Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠A morte

"A morte encerra uma vida, não um relacionamento."
Esta frase não é minha, por isso as aspas... não sei o autor e o Google não me ajudou...

Muitas coisas o tempo pode curar, muitas pode até apagar. O tempo deixa tudo tão distante... e é tão fácil pra ele.... deixar as coisas pra trás.

O tempo não carrega nada consigo, e leva tudo embora... numa hora, em outra hora e em outra hora... vai levando, nada deixando ficar, tudo transformando, tudo mudando, trocando de lugar.

Ah! o tempo é um ingrato... fica com tudo.

Mas, você, sorria! O tempo não pode levar nada de você, desde que você esteja morto. Você está certo disso?

É, a morte encerra uma vida, não um relacionamento... e disso, você está certo?

⁠Li a frase de Moihei Ueshiba - auteur du livre Budo, le fondateur de l'aïkido - e fiquei pensando o que significa exatamente vencer a si mesmo... não cheguei à conclusão nenhuma.

Então decidi começar do começo. Fui buscar definição de 'vencer'.

De acordo com o dicionário da ABL, vencer significa sair vitorioso da luta, da guerra, da concorrência, da disputa ou do jogo; ser mais forte que, superar; transpor...; conforme o http://es.wiktionary.org/wiki/vencer significa Superar a un rival en una contienda; Sinónimos: derrotar, prevalecer; Más generalmente, sobreponerse a un obstáculo o dificultad que impide la realización de una tarefa; Dicho de una fuerza psíquica, como una emoción o la voluntad, superar la oposición que otras le ofrecen; Figuradamente, superar en algún rasgo o aspecto a otro; Desviar una cosa de la posición o forma que debería tener para cumplir su función....tá bom, continuo na dúvida, ou melhor, entendendo nada do que é vencer a si mesmo (http://es.wiktionary.org/wiki/vencer).

Fui pra etimologia da palavra. Veja o que encontrei: " origem da palavra vencer, emerge do latim “Vincere, derrotar” (http://quemtemmedodademocracia.com/2011/11/03/nao-quero-vencer-quero-perder/); o verbo “vencer” encontra a sua raiz etimológica no latim “vincere” e é-nos traduzido pelos sinónimos que ainda hoje se lhe conhecem: “vencer”, “ser vencedor” , “ganhar”, “triunfar” (https://eueasminhascircunstancias.wordpress.com/category/etimologia/).

Não mudou muito meu entendimento de vencer a si mesmo :(

Em todo o caso, vamos lá. Vamos pegar a primeira definição da ABL: vencer significa sair vitorioso da luta, da guerra, da concorrência, da disputa ou do jogo... sair vitorioso. Quando realmente você pode dizer que não saiu vitorioso depois de um dia de vida - com suas mazelas... (tudo bem, tudo bem... há alegrias, mas isso não me interessa agora).

Meu, se você viveu ou meramente sobreviveu a mais um dia, você já é um vencedor (lembre-se de quantos sucumbiram e encontraram a morte, e você tá aí vivinho, vivinho). E, bom, aí se encaixa o resto da definição da ABL: ser mais forte que, superar; transpor... e a do site da Wiki...

Se você está lendo este texto é porque não morreu (então foi mais forte que a morte); superou as dificuldades de mais um dia; transpôs... passou além dos dias que já viveu. Parabéns! Você é invencível...

Cara, ninguém é invencível, sinto muito.... Todos nós, em algum momento, em algumas circunstâncias, somos derrotados. E daí!? Vai morrer por isso e deixar de ser invencível? Não, né!! Vai continuar vencendo o que é possível e deixando para os deuses, os heróis... sei lá... o impossível.
Mas eu entendi o que Ueshiba quis dizer... e sei que você também, e sei que você entendeu muito bem o que eu escrevi... pois você se conhece muito bem pra perder seu tempo querendo ser invencível... Nós dois temos razão - Morihei Ueshiba e eu, of course!!

⁠Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber.” (Atos 20:35).

Bem-aventurado, feliz, isento de desgosto, felicidade completa... todo mundo almeja isso para si. E muitos têm... não o tempo todo, mas têm.
Mas também, todo mundo tem problemas... financeiros, emocionais, psicológicos, físicos... nada nem ninguém é completamente isento de desgosto, há contrariedades, aborrecimentos mil por aí. Concorda comigo?

