Cronica sobre Regime-Jo Soares

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⁠A poesia crônica que consegue sentir o Brasil
Mapeando o alcance das palavras, a quem nelas dão patadas, uma pena, pois é uma sinfonia, engloba razão e poesia, veja essa crônica, literatura dolorida e um pouco de fantasia, mas no fundo é real, profunda e sem demagogia, minha, eu, a poesia alcança as chibatadas sofridas, escravos modernos e das antigas, o índio e sua delicada situação desde primórdios começo então até hoje, sinto, grito, sofro, o Brasil estuprado, meu povo, o drone mais poderoso não consegue alcançar, biometria que não explica nenhum DNA, o que dizer dos rios volumosos e das ingazeiras, genipapos, tudo se transforma, o trem bala, o esgoto a vala, o podre tietê que nenhum político quer saber, Tóquio, Veneza, Paris, meu manjerona, deitado na lona a cicatriz, de lembrança e lambança que a elite empina o nariz, e minha poesia grita nesse silêncio, que a letra vem formar, o propósito, o sonho, se ando em rebanho, sozinho não sei falar, mas o que se sente , não pode ser indiferente, que o amanhã nos permita e ensine a lutar.
Giovane Silva Santos

Inserida por giovanesilvasantos1

SER MÃE (crônica)

Ah, tá bom! Então eu sou mãe, a querida, delicada, que ama incondicionalmente ( in-con -di-ci-o-nal-men-te), que faz a comida preferida de cada filho, vai ao mercado, àquela feira lá do bairro nos confins para comprar a pamonha mais gostosa que seu querido adora.

Faz cara de paisagem quando ganha um presente que não gosta e já tem certeza que não vai usar, mas não demonstra, senão a doadora pode se ofender. Compra roupas pro marido, mas tem que ficar dando dicas para ver se adivinham o que ela está “precisando”.

Faz um esforço danado pra se entender com a empregada, que por sua vez é mãe até com mais filhos, contrata jardineiro, eletricista, encanador e ai se algum deles fizer serviço porco! Importante, jamais pode bater o carro ou levar multas.

E por aí vai o rosário de penas que vou desfiando... pronto, já me distraí, isso é um trecho da música que a Amalia Rodrigues cantava, mas ninguém me deixa ouvir porque é chata e das antigas - de novo mãe, ah não!

Ah, sou mãe, o pilar da casa, mas eu nem comecei do começo, quando nascem os filhos, pediatra, vacina, escola, virose, aniversário do coleguinha, [......] colegial... dá licença, vou pular esta parte minha, a fase é deles, só mãe sabe.
Pulei, esqueci, nem sei mais quantos anos foram!
Onde eu estava mesmo? Sim, na família já formada, filhos grandes; vem os empregos, casamentos, genros, noras, netos...abortos...(doi, sempre dói de novo)

Alguém deve estar pensando, onde ela quer chegar com essa conversa, tudo igual, conheço esta história.
Aí é que está a questão:
Você que conhece esta história então me escuta. Mais...me ajude a contar tudo, não saia de fininho, somos iguais, não somos?

Dando continuidade, antes que citem a famosa frase - Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães, preciso fazer várias perguntas, questionamentos que não consigo solucionar sozinha. Você também não consegue! Vamos?

Aí a mãe faz o que pode para agradar a família, aguenta desaforo, vai perdendo os abraços, a beleza, a agilidade, surgem as artrites, com o colar de ites que o médico diz que é da idade, o pior, os “ais” verdadeiros e os costumeiros que ninguém quer ouvir.
Sem contar com o celular lindo de seu filho que ele lhe dá, bem intencionado, quando troca por outro bem melhor, e você não sabe usar bem, porém eles não tem tempo para ensinar. E tem aquela blusa que você ficou namorando na vitrine, quando criou coragem para comprar, chega em casa, vem a filha - ai que linda mãe, posso usá-la hoje? Aiaiai...

Não posso me esquecer: “mãe é a rainha do lar”. Fala agora, o que ela faz com o peso desta coroa enorme que colocaram em sua cabeça?
Como desfazer-se dela para aliviar os conflitos que ficaram presos pela força que ela engrenha comprimindo seu cérebro?
E os seus sonhos, seus medos, suas loucuras, seus tédios, seus planos interrompidos pelas diarreias caseiras?
Tem aquele filme que ouviu dizer que era ótimo, mas quando deu fé, já tinha acabado a temporada?
Onde será que ela guarda estes afetos, desafetos, inquietações, lágrimas de
banheiro, insônias, segredos íntimos, remédios sem receita, unguentos que a vó deixou a receita como herança?

Quem tiver alguma ideia, por favor me elucide, porque, como você, faço parte deste emaranhado de responsabilidades que a sociedade colocou em minha vida, sem perguntar se eu iria aguentar.
Por mim, eu colocaria tudo num baú (decorativo, para que não mexam), junto, um daqueles aparelhinhos de som made in china, com um pen drive tocando sem parar aquela música que me fascina desde o ano passado:
“Não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós......”]

melanialudwig - maio/ 2018

Inserida por MelaniaLudwig

Se eu acredito em Ovnis, Et's, na cura da burrice crônica, ou da ignorância adquirida?
Respondo: __ Só perdi a minha fé, nessa gente, com tanto ódio sendo destilado;
Nessa hipocrisia barata, espalhada na cara, feito creme hidratante. Sem filtro solar.
O que fica difícil, é acreditar em Seres Humanos, porque a "humanidade"; está entrando em extinção.

Inserida por LumahCristina16

Crônica do crescer

As vezes me pego no silêncio de uma música.
Música? ... Silêncio?

Sim...tem momentos em que ouvimos músicas para, simplesmente,
tentar pensar um pocuo mais no que estamos vivendo, com o que, quem
e como.

Nos deparams com perguntas cujas respotas parecem não ter mais fim.
Isso, deve-se á um sentimento profundo, com o qual, nunca estamos
preparados á encarar de frente, costas ou acho que em posição alguma.

rs*rs*rs.

É engraçado, ao mesmo tem que se quer RIR. Também se quer CHORAR.
Palavras amabas que usamos para discriminar a felicidade e contagiar
a tristeza.

Daí você pára e pensa... E como sempre, vem aquela velha pergunta
sem resposta: "O que está acontecendo comigo?". E isso te faz pensar durante
horas, dias e ate meses, sempre pensando em besteiras, coisas infantis,
tolices, baboseiras e mais um monte de coisas ruins.

Mas nunca chega á uma resposta que talvez seje a mais certa e confortável
o possível, e que ao mesmo tempo é tão simples e óbvia.

Essa resposta é:

"ESTOU CRESCENDO!!!".

