Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Penso em ti

Penso em ti.
Não entendo por que te perdi.
Quero te reencontrar
O fruto de nosso amor te mostrar.
Quero te contar de cada instante que vivi.
Quero te mostrar o mundo que vivo.
Um mundo novo... completamente transformado pela tua passagem por aqui.
Quero que conheças o Ser do nosso tanto nos querer... do nosso tanto nos amar...

⁠Inércia

Solitários...
No porta-retratos.
Sorrisos perenes
eternizando a alegria de um momento
cheios de sonhos.
Na sala corre um risco de vida.
Tão sofrida.
Há tempos não vê alegria
Só... ele só queria reviver o passado...
Poderia ser por um único dia.
Quem seu passado roubou?
Na vida presente amor ausente.
Quem assim determinou?
Não era o prometido...
Foi enganado... iludido.

⁠Quanto nos amamos

Fim de tarde.
O sol declina no horizonte.
O ar de perfume de maresia saturado.
Tu... do meu lado.
O sol repousa seus últimos raios
sobre o mar de areia...
as ondas quebram na praia.
Nossas mãos entrelaçadas.
Teus olhos semicerrados.
Somos dois eternos apaixonados.
Relembramos quantos verões juntos passamos.
O sol numa fenda do horizonte enfim se escondeu...
Parece que faz séculos que tu és meu.

⁠Em frente... enfrente

Sucedem-se dias de promessa.
Sonhos renovam-se
Esperanças de criança...
Envoltas em brisas mansas.
Segue em frente
Não desista.
Persiste em rocha.
Motive-se em luta.
Acenda mais uma vez a tocha.
Não perambule como morto
Na estrada da desesperança.
Coragem e fé.
Otimismo sempre...
Em frente... em frente.

⁠Estações

No tiquetaquear deste frio inverno
dormitam as sementes de uma canção.
Bate tranquilamente meu coração.
Está ele acostumado ao passar das estações.
Logo tudo mudará
A terra deste frio indomável se esquecerá.
De flores a terra se encherá
Melodiosa e perfumada a minha vida de novo será.
Primavera com suas folhas verdes...
Todas quase no mesmo tom...
Ânsias tardias se descongelam
Auroras perfumadas...
... aquecem-se os corações.

⁠Gente em turbilhão

As luzes adormecem.
Finda a noite…
Mas as sombras permanecem.
Comecei a ter medo nesse dia.
Uma noite que jamais se fazia dia.
Por que o sol não mais aquecia?
Ninguém me falou que a dor não diminuiria.
Trevas, solidão.
Gente em turbilhão.
Só… meu coração.

Versos

Versos musicados sem partitura.
Poetizo-me.
Há uma dor em nós e ninguém fala dela.
Olhamos pela janela.
Miramos o horizonte.
Nos esforçamos para ir adiante.
Um desfiladeiro nos acompanha.
Cuidadosamente damos nossas passadas.
Não paramos por nada.
Ninguém nos falou que da vida se apanha.
Ninguém falou que o tempo arranha.
… e deixa marcas.

⁠Longínquo tempo

Longínquo tempo.
A neve cobria a estrada.
Meus passos ficavam marcados.
Eu andava apressado.
Corria e ria…
Não sentia o frio que cortava meu rosto e mãos descobertos…
Não importava se era o frio da neve ou o calor do deserto.
Tinha você por perto.
Hoje estou só.
Não chove, nem venta.
Não neva também.
As ondas espreguiçam-se languidamente pela areia…
Uma vela lá longe tremuleia…
Ando.
Vagarosamente.
Não deixo marcas na areia.
A água do mar se encarrega de tudo apagar.
Não quero mais marcas.
Comecei a ter medo.
Já não sorrio… não rio mais.
Minha alegria ficou perdida há tanto tempo…
Minha alegria está tão lá atrás.
Há um tempo iniciei a saga de esconder…
E assim, confesso, tenho conseguido sobreviver.

⁠Choveu o dia todo

Choveu o dia todo.
Agora chove ainda.
Espessas nuvens cobrem o céu.
O vento se transformou em tempestade.
A chuva bate forte na minha janela.
Meu corpo treme.
É frio?
É medo?
É tristeza?
É saudades?
Tudo isso é dor…
É falta do teu amor.

⁠Se o sol não brilhar

Dias assim...
Há dias que são noite o dia inteiro.
O Sol não aparece,
o calor não aquece,
nenhuma palavra conforta...
só uma dor que o coração corta.
Há dias assim...
A chuva não para,
o frio não vai embora,
a felicidade não existe,
o mundo todo é tão triste...
Você, então, quase desiste.
Há dias bem assim...
Mas, mesmo esses dias chegam ao fim...
Da saída você encontra a porta...
O dia passou...
pra trás o passado ficou,
e isso é que no fim importa.

