Cronica o Homem Perfeito
Crônica para Luíza
Luíza foi meu luzeiro por bons janeiros.
Amiga, derramava no olhar tanto afeto
Para mim
Como se filha dela eu fosse também.
Além do riso, tinha a fala, tinha o gesto
Um certo quê de bem-aventurança
E por ser uma mulher forte, foi meu norte
Em dias turbulentos de adolescente perdida
Sentava-me com Luíza e recebia conselhos
E atenção.
“Filha, por ali não”, ou “sim filha, você está certa,
mas pode melhorar se fizer de outra maneira.”
Ganhava-me, então, e corria a atender sua vontade.
Com uma sólida liberdade.
Transitei na sua casa e na sua vida
Por isso, Luíza esteve no meu coração
Por todos esses anos em que a vida nos separou
E o tempo não apagou minhas doces lembranças
Do amparo que eu recebi de Luíza
Quando eu mais precisei.
Ela esteve lá, presente nos meus domingos
Que seriam vazios e doloridos sem a sua força.
Agora ela partiu para sempre.
Não sem deixar-nos seu legado
De fé e esperança.
Na vida, nas pessoas, no amor.
E eu tenho certeza
Que a beleza da alma de Luíza
Espalhou-se por aqui e nunca mais
Vai se extinguir.
Crônica para Tereza
Sorriso meigo, olhar sereno.
Tereza deixava-se derramar em amor
Porque sabia ser uma interlocutora dos Arcanjos,
na sua magnífica caminhada entre os homens.
Trejeitos leves de quem perdoa sempre...
Eu pude beber na sua fonte, suprema alegria
de ter Tereza no seio familiar e contemplar
o perfil de uma mulher singular.
Belo exemplo deixou-nos do saber, que somente uma alma
generosa traz para compartilhar com os semelhantes:
Paz, e se lhe faltavam as palavras....
ela se transmutava em Anjo para serenar
as pessoas que tiveram o privilégio
Doce mistério.
De ter Tereza, de ver Tereza, de saber Tereza.
Mais que amiga, era minha irmã
Por isso,
ficará no meu baú de saborosas recordações.
Por que?
Tereza partiu, mas imprimiu no mundo a sua marca
Que jamais se apagará.
Mudou-se, foi para um castelo reluzente
E se encontra nos braços do Pai tão sorridente!
E estaremos sempre, todos nós, seus amigos e familiares
Num eterno encantamento, abraçados.
Entrelaçados.
Mais que saudosos, apaixonados.
Crônica para cidade Cinza que colore a minha vida
O frio...me cobre de saudades..de suas ruas cinzas, quando amanhece com sol, o azul intenso é desenhado com nuvens fofas como algodão doce...o vento espalha os cabelos, as ruas centenárias sabem do seu horário, o cheiro de café da XV, da igreja de São Francisco de Pádua, do sino da igreja matriz, do tubo das rápidas, a lentidão das pombas, a expectativa das estações possíveis todas em uma manhã, a mistura das cores e sons dos carros, o enigmático encontro dos transeuntes nas faixas de pedestres, a mistura cultural das praças, dentro dos ligeirinhos...que devagar leva ao destino E.S.T.A.Ç.Ã.O? Terra das pichações de gangues urban as que marcam e tatua no meu olhar o que não tem valor, já no negro grafite surge sua identidade...Curitiba..bonita, gigante, alta para ver o passar das horas...com seu Teatro Guaira, que ao lado está o filho o Guairinha, visão de criança e minha...da manhã única no mês de Orquestra, com o maestro "batuta" e carinhoso, que a todos saúda, quando o enredo termina...Há Curitiba fujona...a noiva que não quis descer à Serra do Mar... Decidiu ser solteirona para virar lar e capital...venha com seu véu levar meus sonhos para que eu amanheça mais feliz, sonhando um dia em ti, voltar a morar!O frio...me cobre de saudades..de suas ruas cinzas, quando amanhece com sol, o azul intenso é desenhado com nuvens fofas como algodão doce...o vento espalha os cabelos, as ruas centenárias sabem do seu horário, o cheiro de café da XV, da igreja de São Francisco de Pádua, do sino da igreja matriz, do tubo das rápidas, a lentidão das pombas, a expectativa das estações possíveis todas em uma manhã, a mistura das cores e sons dos carros, o enigmático encontro dos transeuntes nas faixas de pedestres, a mistura cultural das praças, dentro dos ligeirinhos...que devagar leva ao destino E.S.T.A.