Inserida por tiagovon

CRÔNICA PARA RECUPERAR O QUE NÃO FOI PERDIDO

Há momentos em que nossa vida passa por um furacão de acontecimentos negativos. Tudo parece dar errado. Acho que nesse momento estou tentando escapar de um vendaval. Um simples gesto, uma simples palavra – talvez não tão simples assim - mexeu com o coração de uma das pessoas que mais amo no mundo.
A única amiga, aquela a quem considero verdadeira, está passando por um delicado momento: seu pai sofre sério problema de saúde e eu, no alto de minha arrogância e ‘sabedoria’, achei que sabia da solução para seus problemas e acabei dizendo coisas que ela não merecia ouvir.
Seus olhos marejaram de água. Um engolir seco fez tremer meu coração, e a súplica de que eu compreendesse e respeitasse sua dor tornou minha aflição ainda mais dolorida. Contudo, eu não me deixei abater e insisti nas palavras que eu julgava estarem certas. Quem nunca errou?
Nunca vou esquecer quando ela, delicadamente, levantou-se de onde estava sentada e, em passos humilhados, dirigiu-se à porta de saída. Não olhou para trás, como se soubesse que à sua sombra tivesse aquela a quem a ‘razão’ não abandonou. A porta fechou-se, e o coração também.
Depois de uma semana, ainda ouço o soluço de suas lágrimas e o ranger da porta que se cerrou.
Mas, por que não consertar o que foi quebrado? Cristal quando quebra não tem conserto, eu sei. Mas a nossa amizade não é de cristal nem de porcelana. Solidificamos sua base num ponto onde vento ou tempestade nem sequer abalam. Não é o tamanho ou a largura de um pilar que sustenta um edifício, mas o material com o qual ele foi feito. Nossa amizade foi construída com o mais sólido de todos os sentimentos: o amor. E não posso deixar que um gesto cruel e impensado, que uma palavra rude apague todas as outras mais que já foram ditas.
Vou pedir desculpas. É isso. Vou correr atrás do prejuízo e recuperar o que ainda não foi perdido. Ela é especial demais para mim. É como um porto seguro que tenho para depositar minhas aflições, angústias e esperanças.
Vou pedir desculpas. Ela merece isso e eu devo isso a ela, porque eu errei. Porque eu a amo.
Desculpa esse meu jeito sem jeito, Evilásia.

Inserida por NaraMinervino

A Crônica
A Menina e a Paçoquita

Eu não sei dizer ao certo à que horas e nem o dia!
Eu só lembro daquele exato momento em que a vi. Estava sol e ela vinha em minha direção, seus cabelos volumosos e reluzentes brilhavam intensamente, ofuscando até mesmo o brilho do sol, fiquei cego por um instante, mas percebi que a proximidade já era bem evidente, então pude notar sua beleza quando ela chegou bem perto.
Sua Feição serena, seu olhar marcante, sua voz suave misturada ao seu rosto de menina sapeca, seu corpo despertava o Libido masculino, era olhar para ela e criar vários romances.
Olhei ao redor do quiosque e fiquei sem saber o que oferecer a ela, pois nem o melhor e mais caro estabelecimento estava aos seus pés, eu poderia dar o Mundo com as galáxias e com todas as luas do Universo para iluminar seu caminho, que apesar disso seu brilho seria mais forte.
Eu saberia servi Reis e Rainhas, mas não uma Deusa, sua postura e beleza de mulher, inibiam e distraiam qualquer homem.
Esperei ela analisar o que queria, era uma mulher direta em suas decisões, e foi rápido em seu pedido.
_Uma paçoquita, por favor.
Simples e objetiva, com uma doçura impecável de uma Princesa de contos de fadas e ao mesmo tempo,com uma ferocidade e rispidez de uma Leoa selvagem.
Agradeceu com um nobre “Obrigado”, Pegou e foi embora, sem olhar para trás,queria ter tido a sensação de ter tocado pelo menos em suas Mãos, mas sabia que para as minhas condições ela era uma mulher “imaginaria”,existia,mais era intocável, seria utopia fazer parte de sua vida é como se ela tivesse “Poder”, o poder de enfeitiçar quem à olhasse, você perdia os sentidos, entrava em coma profundo, nas profundezas do Amor.
Durante esses minutos que antecederam sua presença,fiquei desnorteado, segui seus passos indo embora, querendo de alguma forma para - lá, queria ter poderes que me fizesse com um simples gesto paraliza-lá e moldura-lá, e ficar olhando por horas, dias, anos, sem piscar, sua forma era escultural, era perfeição em todos os ângulos.Com certeza Deus estava inspirado e apaixonado no momento em que modulou suas curvas.
não sei se veria ela de novo, mas mesmo assim agradeci a Deus só por ter me concebido olhar aquela menina-mulher, porque é privilégio de poucos , muito poucos, ver um anjo assim de perto.

Inserida por gadiel

Crônica educação e amor.

Quando ainda criança, eu sempre tive vontade de estudar na escola estadual da minha cidade, colégio este referencia em mulher bonita. Engraçado! era pra ser referencia pela metodologia educacional, nunca alguém me falou isso.
Eu, um adolescente, mão virgem e mente podre, queria a todo custo estudar naquela escola e aquelas gatinhas, mesmo não tendo tendência de gostar de biologia.
Consegui. conclui o ensino fundamental e La fui eu para a referida escola das mulheres bonitas.
Primeiro dia de aula lembra-me bem. Aula de geografia. Fiquei prestando atenção no que a professora falava; algo sobre o universo. Fiquei assombrado com o universo, não o da professora, mas aquele universo em que eu estava. À escola.
Não agüentava mais a aula da professora e pedi para ir ao banheiro, a professora educadamente disse – venha logo! E La fui eu, andando pelo corredor adentro, olhando tudo ao meu redor!Admirado como um menino que ganha um pirulito, Hoje um plastatyon três.
Ao passar por uma classe, olhei pela janela, meus olhos deram de encontro com um olhar curioso, olhos esverdeados como a caatinga do sertão em tempo de inverno. Olhei bem dentro daqueles olhos esverdeados e vi ali no primeiro dia de aula o primeiro e único amor da minha vida.
Amor a primeira vista?Não sei se a recíproca existiu, mas fiquei apaixonado com aquela pequena beleza, pequena no tamanho da garota. Uma linda e pequena morena, cor de pecado, mas que cor é o pecado?A deixa, a cor não importa nesse momento, importa a narrativa da moreninha. Olhos meio verde meio mel, sobrancelhas finas e pernas grosas, lábios carnudos rodeado de batom,parecendo uma flor de xiquexique.
Sentada numa carteira que aparentava um geep de zinco feito artesanalmente .
Segui o destino, fui ao banheiro, percebi que aquele olhar e aquelas pernas grosas provocaram uma mudança biologia no meu corpo, minha mente não conseguia enxergar outra coisa a não ser aquela imagem. Meu inocente nervo estava igual a um torrão de açude em época de seca no sertão, duro e sem um pingo de água. A vontade de urinar era grande, mas o desejo da mão falava mais auto. Sem saber qual escolha tomar, resolvi decidir depois.
Voltei pelo mesmo caminho, como sempre o faço ate os dias de hoje, e novamente uma troca de olhar foram inevitáveis. Por um momento quis eu parar, mas um chato porteiro veio e disse que eu tinha que voltar para minha classe.
Estudei e namorei aquela moreninha por vários anos, mas não consegui continuar a duas coisas, o tempo foi cruel comigo. Não sei por qual motivo, afastei-me dos estudos e da moreninha. Perdi muito tempo ate descobrir que educação e amor são fundamentais para a vida de qualquer ser humano.
Hoje tento a todo custo recuperar as perdas do passado através do tempo ,impossível ?o tempo dirá!
Continuarei estudando o amor e amando o estudo.

