Contas
Nessa matemática louca da vida onde as contas não batem uma hora a gente encontra alguém que vem pra simplificar.
Tem gente que pensa
Que a gente quer um monte de coisas
Que no fim das contas
Nem chega a importar tanto assim
Uma hora você se pega pensando
Que se apegou a um enorme nada
Quando olha pros lados
Olha pro espelho
Pro passado
Pra si
As coisas que pareciam desimportantes
Tem um valor diferente
Então você percebe que queria mesmo
Era aprender a rir de piada sem graça
Um copo d'água na hora da sede
Um olhar despretensioso
Que lhe transmitisse a sensação
Que alguém sente alegria
Quando vê você
Um colher de xarope, na hora da tosse
Uma mão na testa, se acaso sentisse febre
Alguém que puxa um cobertor e te cobre
Alegria de festa sem motivo
Pois, muito mais do que se pensa
Todo mundo deseja apenas
Que a sua presença seja esperada,
desejada e benquista
A gente não quer requinte
Deseja um olhar atento
E um par de ouvidos bem ouvintes
Alguém que conte pra gente
Como foi a sua infância
E diga também da saudade
Que sentiu durante a distância
E o que foi que fez lembrar a gente
Em alguma coisa que viu pelo caminho
E no quanto doeu a nossa ausência
Mais importante que o diamante
É sentir
E Principalmente
Perceber que faz sentir
Saudade
Um certo orgulho bobo e sem razão
Confiança
Um olhar de lealdade na janela
Uma ida ao portão
Vontade de estar junto
Um amor sem explicação
Saudade do abraço
Desejo de respeitar
E um querer
Que sente um vazio quando quer
E quando quer
Não quer deixar de querer
São essas as coisas difíceis
de perceber a importância
Até que aqueles olhos
Azuis, castanhos ou verdes
Não mais sejam vistos
de manhã, de tarde, de noite
ou de madrugada
Nem mesmo à distância
Então você há de perceber
Que tudo mais
Não vale nada.
Edson Ricardo Paiva.
Fiz as contas e descobri que na minha vida até agora amei cerca de vinte pessoas...
E com isso posso conclui e ja vi quase todo tipo de gente, branco, preto, mulato ou até amarelo, uns com cabelo liso outros caracolados, uns meigos e delicados e outros brutos e controladores, mais posso dizer que desse vinte, todos estão em meu coração eternamente. todo mundo é meu pra sempre, não sei desapegar, isso não me ensinarão
Já perdi as contas de quantas batalhas obviamente perdidas eu já entrei.
Entro em campo de guerra sem nenhuma cerimônia, venho armada, disposta a lutar e a conquistar territórios, visto minha armadura e enfrento os meus adversários fantasmagóricos com minha espada em punho.
Luto para não morrer nem que para isso tenha que matar. Utilizo-me de estratégias para invadir e chegar ao topo, para depois, descer da torre pela saída de incêndio.
Retorno com as mãos vazias, trazendo comigo apenas a frustração de mais uma vez me acreditar invencível.
Chego estatelada, coração dilacerado e vazio, porque pensava que dessa vez não seria impossível.
Desabo exausta e com a certeza de que essa foi a última vez que me propus a lutar...
Pura ilusão!
Eu não sei dizer quantas vidas tirei, nem quantas perdi nesse jogo, muito menos quantas me restam.
Talvez a vitória seja a chance de me descobrir resistente.
Talvez a cada derrota eu me torne mais resiliente.
Talvez vencer, seja saber me levantar e tentar novamente.
Talvez eu esteja cansada, e tudo o que eu deseje seja alguém com o coração abastado, um abraço apertado e disposto a me conduzir para um novo mundo encantado.
Laís Penteado
No fim das contas o que dizem de nós
não tem a menor importância...
Importante mesmo é estarmos em paz conosco
e cientes de que não praticamos, deliberadamente,
nada que venha contribuir para o mal das pessoas
e do Universo.
Sempre haverá julgamentos e críticas maldosas
tecidas sob a ótica de pessoas
que não nos conhecem a fundo, razão pela qual,
não devem ser levadas em consideração.
Cika Parolin
"Problemas"
Dormir pouco, acordar cedo!
Trabalhar, estudar, pagar contas sem dinheiro!
Transitar com pressa o dia inteiro!
As pessoas ao meu redor, já não as vejo!
Que desespero!
As horas passam muito ligeiro!
Estamos presos, tipo passarinho no poleiro!
O sistema alienou até o cara matreiro!
Gravatas roubam chinelos de dedo!
Homens choram e brigam por dinheiro!
Mas ignoram quem come num lixeiro!
Alguns roubam até o lixo agindo sorrateiro!
Irmãos já não têm apego!
Os pais já não sentem bater o peito!
Famílias se desfazem por não dobrar joelho!
Sem tempo, não têm tempo pro Cordeiro!
"- Amar ao próximo como a ti mesmo?
As vezes acho que me odeio!"
Mas se liga parceiro!
Teu problema não ocupa o lugar primeiro!
Então rezar é o recurso derradeiro!
Manter a Fé Naquele que se deu por inteiro!
Cristo Jesus aguentou muito mais peso!
Teu principal problema já foi curado no madeiro!
Se Preocupo Apenas Comigo, Não Ligo Pra Sua Opinião,Afinal De Contas A Vida E Loka E Eu To De Passagem No Mundão.
A vida é para ser vivida. Saiba tirar proveito dela: estenda a mão e dê sorrisos. Afinal de contas, não é dando que se recebe?
Traído e traidor
Afinal de contas, pensava ele, aquele coração, tão volúvel e estouvado, não devia ser meu; a traição mais tarde seria mais funesta. Machado de Assis.
A busca das emoções traz consigo algumas armadilhas traiçoeiras. Um dia conhecemos um príncipe encantado. Charmoso. Bonito e pleno de uma verborragia capaz de ludibriar o mais treinado dos corações. Entregues à solidão - que como um corvo sorrateiro nos espreita. Acabamos envoltos numa cama solitária ou nos deitamos com o ardiloso inimigo.
Embebidos nas névoas de um enlace. Cintilamos sorrisos e alegrias que imaginamos reais. Fotografamos os momentos e revivemos as emoções dos pequenos prazeres. Revisitando os retratos na estante, no celular e no computador. A felicidade precisa de um estandarte pomposo e de uma casa arrumada. Uma visita que é desejada ansiosamente em todos os momentos da vida.
No entanto esse sabor magnífico não pertence à eternidade. Repentinamente o céu azul toma contorno de tempestade. Revisamos as palavras românticas convertidas em ironias e ofensas inimagináveis. Somos dilacerados pela nossa confiança refutada. A plenitude de amor e esperança é espicaçada por um abismo que engole as almas sem socorro.
Digladiados pela realidade é hora de desmistificar os sonhos conjuntos. As paredes de mentira esmagam as meias verdades. A lucidez adentra a garganta e o sussurro do afeto cede aos gritos da dor. Uma alucinação pérfida que converte o mais tranquilo dos animais numa fera voraz. A identidade de quem oferta sinceridade resta transmutada numa tolice digna de nota.
Equivocados pelo algoz as pessoas passam administrar as culpas. Agregam na memória turva as imposições mesquinhas. Uma conversa ao celular se torna uma traição irremediável. A discussão se perfaz para acobertar os desmandos daquele que engana sobre o frágil enganado. Horas de debate infértil sobre responsabilidades inexistentes e quando exauridas as hipóteses falaciosas o traidor pede desculpas convincentes.
O coração e a alma ficam habilitados na ocultação de amores e ódios. A vida não permite asilo dos fantasmas particulares. A amargura surge nos olhos. O temor brota nas atitudes. A vergonha burila os comportamentos. Os danos da traição se alastram no sangue, na fé e nos sonhos – agora convertidos em pesadelos. Cicatrizem que mitigam a fé não se pagam no correr dos tempos. Ficam incrustadas como prova de aprendizado.
A herança da perfídia assola a confiança e agride o espelho. A imagem real não corresponde ao reflexo. Condenado pelos olhos e submisso aos pensamentos. O corpo agoniza a dor infeliz que precisa manter a serenidade. Tudo nos olhos é vago e oco é como uma flor murta que aguarda o sol do estio, mas a impossibilidade da fé recai nas pétalas emocionais como uma tempestade de granizo.
A aura da felicidade é dispersada. Há um desconforto nas veias onde o sangue fervilha entre as memórias. As imagens passam diante do espelho e dos olhos. A elegância comentada entre os amigos. A gentileza destinada aos familiares. O carinho construído para as fotos e eventos sociais não passava de um engodo. No intuito de amealhar novas vítimas e oportunidades de um prestígio que nunca seria alcançado.
