Coleção pessoal de BrendaOliveira

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Sinto-me liberta daquela estação onde passei a ser confundida com as estátuas.

Passionalmente, fumo e trago
tudo o que é forte, doce ou amargo.

Eu quero é viver o meus acertos e tropeços
E ter coragem para perdoar-me quando achar que devo

E que me chamem de louca, sem juízo e inconsequente
Digam que troquei príncipes por sapos
E que deixei o “certo” pelo duvidoso
Dane-se o “ruim com ele, pior sem ele”
Eu não quero os príncipes monótonos e seus cavalos pálidos
Eu não preciso de um beijo para reviver, pois não sou de morrer em vida
Eu não quero um presente de esperas por um futuro idealizado
Eu quero viver o meus acertos e tropeços
E ter coragem para perdoar-me quando achar que devo

Senhor príncipe,
Eu não quero ser resgatada no final da história
Pois desejo ser amada durante todo o percurso
Não lhe jogarei minhas longas tranças douradas
Pois amo meus cabelos curtos e vermelhos
Não pretendo aguardá-lo chegar em seu cavalo pálido
Pois eu gosto mesmo é de cores vivas
E não venha tentar calçar-me um sapatinho de cristal
Pois vivo a andar com os pés descalços
E não tente fazer-me reviver com um selinho
Pois não sou de morrer em vida

O SENHOR PRÍNCIPE ENCANTADO

Necessito dizer-lhe que:
Eu, realmente, não estou interessada
Em um tipo de cara
Que só chega no final
Trazendo um selinho sem sal
E um tal de “felizes para sempre”
Nunca gostei de cavalos brancos
E outra, gosto mesmo é de beijos ardentes

Eu não quero os príncipes monótonos e seus cavalos pálidos
Eu não preciso de um beijo para reviver, pois não sou de morrer em vida

Eu não vim ao mundo para agradar e atender as expectativas alheias
Eu vim ao mundo pra ser gente
Eu não vim para ser igual, seguir padrões e brincar de faz de conta
Eu vim para viver as coisas como quero
Eu não vim aqui para matar o tempo e esperar grandes coisas para ser feliz
Eu vim para viver o hoje da melhor forma possível

Como dizer que tudo foi em vão? Não seria justo querer retirar o mérito do amor vivido, somente por ele não ter durando o tempo que imaginamos que duraria. Pouco importa quando chegou, ou quando deixou de ser, o que importa é que o amor existiu.

EU NÃO VIM AO MUNDO PARA VIVER NO RASO
PARA GOSTAR DE METADES
OU DOAR-ME SOMENTE UM POUCO
EU VIM AO MUNDO PARA SER INTEIRA
PARA SENTIR O TODO
E MERGULHAR PROFUNDAMENTE
NO MUNDO DOS SERES
E NOS SERES DO MUNDO
EU SOU FEITA DE INTEIRICES
SABORES FORTES E SUAVIDADE
SOU FEITA DE FOME E SEDE
E DESSA VONTADE DE ARDER E PACIFICAR

Te encontrei quando não te procurava
Eu nem sabia que te buscava
Desejei alguém com seu jeito e seus defeitos
Com a sua desorganização e seu sorriso
tão bobo quanto eu
E que tivesse dificuldade em decorar caminhos
Mas que pudesse fazer parte do meu
Quis suas contradições e sua mania de caos
Alguém para viver o indefinível
Em uma realidade poética e particular
Alguém que me fizesse sentir que o mundo lá fora
É apenas o mundo lá fora
E que o universo inteiro cabe aqui dentro
a cada vez que você me diz “vem”
E eu respondo “vou”

Gosto de você, e isso não é algo que estou tentando dizer, eu apenas sinto.

É verdade que estou apagando a luz e nós sabemos disso.
Vivemos belezas e feiuras, doçuras e amarguras, completudes incompletas
Vivemos dilemas baseados, por vezes, em querer
E por outras vezes, numa quase absoluta razão
Foram muitas estranhezas, incertezas e inquietações
Simplesmente por teimar em não entender o que já sabíamos
Você e eu mudamos...de endereço, de escolhas, de atitudes
Naturalmente, assim como acontece com todas as pessoas
Simplesmente pelo simples fato de que o tempo passou
Continuaremos a residir um no outro, mas somente no território
Dos momentos guardados na lembrança
Eu vi você partir e teimei em criar um lugar pra chamar de nosso
Aos poucos percebi que ficamos somente o lugar, eu
E uma luz de esperança acesa
A nos arrastar em esperas infindáveis
Hoje estou saindo do lugar, dei-me a chance de continuar
Necessito apagar a luz
Libertei-me do que prendia-me você

Gosto de palavras escritas ou faladas, ditas ou sussurradas, gosto até mesmo de palavras silenciadas. Acredito que todas são uma forma de representar, temporariamente, apenas uma parte do que se pretende dizer. Portanto, para mim, a palavra não serve para definir, pois definir é limitado. No momento em que digo o que sinto, o sentido do que foi dito já extrapolou a intenção.

Não seja um carrasco de si mesmo e nem obrigue-se a permanecer nos espaços que não te cabem por inteiro.

Cansei-me, não do vento que arrastava-me em meus dias de folha seca, mas da falta de domínio. Decidi onde e quando deixar o vento conduzir-me.Quase sempre funciona.

E já não importa o que vejo, mas o que posso sentir.

ESTRANHEZAS DA BUSCA PATERNA

Fui a procura da minha busca, caminhei lentamente, de olhos fechados e coração escancarado. Ansiava por palavras de um amor não dito e não vivido, histórias e pedidos de perdão.
Andei a passos curtos em direção ao abismo, até sentir-me fitada por ele. Pude percebe-lo abaixo dos meus pés, negro e silencioso, absolutamente profundo e atormentador.
Foi o amor que desejava receber, ou ao menos saber que existiu que me moveu, e acima de tudo, o amor que desejava doar.

Quanto vale para um coração pode ser chamar alguém de pai? Eu não sei. Pensar em poder, a essa altura do campeonato, chamar alguém de pai, soa tão estranho quanto rir no funeral de alguém, estranho como rir quando o coração está triste.

Sou serena, sensível e tenho uma natureza extremamente contemplativa. Aprecio apreciar a beleza e a feiura de tudo o que me proponho a tocar.
Gosto de manhãs de sol, de silêncios, de fechar os olhos para sentir melhor o sabor de tudo o que me dá prazer. Gosto de ser boba, de falar besteiras e de esvaziar-me para preencher-me das impressões que o mundo me traz.
Gosto de palavras escritas ou faladas, ditas ou sussurradas, gosto até mesmo das palavras silenciadas. Acho que toda palavra é uma forma de representar temporariamente apenas uma parte do que se pretende dizer. Portanto, para mim, a palavra não serve para definir, pois definir é limitado, mas para nos ajudar a traduzir um pouco do que sentimos no momento.
Minha alma é leve e borbulhante, gosta de se derramar em palavras, pinceladas, toques e olhares, gosta de ressignificar o que conhece e de conhecer o que ainda não alcançou.
Gosto da minha inquietação e dessa coisa que me pede para mudar de lugar constantemente. O que permanece em mim é a mudança, a metamorfose, a transformação. Isso não me faz menos fiel, menos doce ou menos sensível, mas coloca-me em contato com o mundo e com as pessoas o tempo todo, e ao mesmo tempo que transformo coisas, sou por elas transformada.

Sou um ser do mundo e o mundo é um ser em mim.