Inserida por batistagames

«Crónica»
A MINHA PRIMEIRA LIÇÃO DE VIDA

Toda a minha vida está povoada de árvores. Imagino quão vazias não teriam sido a minha infância e adolescência sem essas maravilhosas formas de vida.

Os miúdos da minha geração, nessa aldeia no Alentejo, tinham por hábito dar nomes às árvores atribuindo-lhes assim uma importância de identidade própria para além da sua definição de espécie. Então, tínhamos a Azinheira dos Dois Pés, a Azinheira da Castanha, a Azinheira da Viúva, outras que me escapam, e a Azinheira da Conserva; esta assim chamada por conservar as bolotas quando já nenhuma das outras as tinha.

Um dia aproximei-me da Azinheira da Conserva, vendo a descansar à sua sombra um pastor, um lindo cão branco peludo e o rebanho de ovelhas, algumas destas mordiscando ramos nos arbustos próximos.

O cão agitou a cauda para mim, e eu baixando-me comecei a fazer-lhe umas festas.

— Menino, ‘logo o pastor interferiu ‘Não faça festas ao cão senão ele já não me vai voltar as ovelhas! ‘senti como que um arrepio de desilusão. Então, O pastor explicou-me que tinha de manter uma certa disciplina e respeito para com o cão ou este deixaria de obedecer às suas ordens.

Olhei completamente desiludido para o cão, aceitando sem questionar a sabedoria do pastor, e o meu pensamento fugiu aplicando semelhante comportamento nas relações entre os seres humanos.
— Com as pessoas deve ser igual! ‘murmurei para mim, gelado de decepção. A lição acompanhou-me pela vida afora conferindo, infelizmente, razão à sabedoria do pastor.

2006-08-18

Inserida por joadearievilo

UM MOMENTO NO PARAÍSO

CRÔNICA

Por um tempo, não ouvi e nem inspirei as impurezas, sonoras e do ar, da metrópole; provenientes dos motores veiculares - na sua grande maioria -,no processo da queima incessante de combustíveis fósseis. Foi um investimento compensador aquele meu: estar naquele Parque Natural.Tudo era novidades por lá,mesmo sendo eu de origem interiorana,mateira.
Notei uma leveza em meu corpo!...E uma folga em minh'alma!... quando pus meus pés naquele santuário.
Provei do doce das frutas e do prazer das massas; e matei a cede na fonte da água da vida.
Abracei o jequitibá, e como os povos indígenas,naquele instante,fiz meus pedidos a Deus; e olhando para a copa do mesmo,me vi mais perto do céu.
Guardei em meu arquivo pessoal,o registro das imagens das palmeiras-juçara, que fornecem ao homem o palmito...
E as achei bonitas!...
Morri de dó delas, ao saber que, são sacrificadas por tão pouco!...
Recebi a paz do silêncio e o frescor da mata, em cheiro suave da terra molhada pelas águas, que regam aquele paraíso, nos períodos chuvosos.
Andei... Andei...O tempo todo; pisando em tapete de folhas das árvores que desprenderam dos galhos no tempo certo, e forraram o chão para mim.
Mas, o paraíso não estava completo: senti muita falta dos pássaros e de meus amores... que também alçaram voos para outros lugares... Andam arredios.
Conheci o pau-brasil que deu o nome ao meu país; revi o umbuzeiro,o pau-ferro...o jacarandá,o cedro; e no caminho, me encantei com a beleza das flores!... A densa floresta do Instituto Agronômico, some de vista e é um encanto só!...controla o microclima urbano e preserva a flora e a fauna; serve de lazer para a população e de estudos para a comunidade científica; dentre outras atribuições.
Sentindo meu organismo a implorar por mais energia; no turno da tarde,lanchei com os cursistas,coordenadores do BH Itinerante,edição XXXIII; e com os idosos - do grupo de trabalho -, rodeado de crianças por todos os lados,da Escola Santa Maria.
Dei pitangas aos peixes, que fizeram a maior festa; no lago turvo, pelas águas da chuva; vi minha canoa do tempo de menino, ancorada no porto da minha infância.
Beijei o coração de Cora Coralina,que estava em sua poesia, preso no saquinho de sementes, que ganhei da cursista Berta Vieira,minha eterna professora!
E quando a lua banhou de prata meu corpo inteiro;repousei no hotel das abelhas solitárias.

(24.11.16).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

1º Boa Noite do Ano.....

Hábitos de infelicidade crônica
1 - Sua crença padrão é que a vida é dura
2 - Acreditam que a maioria das pessoas não são confiáveis
3 - Persistem em se concentrar no que há de errado no mundo ao invés de se focar no que está certo
4 - Comparam-se aos outros, são invejosas maliciosas egoístas
5 - Seu maior desafio é esforçasse para ter tudo no seu controle
6 - Vêem o futuro com preocupação e medo e esquecem de viver o dia de hoje
7 - Enchem seus dias com conversas vazias fofocas e reclamações
Resumindo,entenda que ter hábitos positivos é o que fará a diferença entre você ser feliz ou infeliz, e que nem sempre é necessário fazer tudo com a divina perfeição. Você não é Deus.

Inserida por Alevillela

Cronica da familia.
Olhei aquele rosto triste, sombrio e puxei assunto: que aconteceu? há é que o pai de um amigo meu morreu e estou indo no velório, era novo acho que tinha sua idade, estava alegre em casa cuidando do jardim e tomando um Whisky com gelo de repente pow caiu. Sofreu um ataque cardíaco, mas já tinha problemas de saúde era hipertenso, tinha diabetes e já retirado a vesícula. Naquele momento sentei no banco, meu rosto fechou e, eu que fiquei sombrio ai veio a pergunta, que foi, você o conhecia também?. respondi: não, é que estou tomando um Whisky com gelo, cuidando do jardim, sou hipertenso, tenho diabetes e já tirei a vesicula.

Inserida por pauloclopes

TEMENDO VOAR, VOEI PARA O RIO!

