Coleção pessoal de Moapoesias

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Eterno
Se o céu me for dado
Minha alma
Apreciará do alto,
Sem castiçais dourado,
Mistérios vivos
De algum vale encantado.

O tempo...
É sábio respeitá-lo.
Sigamos,
Domando as horas
Com olhos no coração.

Frutas de ódio
No chão silenciam estrelas
Aquelas que fizeram parte dos sonhos.
Tem convivências que matam amores
Criam sentimentos antagônicos e sólidos
Espalham infindáveis sementes
Que produzem frutas de ódio.

Ansiedades
Olhos sem brilhos
Não são olhos de enxergar.
Sorrisos sem alma
Não são de alegria.
Sonhos com ansiedades
Não são sonhos;
São saudades.

Ao poeta cabe
Despir a lua.
Aos amantes cabe
Despirem-se.

Sumindo
Disse, apressada
Que estava indo.
Eu vindo
Lados opostos,
No horizonte,
De nós
Sumindo.

Insalubridades
É preciso a força da natureza
Para enfrentar tempestades
Paisagens de incertezas
Águas amargas de insalubridades
Pensamentos em correntezas
Sacudindo as extremidades.

Do meu primeiro amor,
Platônico, por assim dizer,
Eu gostava mais da saudade
Ou dos olhos,
Ao certo não lembro.

O dormir dos sonhos
Foi a última tarde
E depois
O inverno chegou.
Foi de sol meio ofuscado
Olhar embaçado
A sombra foi sumindo
Acomodando-se em baixo dos pés
Distante um vento zunindo.
A tarde fez-se pássaro alado
O manto escuro veio gelado
E pôs os sonhos para dormir

Basta
Basta uma nota
E pode virar música.
Bastam alguns versos
E pode virar poema.
Basta a distância
E vira saudade.
Bastava um beijo
E talvez, vire amor.
Basta um adeus
E vira história.

Espere amanhecer
A noite não foi feita para partir,
Sente-se na varanda
Prove o vinho
Enquanto trocamos alguns carinhos.

Não vá agora, espere amanhecer
Talvez a noite te convença a ficar,
Mas se assim não for
Vá de dia
A noite não foi feita para se despedir.

Prefácio
Que as estrelas não te vejam
Nem a escuridão te esconda.
Na noite que criarei
Num cenário exclusivo,
Serás prefácio do meu sorriso.

Pela vida
Era uma tarde florida,
Leve, alegre... Mágica
Sai a caminhar pela vida

Tempo para a água ferver.
Tempo para o pão crescer.

Sorria...

Sorria...
Nada vai fazer o tempo voltar
Sorria...
Um dia todos irão embora
Sorria...
Viver é enfrentar decepções
Sorria...
A dor ensina e passa
Sorria...
A história já está contada
Sorria...
Transforme as angústias com graça
Sorria...
Logo virá outro amanhecer
Sorria...
Valeu a pena tudo viver
Sorria...
Há o infinito eterno.

Depois a gente chora
Sorria...
Ao menos sorria agora.

Nenhum girassol

Piso num solo endurecido
Torrões resistentes
Barro ressequindo.

O sol escalda-me
Suor escorre
Nem uma nuvem
Rebelde acima.

Nenhum girassol
Um colorido qualquer
Para florir um sonho.

Há uma impiedade que assola
Que não aceita emoção,
Que seca; meu Deus!
E eu não sei ligar a razão.

Longe
Longe de plateias,
Isolado de tudo
Na solidão do quarto
É que se entende o mundo.

Ditonguem-se: Na gramática da vida tritongos resultam em hiatos.

Vindos do lado norte

Ouviu-se uma explosão
Deveras forte
Ventos soprando intensos
Vindos do lado norte.

A notícia se espalhou
Logo se viu
Um verso não suportou
E, desolado, explodiu.

Enlutando a poesia
Num lamentar sem fim
Ainda bem que o poeta
Não desiste fácil assim.

Tem vezes
Tem vezes que encaixamos acomodações onde nem cabem,
Para determos soluços doloridos apertados no peito.
Miramos lados inúteis onde sombras descem
E ao incolor damos na metáfora enormes coloridos.

Nesses momentos em que nada distrai as lembranças
E que até o pisar suave faz barulho na saudade
É imprescindível e salutar toda coerência
Disfarçada no sorriso que estampa falsa felicidade.

Impossível conceituar
Não tem caracterização correta
Perde-se tempo
Não se define poeta.