Cronica sobre Regime-Jo Soares

Cerca de 12532 frases e pensamentos: Cronica sobre Regime-Jo Soares

Passagens e paisagens

O teu jeito incomoda
Tua palavra descontrola
Teu fazer aborrece
Teu prazer trava nervos
Teu andar desequilibra
Tua postura toma espaço
O teu texto mostra fibra
Quem não suporte, há
Quem não suporte, vá
Quem não suporte, trinca
Quem não suporte, cica
Fazer o quê?
Passagens e paisagens...
Vai!

Inserida por RaymeSoares

REVELAÇÃO

Eu vi um poço sem luz
Caí ali no poço sem paz
Por entre as entranhas do medo
Era sem barco, sem vela, sem cais

Prostrei-me no confessionário
Falei do que havia no fim
Busquei religiões, inúmeras
Por infindas ladeiras subi

Nada encontrei; eram vãs palavras
Deitei pra não ver o sol
Não mais ver o céu; não ver nada
Fantasmas no derredor

Os tornados me emudeciam
Deixaram-me tonto e perdido
Perdi o prumo, me afastei dos meus anjos
Mas aos céus clamei decidido

Águas e lágrimas desciam correntes
Meus joelhos calaram no chão
Nada me causou espanto
Diante da revelação.

Inserida por RaymeSoares

Eles são mestres em parecer perfeitos, mas são estúpidos demais pra enganar alguém por tanto tempo. E quando você descobrir, vai se sentir a pior garota de todas. Como pude ser tão estúpida? Como pude acreditar nesse idiota? Ah, vai. Nós mulheres precisamos dos homens canalhas. É isso mesmo. Sem eles nós nunca teríamos nos tornado tão espertas como somos agora.
Hoje quando conheço esse tipo de cara eu já olho e penso "Vai ser meu brinquedinho do dia''. Ele vem cheio de sorrisos, com aquele charme de sempre.. E eu deixo. Deixo sim. Faça sua melhor atuação, querido! Me seduza, isso. Use suas melhores cantadas. E eu vou te usar, só por uma noite. Vou fazer o papel de mocinha inocente, que em tudo acredita. Engraçado te ver achando que eu serei mais idiota na sua listinha.. Quero só ver quando você for me ligar no dia seguinte. Ops, ela me deu o número errado!

Inserida por tawanesoares

A BATALHA

Crava, fere, sangra; só eu
Trava, cela, tranca; aqui
Escarnece, bate, lincha no breu
Humilha, humilha, humilha, sem fim

Luzes, anjos, paz; só nós
Vitórias, força, fé; que temos
Vontade, conquista, verdade, coração
Azuis, amor, sabedoria; venceremos!

Só eu aqui no breu sem fim...
Só nós que temos coração venceremos!

Inserida por RaymeSoares

Anjo II

Era breu o que predominava
Era desagradável o momento
Era a agonia que pairava e imperava
Mas deverás forte foi o seu alento

No início fez-se presente como um ponto de luz
E o breu era insistente aos olhos meus
Chamou-me a atenção a sua paz
E o que me parecia ponto fez-se exuberante luz de Deus

Com algumas sábias palavras
Você me convenceu
Sob suas asas alvas
Sua paz me acolheu

Essa força em você habita
Discretamente resplandece
E dizer-se anjo não suscita
Mas é o que acontece

Diz por entre as linhas do seu texto
Diz na imensidão do luminar
Diz na fineza dos seus gestos
Diz nos atos e no olhar

Inserida por RaymeSoares

CARRETEL DE LINHA (Carlinha)

Pele de lã, longe
(Branquinha, seja minha)
Enigmaticamente não chega
E tudo lhe faz rainha

Quando aparece, cega
E cego, navego na rede
Um pescador não nega
O que de fato lhe mata a sede

Carretel de branca linha
Tece o tecido da flor
Encarcera a vontade minha
De sentir do seu corpo o olor

Negros cabelos distantes
Percebo a avidez dos ventos
Por seus fios brilhantes
Quem sabe isso fosse um alento.