⁠Minha prece

Os morros lá longe
na escuridão da noite que desce…
desaparecem.
Tudo, há pouco, era tão verdinho.
Aos poucos, tudo em cinza se transforma.
Tudo parece mudar sua forma.
Chuva fininha que do céu desce.
Anoitece.
Tudo umedece.
Pelo mundo todo faço minha prece.
Um novo dia – muita paz, saúde e alegria.
Um futuro sem medos.
Vidas sem desassossego.
Um mundo que não mais adoece.
Faço, por todos, minha prece.

Sempre contra a corrente
usando o vento a favor...
cada momento é diferente
a ferramenta sempre a mesma

quando quer...aonde quer que for...
Me afogando num mar sem águas..
do lado avesso
a imagem do que não sou
na contramão...
- como Michelangelo -
vendo as coisas que os outros não veem
remando contra a maré ... vermelha
sem rumo, nem prumo
em passos certos...

outros incertos.

Até que de repente...
um giorno de felicità
não havia nada contra,
nada do avesso,
era a mão certa
apenas não havia me dado conta
de que desde o começo estava certa...

⁠A noite engole o dia

Cai uma chuva fininha.
O dia vira noitinha.
Tudo lá fora vagarosamente escurece.
O dia entre sombras desaparece.

O verde da relva seca umedece.
Torna-se cinza na cortina da noite que pouco a pouco desce.
Passa o tempo escuro.
No passado a noite fica.
Chega a luz – novo futuro.

⁠O abraço que tanto quero

Falta que faz o abraço
Acho que sei o que quer saber.
Sei também de tantas coisas que ainda irão acontecer...
E não tenho nenhuma ideia do que o futuro irá trazer.

Ouço lá fora pedidos de socorro.
Aperto meus ouvidos...
Quero ser zero sentidos.
Quero não me dar conta
Que o mundo sofre demais da conta.
Quero não ver a tristeza dos teus olhos.
Quero não conhecer os abismos.
Quero fugir dos sismos.

Quero a segurança da estrada florida...
Das árvores ladeando...
Do perfume da vida.

Chega de manhãs desalinhadas...
De dias que parecem que não vão dar em nada.
Chega de chuva demais.
Chega de falta de chuva que seca os cafezais.

Quero tomar meu café.
Quero de novo o teu cafuné...
Teu abraço... sem medo... cheio de fé.
Quando ao normal vamos voltar?

Quando de novo o abraço vai ser a coisa mais fácil de se encontrar?

⁠Borboletas

Borboletas num sobrevoo…
Sobre as flores.
Desamores.
Desapegos.
Dias sem medo.
Solidão.
Dor no coração.
Um vento brando sopra…
A melancolia toma conta…
Tudo mudo no fim das contas.

⁠Sem rumo

Ando sem rumo.
Milhares pelas estradas.
A vida desses corações é pura solidão.
Ninguém pra estender a mão.
Um pesadelo.
Travo uma luta interna diariamente: sigo em frente?
Na clássica maneira de sonhar com dias melhores… sigo.
Engano-me?
Quem me poderá dizer?
Nem sei se haverá novo amanhecer.

⁠Angústia da solidão

Travo como um rio a aungústia da solidão.
Luto eternamente com o desapego.
Jogo-me no ar.
Sinto-o vibrar.
Venci o medo…
Da dor dos pés que correm descalços…
dos percalços…
Na falsidade me alço.
Disfarço bem… muito bem.

⁠Muros


Muros… quero construí-los.
Densas nuvens – para tudo ao meu redor escurecer… e tudo esconder.
Quero bloquear tudo o que vem de fora.
Aqui dentro minha alma chora.
Uma ilha me acena.
Quero sair de cena.
Até a eternidade dormir.
Ah! Tudo isso me faria tanto sorrir.

Sentimento contido

⁠Meu coração bate descompassado.
De novo estás do meu lado.
O sol que brilha no céu.
Dos meus olhos foi tirado o véu.
Sussurro o sentimento contido na essência.
As sombras… restos de pura inocência.
Poetizo-me.
É o amor.
Completa está toda a minha carência.

⁠Estou tão aqui

Estou aqui.
Sempre estou aqui.
Minha estrada é completamente visível a qualquer um.
Meus passos são tão previsíveis.
Não sou do tipo que vai jogando migalhas pra ser encontrada.
Estou na estrada… aberta a encontros.
Sinalizo quando vou virar uma esquina.
Não me escondo atrás de paredes invisíveis…
Nem mesmo atrás de muros de tijolos.
Sou tão previsível.
Fácil de encontrar.
Como a luz do dia sou visível.
Quase tocável.
Sou também extremamente reconhecível.
Nada de máscaras.
Nada de meia-palavras.
Estou sempre aqui.
E nunca pra brincadeira.
Estou para valer…
… e sempre inteira.