CRÔNICA

Voar é uma coisa complicada para muitos. Para outros não. Muitas pessoas sonham com esse momento.
Mas aí vêm o receio,o medo...a fobia; e paralisa o indivíduo.
Depois de alguns dias em que produzi o texto poético “Tenho Medo de Voar”, minha primeira vez chegou: voei, mesmo temendo voar!
No Aeroporto Internacional de Confins, prestes a partir pela primeira vez num vou com destino a capital carioca, presenciei in loco, um corpo de uma senhora sendo removido de uma aeronave em saco-plástico, pela equipe do Instituto Médico Legal (IML). A passageira em óbito, tinha vindo de um vou oriundo de Recife.
E a minha tensão ia aumentando gradativamente...
Também, Impactou-me um pouco, a passarela que vai da plataforma de embarque à porta de entrada do avião.
Aquilo me fez lembrar aqueles corredores dos matadouros, por onde passam os animais bovinos para serem sacrificados.
Pensei desistir, mas eu precisava mesmo partir: afinal de contas tinha o sonho de voar, e havia um evento muito importante que eu precisava estar presente.
Ganhei as passagens aéreas de ida e volta para o Rio de Janeiro do Dr. Péricles, via Dr. Wenderson; e aquela era uma oportunidade única de obter mais uma experiência de vida.
Apertei o cinto até o último estágio, e pedi perdão ao Pai, pelo meu passado pecaminoso...
Ignorei o perigo e meus temores... Desprendi meus pés do chão,e por um instante me fiz alado,e ganhei o céu do meu Brasil.
Nas alturas, aquele trem de longas asas,com a cara pra cima insistia em não parar de subir montanhas.
Eu estava preocupado com aquilo, e estranhei o comportamento do piloto que insistia naquele aclive.
Torcia para que o comante nivelasse a condução o mais rápido possível; pois meu coração não parava para descansar um só instante. Daquele baticum sem fim.
Um casal amigo, que estava ao meu lado ofereceu-me ajuda: me dando as mãos para me apoiar.
Dizem que do alto não é bom olhar pra baixo, mas arrisquei uma olhadinha discreta, e não era mesmo muito legal: a ansiedade só aumentava à medida que o avião subia o morro.
A baixo, um mar de espumas se formou; lembrou-me a poluição do Rio Tietê; e os quebra-molas, que havia no caminho, fazia o bicho pular seguidamente.
Ai meu Deus!...
Logo à frente,o piloto anunciou o pouso, mas não pousava; até achei ser propaganda enganosa. Mas, realmente ele ainda não tinha a devida autorização para isso.
Próximo ao destino final, o tempo não estava bom, e por duas vezes não se via nada em volta: a cerração não permitia.
Mas,tudo passou tão de repente!...
Até que a torre autorizou o pouso, e a luz no fim do túnel apareceu:
vi a cidade maravilhosa sob meus pés, dando as caras, e o ar da graça; o Cristo - como sempre - de braços abertos, pertinho da gente, quase ao alcance das mãos, nos desejava boas vindas.
Depois, fui informado por um amigo jornalista, que a pista do Aeroporto Santos Dumont, é uma das menores e mais perigosas do Planeta. Mas eu já estava em terra firme! Não senti muito o impacto da notícia.
Logo pensei comigo: se o processo de aterrissagem da nossa aeronave não funcionasse 100%, todos nós,passageiros daquele voo, estaríamos submergidos nas águas frias daquele Oceano.
Com a recepção e a bênção do Cristo que abriu os braços para o meu abraço, mergulhei na vida da cidade... Dioturnamente.
Na Urca, segui os passos de papai: andei no Bondinho do Pão de Açúcar. Vi o mundo de beleza que ele viu, e o mar lá embaixo; lotadinho de barquinhos brancos e Iates da nobreza, e a Praia Vermelha cheia de banhistas.
Passei lá pra molhar os pés e tirar uma foto.
Segundo informação veiculada nos meios de comunicação, neste mês janeiro o Rio, recebeu 2 milhões de turistas.
Fiquei hospedado ao lado da Linha Vermelha, que naqueles dias predominava o branco característico da paz.
Na Feira Nordestina, em São Cristóvão, ouvi diversos cantores interpretando o velho Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Genival Lacerda... Comi buchada de cabrito e matei saudade do meu Maranhão.
Eu vi nos ensaios carnavalescos, nordestinas (os), dançando que nem acadêmicos do samba, para imitar o carioca e fazer bonito no carnaval.
Deslumbrei-me com a maestria e beleza daquelas mulatas requebrando no salão com a maior desenvoltura e encanto.
Também tirei uma foto com o compositor e mestre do samba carioca, Arlindo Cruz,do Programa Esquenta da TV Globo, apresentado por Regina Casé.
Estive na casa do Imperador D. Pedro II (hoje, Museu Nacional), na Quinta da Boa Vista, e da janela - que ele gostava de ficar - contemplei a beleza do jardim, com plantas e árvores trazidas de sua terra natal - muitas delas plantadas por ele.
Na Casa das Beiras, a casa mais portuguesa do Brasil,no bairro da Tijuca,RJ,- em noite de gala acadêmica - ao ver e ouvir os grupos folclóricos de Portugal – e agora, como membro do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa, com o registro no Gabinete Real Português n° 6.907.8;
sinto-me, mais irmanado aos povos de além mar, e mais integrado do que nunca à Cultura Lusófona.
Numa manhã de lazer com os amigos da academia de letras, na beira d’água, no Leblon,vi coisas tão lindas!...Tão talentosas!...
Nas ruas, no calçadão e nas areias da praia, tomando banho de sol e de mar...
Depois de freqüentar o reduto do saudoso poeta Vinícios de Moraes - em Ipanema e mediações - não posso contestá-lo de que as moças de lá - em trajes de banho ou não - são mesmo cheias da graça.
Não devo deixar de propagar por onde for que "o Rio de Janeiro continua lindo!..."
O sonho também não deve morrer; e,só se perde o medo de voar, voando!

17.01.17

Inserida por NemilsonVdeMoraes

A minha teimosia é crônica.
Sim! Absolutamente crônica.
...ou você acha que foi com uma mente volátil e um caráter dobre que eu cheguei até aqui?
Sou a teimosia em pessoa.

Sou a teimosia enraizada.
Sou aquela mão que agarra um galho em meio a correnteza.
Sou aquela flor que nasce apesar do asfalto.
Sou onda do mar contra rochedos.
Sou a palmeira suportando os ventos.

Quem me olha e não me vê quer podar minhas raízes.
Quem me vê apesar da superfície sabe que há vantagens em tudo isso.

A minha teimosia é a raiz de uma personalidade forte, que sobrevive apesar da superficialidade que o mundo exibe.

Inserida por Lizzyauer

Dor crônica.

Espero o descanso da noite como o bebê faminto pranteia pelo seio materno.
Não há descanso no seio da noite, e a minha dor não cessa.
Então espero que o sol traga alívio em seus raios quentes.
Nasce o sol, e minha dor é maior que ontem.
Espero então pela chuva.
Espero que a orquestra de gotas tocando a superfície das coisas me deem a distração necessária para não sentir tudo isso.
Chove, e a música da chuva não me anestesia o corpo, ao menos tenho a desculpa aceitável de estar sem condições de outra coisa.
E a sinfonia necessária para fazer relaxar a decepção da alma.
Tenho na chuva o direito comum de dormir. Como se tudo fosse preguiça.
Medico-me e durmo. E acordo sem a obrigação de acordar como quem descansou.
É dia de chuva. É permitido ser improdutivo.
Posso oferecer ao meu corpo tudo o que ele precisa, e que será minimamente suficiente.
E isso me torna como todos os outros irmãos meus.
Sem culpa, e sem cansaço.