Inserida por RaymeSoares

MINHA CECÍLIA

Quão forte é essa mulher
Fui presenteado por Deus
Minha professora primeira
Minha Cecília tão mãe

No “visseiro” teu cheiro me assegurava
Um dia inteiro de sonhos e rios
De poesia, contos e beleza
Dos passeios no “quente e frio”

Dizem-me: criado por avó
Ah se soubessem dos encantos de sê-lo
Não seriam pejorativos na fala

Talvez por um momento só
Se todos pudessem percebê-lo
Não calariam o que não me cala.

Inserida por RaymeSoares

ALICE

Ali se fez a maré;
Ali se fez o que me apraz;
Ali se fez um balé;
Ali onde Alice faz muito mais!

É o imã da imaginação;
Da livre Alice é o que há;
Onde se curva despretensiosa canção;
Pois são tantos os vôos a alçar!

Alice é “bárbara” no que representa;
Nas maravilhas do seu país;
No que abarca toda a beleza;
No que pelos olhos nos diz!

É “bárbara” aos olhos da mãe;
Inteira aos olhos dos pais;
Onde se curva despretensiosa canção;
Porque é ela uma semente de paz!

Inserida por RaymeSoares

JULIANA

Os olhos vêem mais que um homem subindo a ladeira
Ao relatar o acontecido, dos olhos: água, sal e dor
Onze anos; quase doze, mas é para o espírito que se esgueira
À tona vem, ao ver o homem, todo o seu esplendor

Talvez cansado, mas o homem vai trabalhar
Mas ela vê, lê, crê e superlativa o que pesa
O que pesa nos ombros, no lombo, no caminhar
E ela relata, entorna o que na página da sua alma reza.

Ele chora o que ela chora o que dela aflora
E ele sorri triste ou feliz; ele sorri
Mas nele dói o olhar que ela tem dele
Do sofrimento, do tormento e fala do que há de vir

A ladeira, o peso dos livros e a leveza das palavras
Nada existiria sem aquela face rubra que retrata a alma alva
E tudo vale apena diante daqueles olhos que não deveriam chorar
Mas é subindo a ladeira que o homem busca o que salva

É trabalhando que o homem quer fazer Juliana sorrir
É caminhando que o homem quer fazer Juliana caminhar
É na subida que o homem mostrará pra ela o luzir
Mas que ela seja feliz ali, aqui ou onde quiser estar.

Inserida por RaymeSoares

MOVIMENTO

As raízes dos vegetais estremeceram
Os astros esquecidos explodiram
Os ferros retorceram-se ante o vento
As vestes dos teus gestos me despiram

As favas e os favos favoritos
Cravavam os cravos e os gritos
Ouviram-se do silêncio os gemidos
E os idos ecoaram os seus ritos

As linhas e os espaços ecoaram
Sob claves, sob tempos, sob trilhos
E todas as verdades se perderam

Nas linhas e nos espaços do que eu digo
Nas tramas curvilíneas do teu corpo
Se te assustas, eu te digo: - não me intrigo.

Inserida por RaymeSoares

O Livro e Eu

Lépido ou triste busco por ele
Para um entrave ou uma nova chave
Para um dialogo ou um dia longo
Funcionando como uma clave

Ele: o livro, vivo, vivo, livro
Dele, o sumo e o insumo que refaz
Ele o crivo e eu dele o mesmo
E faz, e desfaz, e sem mais ou me apraz

É místico, metafísico o que sinto
Todo livro é mágico
Se não pra mim, pra outrem
Nunca casto; estático.

Todo livro seduz e se torna ativo
Nunca li um que me deixasse inerte
E somos vivos: eu e o livro
E tudo se reverte ou se inverte

O livro é o instrumento do processo
Para um planeta intenso
De onde emerge o submerso
Por onde resvala o que penso

Leio o livro, sinto o livro
Ouço o livro, calo o livro
Canto o livro, recito o livro
Fecho o livro, abro e sirvo

Do que um “morto”, mais vale um valente livro!