Ç.Ã.O? Terra das pichações de gangues urban as que marcam e tatua no meu olhar o que não tem valor, já no negro grafite surge sua identidade...Curitiba..bonita, gigante, alta para ver o passar das horas...com seu Teatro Guaira, que ao lado está o filho o Guairinha, visão de criança e minha...da manhã única no mês de Orquestra, com o maestro "batuta" e carinhoso, que a todos saúda, quando o enredo termina...Há Curitiba fujona...a noiva que não quis descer à Serra do Mar... Decidiu ser solteirona para virar lar e capital...venha com seu véu levar meus sonhos para que eu amanheça mais feliz, sonhando um dia em ti, voltar a morar!02/10/12 01:04am
Crônica de Epitácio Rodrigues
SÓ PALAVRAS
Palavras, palavras e mais palavras! Nos últimos tempos tem crescido em mim uma estranha sensação de banalidade léxica. É quase uma vertigem como a do Antoine Roquentin sartreano. Cada vez que saio de casa para o trabalho ou outra atividade extramuros sinto-me como se estivesse entrando num caótico labirinto de frases e palavras e sem o novelo de linha de Ariadne, que me ajude a encontrar um caminho.
Por todos os lados, em forma de frases gastas, jogadas ao chão ou aprisionadas em papeis, palavras voam sem direção; às vezes, pichadas em paredes como aranhas disformes e contraventoras ou transformadas em avisos colados em postes, a fazer promessas de felicidade e prosperidade demasiado suspeitas: “trago seu amor de volta em cinco dias!”; transmutando-se em anúncios impressos em outdoor que querem me seduzir a comprar a futilidade maquiada de garantia de sucesso.
Nas ruas e avenidas, elas correm, ultrapassando à direita e ou esquerda da pista, em carros e motos velozes que rumam, sem rumo, movidas por pensamentos equivocados para os quais correr é sinônimo de liberdade.
Palavras, palavras e mais palavras! Vejo-as mergulhadas nos corpos das pessoas apossando-se da sua epiderme como um “cobreiro” discreto: chamam a esse “empossar” de “tatoo”. Vejo-as também misturadas às roupas, bolsas, sapatos, tênis, sandálias, cabelos e cabeças.
Para todos os lados, o horizonte que meus olhos alcançam parece dominado por um deserto de palavras: sejam grandes, pequenas, coloridas, mixadas e ensurdecedoras; ditas, sussurradas, tecladas e gritadas; dinâmicas, brilhantes ou pulsantes. Todas elas são ermitãs de sua própria condição dizente, docente, eloquente.
Conta-dicção do dito: nada dizer! Pois, o paradoxo de tudo isso é que, por alguma razão, mesmo me vendo cercado de palavras, tenho sempre uma incômoda sensação de que, para além dos invólucros criativos que as revestem, o conteúdo parece cada vez mais vazio. Assim, ao final do percurso, prevalece sempre a mesma impressão de que são apenas isso: palavras que já não conseguem dizer mais nada.
São apenas palavras.
Crônica Atrasada para um amor
Só tu e eu sabemos que nunca te vi...e sempre te amei...(nome de um filme...que amo o título...jamais assisti...mas que combina conosco), não se trata de tristeza ou decepção. Só nós dois percebemos que o que temos não tem cura - nessa estranha e diagnosticável dor...que nos faz estremecer ao percebermos que os sintomas são: Pensar, pensar e pensar...como será? Seria?