Inserida por Lizzyauer

ALGUNS DOS PROBLEMAS DE MARIA DAS DORES

CRÔNICA

“Maria” é um nome bom, por causa da mãe de Jesus (homem) que assim se chamava. Por isso é o mais "querido" até hoje pelas famílias.
A agregação da palavra “das Dores” ao nome de Maria, não vejo graça nisso!
Num passado não muito distante era mais comum esse nome “Maria das dores”.
Mas isso vem mudando ao longo do tempo; os pais mais "modernos" estão mais caltelosos quanto ao registro de suas filhas com esse complemento “das Dores”.
Todos nós temos problemas na vida,independente do nome que temos; mas, dá pra se pensar que as pessoas com esse nome “Maria das Dores”, tendem a ter muito mais complicações e dores, ao longo de suas existências, do que outras, com nomes diferentes.
Minha amiga a Maria das Dores daqui da região do Céu Azul é um exemplo disso; sempre vivia com problemas de toda ordem: quando não era um problema de saúde, era outro qualquer.
Certa ocasião foi buscar socorro espiritual numa congregação evangélica onde congregava: na época, vivia num relacionamento conjugal muito conturbado.
- Pastor Geny, não tô mais agüentando o home lá de casa! ... Ele tá impossível!... Bebendo, jogando, dançando,... ainda me agride constantemente.
Quero que o senhor ore, para que Jesus dê um jeito nesse problema; tenho urgência, estou em tempo de fazer uma “loucura!”...
- "Bem, quanto as agressões... A princípio, a senhora deveria registrar uma queixa contra ele numa delegacia de polícia, mas...
"Vamos orar sim, minha irmã. E mais: se você quiser podemos fazer uma campanha de oração nesse sentido."
- Sim pastor! Se o senhor puder fazer isso por mim serei eternamente grata!
O Reverendo convocou os fiéis naquela mesma noite, nesse propósito.
Dias depois a Maria das Dores voltou com um problema ainda mais grave:
- Pastor o senhor não devia ter feito aquilo!...
-“Aquilo” o “quê” minha irmã?!
- Depois que o senhor começou a fazer a campanha de oração, não demorou nada o home “bateu as botas!” Foi atropelado e não resistiu os ferimentos e morreu!
Se tava ruim com ele, agora, ficou pior. Com toda ruindade do mundo, era ele que levava o pão de cada dia para nossa mesa, e agora?! ... Somente Amarildo trabalhava lá em casa. Agora estou sem marido e sem emprego... Sem nada no mundo! A minha vida virou de "ponta cabeça".
O pastor fez uma cara de quem não gostou:
- Quero deixar bem claro minha irmã, que não oramos pro seu marido morrer. Oramos pra Jesus resolver o seu “problema” como a irmã pediu. Sabe de uma coisa, desde que lhe conheço por gente que a senhora sempre está clamando de uma coisa ou outra; isso é devido o complemento do seu nome: sugiro que tire o “das Dores” dele.
Mas era difícil demais... pois antes dela nascer já carregava consigo essa "cruz"- das Dores.
Dona Rufina sua mãe, não se cansava de bater na "tecla". "Se for uma menina se chamará Maria das Dores."
Aquilo era uma homenagem que sua mãe gostaria de fazer ainda em vida, à sua comadre Maria das Dores.
E todos da sua região só a tratavam de das Dores.
Além disso, o custo financeiro e burocrático do processo para a modificação do registro de nascimento de uma pessoa o inviabilizava a tomar tal decisão.
O pastor levou mesmo a coisa a sério:
encerrou definitivamente aquele tipo de campanha de oração que fizera em prol daquela irmã:
jurou no Santo altar com a mão sobre a bíblia que nem orava, e nem faria mais aquele tipo de intercessão coletiva em favor “desse ou daquele casal de cristão.
Ele lembrava de um trecho sagrado: “De que se queixa o homem vivente? Se queixa de seus próprios pecados.” E ainda: "Na hora de arrumar o 'homem' não orou nem pediu ajuda a ninguém,agora..."
Então, a viúva Maria das Dores com seu três filhos pequenos Carlos, Marcos e Cleide seguiam a sua via sacra sobrevivendo da ajuda dos irmãos de fé e de algumas outras almas bondosas do lugar. Pois, o marido não contribuía com a Previdência Social quando em vida.
Portanto, não pode deixar uma pensão para família.
Por volta de julho ou agosto do ano desse acontecimento, ela foi ter comigo querendo que lhe arrumasse um golinho de álcool-líquido; eu ainda tinha mais de meio litro desse produto, no seu frasco original, lá em casa; então prontamente tirei do recipiente uma porção do mesmo e lhe dei.
Todo dia ela estava lá na minha porta querendo mais um pouco.
Como naquele período somente o álcool gel estava disponível à venda no mercado (o álcool líquido estava proibido por força de uma Legislação estadual vigente) e, como eu fazia pouco uso daquilo, fui lhe cedendo sem maiores problemas toda vez que ela vinha a mim; mais para o final, disponibilizei todo o restante do álcool a ela.
Um belo dia, bem cedo, adivinha caro leitor quem queria mais álcool?! A própria: Maria das Dores!
- Não tenho mais, minha irmã. Mas, tenho uma cachaça muito boa de Serra dos Aimorés, que ganhei de um baiano que viera de lá recentemente.
- Eu aceito com todo prazer; nem precisava ser tão boa assim, não é pra eu beber mesmo... Sou evangélica: só bebo água e o vinho da Santa Ceia.
- Uai!... E quem está fazendo uso de bebidas alcoólicas em sua casa?
-Eu mesmo,mas,porém pra pôr na carinha de um “bicho de pé” (inseto, semelhante à pulga), que tá atazanando a minha vida há muito tempo.
Preocupado e desejoso de ajudá-la na resolução daquele problema, pedi para dar uma olhada em seu pé; vendo aquelas bolinhas escuras e seu pé bastante inchado, percebi que era muitos “bichinhos” que já estavam instalados naquele local há muito tempo e, naturalmente, ovulando bastante, então, concluí que havia a necessidade de uma intervenção cirúrgica mais criteriosa e o orientei que fosse ao posto de saúde mais próximo.
Dias depois, voltando do Hospital Evangélico onde estagiava, e chegando ao local aonde morávamos, a nossa rua estava tomada de curiosos e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), parada na porta da casa de Maria das Dores.
Pronto!...
“Pelo jeito morreu alguém nessa casa!” Pensei. Só se pensa o pior nessas horas.
Mas, graças a Deus não era nada do que eu pensava!
Não havia morrido ninguém!
Maria das Dores estava sendo assistida por uma equipe de trabalhadores da saúde, e sendo conduzida ao Pronto Socorro João XXIII.
Para a retirada dos pobres “bichinhos de pé” “tontos” que nem “gambás” que pareciam ter adorado a ideia da sua hospedeira, de regá-los dioturnamemente com álcool e cachaça;
e com certeza insistiam o quanto podiam, para não sair daquele ambiente “etílico” que estavam envolvidos.
Se pudessem cantar, cantariam: “Daqui não saio / daqui ninguém nos tira /...”
Coitada da Irmã Maria das Dores!...Tem vivido, mas, tem sofrido!
“Se seus pais tivessem o cuidado de não pôr “ Dores” compondo o nome da filha, ou se Maria das Dores, tivesse seguido a orientação de seu pastor: removendo o 'das Dores' do seu nome, com certeza sua vida seria menos “dolorida”.
Há palavras que devem ser omitidas se for possível.
Tenho uma sugestão para os futuros pais:
na frente do nome "Maria" coloquem "Dolores", e a "dor" da sua filha,ao logo da sua caminha, ficará mais amena;
além de ser uma palavra mais romântica.

Fica a dica!

