Contos de Drummond o Girassol e o Jardineiro
o-olhar-de-helena
Ao longe, ao luar,
No rio uma vela
Serena a passar,
Que é que me revela?
Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho.
Que angústia me enlaça?
Que amor não se explica?
É a vela que passa
Na noite que fica.
__Fernando Pessoa, in Cancioneiro, 5-08-1921
A aranha caranguejeira tem 6 vezes o tamanho de uma vespa cavalo do cão e quando as duas se encontram a vespa sempre sai vitoriosa porque é mais veloz na batalha e assim predando a aranha.
Na vida temos que ser como vespas e enfrentar adversários maiores com persistência e velocidade, não devemos olhar o tamanho do problema mas sim a solução para resolver com eficiência, velocidade e coragem.
Sobre a oração
As palavras de nada valem se o coração não estiver presente e desperto em cada sílaba. E quando o coração não está presente e desperto, melhor é que a língua durma ou que se esconda atrás dos lábios fechados.
Nem precisais de templos para orardes.
Quem não pode encontrar um templo em seu coração, jamais encontrará seu coração num templo.
CRIANÇAS, LEMBRANÇAS
"Naquela calçada tinha um formigueiro.
E crianças brincando e gente passando o dia inteiro.
Na pracinha em frente, todos os dias eu via um jardineiro.
Do outro lado da rua, um bar,
no balcão um "portuga" sorridente, hospitaleiro.
Ao lado, a Casa de Carnes do Expedito Açougueiro.
Mais adiante, a banquinha do "Seu" João Jornaleiro
e a oficina, do Paulo Funileiro.
Vez ou outra eu via passando,
alegre a cantarolar, o Zequita do Pandeiro,
que era primo do Nestor Marceneiro,
que era neto do "Seu" Waldomiro Barbeiro.
Vou ficando por aqui, feliz e altaneiro,
tenho gratas lembranças,
de fevereiro a janeiro."
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Baú de máscaras
Num armário, sujo, antigo,
Eu guardo um baú de disfarces
E uma máscara de sorrisos
Que já fere a minha face.
Fere o sonho, fere a crença,
Fere o riso que se cala
E a esperança
De que o espelho me convença,
Se eu usá-la.
Mas meu olhar descoberto
Por duas únicas frestas,
Ainda procura disperso,
Contemplando o que lhe resta.
Derrama uma lágrima azul,
Que racha o espelho em desgosto...
Em que lugar do baú,
Eu deixei meu próprio rosto?
Amanhã é dia de dádiva. Data de gratidão. Meu aniversário, 24 de março. Porque aniversários são dádivas. Logo, de gratitude.
É momento em que um novo ciclo nos é dado de presente, somando-se a todos os outros. Em que abrimos nossos cadernos em branco e os preenchemos com o poderoso livre-arbítrio.
É quando abrimos as asas e respiramos sentindo o poder do Sol, e da Força Divina nos tocando e dando aquele empurrãozinho camarada para continuarmos voando, mesmo quando chegamos à beira dos abismos. E assim como na mitologia da Fênix, ressurgimos plenos de vida e com pulmões repletos do ar azul mais puro, da mesma cor do céu que a gente constrói para nós mesmos.
É assim que quero receber meu dia, minha dádiva. E que seja assim também para quem ainda vai aniversariar.
É momento de tantas mudanças, tantas novas decisões, tantos novos caminhos a desbravar. Que em todos eles haja flores; muitas delas: coloridas e as que eu mesmo irei pintar: lírios, jasmins, rosas, begônias, orquídeas. Pássaros e libélulas voando sobre todas, porque compõem cenas de onirismo e poesia. E claro, que haja sempre essa poesia, necessária para que doemos o melhor de nós para os outros e que colhamos apenas o melhor do outro para dentro de nós. E se essas flores ao longo do caminho tiverem espinhos, não faz mal. É parte da natureza delas. Não as culpo. À minha, cabe colhê-las, jogar os espinhos fora, cuidar do meu cerne espiritual caso me fira e me refazer feliz, forte, pleno de amor, vida, respeito e liberdade. Porque é assim que o Deus em que acredito me ensina dia após dia. E como espero devolver no dia da Graça e em todos os dias que for escrevendo e guardando-os carinhosamente na Biblioteca de minha vida. (Início de outono solar, chuvoso e com brisas fortes como meus sonhos, em Buenos Aires de 2018)
"Em volta da mesa estava ele, aguardando que os convidados chegassem. Aos poucos foram chegando; assentou-se o amor, arrastou suavemente a cadeira, a elegância. A leve (e forte) luz acendeu o candelabro para o jantar. E a harmonia reinou absoluta na cabeceira. Todos os convivas se olharam e se amaram, como se fosse a primeira vez." (Convidados - Victor Bhering Drummond)
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Há uma diferença sutil, porém clara, se me permitem o antagonismo, entre o antigo e o velho.
