Coleção pessoal de Moapoesias

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Em suaves devaneios autorais
transformei meu sujeito em composto
misturei consoantes e vogais
só para descrever a beleza do teu rosto.

Coroada.

Tenho em mim cada gosto
Que quiçá, provarei nos lábios teus
A meiguice dócil do teu rosto
Trazendo saudade antes do adeus.

Desejarei poetar teus olhos brilhantes,
As covinhas das tuas bochechas ocas,
Descrever tua beleza cintilante,
Preso no fascínio da tua boca.

Numa poesia meio mágica e inconsequente,
Tirarei dos versos a rima reprimida
Colocarei no mesmo verso inocente
Em ordem invertida, eu, você e a vida.

Bálsamo
O mar, mistério a explorar,
Acaricia ondas que cabelos não têm,
Como o corpo nu a encantar
Afogando desejos no suave vai e vem.

Bronze em reflexo solar
Na profundidade de tudo há sonhos,
É mágico nestas águas nadar
Bálsamo salgado onde me recomponho.

Este mar de esperança e fé
Onde o fim é impossível ver sequer
Balança na alma
Um corpo lindo de mulher

Para o poeta a vida melhora
Com um toque de poesia,
Se não estiver ao alcance na hora,
Criará ele, em sua fantasia.

Incêndio
O fogo, impiedoso, devasta
A vegetação toda incandesce
O calor, incômodo se alastra
Dissipando um mundo verde.

No meio dele, desmaiam flores róseas
Dos ipês ora floridos,
Avança como um corcel sem rédeas
Deixando corpos vitais no chão estendidos.

Clarão que a noite aquece
Flechando réstias de naturezas inacabadas,
Em meio a escombros a vida amanhece
Relatando destruições inesperadas.

Acordar
Acordar depois de muitos anos
Sem pista no horizonte para pousar
Sem alicerce para formular planos
Sem trazer da noite um sonho para sonhar.

É espinho causando dor intensa
Correndo pela mente inteira
É lacuna que sublinha a ausência
É vida escapando da peneira.

É querer voltar a ser criança
Pedir doces e guloseimas na calçada
É não ter par na hora da dança
É desejar tudo e não ter nada.

Em mim
Em mim um temporal destruidor,
E lá fora sol e calor.
Em mim inverno tenebroso
Lá fora primavera florida.
Em mim escuridão e trevas
Lá fora luz em aquarelas.
Em mim o meu mundo
Lá fora o de todo mundo.

Amantes
O poema pronto precisou de muitos rascunhos,
Quem o lê nem sempre imagina,
As noites de luz acessa e as xícaras de café sobre a mesa.
Quanto se fez e desfez por uma frase,
Por um verso interessante.
Mais do que vício
Poesia é para amantes.

Neste exato momento a humanidade esta entrando num mundo totalmente desconhecido.

Não leve tão a sério os elogios externos, quase sempre são só para te agradar. Valorize sempre seu interno, este não te decepciona nem te dá falsas ilusões.

Quiz
Perfeito
E cheio de sensatez.
Realidade não aceita
Desmente o que fez.

Era perfeito,
Mas não condiz
Pouco eleito
Fora do quiz.

Não tiro o pé da estrada, nada mais monótono do que a paisagem parada.

Em mim
Em mim morrerão os amigos,
Os encantos da juventude
As tardes adultas de matinê
As nadadas nos açudes
As noites de chaminé.

Em mim morrerão os dias
Que antes eu nem percebia
Que poderiam falecer.

Em mim morrerão os que amo
Olhos que brilharam nos meus
A voz feminina da saudade
Os que de mim nasceram
Na plenitude da idade.

Em mim morrerá a lua
O mar azul de encantar
A inspiração não mais brotará.
E a poesia silenciará.

Em mim morrerá a rima
Os versos brancos das composições
De mim morrerá a poesia
E as mais lindas canções.

Em mim morrerá, enfim
O que sempre me cercou
Todos meus versos de amor
De um coração que me matou.

Viver é construir, dia a dia, o própria caminho para a morte.

Ao poeta a poesia,
Aos amantes o amor.

Super real
Não faço da poesia um drama
Nem da vida uma fantasia
Crie-me num ambiente sem fama
Onde herói não existia.

Caio sem receios no lugar comum
Sem criar nem dizer nada original
Não conheci super-herói nenhum
Cresci num mundo “super real”.

Lá o progresso não tinha chegado,
Lá os poderes eram falhos e normais
Tendo eles seus filhos bem criados,
Heróis de verdade eram nossos pais.

Negou-me, a vida, esta parte.
Talvez pondo outra em seu lugar,
Brinquei com minhas próprias artes
Heroísmo era poder se alimentar.

Noite fria
A noite prateada entrou gelada.
Só um zumbido do minuano,
Igualmente gélido se ouvia.

Tímida a lua parecia tremer
Ao ver nos vidros partículas de gelo,
E o fogo na lareira a crescer.

Pensei que tudo congelaria
De dentro vinha o frio que eu sentia,
Mas alma arrepiada me blinda,
Pois a noite, assim mesmo, é linda.

E no amanhecer avistei,
Em meio ao campo de branco lençol,
Um cavalo solitário
Parecendo feito de sol.

Futuro
Como será o amanhã?
Não sei.
Não entendo de futuros,
Observo, apenas.
Sem palavras se diz mais e
O silêncio é futuro que se faz.

“A nossa alma é tão generosa que ignora o que odiamos e vê só o que amamos”

Fico meio receoso quando vejo que algumas pessoas colocam a profissão antes do nome. Nunca sei se é um lapso, uma necessidade de afirmar-se ou exibicionismo simplesmente.