21.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

ALGUNS DOS PROBLEMAS DE MARIA DAS DORES

CRÔNICA

“Maria” é um nome bom, por causa da mãe de Jesus (homem) que assim se chamava. Por isso é o mais "querido" até hoje pelas famílias.
A agregação da palavra “das Dores” ao nome de Maria, não vejo graça nisso!
Num passado não muito distante era mais comum esse nome “Maria das dores”.
Mas isso vem mudando ao longo do tempo; os pais mais "modernos" estão mais caltelosos quanto ao registro de suas filhas com esse complemento “das Dores”.
Todos nós temos problemas na vida,independente do nome que temos; mas, dá pra se pensar que as pessoas com esse nome “Maria das Dores”, tendem a ter muito mais complicações e dores, ao longo de suas existências, do que outras, com nomes diferentes.
Minha amiga a Maria das Dores daqui da região do Céu Azul é um exemplo disso; sempre vivia com problemas de toda ordem: quando não era um problema de saúde, era outro qualquer.
Certa ocasião foi buscar socorro espiritual numa congregação evangélica onde congregava: na época, vivia num relacionamento conjugal muito conturbado.
- Pastor Geny, não tô mais agüentando o home lá de casa! ... Ele tá impossível!... Bebendo, jogando, dançando,... ainda me agride constantemente.
Quero que o senhor ore, para que Jesus dê um jeito nesse problema; tenho urgência, estou em tempo de fazer uma “loucura!”...
- "Bem, quanto as agressões... A princípio, a senhora deveria registrar uma queixa contra ele numa delegacia de polícia, mas...
"Vamos orar sim, minha irmã. E mais: se você quiser podemos fazer uma campanha de oração nesse sentido."
- Sim pastor! Se o senhor puder fazer isso por mim serei eternamente grata!
O Reverendo convocou os fiéis naquela mesma noite, nesse propósito.
Dias depois a Maria das Dores voltou com um problema ainda mais grave:
- Pastor o senhor não devia ter feito aquilo!...
-“Aquilo” o “quê” minha irmã?!
- Depois que o senhor começou a fazer a campanha de oração, não demorou nada o home “bateu as botas!” Foi atropelado e não resistiu os ferimentos e morreu!
Se tava ruim com ele, agora, ficou pior. Com toda ruindade do mundo, era ele que levava o pão de cada dia para nossa mesa, e agora?! ... Somente Amarildo trabalhava lá em casa. Agora estou sem marido e sem emprego... Sem nada no mundo! A minha vida virou de "ponta cabeça".
O pastor fez uma cara de quem não gostou:
- Quero deixar bem claro minha irmã, que não oramos pro seu marido morrer. Oramos pra Jesus resolver o seu “problema” como a irmã pediu. Sabe de uma coisa, desde que lhe conheço por gente que a senhora sempre está clamando de uma coisa ou outra; isso é devido o complemento do seu nome: sugiro que tire o “das Dores” dele.
Mas era difícil demais... pois antes dela nascer já carregava consigo essa "cruz"- das Dores.
Dona Rufina sua mãe, não se cansava de bater na "tecla". "Se for uma menina se chamará Maria das Dores."
Aquilo era uma homenagem que sua mãe gostaria de fazer ainda em vida, à sua comadre Maria das Dores.
E todos da sua região só a tratavam de das Dores.
Além disso, o custo financeiro e burocrático do processo para a modificação do registro de nascimento de uma pessoa o inviabilizava a tomar tal decisão.
O pastor levou mesmo a coisa a sério:
encerrou definitivamente aquele tipo de campanha de oração que fizera em prol daquela irmã:
jurou no Santo altar com a mão sobre a bíblia que nem orava, e nem faria mais aquele tipo de intercessão coletiva em favor “desse ou daquele casal de cristão.
Ele lembrava de um trecho sagrado: “De que se queixa o homem vivente? Se queixa de seus próprios pecados.” E ainda: "Na hora de arrumar o 'homem' não orou nem pediu ajuda a ninguém,agora..."
Então, a viúva Maria das Dores com seu três filhos pequenos Carlos, Marcos e Cleide seguiam a sua via sacra sobrevivendo da ajuda dos irmãos de fé e de algumas outras almas bondosas do lugar. Pois, o marido não contribuía com a Previdência Social quando em vida.
Portanto, não pode deixar uma pensão para família.
Por volta de julho ou agosto do ano desse acontecimento, ela foi ter comigo querendo que lhe arrumasse um golinho de álcool-líquido; eu ainda tinha mais de meio litro desse produto, no seu frasco original, lá em casa; então prontamente tirei do recipiente uma porção do mesmo e lhe dei.
Todo dia ela estava lá na minha porta querendo mais um pouco.
Como naquele período somente o álcool gel estava disponível à venda no mercado (o álcool líquido estava proibido por força de uma Legislação estadual vigente) e, como eu fazia pouco uso daquilo, fui lhe cedendo sem maiores problemas toda vez que ela vinha a mim; mais para o final, disponibilizei todo o restante do álcool a ela.
Um belo dia, bem cedo, adivinha caro leitor quem queria mais álcool?! A própria: Maria das Dores!
- Não tenho mais, minha irmã. Mas, tenho uma cachaça muito boa de Serra dos Aimorés, que ganhei de um baiano que viera de lá recentemente.
- Eu aceito com todo prazer; nem precisava ser tão boa assim, não é pra eu beber mesmo... Sou evangélica: só bebo água e o vinho da Santa Ceia.
- Uai!... E quem está fazendo uso de bebidas alcoólicas em sua casa?
-Eu mesmo,mas,porém pra pôr na carinha de um “bicho de pé” (inseto, semelhante à pulga), que tá atazanando a minha vida há muito tempo.
Preocupado e desejoso de ajudá-la na resolução daquele problema, pedi para dar uma olhada em seu pé; vendo aquelas bolinhas escuras e seu pé bastante inchado, percebi que era muitos “bichinhos” que já estavam instalados naquele local há muito tempo e, naturalmente, ovulando bastante, então, concluí que havia a necessidade de uma intervenção cirúrgica mais criteriosa e o orientei que fosse ao posto de saúde mais próximo.
Dias depois, voltando do Hospital Evangélico onde estagiava, e chegando ao local aonde morávamos, a nossa rua estava tomada de curiosos e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), parada na porta da casa de Maria das Dores.
Pronto!...
“Pelo jeito morreu alguém nessa casa!” Pensei. Só se pensa o pior nessas horas.
Mas, graças a Deus não era nada do que eu pensava!
Não havia morrido ninguém!
Maria das Dores estava sendo assistida por uma equipe de trabalhadores da saúde, e sendo conduzida ao Pronto Socorro João XXIII.
Para a retirada dos pobres “bichinhos de pé” “tontos” que nem “gambás” que pareciam ter adorado a ideia da sua hospedeira, de regá-los dioturnamemente com álcool e cachaça;
e com certeza insistiam o quanto podiam, para não sair daquele ambiente “etílico” que estavam envolvidos.
Se pudessem cantar, cantariam: “Daqui não saio / daqui ninguém nos tira /...”
Coitada da Irmã Maria das Dores!...Tem vivido, mas, tem sofrido!
“Se seus pais tivessem o cuidado de não pôr “ Dores” compondo o nome da filha, ou se Maria das Dores, tivesse seguido a orientação de seu pastor: removendo o 'das Dores' do seu nome, com certeza sua vida seria menos “dolorida”.
Há palavras que devem ser omitidas se for possível.
Tenho uma sugestão para os futuros pais:
na frente do nome "Maria" coloquem "Dolores", e a "dor" da sua filha,ao logo da sua caminha, ficará mais amena;
além de ser uma palavra mais romântica.

Fica a dica!

