Hoje, percebo-me como uma fusão de dois mundos: uma parte serena e outra que renasceu das cinzas, sonhando e lutando.

Aprendi que a vida é feita de escolhas. Durante anos, priorizei os outros, mas descobri que o amor mais puro vem da reciprocidade. Sei dizer "não" sem culpa, pois respeito a energia que ofereço. Cada amor moldou minha alma, mas a mulher que sou hoje sabe o que merece.

Mereço o melhor, pois plantei com amor e colhi com resiliência. Acredito na prosperidade divina. Deus testa, mas também honra. Fé é seguir de pé mesmo quando o mundo desaba.

Hoje, meu jardim é minha maior obra. Nele, plantei sonhos, nutrição e amor-próprio. Com mãos sujas de terra e coração cheio de esperança, reguei cada semente. Agora, posso admirar as borboletas ou escolher uma para ficar.

O futuro é incerto, mas não me assusta. Enquanto plantar e regar com amor, terei sempre o jardim mais lindo para admirar e me orgulhar. No fim, a maior beleza está na jornada – nas mãos cheias de terra e no coração cheio de vida.

Sigo plena, grata e em paz.

Texto pensador Diane Leite

Autoria: Diane Leite

Inserida por dianeleite

⁠Capítulo 3 - Entre a Dor e o Amor

1. Entrelaços do Sentir

A vida é feita de camadas. Cada emoção que sentimos, cada relacionamento que vivemos, acrescenta uma nova dimensão ao que somos. Às vezes, essas camadas brilham como um amanhecer tranquilo, mas, em outras, pesam como o céu antes de uma tempestade. O que permanece constante é o aprendizado que cada experiência nos oferece — mesmo que, no momento, isso pareça apenas dor.

Houve um tempo em que o silêncio dentro de um relacionamento se tornou ensurdecedor. Era como se estivéssemos em lados opostos de um abismo, gritando palavras que o outro não conseguia ouvir. O início havia sido diferente. Havia risos, toques leves e promessas ditas com o tipo de convicção que só a paixão oferece. Mas, com o tempo, o que parecia fácil tornou-se difícil. Pequenas mágoas se acumularam como grãos de areia em uma ampulheta, até que, um dia, percebemos que não havia mais tempo.

Eu me lembro de uma noite em particular. Estávamos sentados à mesa, cada um em sua própria bolha de pensamentos. A luz branda do abajur criava sombras suaves no ambiente, mas não conseguia iluminar o espaço vazio entre nós. Era como se algo tivesse morrido ali, algo que nenhum de nós conseguia nomear. Foi naquela noite que decidi escrever uma carta. Eu sabia que não era uma solução, mas precisava tirar de dentro de mim as palavras que haviam ficado presas por tanto tempo.

Na carta, falei das minhas inseguranças, dos meus medos e, sobretudo, da minha esperança de que ainda fosse possível encontrar um caminho de volta. Não foi uma tentativa de resgatar o que havíamos perdido, mas um gesto de honestidade, uma maneira de me reconectar comigo mesma. Quando terminei de escrever, senti um alívio que há tempos não sentia. Percebi, então, que às vezes o ato de se expressar é mais importante do que a resposta que esperamos do outro.

Essa experiência me ensinou que o amor não é apenas um sentimento; ele é uma prática. É sobre estar disposto a ser vulnerável, a enfrentar os próprios medos e a abrir espaço para que o outro também o faça. É, sobretudo, sobre aceitar que o amor verdadeiro não é perfeito — ele é feito de rachaduras, de escolhas difíceis e de coragem.

2. Histórias que Moldam

Mas nem toda dor pode ser resolvida. Algumas vêm para nos transformar de maneiras que só compreendemos muito tempo depois. A perda de um irmão e amigo querido foi uma dessas experiências. Lembro-me do dia em que recebi a notícia. O mundo parecia ter parado, como se cada som ao meu redor tivesse sido abafado por uma cortina de silêncio. A ausência dele era palpável, e o vazio que deixou parecia impossível de preencher.

