Contexto da Poesia Tecendo a Manha
PENSAMENTO
Quando penso em você
Perco me em devaneios
Ouço sinos à tilintar
Borboletas à plainar
E a saudade apertar!
É toda emoção do meu viver
A cor viva dos céus azuis
O motivo do riso cristalino
Do coração em desatino
...Esse seu jeito de menino!
E quando a lua brilha, alta
Ou quando o sol desponta no horizonte
É aonde você está que levo minha mente
E toda minha alma rejubila, sente
Esse amor que à toda tristeza desmente.
Te amo em cada pensamento
E também quando toco sua face
Quando louca te ofereço meu beijo
Ardendo em chamas de desejo
É fagulha, é magia, é o canto do realejo!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
MISTÉRIOS DA VIDA
A vida tem lá seus mistérios
Nos leva à tantos caminhos
Perdemo nos de nós mesmos
Nos afastamos um do outro
Vivemos outras histórias
Sorrimos com algumas delas
Choramos por tantas outras
Perdemos o compasso
O ritmo da dança
Esquecemos a música
....
E de repente
Você aparece!
Receios
Medos
Mudanças
Tantas mudanças. ..
E aí, sem nem perceber
Eu voltei a sonhar
À ter uma razão pra sorrir
Um motivo para voltar à cantar
Me redescobrindo quando estamos juntos
Ou na saudade do depois.
E eu que nem mais me sabia
Por causa de você
Meu amor, meu amante, minha alegria
Voltei não somente à ser poesia
Como também à ser mulher!
A vida tem lá seus mistérios. ..
Elisa Salles
ONDE ESTAVA VOCÊ?
Onde estava você, ausente do meu olhar?
Quando eu me afogava em dores e lamentos
Numa escuridão profunda à penar
E os meus sonhos morriam todos cá dentro?
No regaço de quem pousava o rosto bonito?
Para quais bocas oferecia teus beijos doces
Porque não me via ou ouvia meu grito
Eu não seria de ninguém se tua não fosse!
Calei meu riso por dias sem festas e alegria
Comi o pão da amargura e senti sede de afeto
Não tinha o direito da mão que acalenta e acaricia.
Hoje, ao saber você tão perto ao meu lado
Quase me esqueço dos dias mortos de amor
Então te torno meu homem desejado e amado!
Elisa Salles
(Direitos reservados?)
ATREVIMENTO
Atrevo me à chama_lo de paixão do meu dia
A traze_lo aos meus sonhos mais ousados
Não imputo ao meu desejo erros ou pecados
Entregue ao prazer com que me possui e alicia
Permito que me dê o nome que bem quiser
Sob teu corpo grito de desejo e doçura
Quando me adentras as brechas com loucura
Sinto_me como nunca antes_ sou tua mulher!
Fora de nós os ventos balançam os canaviais
Quase posso ouvir os murmúrios do mar
Enquanto me tomas para ti um pouco mais. ..
Portanto por este atrevimento peço te perdão
Em te fazer o objeto do meu querer e amar
És meu homem_ E da poesia a razão!
Elisa Salles
(Direitos reservados )
APENAS ME FAÇAS FELIZ
Não sei o que sou para ti
Nunca me dizes
Teus pensamentos velados
O silêncio das tuas palavras
O mistério no teu olhar
Sempre se desviando
Fugindo dos olhos meus. ..
Mas quando te beijo a pele
Passeando por teu corpo
Buscando tocar teus pontos sensíveis
Ouço tuas confissões
No arfar da tua respiração
Nos gemidos que escapam da tua garganta
No descontrole dos teus gestos
Em procurar a saciedade do desejo
Em sucumbir sob os meus anseios
Em adentrar por minhas brechas. ..
Talvez nunca confesse
Nem precisa confessar
Me realizo pela emoção que expressas
Nas horas em que passamos juntos
Bebendo do teu mel
Fazendo parte do teu mundo
Ainda que por um breve instante
...eu te possuo
Nos teus recônditos mais íntimos
Provando seu rápido descontrole
Roubando tua razão
Descobrindo quem és.