O antigo é sempre bem cuidado. Uma aula de história. Uma boa visita ao passado preservado. Os anos passam, mas o tempo lhe é generoso, transformando-o em inspiração ou referência para as próximas gerações. O antigo é raro, tem beleza e valor artístico.
O velho remete ao abandono. Ao pouco caso. Ao descuido. A ser relapso e à pouca preocupação em manter viva uma história, ou a energia de tempo, intelectos e capital ali empregados. O velho se desvanece. Ninguém o cuidou. É um mero acumulador de pó.
Isso vale para as cidades, arquiteturas, invenções. O velho e o antigo definem o que vai ser contemplado em um museu como ícone da história ou ser condenado ao esquecimento de um ferro-velho.
O mesmo vale para nossas almas e histórias: a queremos velhas ou antigas? Uma alma antiga, cuidou de si mesma. De sua preservação, sempre mirando a evolução futura. Uma história e uma alma velhas foram impiedosas consigo mesmas. Não conseguiram acompanhar as transformações sociais. Não se amaram. Ficaram lá plantadas esperando que tudo e todos girassem em torno delas. Mas o tempo é mais poderoso. Ele não perdoa. Transforma reinos e civilizações em pó. E faz o velho mirar-se apenas no espelho de sua vaidade.
E você? O que prefere ser ao longo dos anos: velho ou antigo? (Victor Bhering Drummond)
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Seja os pilares para algumas pessoas que valha a pena.
Reconheça quando você também precisar deles. Já tivemos muitos desses pilares ao longo da vida: pais, irmãos, familiares, amigos íntimos, amigos de fé, professores.
Mas jamais se esqueça de construir e manter rígidos seus próprios pilares: a fé, o caráter, a chama do amor por si mesmo e o próximo. Só assim poderá ter forças quando precisar para si mesmo e para ser suporte quando o outro precisar da sua mão. (Victor Bhering Drummond)
Está preocupado ou insatisfeito com algo? Não adianta enrugar a testa, chutar o poste, arrancar de raiva as lixeiras da sua vida. É preciso estufar o peito, organizar as ideias, ver a situação de cima e agir com sabedoria e perspicácia. Agir para mudar o panorama. E se preciso for, também buscar outras avenidas e horizontes; assim você evita algumas pessoas que não te acrescentam nada. E se sobrar energia, você ainda aproveita para caminhar ou correr por estes caminhos novos. 😂O corpo e a mente agradecem! Super dia pra você! 😘❤️
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Está precisando se soltar de todas as amarras e convenções sociais? Quer desafrouxar a gravata, deixar o terno de lado, descer do salto alto, tirar a maquiagem, ficar despenteado, andar pela casa de cueca e pijamas?
De vez em quando a gente precisa sim se soltar. E se permitir. Precisamos deixar de lado as armaduras. Ou melhor do que isso: precisamos ignorar o olhar do outro, as críticas, cobranças e aquilo que a sociedade, a família, emprego, chefe, pais, amigos, religião esperam de nós. Para deixarmos de ser fantoche das expectativas dos outros. Arranque suas roupas, suas amarras. Desconstrua-se sempre! Liberte-se! Tenha coragem de ser você!
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Até gosto de frio, mas não sou muito de dias cinzentos. E sim: os dias em que estivemos em Colônia del Sacramento estavam cinzas. A primeira sensação é de querer reclamar, com uma leve tristezinha. Mas decida fazer justamente o contrário, como intuitivamente fiz: já acorde agradecendo, viva o momento, tenha uma postura de felicidade a despeito do seu entorno. E enxergue beleza mesmo naquilo que seja diferente de você e das suas vontades. Porque sim: pode haver beleza no caos (que às vezes é só na sua mente) e há muito colorido e intensidade na natureza, nos outros e na vida, mesmo quando apenas parece ser cinza!
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Quando era criança, acha incrível ter um piano de cauda branco. Hoje acho cafona. E tirar foto ao lado deles, mais ainda. 😂
Esse aqui foi no @spahotellareserve e no contexto do lounge e sala de televisão com um terraço incrível pro Rio de La Plata, combinou com a decoração e proposta do lugar, que é bem charmoso, por sinal.
Então ficam duas lições:
1) Sua visão, gosto, prioridades, percepções do que é feio, bonito, justo, injusto, certo ou errado, mudam.
2) O que é ruim para você, pode ser interesante, legal, ou cair bem para o outro.
Então, não julgue. Aceite a vida, os fatos, as pessoas como elas são. Não há pior ou melhor. Há momentos convenientes para cada um. Como tirar uma foto ao lado de um piano branco para escrever este post. 😉🙏🏻😘
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E o meu telhado se mantem sustentado pelos alicerces de uma casa deserta de cores mas cheia de memórias, que escorrem pelas janelas que batem incessantemente me lembrando que ainda estou viva ainda que tudo tenha se esvaído.