Por muito tempo, tentei fugir dessa dor. Preenchi meus dias com tarefas, cercando-me de pessoas e buscando distrações que, no fundo, eram inúteis. Mas, eventualmente, percebi que não era possível escapar. Foi ao revisitar as memórias que compartilhamos que compreendi algo profundo: ele não havia partido por completo. Cada momento que vivemos juntos, cada conversa e cada gesto, permanecia vivo em mim. A dor da perda, percebi, era o preço que pagamos pelo privilégio de amar.

E então há as conexões que nos moldam de maneiras mais sutis. Uma amizade de infância, por exemplo, me ensinou sobre o poder da empatia. Passamos por fases de pura alegria e por momentos de desafio, mas foi em uma dessas crises que nosso laço se fortaleceu. Quando minha amiga enfrentava uma dor profunda, descobri que apoiar alguém não é apenas oferecer palavras de conforto — é estar presente, mesmo quando não há nada a dizer. Foi nesse espaço de silêncio compartilhado que nosso vínculo se tornou inquebrável.

3. Camadas do Sentir

O amor, em suas diferentes formas, é tão multifacetado quanto a vida. Ele nos desafia intelectualmente, conecta-nos emocionalmente e desperta nossos sentidos. Em cada experiência, há uma lição escondida, esperando para ser descoberta. Às vezes, essa lição vem na forma de uma alegria avassaladora; em outras, ela surge das cinzas de algo que acreditávamos ser permanente. O que permanece constante é a capacidade do amor de nos transformar.

Ao refletir sobre essas experiências, percebo que cada conexão que cultivamos nos aproxima de nossa própria essência. Seja no calor de um abraço, no peso de uma despedida ou na troca silenciosa de olhares, somos moldados pelos laços que criamos e pelas histórias que compartilhamos.

4. Reflexões Silenciosas

E assim, deixo este convite a você: pense nas pessoas que passaram por sua vida. Quais marcaram você de forma indelével? Quais momentos de alegria ou dor o transformaram? Às vezes, a resposta para nossas perguntas mais profundas está nas histórias que carregamos, nos ecos das vozes que ainda ressoam dentro de nós.

A vida é um ciclo constante de encontros e despedidas, luzes e sombras. Mas, se há algo que aprendi, é que a luz sempre encontra um jeito de atravessar até os espaços mais escuros. Cada conexão que fazemos, cada laço que criamos, é uma centelha dessa luz, nos guiando de volta para casa.

Inserida por dianeleite

⁠O Encontro no Ônibus

Estava eu, mais uma vez, indo para a casa de minha avó. Para tanto, preciso pegar dois ônibus ou ir a pé até o ponto do segundo. Com muita cautela, vou. Passo atenciosamente de rua em rua, esquivando-me das esquinas como quem evita lembranças indesejadas.

Decido ir a pé. Chego ao segundo ponto um pouco cansado, o corpo denunciando a caminhada, e logo vejo meu ônibus se aproximar. Entro, pago e me assento. Como em qualquer outro dia, encaro a janela como uma tela em branco, onde os cenários passam rápido demais para serem compreendidos. Imagino tudo, porém nada de importância.

Um bairro se passou quando sinto um toque no braço, leve como o roçar de um galho ao vento. Vinha de alguém que se assentava do meu lado direito. Penso que foi apenas um esbarro casual e volto ao meu devaneio, mas novamente sinto. Dessa vez, decido me virar e entender o que estava acontecendo.

Era uma senhora, pequena e franzina, de mãos trêmulas e olhar perdido. Tentava, com delicadeza, chamar minha atenção. Algo havia de diferente em seu olhar — um brilho úmido que parecia conter todo o peso do mundo. O marejar de seus olhos já me inundava, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela segurou minha mão com firmeza, como quem busca âncora na tempestade.