Não precisa dizer nada
Apenas me faça feliz!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
VENHA. ..
Quando quiser, venha
Já despi minhas máscaras
Já aplaquei meus cansaços
Deixei lá fora as loucuras da vida
Me esqueci dos meus medos
Escondi minhas feridas
Anestesiei a minha dor.
Estou desejos de carícias na alma
De toques de ternura na cerne
De silêncios que gritam verdades...
Venha como quiser
Mas venha por inteiro
Deixa lá fora tuas reservas
Não precisa trazer promessas
Nem falsos galanteios
Nem traga flores nem vinhos
Traga tua boca quente
Tuas mãos eloquentes e inquietas
Teus anseios mais arcaicos
Tua transparência intacta
Teus instintos de bicho no cio.
Estou aqui
Quando quiser venha
Sou a mesma de sempre
A mulher que te quer
Do jeito que tu és
Da forma que me satisfaz
E põe sonhos nesta vida existência
Tão repleta de vazios.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
Amor intenso
Serei fiel ao amor que hora confesso...
Por ele lavrarei terras secas e desertas
Extrairei das suas sendas meu verso
Tornarei veredas tortas belas e certas!
No desejo ardente, fogo queimando,
Ao ter você e, lhe amar mais que tudo,
Vivo minha vida, mais que sonhando,
Que, por ele, ao mundo me desnudo...
E desnuda exporei minh'alma feita sua
Numa dolência de doar-me sem fim
Toma amor, minha pele e cerne nua!
Sorvendo cada pedaço, intenso,
que, quando você se ausenta de mim,
muito mais deste amor, me convenço..
Dueto
Elisa Salles e Oswaldo Genofre
Olhos que tudo vêem
Te vejo com meus olhos rasos d'agua
Com teu desdém me fizeste sofrer
Deixaste meu coração imerso em mágoa
Não sei se almejo viver ou morrer!
Porque me mostraste o céu de estrelas
Para depois confinar me numa prisão?
Se eu nunca poderia vê las
Para que sonhar com elas então! ?
Ver tudo é sofrer em vão _imensamente
Não poder bater asas e voar livre
Ver com olhos que tudo sabem e tudo sentem!
Por isso,amor, choro deste mundo toda a dor
Quedo me ante mares de tristeza e solidão
Meus olhos tudo vêem. ..tristeza e amargor!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
Memórias Inúteis...
Sinto tantas saudades de ti...
Das horas esquecidas, vadias...
Em que eu vitimava o tempo em teus braços
Em ternos abraços, sem tédio, melancolias
ou cansaços!
Eram dias de entregas...
Os nossos risos enfestavam o ar
Na vitrola : Chico, Elis , Gonzaguinha...
Ah saudade mesquinha!__ Quanta lembrança!
Quanta memória, para quê meu Deus, tanta memória?
Quem me dera a letargia ...A escuridão
de não saber o que foi..
...De não pensar,
no que poderia ter sido.
Hoje minhas tardes são tão cheias de marasmos
As brisas mais frias
Flores caem
Primavera sem viço
E em tudo,
a tua presença, intensa
que não sai de mim
não sai de mim...
Não sai.
Dias e " Dias"...
Há dias e
" Há" dias...
Dias de sol
aquecendo a derme
e a alma...
Trazendo luz, calor
e calma.
Aquelas calmarias
de até por medo no pensamento da gente.
Sabe-se lá...!
Quando a felicidade dá as caras
dá pavor mesmo.
Preâmbulo de "desgraceira!"
"Gato escaldado em água fria
tem temor de banho morno!"
Mas em outros dias a melancolia
chega e senta...
Um chuvisco fino
Roupa que não seca no varal
Tudo cinza...
... A gente fica ranzinza...
Mas aí não dá medo
Tudo normal.
Prá quem se acostumou com tristeza,
só ela mesma, para dar ares de verdade
à vida da gente...
Deixa estar a solidão
A saudade
O homem que fazia umedecer a carne
e corar a face...
Uma taquicardia boa...