Então, em meio à ausência, vou domesticando a dor, ensinando bons modos à angustia, buscando saídas de emergência pra me abrigar de mim mesma.
Lentamente, suas cinzas escrevem em minha pele...
Debaixo de feridas expostas a libertinagem do que eu julgava ser um espectro, escorre pela Iris , doendo, enfraquecendo,jorrando, feito sangue que esvai, rebentando o que vê pela frente, sem clemência, lembrando o quanto o transbordo em ódio pela minha casa vazia, partida em pedaços espalhados, cujo o peso, o vento não consegue não leva embora, e não me faz voar pra longe de mim, onde tem tanto de você.
Sinto passos na minha estrada, pegadas que desenham um arco íris sobre um véu negro de sombras, florescendo de esperança o resto dos meus dias.
O tempo me possui e morre em meus segredos, todos os ontem, cintilando em meus amanhãs sua ecografia, colorindo minhas páginas em branco, expurgando minhas dores, deixando seu rastro que me enche de vida, então eu me lembro de quem sou, do que sei e aprendi, e sinto que o mundo me pertence, porque nem sempre tudo dá errado...
... Bate asas Fênix, em meio ao temporal você sobreviveu.
Mas, entre dores e desejos deixou o gosto da sua vida escorrendo indecentemente, e eu continuo sentindo a loucura do meu mundo despencar. Nem parece que você se foi, quando fecho os olhos e vejo o teto desabar na fome que ainda alimenta minha necessidade de te pertencer pra me sentir viva.
E as pessoas não entendem como o seu nome permanece nos meus sonhos perdidos na minha solidão e farejam a compreensão dessa insanidade, tão definidas pelo meu instinto que entre as súplicas pelo total esquecimento se perdem nas lembranças que me viram do avesso.
Eu não me reinventei, e escondida em becos sem saídas, vivo em busca de uma passagem secreta onde eu não precise me dividir entre o que eu gostaria que fosse, e a realidade que dorme diante dos meus olhos esquecidos por você.
E a sua presença se arrasta em mim modificada pelas feridas que assombram a minha pele debaixo de escombros e de um sopro de vida a espreita do teu mundo, porque você ficou esquecido em mim, á espera que um terremoto te vomite pra fora das minhas terras, como se fosses um elo partido da minha vida guardado dentro de uma caixa, desejando que o sangue que escorre das minhas gavetas seja estancado e pare de doer.
É assim que permaneço, caminhando às cegas pelas ruas escuras de um caminho sem fim, querendo ser resgatada do fantasma das minhas lembranças.
Lembranças que brotam em minhas sementes e gritam no silencio da minha dor, me rasgando as carnes e no temporal dos meus olhos não delimitam minha tristeza misturada em saudades, e eu continuo parindo suas sobras, amaldiçoando seu excesso que me transborda me certificando de que ainda estou viva entre o vazio dos ruídos do meu mundo e das suas palavras que não param de gritar dentro de mim.
E você se vê em partes, devoradas em sonhos sem equilíbrio da sua vida consumida pelas necessidades do mundo.
Partes que, entre as curvas da sua história perfeita, te mostram o quanto você está longe de si, querendo se encontrar na própria confusão, procurando não acreditar que seja real pra que tudo simplesmente pare e você retorne pro seu fim do mundo, de braços abertos, apenas no que restou de você...
... Um dia eu me reencontro, sem anjos ou demônios.
E ele disse:
- Pode voltar por teu canto...
... E então eu o espero, num desespero incontido, em que mergulhas teus disfarces de não caber em mim.
Então dispo minhas vergonhas e suplico minha redenção em tua fúria que quebrou meus silêncios, me deixando apenas o eco da sua vida vestindo meus desejos,a espera que me junte os pedaços, fixe residência na minha casa vazia, transborde nas minhas gavetas e restaure o meu chão.
Porque há um fogo dentro de cada cicatriz plena dos anos em que me pusestes teus sumos, e ainda que tua língua esteja longe das feridas, a minha respiração anseia a felicidade de naufragar em teu corpo.
Porque não importa quantos anos eu morra, o silencio do desespero do meu ventre, sem parcimônia, me rasga as paredes da carne, aflorando o colorido deixado por tuas unhas, impregnado até a íris das minhas pupilas, que se dilatam com a leitura do seu nome.
E ainda que eu esteja exaurida, o tempo te reinventa num transbordamento implícito, que flagra meu desejo separando minhas pernas e a minha saliva à procura das frestas da sua boca, que jogou fora minha âncora se apossando do meu porto.