Só nós sabemos... Nunca te vi...Sempre te amei...Tamanha dilaceração do tempo...há o Sr Cronos, parece que não conhece os sonhos! Nem os encantos dos poemas, letras, livros, clips, desenhos e filmes que pintam a vida. A opção de um dia estarmos juntos para existirmos lado a lado, frente à frente entregues num abraço...mas há o correr dos planos, essa mania de eu chegar atrasada? Ou do mundo ser tão adiantado! Essa linha que separa, essa descoberta do outro e ao mesmo tempo o não poder (apesar de querer) reconhecer que algo e.x.i.s.t.i.u ou nasceu...a solução é a melhor...deixar "ir"... ou m.o.r.r.e.u!! E na ausência de ser e ter um ao outro...como já não nos recordávamos de sermos ou de ter estado com o mesmo chão e o mesmo ar... É o amor mais inviável, ilegal, contra mão, impossível, sem mapa, endereço, música preferida, lugar favorito, hora de encontro, que, por isso mesmo, não tem fim. Wilma Nunes Rangel 04/04/15
Crônica – A chave da resposta
Sexta-feira Santa ao acordar, senti que não era um dia comum, mas não dei muita atenção ao meu pressentimento e encarei o dia como mais um feriado, dia de descanso. Fui a calçada com Angelina, minha filha de 11 meses, doente por chave e calçada! Ao abrir o portão, ela já ficou aperreando para eu dar a chave a ela. Eu como não pude vencê-la dei-na. Lá ficamos sentadas e ela brincando com a chave.
Vovô Neves, o avô materno de Angelina, chegou e logo a pegou para brincar, beijá-la e curtir o bebê...Eu entrei para tomar café e Fabiano, meu esposo, perguntou se eu não ia jejuar, pois era o maior dia Santo do ano, respondi que não e fui enchendo a pança. Isso, confesso que já foi me causando arrependimento, pois meu pai de 63 anos só tomou um cafezinho preto e por minha causa Fabiano não resistiu e tomou o café da manhã.Angelina que já estava nos meus braços para o avô tomar café, não dispunha da chave e eu não lembrava desse objeto tão importante e que me causaria tanta dor de cabeça.Assim o dia transcorreu normal e sem nenhuma penitência minha, nem compromisso com o Santo dia. Ao anoitecer, meu marido fechou a casa e não sentimos falta da chave.
No dia seguinte, para abrir o portão, nada da chave e a secretária que havia chegado, entrou pelo corredor, pois na casa há outra entrada e saída, mas a chave que importava era do portão principal, o qual nos dar acesso à garagem onde estava o carro.Chegando à noite, busquei pela chave e nada.Logo veio a dor de cabeça: Cadê a chave?Nada!!!Nenhum lugar, procuramos e à lembrança dela também não chegava.Por isso meu esposo disse que foi castigo por eu não ter respeitado a Sexta-feira Santa, passaram-se alguns minutos e eu já estava me sentindo castigada, era como se eu tivesse desobedecido a Deus, como se eu tivesse brigado com ele.
Então, sentada à mesa, baixei a cabeça e pedi ao meu Deus que se eu encontrasse a chave, eu jamais deixaria de jejuar na Sexta-feira Santa, foi então que me levantei de uma maneira inexplicável e fui direto ao local que estava a chave. Esta estava dentro da minha bolsinha que coloco meu material de fazer as unhas, o qual não havia necessidade dele naquele momento.
Assim, concluo que esta foi a resposta que procurava e o temor a Deus, hoje, significa respeito e compromisso com suas leis.