Inserida por RaymeSoares

Olha só!
Desnudam-se as faces dos indóceis
Fenecem as ventanias que tonteiam
Falecem as vozes que emudecem

Olha só!
Florescem dos áridos gestos
Ações que avivam manhãs
Razões para seguirmos com fé

Olha só!
A boca que cospe secou
Pelo entorpecer que o amor
Causou na língua do rancor

Olha só!
Fui eu quem mudou o olhar
Fui eu quem mudou o eu mudo
O eu cego; o eu morto; o eu surdo.
Olha só...

Inserida por RaymeSoares

UM ENCONTRO

Para encontrar comigo, deixo que falem as dores
Para encontrar comigo, estanco no crepúsculo e vagueio
Para encontrar comigo, acordo os acordes nas canções
Para encontrar comigo, não me perco no que anseio

Para encontrar comigo, saio de perto do fel
Para encontrar comigo, esqueço quem me despreza
Para encontrar comigo, fico atento àquele ou àquela
Para encontrar comigo, convirjo com o que reza

Para encontrar comigo, busco marés e mares
Para encontrar comigo, expurgo qualquer rancor
Para encontrar comigo, busco a pureza dos ares
Para encontrar comigo, aceito das mãos o tremor

Para encontrar comigo, penso nas minhas filhas
Para encontrar comigo, visito a minha mãe
Para encontrar comigo, afasto-me das ilhas
Para encontrar comigo, não deixo que me aranhe

Para encontrar comigo, choro sob o chuveiro
Para encontrar comigo, libero o meu sorriso
Para encontrar comigo, não preciso ser o primeiro
Para encontrar comigo, nem preciso do meu aviso

Inserida por RaymeSoares

OUTRA ESTAÇÃO


Nada explica um sentimento tão grande
Sentir-se nas mãos de alguém tão plenamente
E tudo se esvair em poucas horas
Meu coração que batia aceleradamente...

Será que você não percebia que era verdade
Descem lágrimas dos meus olhos, ainda
Ainda pássaro voando perdido
Já não temos mais chance e era uma coisa linda

Agora tantas estações nos separam
Agora nenhuma imagem finda
Pois suas pegadas fincaram e ficaram
Por não suportar a partida

Sonhei em viver esse imenso universo
Mas não era hora; não era pra mim
Eu quis ser seu e você passou
Por que tinha que ser tão forte? Tinha que ser assim?

Inserida por RaymeSoares

OUTRA ESTAÇÃO II


Devaneios e anseios
Um tonto que ainda crê
Que houve aquele amor
O louco por você

Um beijo na beira da noite
Ribeira do rio do caos
Quase enlouqueci no açoite
Do vento nas velas das naus

A firmeza ao declarar seu sentimento
Repetidas vezes a confirmação
Por que sua mão em minha nuca?
Porque é mesmo tudo ilusão!

É, é tudo exatamente assim
Pra chegar, brilhar e ferir
Arvorei-me a amar e paguei
O preço de sozinho seguir.

Inserida por RaymeSoares



Onde estão as pitangas,
As bananeiras e as secas e verdes folhas?
Onde estão as taiobas e os efós?
Os livros cheios de encantos por onde me revelava sonhos...

Onde, os olhos azuis e verdes (acinzentados)?
Onde, as mãos nas minhas ao atravessar a rua?
Mamoeiros, araçazeiros e velas emergenciais...
Frente ao nicho dos santos, dos prantos do menino, eu

Dos sorrisos alucinadamente felizes, meus
O agasalho e a gemada frente à TV sem cor e colorida
Fazíamos tapeçaria, eu e meu irmão (o segundo)
O beijo, o afago, o abrigo, o agasalho...

Onde, onde, onde?