Às vezes estamos em um redemoinho de aflições... de qualquer tipo. Olhamos as pessoas ao nosso redor e todas parecem tão felizes. Por que só comigo? Por que só eu sou sofredor? Ah! um momento de paz, acordar de manhã e o coração não apertar com a lembrança de coisas ruins...

Ninguém gosta disso. Nós queremos ser bem-aventurados...
E às vezes somos. E quando somos nos esquecemos dos não tão bem-aventurados... seguimos, leves, livres e soltos pelo nosso dia, pela nossa vida maravilhosa. Não é bom isso? Claro que é!! Sei que você vai concordar comigo.

E o brother aí do lado... ou a sister... com seu quinhão de aborrecimentos.

Vamos lá!!! Vamos fazer uma forcinha pra dar o que o camarada precisa... dinheiro? conselho? um ombro amigo? um sorriso? uma palavra de esperança? sei lá...

Entendeu agora por que é muito melhor dar do que receber? No mínimo, no mínimo.... se você está em condições de dar é porque não está precisando receber.... e isso é bom demais da conta... ah! se é :)

⁠Tristeza

Num dia qualquer de tristeza
só tive os pensamentos mais deprimidos,
só ouvi as canções mais macambúzias
meus olhos estavam abatidos...
Segui o dia cheia de melancolia...
Nada de volta trazia minha alegria...
e eu só fiquei mais triste, com muita dor e consternação.
Quase parou de bater meu coração.
...
Um momento de felicidade! Agora!
Minh’alma não mais chora.
A dor sumiu, foi-se embora.
Nossa... como é estranho!
Eu estava tão acostumada com a tristeza
que fiquei triste porque ela foi embora.
.
.. queria de volta minh’alma que chora.
Vai entender, vai...

Não vejo problemas com os nãos.
Planejo, sonho, faço tudo o que posso
e o que não posso, às vezes... também
Se no fim é não e não sim,
deito e durmo. Acordo e digo amém.

Agora, os talvez me matam.
Quando eles surgem, o coração bate apressado,
eu me esforço pra achar que já é um não,
tento fugir pra qualquer lado,
mas... está lá um talvez só me dizendo: você pode estar enganado.

E eles me perseguem, não me deixam em paz,
chegam e se instalam...andam comigo, lado a lado.
E quando eu paro... ficam parados.

Não é a fé que move montanhas,
há coisas que são talvez, talvez e talvez,
talvez não possam ser mudadas,
são como são... nem sim, nem não.

⁠Sonhos

Degraus.
Suba-os de um em um.
Não é bom pular um
e subir de dois em dois.
Apesar do cansaço, apesar da pressa...
Não se apresse.
Um dia de cada vez é o bastante.
Não queira viver o futuro antes de ele chegar.
Lá fora, desertos ocres,
ventos fortes
sol que não brilha
tarde chuvosa.
Ofereço-te uma rosa.
Desejo-te raios de fulgor.
Música suave.
E um grande e terno amor.
Que te povoem sonhos.

⁠Indefinição

Neves lá longe... perpétuas.
Sobre os pés estrada negra.
Curvas que se sucedem.
O vento é forte e gélido
Os homens nem sabem o que perseguem.
A lua brilha no céu
As estrelas mansamente bruxuleiam.
Céu sem nuvens.
Estrelinhas faceiras por ele passeiam.
Cheio de música o mar.
As ondas na praia a se esparramar.
O mar ondula.
Eu, armada de medo, mas aprendi sim o mundo enfrentar.

⁠Equilíbrio

O que é a caminhada
quando se acredita que o fim vai dar em nada?
O que são os obstáculos
se pra nada vai servir o esforço que faço?
Na linha do tempo
não dá pra firmar os passos...
Me equilibro...
De nada serve o esforço que faço.
As curvas da vida estão me deixando tonta.
Tento como uma louca alinhar tudo o que a vida comigo apronta.