Flávia Ramalho – profª EEEPcapelão Frei Orlando
CRÔNICA PARA RECUPERAR O QUE NÃO FOI PERDIDO
Há momentos em que nossa vida passa por um furacão de acontecimentos negativos. Tudo parece dar errado. Acho que nesse momento estou tentando escapar de um vendaval. Um simples gesto, uma simples palavra – talvez não tão simples assim - mexeu com o coração de uma das pessoas que mais amo no mundo.
A única amiga, aquela a quem considero verdadeira, está passando por um delicado momento: seu pai sofre sério problema de saúde e eu, no alto de minha arrogância e ‘sabedoria’, achei que sabia da solução para seus problemas e acabei dizendo coisas que ela não merecia ouvir.
Seus olhos marejaram de água. Um engolir seco fez tremer meu coração, e a súplica de que eu compreendesse e respeitasse sua dor tornou minha aflição ainda mais dolorida. Contudo, eu não me deixei abater e insisti nas palavras que eu julgava estarem certas. Quem nunca errou?
Nunca vou esquecer quando ela, delicadamente, levantou-se de onde estava sentada e, em passos humilhados, dirigiu-se à porta de saída. Não olhou para trás, como se soubesse que à sua sombra tivesse aquela a quem a ‘razão’ não abandonou. A porta fechou-se, e o coração também.
Depois de uma semana, ainda ouço o soluço de suas lágrimas e o ranger da porta que se cerrou.
Mas, por que não consertar o que foi quebrado? Cristal quando quebra não tem conserto, eu sei. Mas a nossa amizade não é de cristal nem de porcelana. Solidificamos sua base num ponto onde vento ou tempestade nem sequer abalam. Não é o tamanho ou a largura de um pilar que sustenta um edifício, mas o material com o qual ele foi feito. Nossa amizade foi construída com o mais sólido de todos os sentimentos: o amor. E não posso deixar que um gesto cruel e impensado, que uma palavra rude apague todas as outras mais que já foram ditas.
Vou pedir desculpas. É isso. Vou correr atrás do prejuízo e recuperar o que ainda não foi perdido. Ela é especial demais para mim. É como um porto seguro que tenho para depositar minhas aflições, angústias e esperanças.
Vou pedir desculpas. Ela merece isso e eu devo isso a ela, porque eu errei. Porque eu a amo.
Desculpa esse meu jeito sem jeito, Evilásia.
Crônica do crescer
As vezes me pego no silêncio de uma música.
Música? ... Silêncio?
Sim...tem momentos em que ouvimos músicas para, simplesmente,
tentar pensar um pocuo mais no que estamos vivendo, com o que, quem
e como.
Nos deparams com perguntas cujas respotas parecem não ter mais fim.
Isso, deve-se á um sentimento profundo, com o qual, nunca estamos
preparados á encarar de frente, costas ou acho que em posição alguma.
rs*rs*rs.
É engraçado, ao mesmo tem que se quer RIR. Também se quer CHORAR.
Palavras amabas que usamos para discriminar a felicidade e contagiar
a tristeza.
Daí você pára e pensa... E como sempre, vem aquela velha pergunta
sem resposta: "O que está acontecendo comigo?". E isso te faz pensar durante
horas, dias e ate meses, sempre pensando em besteiras, coisas infantis,
tolices, baboseiras e mais um monte de coisas ruins.
Mas nunca chega á uma resposta que talvez seje a mais certa e confortável
o possível, e que ao mesmo tempo é tão simples e óbvia.
Essa resposta é:
"ESTOU CRESCENDO!!!".
Crônica de um sonho acordado
Acordei com sonhos descordenados. Quieto, fingí que te ouvia. Mesmo na escuridão do quarto, teu rosto me aparecia. Lágrimas soltas rolavam, mas do queixo não caiam, nossos caminhos cruzados, de novo eu adormecia.
No sonho corria em silêncio, sua voz distante eu ouvia, clamando e pedindo socorro, pensando que te salvaria. De nada adiantaram os esforços, corrí pela escadaria, pulaste do último andar, sabias que não viveria.