Uma esperança à toa...
Dias perdidos nos vendavais
... Há dias
e " Dias"
Nada mais.
Fases e faces do poeta.
O poeta é tal como a lua
Tem fases e faces...
As vezes é " cheia" de inspiração
Iluminada totalmente pelo astro rei,
é beleza e introspecção.
Em outras míngua.
Perde a luminosidade,
o tédio logo o invade...
Silencia o verbo
mas não mata a utopia.
Adormece então, nele
a poesia.
E em sua transitoriedade
faz-se nova sua face...
Mas a luz ainda é arredia.
Apenas se insinua ao poeta, os versos.
Acalenta-os...
Acaricia-os...
Coabita com eles.
À esperar um novo dia.
Agora é crescente.
Emprenhou a palavra!
Eufórico, aguarda o seu rebento,
o poema, pelo qual tanto ansiava.
Ei-lo que vem...
Jovial e trazendo boas novas.
Eis que a vida se renova!
Então, mais uma vez,
eis o poeta em plena cheia
Crisálida e sereia!
Deuses no olimpo...
...Pássaros á revoar
...Mares transbordantes
...Amores e amantes
Eis a sua face mais bela
Lua cheia na janela
E a poesia à bailar!
Memórias...
Cada vez que pego na caneta
invoco lembranças tuas...
Foi a tanto tempo, meu bem
... Mas o que é o tempo
contra o amor?
Nem mesmo sei por onde andas
Com quem escreves tua vida...
Se pensas em mim quando olhas o oceano
Quando as ondas beijam teus pés,
lembras dos beijos meus?
Tão seus...
Encontro poesia nestas memórias
Componho meu verso ao som do amor perdido
E nas madrugadas, quando ouço as ondas
açoitarem os rochedos; posso jurar
que ouço a tua voz me sussurrando ternura eterna.
...Doces ilusões as minhas.
Mas como são breves algumas eternidades...
Com os dias alguns esquecem
Desfalecem a paixão
Folhas caem ao chão
Novos outonos...
Novos verões,
... Novos.
Outros permanecem.
Eu permaneci.
Canso o papel, gasto a caneta
É a tua presença imortal, em cada linha
O que foi areia que escorreram por entre os teus dedos,
para mim, foi, e ainda é.
Meu amor.
Sempre, universo.
Saudades...
Ai, o que fazer destas horas de fastio?
Dos momentos de solitude imensa...
A ausência dos teus beijos me consomem
E nada que faço preenche tua ausência.
És a cor do bordado dos meus tempos...
O matizado dos meus céus à alvorada!
E o que ei de fazer se tu não vens?
Deixa-me oca. Triste... Desconsolada!
Volta querido, rápido aos braços meus!
Apressa-te à oferecer-me tuas ternuras
Vem pousar borboletas nos meus umbrais.
Pois que do corvo já me fartaram os versos
E o roseiral seca ante os meus silêncios
Sê novamente a brisa nos meus madrigais.
Elisa Salles
O QUE SOMOS?
O que somos nós, afinal?
Flutuamos pela vida à fora
Folhas secas, passarinhos
à vontade do vento...
Somos amores que se perdem,
Sonhos que acordam
Somos tudo. Somos nada!
Sentir e pensamentos...
Em nós tudo é muito fugidio
Tão inconstantes...
No entanto somos magníficos,
em nossas alegrias e tristezas dúbias.
Vivemos ilusões de um " talvez",
tendo diante de nós uma realidade
que a alma recria.
... Motivos para prevalecer.
Somos gritos na escuridão.
Somos vozes que ressoam
Palavras nunca ditas
Somos as águas no moinho do tempo
Dia de lacunas escancaradas;
outros, cubículos de solidão,
cárceres que nós mesmo erguemos
ao nosso retor...
Mas
somos o que somos
e o que, em que, tentamos
nos transformar.
Evolução
ou
Estagnação do ser.
No entanto somos o milagre
A mais bela obra da criação de Deus;
perdidos nos caminhos de si mesmos,
sem saber o que fazer com o livre arbítrio
que nos fora concedido
De que nos serve a liberdade,
se não sabemos por quais céus voar?
Somos belíssimas complexidades...
Minha ruazinha...
Minha rua é tão bonita
Tem uma magia ímpar
Um quê de lar
Um cheiro de bolo de fubá
Um frescor de margaridas
Minha rua tem risos
que somente tem por lá!
Suas casas antiquadas
de arquiteturas ultrapassadas
não chamam a atenção de ninguém
Por elas não se dá nada!
Mas ali há tanta vida
Tanto calor...
Violetas nas janelas
E avós cuidando delas...
Sagrado dulçor.
Hahh, minha rua,
Minha simples ruazinha
Rua da minha doce infância
Que me trás tanta lembrança
e que hoje , guarda em si,
de mim,
a poesia.
Você lembra...
Daquela noite escura...
Após as doses de rum...
Lembra da faísca...
Do quarto em chamas...
Da febre delirante...
Dos nossos corpos ardendo como magma...
Lembra da nossa dança...
Lembra do ápice...
Dos gritos...
Que acordaram o quarteirão...
Dos nossos corpos fracos...
Como se não tivéssemos ossos...
Você me fez acreditar no sobrenatural...
Pela primeira vez...
Naquela noite escura...
De odores almíscarados...
Alguns sentem medo;
Eu? apenas seu cheiro;
Em faces? o constrangimento.
Calmo e astuto, porém imperfeito.
À palmos de um surto, conheço a mim mesmo.
Conheça te, mesmo que não faça sentido
Cresça e constate, o mundo não lhe dará ouvidos;
Aguce os sentidos, eu? venho das sombras.
Onde os inimigos, São além de pessoas.
Demônios corrompem, me fizeram abstrato
Mas isso foi ontem, Pertence ao passado.
E tudo aqui passa, mesmo olhares sem graça,
O que por si só nos mata, Aquecido em brasa
Espinho cortantes, rosa com sangue, fé no amanhã.
Branca de neve? veneno. não morda a maçã.
Sem conto de fadas, mas luta de espadas
Sem escudos e máscaras, o faiscar das adagas.
Chamam-lhe amor
Há que dar às coisas nomes curtos e simples,
para que a palavra nos venha aos lábios
obedientemente canina,
mas o certo
é que lhe podíamos dar um outro nome
- qualquer um -
Boby, Tejo ou Lassie, fora o amor uma cadela
parida com as tetas maceradas a roçar o chão.
Qualquer nome lhe daríamos, ao amor
e o resultado seria sempre o mesmo:
Um ganido tímido
a morder-nos de cio o coração da noite.
Nunca saiu à rua, sem esticar os lençóis à cama
com a precisão de quem faz as manhãs todos os dias,
de quem dá um jeito à vida, antes de se pôr a trabalhar.
Uma cama bem feita vale bem um verso terminado,
sem o desperdício das palavras que não rimam.
Há que resgatar o gesto repetido, dia a dia,
como quem cumpre a métrica precisa do poema;
uma cama desfeita e ao desalinho é um sítio perigoso
para deixar o corpo a descansar, lugar de roturas, ligamentos
um passo em falso, tropeçado sem cuidado,
e podemos dar um mau jeito
ao coração.
O mundo não é feito de pessoas, nem de casas, nem de coisas.
O mundo é feito com palavras perfiladas
como pedras
sobre pedra e
em cima de outra pedra, ainda.
São de palavras de pedra, as paredes do mundo:
direitas e exactas como um fio de prumo.
Se nos tiram a língua,
as várias línguas que tem a nossa língua:
esta língua com que te falo,
a língua com que te beijo,
esta mesma língua com que digo esse nome que tu és,
roubam-nos mais mundo ao nosso mundo.
E um mundo rente, sem paredes, raso ao chão,
que não se tenha de pé e num pé direito
tão alto que lhe caibam todas as palavras empilhadas
é um mundo do reverso e do regresso
em que ao privilégio absurdo de viver se segue
o direito adquirido de sofrer.
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