Sem dizer uma palavra, ela apenas suspirou fundo, como se aquele gesto contivesse anos de histórias acumuladas. Seus dedos enrugados e frágeis envolviam minha mão como se segurassem um último pedaço de esperança. Por um instante, o mundo se reduziu àquele toque, e o barulho do ônibus se tornou um murmúrio distante.

Aos poucos, seus lábios se abriram, e num sussurro quase inaudível, ela disse:
— Você se parece com meu filho...

Houve um silêncio denso, como se o universo contivesse o fôlego. Não sabia o que responder, e talvez ela nem esperasse uma resposta. Apenas segurava minha mão, fixando o olhar num ponto indefinido do corredor.

— Ele partiu faz tanto tempo... — murmurou, com a voz quebrada pela saudade.
Um nó se formou na minha garganta. Respirei fundo, sentindo o peso daquele instante. Então, num gesto instintivo, apertei a mão dela com carinho e disse:
— Eu estou aqui... Pode me contar sobre ele, se quiser.

Ela pareceu surpresa, como se aquela simples oferta fosse um presente inesperado. Seus olhos marejados se voltaram para mim, e um sorriso tímido despontou, como um raio de sol por entre nuvens carregadas.
— Ele tinha esse jeito quieto... sempre olhava pela janela, pensativo. Gostava de imaginar histórias. E quando eu estava triste, ele só segurava minha mão, como você está fazendo agora.

Senti meu coração pulsar mais forte. Eu não era apenas eu — naquele instante, eu era um fragmento de memória viva. Ela continuou falando, e a cada palavra seu rosto se iluminava, como se a lembrança trouxesse o calor de um reencontro.

— Ele dizia que as nuvens eram mapas de terras mágicas — disse ela, sorrindo leve.
— Sempre acreditava que, se prestássemos atenção, descobriríamos um caminho que só os sonhadores enxergam.

Sorri também, e sem perceber, comecei a compartilhar minhas próprias memórias de viagens e pensamentos perdidos olhando pela janela. Ela escutava atenta, como quem encontra companhia na dor e na saudade.

Quando o ônibus freou bruscamente, ela soltou minha mão com delicadeza, como se devolvesse à realidade o que fora apenas um breve consolo. Antes de descer, olhou para mim com um sorriso pequeno, mas sincero, carregado de um agradecimento mudo.
— Obrigada... Você me fez lembrar que o amor não morre... Só se transforma em saudade.

Olhei para ela e, com um sorriso sincero, respondi:
— Talvez ele ainda segure sua mão... de algum jeito, através de quem traz um pouco dele no olhar.

Ela desviou o olhar por um momento, tentando conter as lágrimas. Mas quando voltou a me encarar, havia uma serenidade nova ali, como se minhas palavras tivessem encontrado um canto acolhedor dentro dela.

Fiquei observando-a partir, pequena e delicada, desaparecendo na multidão. O ônibus seguiu viagem, mas aquela sensação permaneceu em mim — uma mistura de melancolia e gratidão por ter sido, ainda que por poucos minutos, um porto seguro para alguém que precisava ancorar suas lembranças.

No caminho até a casa de minha avó, pensei sobre a força que existe em simplesmente estar ali para alguém. Às vezes, somos chamados a ser companhia em meio ao tumulto da cidade, como se a vida nos empurrasse para encontros que não esperávamos, mas que, de alguma forma, precisávamos viver.

E ali, entre a dor e o alívio, aprendi que às vezes somos porto, outras vezes somos naufrágio — e, no intervalo entre os dois, a vida nos permite tocar o coração de um desconhecido, deixando nele um pouco de calma, e levando conosco a certeza de que a humanidade sobrevive nos detalhes.

Inserida por DanielAvancini

⁠O Ouro Verde da Fronteira

Nas margens da Laguna Punta Porã, onde o Brasil e o Paraguai se tocam com as mãos entrelaçadas, a história da erva-mate floresceu como um elo entre povos, terras e destinos.