Chorei na janela mais próxima, e pensei que me jogaria, foi quando ví um bilhete, que em letras lindas dizia: "Amor não te preocupes, não fique triste, sorria! Pois me deste toda ternura, que seu coração podia."
Foi quando abrí os meus olhos, já no amanhecer do dia, olhei para o lado da cama, onde você tão linda dormia, em prece longa e baixinha, a Deus eu agradecia, pois cheguei a plena certeza, que para sempre eu te amaria.
Crônica de si mesma – Bianca e André
Acordo às 8 da manhã
E a primeira coisa que faço é ligar o computador
Preciso ver como estão todos
Dormiram bem?
Quantos dizem: Bom dia!!!!
O telefone toca
Alguém do outro lado diz:
Você viu prenderam o assassino da Bianca
Quem?
Aquela menina que foi estrangulada...
Não lembrava
Procuro no cotidiano...
Morta dentro de sua casa...
Seu namorado André morre 19 dias depois em um acidente de carro
Ser jovem não é bom
Ser idoso também não
Criança muito menos
Procuro algo
Atônita
Numa inútil esperança
Olhando o vazio
Pensando em sair
Subitamente
Desse mundo invadido
Atravessado, desfeito
Perdido para sempre
Mlailin
CRÔNICA: INSTANTE DO SER
Eu sou um mistério para muitos que me rodeiam. Mas, sou o essencial para mim mesma.
Quando você amadurece aprende que não se deve fazer coisas para agradar as pessoas que te rodeiam, mas sim, saborear cada momento mágico que te vem. Por que felicidade não significa ir para as melhores festas, ter as roupas mais caras, fazer as viagens mais iradas...ter o homem mais lindo ao seu lado.
Tudo isso dá um UP sim na sua energia, mas não é garantia de sentir a felicidade.
Ser feliz é estar de bem com a vida, com você mesma. É aceitar o que vem e usufruir com muita intensidade disso... sem expectativas...apenas com simplicidade.
É engraçado,sabe, quando somos adolescentes queremos profissões de status, a roupa de marca, falar muitas línguas...conhecer um mundo de gente. E, então, quando amadurecemos, descobrimos que nada disso nos fará mais felizes... aprendemos que o bom mesmo é fazer o que gostamos, ou pelo menos gostar do que fazemos...que quando um amor nos chega, o medo não deve existir...as exigências não tem espaço, devemos apenas sentir, se fundir ao outro, mesmo que dure meses, apenas. Descobrimos que fazer coisas simples é tão magnificamente fascinante, que admirar a lua se transforma num dos hobbies costumeiros dessa outra fase.
Mas, é bom experimentarmos,sim, todos os anseios dessa fase conturbada que é a adolescência, porque quando chegamos nesse estágio de maturidade, comprovamos, com nossas inúmeras experiências que nada é tão importante quanto usufruir da simplicidade da vida.
Não quero dizer com isso que ter um excelente salário fará alguém infeliz, pelo contrário, isso é um reconhecimento merecível da sua profissão. Não quero dizer que ter uma casa grande, cheia de obras de arte, será um passaporte para os dissabores do dia-a-dia.
O que importa é que quando amadurecemos aprendemos a VIVER de verdade. E, o melhor de tudo, aprendemos a viver pra SENTIR e não para o TER. E, por incrível que pareça a vida flui com mais naturalidade...positivamente.
A Crônica
A Menina e a Paçoquita
Eu não sei dizer ao certo à que horas e nem o dia!
Eu só lembro daquele exato momento em que a vi. Estava sol e ela vinha em minha direção, seus cabelos volumosos e reluzentes brilhavam intensamente, ofuscando até mesmo o brilho do sol, fiquei cego por um instante, mas percebi que a proximidade já era bem evidente, então pude notar sua beleza quando ela chegou bem perto.
Sua Feição serena, seu olhar marcante, sua voz suave misturada ao seu rosto de menina sapeca, seu corpo despertava o Libido masculino, era olhar para ela e criar vários romances.
Olhei ao redor do quiosque e fiquei sem saber o que oferecer a ela, pois nem o melhor e mais caro estabelecimento estava aos seus pés, eu poderia dar o Mundo com as galáxias e com todas as luas do Universo para iluminar seu caminho, que apesar disso seu brilho seria mais forte.
Eu saberia servi Reis e Rainhas, mas não uma Deusa, sua postura e beleza de mulher, inibiam e distraiam qualquer homem.
Esperei ela analisar o que queria, era uma mulher direta em suas decisões, e foi rápido em seu pedido.
_Uma paçoquita, por favor.
Simples e objetiva, com uma doçura impecável de uma Princesa de contos de fadas e ao mesmo tempo,com uma ferocidade e rispidez de uma Leoa selvagem.
Agradeceu com um nobre “Obrigado”, Pegou e foi embora, sem olhar para trás,queria ter tido a sensação de ter tocado pelo menos em suas Mãos, mas sabia que para as minhas condições ela era uma mulher “imaginaria”,existia,mais era intocável, seria utopia fazer parte de sua vida é como se ela tivesse “Poder”, o poder de enfeitiçar quem à olhasse, você perdia os sentidos, entrava em coma profundo, nas profundezas do Amor.
Durante esses minutos que antecederam sua presença,fiquei desnorteado, segui seus passos indo embora, querendo de alguma forma para - lá, queria ter poderes que me fizesse com um simples gesto paraliza-lá e moldura-lá, e ficar olhando por horas, dias, anos, sem piscar, sua forma era escultural, era perfeição em todos os ângulos.Com certeza Deus estava inspirado e apaixonado no momento em que modulou suas curvas.
não sei se veria ela de novo, mas mesmo assim agradeci a Deus só por ter me concebido olhar aquela menina-mulher, porque é privilégio de poucos , muito poucos, ver um anjo assim de perto.
CRÔNICA DA BUSCA
A vida do ser humano é um eterno caminhar pela escuridão quando a rotina impera ; subitamente aparece um frio na barriga, uma bifurcação nos leva a escolher um novo caminho, a dúvida aparece, a covardia ou a coragem, qual é o certo, qual é o errado ? Não importa, independente da escolha, continuamos a caminhada e pensamos estar acertando sempre, em algumas vezes ledo engano, e o que tinha tudo para dar certo, dá quase tudo errado, quase tudo, porque sempre há frutos, algumas dádivas, crescimento, amadurecimento, ficamos mais fortes para aguardarmos a próxima bifurcação e para novamente escolhermos o caminho da coragem, da ousadia, do investimento na felicidade. De toda a obra de Aristóteles o que mais se destaca é que o homem nasceu para ser feliz e é isso o que devemos buscar sempre, a minha parte estou fazendo, nunca vou abrir mão de procura-la , nesta ou em outras vidas.
Cronica da Covardia
O maior exemplo de covardia é quando se deixa de cumprir um compromisso por puro egoismo , é quando uma única verdade absoluta é levada em consideração, quando não há verdadades absolutas, é quando não se escuta quem deve ser escutado, é quando se acredita em quem não merece crédito , é não dar valor ao que deve ser valorizado. O maior exemplo de covardia é não ter a coragem de passar por cima das adversidades da vida e demonstrar evolução espiritual, jogando tudo pela janela, outro grande exemplo de covardia é brincar com os sentimentos dos outros , sedimentando relacionamentos com mentiras e devaneios.
Não faça parte do grupo dos covardes, mas não os desampare, pois uma gota de coragem poderá brotar de qualquer que seja a rocha, que um dia vai se esfarelar e precisará do maior tipo de coragem que existe, o amor !
Trecho da crônica "Uma infância apagada"
Embaixo do avarandado está meu avô, sentado em um banco velho de madeira, vestia um jaleco de couro encardido, suas roupas eram velhas, surradas pela lida na roça e na cabeça um chapéu baeta. Ele observava suas vacas magras, sua égua branca e reclama da seca:
- “Vigeee lástima! Deus está castigando está terra”.
«Crónica»
A MINHA PRIMEIRA LIÇÃO DE VIDA
Toda a minha vida está povoada de árvores. Imagino quão vazias não teriam sido a minha infância e adolescência sem essas maravilhosas formas de vida.
Os miúdos da minha geração, nessa aldeia no Alentejo, tinham por hábito dar nomes às árvores atribuindo-lhes assim uma importância de identidade própria para além da sua definição de espécie. Então, tínhamos a Azinheira dos Dois Pés, a Azinheira da Castanha, a Azinheira da Viúva, outras que me escapam, e a Azinheira da Conserva; esta assim chamada por conservar as bolotas quando já nenhuma das outras as tinha.
Um dia aproximei-me da Azinheira da Conserva, vendo a descansar à sua sombra um pastor, um lindo cão branco peludo e o rebanho de ovelhas, algumas destas mordiscando ramos nos arbustos próximos.
O cão agitou a cauda para mim, e eu baixando-me comecei a fazer-lhe umas festas.
— Menino, ‘logo o pastor interferiu ‘Não faça festas ao cão senão ele já não me vai voltar as ovelhas! ‘senti como que um arrepio de desilusão. Então, O pastor explicou-me que tinha de manter uma certa disciplina e respeito para com o cão ou este deixaria de obedecer às suas ordens.
Olhei completamente desiludido para o cão, aceitando sem questionar a sabedoria do pastor, e o meu pensamento fugiu aplicando semelhante comportamento nas relações entre os seres humanos.
— Com as pessoas deve ser igual! ‘murmurei para mim, gelado de decepção. A lição acompanhou-me pela vida afora conferindo, infelizmente, razão à sabedoria do pastor.
2006-08-18
Crônica
A água escorre pelo cabelo e mergulha num salto finito, percorre uma extensão antes de explodir no chão sem retumbar, apenas talvez a contemplar o silêncio da espuma que desce ao sabor da gravidade dispersa por um ensaboar quase insano de alguém que busca se confundir com esse sintoma a deixar atemorizado . Algo esquisito como tentando decifrar uma metamorfose quase ambulante, uma andante a deixar sinais em cada lado de um corpo já sofrido a buscar descanso merecido, a vertigem ainda persiste, mente tenta acompanhar uma silhueta que se forma no encontro da espuma com a água que à pouco foi dosada pelo misturador, fazendo deslumbrar que tudo está relacionado a essa velha metamorfose ambulante.
Crônica A Véspera
Numa noite de inverno, havia pessoas que precisavam de assistência médica estava nevoando e trovoando, Trum!!!, mas, nem todos percebiam isso.
No dia seguinte, eu estava saindo de casa para ir ao hospital e fiquei olhando para as casas todas coloridas, enfeitadas e as árvores cheios de luzes. Quando avistei o hospital não percebi que havia tantas pessoas naquele local.
Então perguntei a um senhor que estava sentado na calçada, chorando e dizendo “Por quê !? ”. E eu sem entender o fato que tinha acontecido, quando tentava entra no hospital eu avistei algo terrível a neta do senhor que estava chorando estava morta e fiquei pensando o que houver para acontecer essa tragédia. Muitos hospitais tinham pouco a oferecer ou ajuda para estas pessoas que precisavam e o inverno tinha piorado mais.
Nestes dias, pensei, poucas pessoas tinham o que comer e por isso a menina tinha morrido, mas estava chegando o natal e lembrei que no natal pessoas pobres ganhariam comida para sua ceia.
Encontros e despedidas (crônica poética)
E como já dizia Milton Nascimento em uma de suas composições '' a hora do encontro é também despedida''.