Na última manhã ainda privada da lucidez houve a preparação do café. A angústia das perguntas sem respostas. O silêncio que revelava um abismo de mentiras. Quem poderia imaginar o desfecho cruel daquela cena. Onde o agressor quer ser a vítima e sacrifica a história do outro para o seu deleite e para compensar os seus fracassos. Como Lúcifer que condenava os demais anjos para conquistar sozinho o paraíso...
O desejo primitivo de manter e propugnar a mentira culmina pelo transbordamento das histórias veladas. Das construções absurdas que levam uma pessoa honesta e digna a ser pintada como um demônio. Numa ideia de autoflagelação a vítima pensa que é o algoz numa confusão de informações sem lucidez. Todas as vantagens recaem nos dedos do traidor que humilha, ameaça e agride covardemente o traído.
Distante dos livros não há beleza em sentir solidão. Não há poesia no abandono. E tampouco prazer nesse aprendizado. Perder a confiança nas pessoas acolhidas com afeto é doloroso – há um confronto das convicções e da inteligência. Perceber os contorcionismos das verdades programadas meticulosamente elaboradas para promover um bem estar passageiro que derruba dos sonhos num pesadelo de lucidez sem escalas...
Nas sábias falas de Nelson Rodrigues: “Só o inimigo não trai nunca”. Contudo o caráter da alma do traído não está preparado para essa armadilha mortal. Esquecer a fisionomia, apagar as feições das promessas de eternidade. Revirar as sobras das emoções notando paulatinamente que as fantasias não passavam de ardis naquela figura ordinária. A descoberta se propala nos dias. Nos papéis esquecidos e nas revelações tardias.
A hesitação passa a ocupar os espaços. Todas as emoções precisam ser exauridas, pois é desconfortável e impossível manter a vida naquilo que está impregnado de morte. O patrimônio dilapidado não retorna. A atmosfera dos pensamentos é cada vez mais rarefeita. A vítima resta sufocada em seus temores presentes, passados e futuros. O algoz por sua vez transita livre e faz da desolação do traído a sua diversão permanente.
Se eu tiver que prestar contas
Que seja pra Deus
Se tiver que errar
Que seja na loteria
Se for pra acertar
Também
Se tiver que sentir saudade
Que seja da infância
Se tiver que ser difícil
Que sejam palavras cruzadas
das coisas que não entendo
Me basta o extrato bancário
Aliás
Se for pra me cobrar
Que seja o cartorário
Pois
Se eu tiver que pular
Que seja amarelinha
e se for pra rir
Que seja de mim mesmo
e se for pra me bater
Que seja a minha mãe
que teve anos de prática
e batia com muito amor
Mesmo quando doía
Aliás
Se é pra doer
Que seja na barriga
de tanto rir
Se for pra ter briga
Que seja na TV
Se for pra não me entender
Que sejam meus poemas
Se tiver que haver problemas
Que seja na linha telefônica
No dia em que o cartorário
Me telefonar cobrando
Se for pra eu não entender
Que seja o gato aqui de casa
E se for pra cortar
Que sejam as unhas
Se for pra me tirar água dos olhos
Que seja uma maçã bem verde
Pois
Se for pra exigir
Que sejam meus filhos
E se for pra fazer sacrifícios
Que seja no almoço de domingo
na casa da minha mãe
Numa mesa bem cheia de gente
Ela sempre põe um pouco mais
de comida no meu prato
e sempre foi muito exigente
Se eu tiver que voltar atrás
Que seja pra buscar a carteira
Que vivo esquecendo em casa
Se eu tiver que jogar
Que seja bolinha de gude
Se eu tiver uma atitude
Que seja uma vez só
Pois, se tiver que ser um saco
Que seja de batata frita
Mas
Se for pra morrer
Que seja de rir
E nesse momento de alegria
Que alguém tire um retrato
E, se eu tiver que dizer adeus
Que seja pra tristeza
Edson Ricardo Paiva
Muitos pensam que o coração é ferido pelas marcas de palavras, mas afinal de contas o que é ferido, é a própria consciência de seus cérebros e pensamentos frustrados
A medida que odiamos alguma pessoa, dormimos com a mesma e no final das contas o mais prejudicado é quem tem tanto esse ódio, o Eu se destrói aos poucos assim como alma e o corpo adoece lentamente.
No final das contas ninguém tem nada a resolver com ninguém,é tudo entre a pessoa e Deus.A decisão final ñ é sua,é do criador
Todo fracassado lhe dirá palavras de fracasso, afinal de contas, o fracasso é a maior experiência que ele tem.