Antes mesmo de as fronteiras serem traçadas no mapa, a planta nativa já era cultivada pelos guaranis, que a consideravam sagrada. Com a chegada dos colonizadores e das missões jesuíticas, a erva-mate passou a circular além dos limites da mata, tornando-se mercadoria e símbolo de riqueza.

No pós-Guerra do Paraguai, a economia local foi devastada, mas a erva-mate emergiu como um novo ciclo econômico. A Companhia Matte Laranjeira, fundada por Thomaz Larangeira, explorou o potencial da planta, estabelecendo-se em Porto Murtinho e expandindo suas operações.

A produção e exportação de erva-mate impulsionaram o desenvolvimento da região, tornando Ponta Porã um centro produtor e exportador de destaque.

A erva-mate, conhecida como "ouro verde", desempenhou um papel crucial na formação da identidade cultural da região. O tereré, bebida típica feita com a planta, tornou-se símbolo de hospitalidade e convivência entre brasileiros e paraguaios. As rodas de tereré, compartilhadas em praças e ruas, representam a união e a amizade que transcendem fronteiras.

Com o tempo, a produção de erva-mate enfrentou desafios, incluindo crises econômicas e mudanças no mercado. No entanto, a planta continua a ser um elemento central na cultura da região, presente nas tradições, na culinária e no cotidiano das pessoas.

Assim, a erva-mate permanece como um testemunho vivo da história e da cultura da fronteira, conectando passado e presente, Brasil e Paraguai, em um laço verde que resiste ao tempo.

Inserida por yhuldsbueno

⁠UMA CERTA ANA CLARA
Havia ali pelos corredores da casa, uma figura formosa, de coração bondoso, calma, castidade e pureza a rodeavam, inquieta nos serviços, que de dia e de noite emanava beleza, pudor e carisma espiritual, batizada pelo nome composto Ana Clara, para os forasteiros era Ana e para os de casa era simplesmente Clara, mas para o avô João era carinhosamente a neta Clarinha, cuidava no que deveria ser feito, seja engomando as roupas dos componentes da casa ou ajudando a avó Lindete no encaminhamento do almoço. Era uma bela moça, noviça de média estatura, sua pele era da cor do bronze da Mesopotâmia, brilhava formalmente bem cuidada, mesmo descabelada de dia, e arrumada depois do almoço, tinha um pouco de grau de vaidade com o rosto e os lindos lisos cabelos dourados, como uma veste de ceda. Usava belos vestidos, lindo batom nos lábios e uma discreta maquiagem. Dotada de conhecimentos não só básicos, como autoconhecimento, religiosos e anatômicos, havia já conhecido três países. Dava-se para Ana Clara dezenove anos completos, era ariana, de alma lavada e feliz.
Ana Clara era uma joia rara no meio da família, mulher de princípios éticos e dogmas religiosos praticantes, sabia perdoar o mal, seguir em frente estudando a ciência humana numa escola particular para ter um futuro digno e aprendendo com a vida, com os ensinamentos dos avós e com o que viveu, marcas do que se foi. Ana Clara era madura, sábia, sabia o que era para ela e o que não era, um simbolismo inteiro cabia na sua linda alma composta por uma estrutura de cânticos e conceitos bíblicos. Despertava paixão em qualquer homem, sua beleza e sedução arrebatava um alabastro de sentimentos, seu perfume espiritual era um bálsamo para quem a admirava, um incenso suave nas narinas até do celestial. Ana vivia se desviando desses incidentes apaixonantes que são ilusões passageiras, fazia o certo, pois uma moça jovem e solteira, tinha que viver a vida como era para ser vivida por inteira, buscando sempre na paz e no que aconteceu, o amor próprio e interior.
Luiz Felipe Amil
AMIL. LUIZ FELIPE
Trechos. 2025

Inserida por luizfelipelimasilva3

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp