Colher
Enquanto há vida, há tempo! Tempo de lutar, de plantar e de colher, tempo de se livrar do que não faz mais sentido e tempo de se aproximar daquilo que realmente foi influência para uma mudança positiva... Enquanto há vida, há tempo de viver!
Plantar a semente, colher os frutos e apreciar a beleza das flores... Se ainda não plantou comece agora e colha amanhã...
Tento colher sementes
na flor que inda não brotou.
Talvez eu seja impaciente,
ou talvez meu adubo
não seja o melhor.
Mas, numa caminhada, pra colher bons frutos adiante, é necessário perder podres sementes no percurso.
É chegada a hora de colher aquele fruto antes que apodreça. É hora de terminar um livro cem vezes começado, uma conversa mil vezes inacabada. Milhões de atos inexplicados.
Do livro DE ADEUS E BORBOLETAS (1985)
...Em vão colher o tempo na semeadura:
sou chão de lavas não de florescer.
Inútil a primavera no teu rosto
inútil o gesto de reter as borboletas.
As coisas só me chegam com gosto de adeus."
Toda noite tem a sua estrela, todo dia tem a sua nuvem, todo doce tem sua colher de açúcar, todo amargo tem seu limão, todo salgado tem sua pitada de sal, todo mendigo tem seu papelão, todo rico tem seu conversível ... e eu tenho nada, e só terei quando tu se apresentar a mim, minha futura mulher.
"Tudo que é capaz um grande amor, morrer ressussitar depois, colher paroaras e seus espinhos. Andar como um peixe na maré dando braçadas de viés, cheio de amor o seu convés! Só pro meu amor olhar pra mim, me atirei balas de festim, tomei diazepan com gim"
PRECISAMOS É SEMEAR E COLHER
O PERPÉTUO JARDIM DA LIBERDADE
Que assome e refulja,
De novo e para sempre,
Sobre o nosso lúgubre
Firmamento deverasmente flagelado e doente,
O sol que nos recobre
A ametística lucidez perene:
Esta, confinada no calabouço
Da também presidiária mente,
Fica sofrendo inócua e impotente.
Ah, mas sequiosamente espero
Que ele consiga suplantar e aniquilar
As onipotentes, as gigantescas
Muralhas soníferas que o hibernam na caverna
Da moleza, do dissabor, da misantropia
Para poder trazer consigo
A preciosa chave da salvadora e onisciente epifania:
A consciência de que somos a metamorfose contínua,
A fluência e a ígnea força coletiva,
A fonte e o magno centro
Da gravitacional energia pensativa!
Retesemos a idoneidade
De dizermos não á sujeição:
Tornemo-la incoercível!
Façamos a Revolução
Contra a capital sedução:
Sejamos do anel da vontade
Dignos!
Deponhamos as Metrópoles
Do sólio da tirania,
Depois, arruinemos a própria tirania
E os destruamos com o Cetro
Da Augusta, Indômita e Lídima Ventania!
Ostentemos o valor e o imensurável estadão
Da sofrida maioria:
Sejamos o Popular Poder Indestrutível!
Erijamos infinitas cordilheiras da inexorável honestidade
E de vácuo do ego insuflado
Que funcionem como a Andrômeda dos Exílios:
Remetamos para lá
A Asquerosa Banda Podre dos Políticos!
Não feneçamos mais no mental pelourinho eterno dos cativos:
Tomemos, Componhamos, Orquestremos, Rejamos
A Música que, Imperiosa, controla
As rédeas do nosso Pégaso-Destino.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
E ao abrires a tua janela para mundo
A colher amor de qualquer flor perdida
Vai escutar a musica que vem do oceano
Que será sempre, sinfonia inacabada de nós dois