Onde a “casinha feliz” e os contos do Lobato?
Onde o som da flauta, do violino e o sabor do pão delícia?
A leitura, no início da manhã, e a voz doce que lia, onde?
A calça da mulher além das muralhas do tempo, onde?

O batom vermelho, o ruge, os óculos, os brincos, onde?
Os sapatos altos, os atos fortes, a telha velha, o pão torrado, onde?
As bolsas, as pulseiras, os anéis, o anel de professora, onde?
As estantes, o cristo na cabeceira da cama, o meu deleite...

Tanta felicidade, tanta segurança, tanta fantasia, tanto amor...
Esperei da vida uma máquina fotográfica e nada se apagou...
Nada se desbota nada se resume nada estanca, mas, onde?
Parece que o quintal acabou. Apenas parece...

Simplicidade e sofisticação da mestra
Os versos em francês da vó
Li o acróstico que um pássaro escreveu pra flor
Parece que o quintal acabou. Apenas parece...

Onde, a postura encantadora da candura que me acalentava?
Onde, a canção que fiz sendo cantada pela cansada voz?
Lá no quintal da minha casa, pois assim me fazia ver, tinha o céu
Parece que o céu morreu no quintal. Apenas parece...

Inserida por RaymeSoares

O SORRISO

O sorriso abriu a porta do medo;
O sorriso desmanchou todo segredo;
O sorriso conquistou o meu emprego.

O sorriso elevou o meu espírito;
O sorriso cativou o meu amigo;
O sorriso desarmou meu inimigo.

O sorriso confessou o meu apreço;
O sorriso desvelou o seu intento;
O sorriso revelou meu pensamento.

O sorriso veio assim tão natural;
O sorriso: mais de um músculo facial;
O sorriso chama visceral.

O sorriso lhe convida: vem comigo;
O sorriso foi lançado no infinito;
O sorriso fala mais do que o que eu digo.

O sorriso da menina e do menino;
O sorriso, de repente, traça o destino;
O sorriso masculino e feminino.

O sorriso de segunda a domingo;
O sorriso sempre que possível;
O sorriso para o impossível.

O sorriso para o “riso” e pro sorriso!!!

Inserida por RaymeSoares

Teu pai

Abrir-te-ia os olhos para o translúcido muro
Que frente aos teus anseios encobre
Mas parece faltar força; é escuro
E é de pedra e de barras de vermelho cobre

Abriria o portão para o espetáculo
Que a vida prepara pra ti
Mas a prece parece ser parca
E apaga o que escrevi

Menina carrega meu canto
Com a força da tua lucidez vocabular
Menina levanta, não permita meu pranto
Porque a vida quer te falar

Dilua cada pedra e derreta o vermelho
Só tu poderás sobre o que trago, deliberar
Sou apenas a ponte do que destelho
Sou teu pai que não suporta calar

Inserida por RaymeSoares



Nada sei dos tempos idos
Interrogações por todo “agora”
Mas toda certeza do amanhã
Impulsiona e não me ancora

Era tudo, o ali e lá
Hoje sou o que está
Nesse bojo nem me vejo
Amanhã vou estar mar

Ontem uma nascente insossa e pálida
Um início sem nitidez
A cada hoje do fértil à árida
Retrata minha estupidez

Sei de certo que virá
Meu momento amanhecer
Ontem fui o que nem sei
Hoje entre o ser e o querer

Não vejo dos idos tempos, o saber
Nem, desse momento, o que dizer
Tenho a certeza das dúvidas
Onde mora o que há de ser

Inserida por RaymeSoares

Infeliz, aquele que reclama do peso de uma Dádiva Divina, a qual o próprio, pediu com tanta fé e desespero.

Reze com toda fé por uma oportunidade e quando ela chegar, use da mesma fé para agradecer, mesmo quando junto dela vier o peso da responsabilidade. Deus te coloca, somente onde sabe que suas forças, serão suficientes para que se mantenha caminhando sozinho.

Inserida por marciosoares

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