21.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

O MAIOR SONHO DE LUDOVICO

CRÔNICA

Os sonhos é que nos movem. No dia que deixarmos de sonhar morreremos. Há sonhos de tudo quanto é jeito: os sonhos possíveis de serem realizados e os impossíveis; sonhos bons e sonhos ruins, sonhos estranhos, sonhos bobos...
Veremos a seguir um sonho não muito comum de se ver; que o achei engraçado.
Ludovico já estava com a família criada e aposentou-se ainda com uma boa idade.
Mas,só alcançou esse benefício devido a um acidente de trabalho; segundo comentários que circulam a “boca miúda”, entre a torcida do Cruzeiro, Atlético e América...
É que, foi o Ludovico que adiantou esse processo: provocando sua propria queda do quarto andar de um prédio em construção, onde trabalhava como ajudante de pedreiro.
Quebrou-se todo, e foi tido como morto por muito tempo, por populares e pela equipe de saúde do Serviço do Atendimento Médico de Urgência (SAMU).
Depois de dezenas de cirurgias...
Ficou internado numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) sobrevivendo com o auxílio de aparelhos, um ano e oito meses.
Abaixo de Deus uma árvore, plantada no passeio, também deu uma demão para sua sobrevivência: amortecendo o impacto da queda. Hoje, ele leva uma vida quase normal.
Se foi verdade o fato de ter sido ele o autor dessa loucura, apesar do sofrimento, o plano deu certo:
pois, logo depois desse ocorrido ele já estava recebendo seus parcos recursos da Previdência Social. Mesmo antes de receber alta do hospital.
Mas... Por um triz não perdera a sua tão preciosa vida!
Ludovico vivia dizendo que o dinheiro da sua aposentadoria era muito pouco, então, complementava sua renda fazendo pequenas “catiras” de celular,relógio etc., e, compras e vendas de ferro velho;
apesar de Messias, sua esposa, viver implicando com ele principalmente por não ter na casa um espaço adequado para acondicionar os materiais que ia adquirindo, e por não haver tanta necessidade daquele serviço extra.
A mulher estava certa: é sabido que o saldo de Ludovico no banco era “gordo”. Até já andou emprestando algum dinheiro a juros altos,tempos atrás.
Mas, depois de levar alguns "calotes" desistiu dessa atividade.
.
Ludovico não serviu ao Exército para não “prestar continência”- continência se presta com a mão aberta.
Pensa num sujeito “seguro”! "Mais seguro do que papagaio no arame". Assim era ele. “Não comia banana para não jogara a casca fora”.
Dona Messias, mais católica do que o Papa,era mais “mão aberta” digamos assim; e sempre carregava umas pratinhas na bolsa para dar de oferta,na congregação que frequentava;
mas o Ludovico...
Messias vivia pelejando com o marido para levá-lo ao santuário católico; mas perdia o seu tempo: ele só ia mesmo à igreja, quando a missa era de “ações de graças”.
Não se via coletores de ofertas nessas liturgias.
Estava explicado então, o verdadeiro motivo de tanta resistência de Ludovico em não cumprir suas obrigações da fé religiosa,com denodo como Messias gostaria.
Havia mesmo "cobra em seu bolso!"
Muito bom vizinho, o Ludovico, de vez enquanto vinha ter comigo: para propor um negócio qualquer, contar causos; quando era novo bebia "umas e outras" e bateu num delegado. Disse em certa ocasião.
E, numa dessas muitas prosas revelou-me, o seu “maior sonho na vida”, que me deixou de cabelos brancos:
Ele gostaria de ser enterrado no Cemitério de Ribeirão das Neves; sendo que morava em Belo Horizonte; numa região bem servida por outras opções de sepultamento.
“Como é que pode uma pessoa ter um sonho assim!" ... esse questionamento insistia em ficar comigo.
Se ele fosse residente ou natural dessa cidade, ou tivesse parentes por lá, seu desejo seria mais justificável.
Como, quase mineiro que já sou, fui matutar aquilo.
E, “Zé matuta matutou... matutou... Matutou”. E não achava o motivo do seu desejo maior de Ludovico;
“Não tenho pressa mesmo, uma hora dessa eu descubro o verdadeiro motivo disso.” Pensei.
Passaram-se quinze longos anos até que a verdade veio à tona!
Pela boca do próprio Ludovico:
“O bom de ser enterrado em Ribeirão das Neves é o preço baixo da taxa de enterro: é bem menor do que na capital.”
Pronto!!! Mistério revelado!
Eu já tenho visto muito sujeito “pão duro”, ”mão de vaca”. Mas como esse foi o primeiro!
Onde já se viu uma pessoa se preocupar em obter um desconto financeiro depois de morto! como dizia os antigos: É "vivendo e aprendendo!"