Estava eu sentada na varanda em um dia de chuva refletindo sobre esse vai e vem, essas idas e vindas, esses encontros e desencontros que a vida nos proporciona. Tanta gente passa pela gente e tão pouca realmente fica, cada pessoa que cruzam nossos caminhos levam um pouco de nós e deixa um pouco de si.
Lembro bem daquelas férias de verão do ano anterior, conheci pessoas tão especiais e, uma apenas uma específicamente, me encontrou, encantou, fez sentir, fazer sentido, me inspirou, tocou fundo e foi tocado. É meus caros leitores, tanta gente passa mas somente aquela faz seu coração vibrar! Digo eu tão jovem, mas também tão inexperiente na arte de amar.
Esse tal de amor tão impontual e imprevísivel me deixou impaciente, sonhadora e iludida. Poucos experimentaram nessa vida a sensação de sonhar acordada, esperar uma ligação, aguardar ansiosamente pelo fim de semana com aquele sorriso estampado no rosto que chega até soar brega e cafona.
Mas havia um questionamento, porque um sentimento abrangente poderia me tirar o sono, porque o sinônimo de amar seria sofrer e porque aquela afeição passou aligeirada e intensamente.
É, agora eu entendo esse chegar e partir que vai se repetindo nas estações, tem quem vem e quer ficar, quem veio só olhar, gente que vem pra acrescentar e aquelas que vão pra nunca mais. É assim, encontros e despedidas.
Crônica 02
Ontem eu encontrei as cartas que você me escreveu. Em poucos minutos vi acontecer nosso pequeno romance. Vi a minha pressa para escrever uma meia dúzia de termos carinhosos, porque eu sabia que ia você ia gostar. Nada que possa ser chamado de literatura. Eu já não sei o amor é paciente ou a solidão que é exigente.
Relembrei por que gosto de cartas. As imperfeições da letra de cada pessoa ficam marcadas pela tinta, e você não tem a ânsia de mandar o que acabou de escrever para alguém, como em um email. Você pode parar para pensar antes de entregar, mudar as palavras, apagar algumas frases. Quem sabe até nem entregar. Deve ser por isso que os amantes não mais mandam cartas. O silêncio perdeu seu lugar e o amor já virou notícia.
Após terminar a leitura, percebi que nosso romance era mais crônica que poesia. Percebi que algumas coisas mudaram. Agora eu me importo um pouco mais com a minha saúde, comecei a fazer exercícios físicos. Compreendi o real valor da liberdade, descobri que era eu mesmo que criava as minhas prisões, e já consegui sair da maioria. Não é tão fácil demolir uma obra que você levou tanto tempo para construir, e mesmo que você perceba que é algo que te faz mal, o orgulho se separa da razão no momento em que ela destrói suas convicções. Mas isso passa quando você descobre que existe sempre o outro lado.
Apesar das mudanças, algumas coisas continuam iguais. Ainda sou o mesmo bobo de sempre, quase um personagem de uma comédia romântica. As alças da minha mochila permanecem desajustadas, e de vez em quando caem, e eu tenho de arrumar. Continuo acreditando que vale a pena se arriscar por uma ideia, e acredito que se empenhar já é mudar.
A escrita e a fala têm a mesma pretensão tola de sintetizar as emoções, o calor e a frieza de um momento, o modo como você se sente quando o mundo te enxerga. Na escrita você tem a possibilidade de trabalhar as figuras linguagem, como um filtro ou uma lupa para os sentimentos, na inocente certeza de que está alcançando seu objetivo. O que é uma hipérbole comparada ao momento em que você está olhando dentro dos olhos da pessoa amada logo antes do primeiro beijo? Se alguém ironiza a vida, o que é mais irônico que escrever sobre algo que não vale a pena?
Guardei as cartas no fundo da gaveta, enquanto um pequeno sorriso me tomava o rosto pela lembrança do ponto final após o “infinito”.
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