⁠Cheia de medos...
Cheia de medos...
Sigo?
Vazia de todo o resto...
será que consigo?
Pode o medo me atrapalhar?
Pode o medo meus olhos vendar?
Pode o medo me paralisar?
Pode o medo me sufocar...
e de medo me matar?
Decidiste partir.
Eu quis te seguir.
Me impediste - "Não, comigo tu não podes ir".
"Sem mim, a partir de agora, pelo teu caminho deves seguir."
Sem ti não vou conseguir!
"Ah! Sim.... consegues sim..."
Disseste pra mim.
"O caminho é seguro.
Não tenhas medo do escuro.
Alguém vais encontrar...
bem aí na frente... no teu futuro."
Tristemente sorri.
Não era do meu caminho o medo...
Não era de mim que eu estava falando...
Meu medo: é tu... sem mim pelo mundo andando.

⁠Finjo

Enquanto isso eu finjo que vou... faço de conta que nada mudou... não preciso mais fingir sorrisos... estão eles escondidos.
Mundo perdido?
Há uma guerra se travando por aí... há tanto ódio sendo destilado... em inseguranças estamos banhados.
Guerra externa: indivíduos contra indivíduos que nem se conhecem... sim, sabem que existem... pelas redes sociais. Poderosa essa rede: enredou-nos. Por mais que tentemos nos desenredar, ela está bem aí a nos abocanhar. Já tentei dessas cordas me desvencilhar, mas - tenho certeza de que você também já tentou se deletar desse mundo invisível, cansada de tela do computador... onde se vê tanta gente sempre, mas incapaz de ver a dor... até porque quando em frente à tela, somos todos amor.
Guerra interna: coração no peito apertado... desolado. Vamos exatamente pra que lado? Sensação de ondas do mar de um lado pra outro a nos jogar. Viemos à tona... pra logo em seguida afundar... mal dá tempo pra um respirar.
E assim vamos seguindo. Fingindo.
Uma hora tem que acabar. Uma hora o vendaval vai se acalmar. Uma hora vamos recomeçar: num caminho de flores, num mundo só de amores, numa vida cheia de cores.
Por enquanto é cinza... muitos tons de cinza.
Acalma teu coração enquanto espera... espera enquanto finge... finge enquanto espera... e finge que não finge.
Ah! e lembra: nunca ninguém disse que seria fácil... só que, sem Deus,
certamente é bem mais difícil.
"Why are you so paranoid?
Don't be so paranoid
Don't be so
Baby don't worry bout it
Hey there don't even think about it
You worry bout the wrong things
The wrong things [...]" (Paranoid (feat. Mr. Hudson)
Kanye West)
Rosangela Calza

⁠Amor meu

Amor meu, por que te foste?
Deixaste baralhada minha mente,
O céu mortiço faz de conta que nada vê.
Partiste e me deixaste a sofrer.
Vivo no mais grande tormento.
Meu coração um eterno lamento.
O choro meu interminável companheiro.
Volta, volta pra mim... e volta ligeiro.
Na noite mergulhada em trevas...
Não mais alegria meu coração sente.
Olvidaste o que me prometeste?
Dizias sempre que me amar irias eternamente

⁠Amores...

Um dia me fizeste uma jua: irias me amar por todo o sempre...
Hoje aqui amargurada fico a pensar neste amor que não deu em nada.
Onde estás recordas-te de mim?
Onde vives, pensas um pouquinho em mim?
Por que não voltas pra mim?
O desejo por ti me tortura...
Torna minha vida tão escura.
Faltam-me teus beijos, teus abraços
Era tão bom deitar-me em teu regaço.
Estou aqui, meu amor...
Se voltares, vais encontrar o mesmo amor de sempre... aquele que jurei amar-te eternamente.

⁠Juras de amor

Construímos castelos de areia.
Veio a onda do mar e derrubou...
Era tão fraco nosso sentimento
um pelo outro
um leve vento tudo bagunçou.
Nosso amor bateu de frente com cheiro de madressilvas...
Para o feitiço não houve outro jeito...
Nosso amor mostrou-se completamente imperfeito.
E agora?
Agora, minha alma chora.
Acabou de ti por mim o encantamento...
Meu coração é só queixas, só lamúrias... vive um triste desânimo, num eterno abatimento.