28.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

UM JOVEM LOBO ENTRE NÓS

CRÔNICA

Para quem não sabe “lobo” é um termo que as comunidades evangélicas usam muito para denominar o personagem que se veste de pele de ovelha; surge de fora ou do próprio seio das instituições religiosas, e se aproveita da boa fé dos fiéis, para levar alguma vantagem qualquer.
O "joio" nasce e cresce, juntamente com o "trigo". Há uma informação tipo assim no texto Sagrado.
E, praticamente torna-se muito difícil viver longe do joio, ou evitar um dano que ele causa; o lobo é sempre muito astuto.
Percebi uma particularidade curiosa quanto a esse “intruso”:
quando o lobo é de fora - de lugares distantes -, ao se dirigir a uma localidade qualquer, a sua boa fama vai a sua frente e chega primeiro que ele, a tal destino;
isso facilita muito suas ações de “trapacear” e aplicar seus “golpes” fatais.
Todo lobo têm uma boa “lábia” - como geralmente são os estelionatários-,daí mora o perigo das pessoas serem ludibriadas mais facilmente!
No início da década de 1980, poucos anos depois da minha conversão ao cristianismo e o meu ingresso numa entidade religiosa;
a mocidade era “fogo puro” (muito espiritual),na fé, no evangelismo, nas orações nos ensaios e nos louvores... E dávamos bom exemplo no testemunho cristão.
Uma vez por mês havia um culto sob a direção dos jovens nessa igreja que eu congregava.
Esse evento era muito “badalado” (era anunciado aos quatro cantos) por lá.
Convergiam ao lugar, jovens de algumas cidades da redondeza para participar conosco daquele trabalho.
Alegrávamos muito no Senhor, e na comunhão com os jovens irmãos visitantes.
Era um intercâmbio interessante aquilo!
Eu, naquele grupo de jovens era o mais “erado” (o mais antigo da turma),e já acumulava um pouco de experiência na fé, apesar de ser ainda um novo convertido.
Próximo da edição de mais um desses cultos mensais de jovens, estávamos todos ansiosos e desejosos que chegasse logo aquele dia.
A fama de um jovem “muito abençoado” havia chegado a Campos Belos, exatamente por ocasião do culto que iria ser ministrado por nós, jovens, daquela comunidade;
o mesmo, viria da cidade vizinha de São Domingos-nordeste de Goiás (mas, ele não era morador daquela instância, ninguém sabia sua origem), e poderia sim ter uma chance de ministrar a palavra de Deus naquele evento que iríamos realizar;
pois, já se sabia que ele era “muito usado por Deus com o "dom da pregação”.
Geralmente o presidente da mocidade dirigia aqueles trabalhos religiosos.
Nos dias que antecederam o referido culto; e, fazendo o papel de um conselheiro, orientei o Jamil, que na época estava como presidente da mocidade (posteriormente fora consagrado a presbítero);
que, não seria bom dar muita “liberdade” (no decorrer do culto) àquele visitante; nosso desconhecido, e que apenas permitisse a ele somente a oportunidade de uma pequena saudação.
Fiz tal sugestão pensando evitar um mal maior na seara do Senhor...
No ensaio dos louvores do conjunto de jovens na tarde do dia “D” do tal evento, quem estava lá?!
Exatamente o jovem visitante, tão esperado por toda da irmandade;
o Levigone! "De carne e osso!"
Ninguém imaginaria a que veio. E o que predominava em nós era a inocência.
Ele não perdeu tempo pois tinha urgência...
Levigone nesse ensaio, já teve logo sua primeira oportunidade de dizer alguma coisa;
mas, teria que ser breve as suas ponderações.
Na verdade Levigine nem queria falar naquele momento: pois como uma cobra ele sabia a hora certa de "dar o bote".
Mas, para não “chegar calado e sair mudo”...
Abriu sua ferramenta de trabalho a “arma de dois gumes” – a bíblia, que a usava como facilitadora do cometimento de seus delitos e como esconderijo.
E cravou em minha memória e na memoria de muitos para sempre, as palavras de Deus saída da boca de São Paulo:
"Mas como está escrito: as coisas que o olho não viu,e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam "(I Cor 2.9).
E baseado no referido texto acima, que lera para nós, fez um emocionante comentário em que muitas lágrimas rolaram dos olhos “simples” daqueles jovens.
E no pouco que falou deu para se vê, que Levigone era mesmo "terrível" na arte da oratória!...
Mas, "suas unhas" só mostraria mesmo, depois...
Ele não teve a receptividade que gostaria de ter, por parte da mocidade e da igreja; foi recebido com uma certa frieza.
Mas, ”tem problema não: se não dá de um jeito dá de outro.” pensava o jovem lobo.
Mudou o foco e já pensava em alguma possível vítima fora da igreja, na sociedade campo-belense.
Então,o joio irmanou-se ao trigo de maneira que não dava para saber “quem era quem”. E, andava com os crentes como se fosse um dos tais.
Para cima e para baixo lá ia ele “enturmado” com os servos do Senhor como se fosse um dos escolhidos de Deus.
O tempo passou...
Não é que o culto estava ruim naquele dia, longe disso. Mas naquela noite não sentimos muita alegria no espírito.
O clima na congregação estava meio tenso, e com poucos “glórias a Deus e aleluias”; para um povo pentecostal aquilo não era muito comum.
Percebi que havia algo estranho no ar...
Após o término do trabalho ofereci uma carona para o primo Jamil, que ainda morava com sua mãe no Brejinho – saída para Brasília.
Parei o fusca na frente da sua casa e ele já foi me dizendo:
- Primo, você não imagina quem passou hoje à tardinha, aqui em frente, dando tchau pra mim!
- Não tenho a menor ideia! Disse a ele.
- Foi o Levigone, o jovem lobo que estava entre nós.
- Como você soube que ele era um lobo?! O interroguei.
- Fiquei sabendo que o mesmo, fora embora, depois de roubar o corcel II de Zé da farmácia.
Sabemos que Deus fala de muitas maneiras...
Então resolvi fazer uma prova disso e lancei um desafio:
Combinei com o Jamil: - vou abrir a minha bíblia no escuro da noite, e você vai pôr o dedo na página da mesma;
e vamos ver qual vai ser a palavra de Deus para esse tipo de pessoas?
- Vamos! Concordou comigo.
E, segundo as sagradas letras “o que for acordado a cerca de uma boa causa aqui na terra será confirmado no céu”.
E assim o fizemos: abri a minha bíblia, e o primo colocou o dedo indicador da mão direita em uma das páginas do livro Santo, e acendi a luz interna do veículo;
e qual foi a palavra do Senhor para o jovem lobo que estava entre nós?!
Fora a seguinte:
"Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior,enganando e sendo enganados" (II Timóteo 3:13).
E São Paulo nos revela o verdadeiro perfil moral e espiritual dos lobos que podem está por aí entre nós:
“... os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo,mas a seu ventre: e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples (Romanos 16.18).

31.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Crônica 02

Ontem eu encontrei as cartas que você me escreveu. Em poucos minutos vi acontecer nosso pequeno romance. Vi a minha pressa para escrever uma meia dúzia de termos carinhosos, porque eu sabia que ia você ia gostar. Nada que possa ser chamado de literatura. Eu já não sei o amor é paciente ou a solidão que é exigente.
Relembrei por que gosto de cartas. As imperfeições da letra de cada pessoa ficam marcadas pela tinta, e você não tem a ânsia de mandar o que acabou de escrever para alguém, como em um email. Você pode parar para pensar antes de entregar, mudar as palavras, apagar algumas frases. Quem sabe até nem entregar. Deve ser por isso que os amantes não mais mandam cartas. O silêncio perdeu seu lugar e o amor já virou notícia.
Após terminar a leitura, percebi que nosso romance era mais crônica que poesia. Percebi que algumas coisas mudaram. Agora eu me importo um pouco mais com a minha saúde, comecei a fazer exercícios físicos. Compreendi o real valor da liberdade, descobri que era eu mesmo que criava as minhas prisões, e já consegui sair da maioria. Não é tão fácil demolir uma obra que você levou tanto tempo para construir, e mesmo que você perceba que é algo que te faz mal, o orgulho se separa da razão no momento em que ela destrói suas convicções. Mas isso passa quando você descobre que existe sempre o outro lado.
Apesar das mudanças, algumas coisas continuam iguais. Ainda sou o mesmo bobo de sempre, quase um personagem de uma comédia romântica. As alças da minha mochila permanecem desajustadas, e de vez em quando caem, e eu tenho de arrumar. Continuo acreditando que vale a pena se arriscar por uma ideia, e acredito que se empenhar já é mudar.
A escrita e a fala têm a mesma pretensão tola de sintetizar as emoções, o calor e a frieza de um momento, o modo como você se sente quando o mundo te enxerga. Na escrita você tem a possibilidade de trabalhar as figuras linguagem, como um filtro ou uma lupa para os sentimentos, na inocente certeza de que está alcançando seu objetivo. O que é uma hipérbole comparada ao momento em que você está olhando dentro dos olhos da pessoa amada logo antes do primeiro beijo? Se alguém ironiza a vida, o que é mais irônico que escrever sobre algo que não vale a pena?
Guardei as cartas no fundo da gaveta, enquanto um pequeno sorriso me tomava o rosto pela lembrança do ponto final após o “infinito”.

Inserida por petronio.olivieri

Crônica moderna.

Fazendo atendimento, olho para colega que estava se retirando e brinquei : uai está na hora não. Olhos arregalados responde: é que entrei mais cedo, o engraçadinho ao lado veio com a seguinte pecha "xará você é que chega cedo, saindo de casa as pressas parece que não tem mulher lá". Cliente que estava comigo olha de soslaio para ele como se tomando as dores solta o seguinte: amigo de que adianta você se retardar em casa mesmo tendo algo bonito mais que não usa. O engraçadinho baixou a cabeça e se recolheu

Inserida por pauloclopes