⁠Meu coração bate por ti

Meu coração bate por ti.
Sente ele uma dor...
Por que te foste daqui, meu amor?
Meu coração espera por ti.
De pensar em ti ele nunca se cansa...
Continua a bater na esperança de aqui te rever.
Meu coração só ama a ti.
Nem sei por que ele ainda te ama.
Quando partiste, deveria ter se apagado a chama...
Mas meu coração é teimoso...
Já me avisou: se um dia eu deixar de amar meu amor, será exclusivamente porque morri.

⁠Minha sina

Sôfrega de esperança
Enfrento o mundo.
Anoitece. Faço minha prece.
Às vezes tenho a impressão de que, às vezes, Deus de mim se esquece.
O frio gela meus ossos.
O desespero parece tomar conta de tudo em mim.
Sono picado...
Acordo tão cansada.
Desespero: tenho de continuar.
Abro a cortina.
Vejo o sol pela janela entrar.
Ávida de esperança, me armo.
Continuar a continuar... eis minha sina.

⁠Solitário e enganado

Meu dia enganado e solitário chega ao fim.
A noite com seus acordes negros enche o ar.... de um ar pesado.
Sobre meus ombros peso dos dias passados.
A claridade vermelhada no horizonte tinge-se de mil tons de cinza até no mais escuro breu se transformar.
A minha dor a me alucinar.
Humanos destinos...
que desatinos.
A intranquilidade da escuridão
assombrando com suas assustadoras sombras movediças.
noites de trevas e insônias...
um passo adiante e tudo se quebrará
sem sintonia, toda fantasia se esfumará.
Uma concha de indiferença sobre minhas emoções se formou... levou minha paz.
Tudo é sombrio.
Peito em luto...
Já não luto mais.

⁠Fragmentos

Ofuscados e solitários
São os meus dias
Elucubro aqui
em como acabar com tão triste nostalgia.
Essa triste vida de alegoria.
Tudo não passou de fantasia?
Fantasia da minha cabeça louca?
Meus pensamentos… cacos, estilhaços... fragmentos.
Há pedaços de mim
espalhados por todo lugar.
Não sei quando essa aflição vai acabar.
Esse mar revolto
Esse dia em acinzentadas nuvens envolto.
Que tristeza mais triste no meu caminhar.
Não quero deixar o caos conta tomar.
Volta! Volta pros meus estilhaços se colarem no seu devido lugar.

⁠Gata Borralheira

Não há sons.
Sumiram todos os tons.
As noites carregadas de azuis deleites não mais são.
As noites de luas cheias vazias estão.
Noites escuras de breu absoluto
Tudo submerso em densa névoa.
Tudo um imenso deserto.
Não há mais prosa, nem versos.
Tudo está ao inverso.
As batidas do coração aceleram,
a cabeça anda às voltas.
Um mundo fictício.
Nessa corda bamba – um suplício.
Cena de cenários desfeitos...
Nada faz efeito.
Neon.
Intempestiva vida.
Sonhou cinderela.
Acordou gata borralheira...
E como gata do borralho viverá a vida inteira.
À porta de entrada da casa um par de sapatos largados...
Eternamente na mente projetados.
Projeto que deu errado.

⁠Pra sempre

Tua ternura me abrandou
Levou pra longe minha natureza tosca, selvagem
Transformou minha rudeza indomável numa doçura suave e bela…
Teu perfume me perfumou.
Hoje só me quero em teus braços.
Segurar entre as minhas as tuas mãos.
Beijar tua boca... num beijo doce e saboroso.
Feito do teu sabor é o nosso amor.
Quero te amar e ser amada por ti.
Sinto tua presença, em meu delírio ardente.
... Nós dois fomos feitos pra ser pra sempre

⁠Demente

Diante do mar
a repousar…
as ondas no seu vai e vem… vaivém…
gaivotas pelo ar a voar…
Gosto de lugares tranquilos
Onde posso o tempo devagar passar.
Fujo do mar de pessoas.
Gosto de ficar à toa…
No silêncio e na solidão
Escuto a voz que de mim ressoa…
Gosto de me esvaziar.
Deixar leve meu coração.
Limpo a mente… Demente.
A ordem surge do meio do caos.
Em cada curva da estrada
caem por terra pensamentos de guerra.